Rivais escrita por Strife


Capítulo 10
Cap. 9- Pai


Notas iniciais do capítulo

Oie gente. Desculpa pela demora, é que esse fim de ano estava meio apertado, era muita coisa pra pouco tempo kkkkkk
Maaaasss eu sempre volto pra encher o saco de vocês, não é?
Estou na ativa agora. Tenho até o próximo capítulo já -quase- planejado na mente kkkkk
Oie de novo pra quem ainda acompanha.
Boa leitura e nos vemos nas notas finais, ok?



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– Catarine, fica quieta! -Valentina me segurava pelos ombros.

– Mas... Meu pai vai vir, me ver assim e depois acabar com a minha vida! Ou pior, me obrigar a morar com ele! -encarei a garota.

– Não vai não. Seu tornozelo só está meio... Roxo... E inchado, diz que, sei lá, só deslocou. -deu de ombros.

– Valentina, ele está deslocado. -ela bateu a mão na testa.

– Não foi isso que eu quis dizer, caramba... Beto! Explica pra ela aqui vai... -se levantou da cadeira ao meu lado, dando espaço para o loiro.

– Diz que escorregou e caiu. Ele não precisa saber que você estava jogando. -acariciou minha face.

– Ele vai descobrir!

– É... Não é querendo ser chato nem nada, mas... Não entendo essa aversão ao futebol que o seu pai sente. -Matheus coçou a cabeleira castanha.

– Coisas de família. -suspirei e me joguei para trás, caindo de costas no colchão duro da enfermaria.

– Entendo. -sorriu de leve.

– Por que você ainda está aqui mesmo? -a criatura cor de rosa arqueou uma sobrancelha.

– Falei pro' Lucas que ia ficar até ele vir. -tentou ignorar minha amiga.

– Sério? Não ouvi você dizer nada. -resmungou ela.

– Eu quero ir para casa. -choraminguei para o loiro à minha frente.

– Agora? -afagou meus cabelos.

– É.

– Não prefere esperar que a reunião comece? Evitar que seu pai te encontre assim e tals.

– Ok então. -sorri timidamente para ele.

– Ei! Catarine sua égua! Por que você só é fofa e legal assim com o Beto!? -Valentina se jogou em cima de mim em um abraço dolorido.

– Aí... Minhas costas... -resmunguei.

– Bem feito. -falou antes de se levantar.

Meu tornozelo estava impecavelmente enfaixado e coçando. Que coisa!

– Você vai dar uma de Clark Kent e explodir seu pé com o olhar de calor ou o quê? -o loiro fez uma careta engraçada.

– Oi? -falei sem entender.

– Você estava... Ah. Esquece. -revirou os olhos.

– Seu chato. Matheus... -antes de terminar a palavra ele já me encarava- eu quero alguma coisa fria, de preferência suco ou refrigerante.

– Tudo bem. -suspirou e levantou, com as mãos nos bolsos da jaqueta do time de futebol.

O garoto mal saiu da enfermaria e os dois urubus já me rodeavam, me enchendo de perguntas e suposições bobas.

– Um de cada vez. -revirei os olhos- Me ajudem a sentar.

– O Lucas pareceu bem preocupado quando te derrubaram lá no campo. -Vale me puxou pelo braço e me sentou na cama, com as costas na grade.

– Claro que sim. Eu era a única "esperança" que eles tinham. -revirei os olhos.

– Mas... -tentou argumentar.

– Enfim -o loiro a empurrou para o lado- Você percebeu como o Matheus é bonito?

– Não. Nem reparei.

– Mentira! Alguma coisa você deve ter notado!

– Se acalma Valentina. -sorri.

– Estou calma. -bufou.

– Cat, Cat... Você agora está rodeada de rapazes bonitos e que se importam com você. -o loiro sorriu.

– Se importam? -arrumei os óculos.

– Sim. -puxou meus óculos.

– Ei! -reclamei- Devolve!

– Você deveria parar de usá-los. Seus olhos são lindos e você nem tem problema na visão... Certo? -ele sorriu de canto.

– Eu... Claro que tenho! -cruzei os braços.

Valentina ria descontroladamente ao nosso lado. O barulho da porta abrindo fez com que eu me debruçasse por cima dos dois, pegando meu óculos e colocando-os rapidamente.

– Você demorou, Mathe...

