After Human Race. escrita por QueenOfConeyIsland, Ket


Capítulo 5
Capítulo 5- Sia.




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A brisa batia no rosto da menina que dormia sobre o grande campo verde atrás do casarão branco. Ao fundo podia-se ouvir as outras meninas conversando e rindo, bem longe dos fundos do casarão, mas Sia se encontrava em outro estado mental. Abriu os olhos verdes calmamente, e então Amélia a assustou:

– BU!

Sia se levantou rapidamente fitando a morena a seu lado, que ria sem parar.

– Eu devia te morder... - Resmungou logo se entregando aos risos.

Amélia sorriu:

– Hmmm! Que medo. O que anda fazendo?

Sia voltou a deitar, só que dessa vez no colo da amiga.

– Dormindo. - Ela disse fechando os olhos. - Agora me trate de me colocar para dormir de novo.

Amélia riu acariciando os longos cabelos castanhos da amiga. Podia ouvir de longe o vazio na cabeça de Sia, até que algo invadiu a cabeça de menina. Um garoto. Amélia revirou os olhos.

– Okay, Julieta. Quem é o Romeu da vez? - Ela perguntou sorrindo.

Sia tornou a se sentar, agora de frente para Amélia. Ela sorriu empolgada e mexeu as mãos.

– Brian Cook. Da Giles!

Amélia franziu o cenho.

– Já conversaram alguma vez?

– Não... - Sia viu Amélia segurar o riso. - Pode rir.

Amélia desatou na risada. Lágrimas escorriam de seus olhos, até que ela respirou fundo e disse secando o rosto:

– Queria saber como se apaixona por todos esses garotos tão rapidamente. Quando viu ele?

Sia hesitou em responder, já sabia que Amélia tornaria a rir, mas no final disse:

– No Samhain de Outono. Mas olha, Amélinha, Eu juro que a gente trocou olhares.

Amélia colocou as mãos para o alto e fez uma careta.

– Tudo bem, Sia! Só te repreendo porque você sempre sai dessas aventuras com um coração decepcionado, e é ruim te ver assim.

Sia respirou fundo olhando o horizonte e disse:

– Já me acostumei.

Amélia a encarou e deu de ombros. As duas ficaram conversando sobre besteiras durante um tempo a mais e então ouviram o sino da varanda frontal soar, e a voz de Cornélia ralhar:

– Hora de entrar! Alquimia em cinco minutos! Quem se atrasar não sai pro Samhain do dia de todos os santos.

Sia franziu o senho:

– Não entendi até agora porque adiaram essa festa para um dia depois do verdadeiro Halloween.

Amélia respirou fundo subindo a campina ao lado de Sia e disse:

– Parece que andamos recebendo bruxas demais em todas as escolas nos dias de Samhain.

Sia deu de ombros seguindo até o casarão.

Sia se sentara no fundo da sala, juntamente com Kaily, Amélia, Isa e Louise. Adrianne e Leigh Ann se sentaram mais para o meio devido a falta de carteiras vazias no fundo do salão. Todas as vinte meninas estavam sentadas no salão observando Cornélia falar alguma coisa sobre o poder das Margaridas, até que a vigésima primeira bruxa chegou no salão de cabeça baixa e toda corada. Sarah, a uma das pessoas que mais irritava Sia em todo o planeta. Sia simplesmente não conseguia entender o porque de Sarah ser tão desastrada, e o que mais a incomodava era como ela tentava se encaixar em qualquer grupo. Sarah simplesmente irritava Sia.

Cornélia fez sinal para que a menina entrasse e fechasse as grandes portas. As vinte meninas a fitavam cochichando e rindo. Sarah colocou uma mecha dos cabelos ruivos atrás da orelha e enquanto estava andando até a primeira carteira, Miranda colocou um pé para Sarah tropeçar. A ruiva caiu com a cara no chão de madeira liso, e quando se levantou sentiu sangue escorrer de seu nariz. Ela se virou fitando as colegas de classe, a maioria