Uma figura loira entrava no cômodo, seguida por um garoto alto, de cabelos negros, e olhos de um brilho dourado que já se tornava familiar. Matheus entrou logo em seguida, o que me fez avaliá-los pela primeira vez.

Matheus tinha a mesma altura que o Lucas. Cabelos castanhos e lisos, olhos estreitos e também castanhos, só que de uma tonalidade bem clara, quase mel, sua pele era bronzeada e ele possuía um físico robusto. Seu rosto levava traços bem masculinos, o queixo um pouco quadrado, boca fina e nariz afilado, as sobrancelhas não pareciam coisa desse mundo. Perfeitas!

Leo estava visivelmente irritado. Era loiro, quase dourado, cabelos lisos -bem grandes por sinal, quase cobriam os olhos-, olhos verdes e brilhantes, suas sobrancelhas, também perfeitas, eram da mesma cor de seu cabelo, seus cílios eram longos e mais escuros, contrastando perfeitamente com a cor dos olhos. Seu rosto era fino, nariz perfeito e boca rosada. Sua pele era bastante alva, o que as vezes contribuía para o rubor em suas bochechas proeminentes. Seu corpo era forte.

– Desculpe. Encontrei com eles no caminho e tive que esperar. -apontou para os dois à sua frente.

– Tudo bem. -aceitei a lata de coca-cola- Obrigada.

– Não há de quê. -sorriu e bagunçou meus cabelos.

– O que quer aqui? -a rosada olhava furiosa para Leo.

– Eu... -virou a cabeça para a parede.

Lucas deu um tapa em suas costas e o loiro irritadinho o encarou acusadoramente.

– Vou me desculpar com a garota -apontou para mim- E... A... O... Alberto. -o nome do último saiu meio sôfrego de seus lábios rodados.

– Dá pra fazer isso olhando para a gente? -o meu amigo falou indiferente e eu tive que sorrir, já que o garoto estava quase saltitante.

– Claro que pode. -Matheus o empurrou até nós dois.

Ele resmungou algo como um palavrão e nos encarou, as sobrancelhas franzidas e os braços cruzados.

– Descul... Pe. Desculpa logo, caramba! -bufou irritado e bateu o pé.

– Tudo bem. Só porque você parece estar prestes a matar a nós dois. -estreitei os olhos em sua direção.

– Aleluia! -saiu batendo a porta.

– Garoto chato. -Vale se jogou em cima de mim novamente e sentou ao meu lado.

– E aquele treinador idiota? -meu amigo loiro perguntou ao capitão.

– Deu o fora. -respondeu me encarando.

– E o que você falou para ele? -a rosada perguntou dessa vez.

– Eu só falei o que ele não queria ouvir. -desviou o olhar rapidamente para a minha amiga, antes de voltar para mim.

– Tipo o quê? -perguntei curiosa.

– Já estava na hora do time mudar as estratégias... Digamos assim. -enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta do time.
Impressão minha ou todos eles faziam isso?

– Você não vai me dizer, não é? -suspirei.

– Não. -deu de ombros.

– Lucas você é um chato! Como aqueles garotos te aguentam como capitão, hein? -voiciferou Tina.

– Eles não precisam. -resmungou.

– Posso ir para casa agora? -perguntei ao loiro.

– Ahn... Pode. -beijou minha testa.

– Eu vou com ela.

– Você, Lucas? -a rosada me encarou.

– É. -respondeu- Vamos.

Beto me pôs de pé e eu passei um de meus braços, com muito esforço, pelo seu ombro, me apoiando. Ele então se abaixou um pouco e me pegou no colo.

– Gyaa! Eu posso andar!

– Tchau Cat. -Tina ria de mim.

– Não! Lucas me põe no chão, por favor. -ele me ignorou e continuou caminhando- Beto diz alguma coisa. -busquei ajuda com meus amigos.

– Vão pela sombra! -acenou para a gente.

– Eu. Mato. Vocês. -falei entre dentes.

O Lucas soltou a risada baixa e anasalada, ainda comigo em seus braços. Saímos do colégio com todos nos encarando e cochichando, até mesmo soltavam piadinhas maldosas.

– Sabe que você está muito vermelha? -falou sem me olhar.

– Me põe no chão... -choraminguei e enterrei minha cabeça em seu peito, morrendo de vergonha.

(...)

– Pronto. Chegamos. -finalmente senti meus pés em "terra firme ".

– Obrigada. -falei olhando para o chão.

– Se cuida. -afagou meus cabelos e saiu.

Entrei em casa, temerosa em encontrar meu pai por ali. Graças a Deus ele não estava. Fui para o meu quarto, tomei o banho mais demorado da minha vida e vesti uma roupa confortável, pronta para dormir.

Meu celular bipou e eu olhei para a mensagem.

" Vou à uma festa hoje. Você vai comigo".

Ótimo. Teria que acompanhar meu pai em mais uma festa boba, com "amigos" do trabalho dele esbanjando seu dinheiro, esposas e filhos por aí.

Eu teria que me arrumar, ficar impecável feito uma boneca de porcelana, coisa que nem de longe eu sou, e esbanjar uma falsa simpatia para com toda aquela gente. Sem contar que eu teria que usar salto, com o tornozelo deslocado, e ainda ser toda sorrisos.

Eu mereço.

" Esteja pronta às 20:00 em ponto ".

Foi a última mensagem que eu vi antes de apagar.

Acordei 16:00. Fui tomar um banho com sais aromatizantes, para depois entupir meu corpo com hidratantes e loções.

Desde os 8 anos de idade que eu tive que passar horas e horas aprendendo a me arrumar só para ir às festas e acompanhar o meu pai. Aos 11 anos eu já conseguia fazer o cabelo e as unhas sozinha, mas só dois anos depois eu consegui fazer uma maquiagem "refinada", como ele mesmo dizia.
Sempre sozinha. Tive que aprender tudo sem ajuda, era isso o que meu pai queria, alguém que conseguisse fazer de tudo sem precisar de ninguém, assim como ele, eu deveria ser um exemplo, e ser um orgulho para o mesmo.

Depois de toda a sessão corpo e perfumaria, prendi meus cabelos no alto da cabeça, em um coque, e fiz uma maquiagem escura que destacasse meus olhos verdes. Vesti um vestido todo fresco, tomara que caia. A cor era de rósea claro, quase um bege, com o corpete brilhante e justo e a saia curta cheia de babados que mais se assemelhavam à cachos e iam até um pouco acima dos joelhos. Calcei um sapato preto de camursa de salto 7 centímetros, todo fechado na frente e comecei a tentar domar minhas madeixas. Graças a Deus eles estavam naturais e comportadas, lisos e com cachos na ponta, cachos estes que eu tive que arrumar com um babyliss.
Passei um batom rosa fosco e assim que terminei, fui surpreendida por batidas firmes na porta.

– Vamos. -foi a única coisa dita.

Fui em silêncio até o lado de fora, entramos em uma limousine preta e fomos à "festa".

Paramos em uma mansão um pouco afastada da cidade, diversas limousines estavam estacionadas por ali, pessoas finas e, provavelmente, importantes, esbanjavam sorrisos e acenos simpáticos, ao lado de suas famílias. Meu pai estendeu o braço pra mim assim que chegamos na entrada da mansão, o que eu tive que aceitar, já que ele não costumava ser muito simpático com alguém quando contrariado. Logo fomos rodeados por vários senhores que, como sempre, me ignoravam e iam conversar com meu pai.

Às vezes eu odeio o fato de meu pai ser um treinador de futebol conhecido.

(...)

Meia hora depois ele me largou pra ir conversar com uns investidores gorduchos, enquanto eu ficava alone pelo enorme salão. Meu pé latejava, então eu fui para o jardim e me sentei na beira de uma fonte enorme que tinha ali.

– Está sozinha? -me assustei com a pergunta repentina.

– É... Parece que sim. -forcei um sorriso, para parecer simpática.

– Pega. Essa festa tá um saco. -me entregou uma taça com um líquido qualquer, na qual eu me senti na obrigação de aceitar.

– Obrigada.

– Mas você é... Bem bonita. -sorriu de canto, sentando-se ao meu lado.

– Obrigada... -abaixei um pouco a cabeça, envergonhada.

Desviei meus olhos para o lado oposto ao que ele se encontrava e vi a última pessoa na face da terra que deveria estar ali.


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Notas finais do capítulo

Alguém aí tinha pensado na possibilidade de carreira do pai da Catarine? Kkkk surpresos?
Quem será a pessoa que ela viu?
E o que o garoto galanteador quer com ela?
Alguém com suposições aí? Kkkk
Espero comentários e sugestões. Adoro isso de vocês.
Até o próximo. *-----*



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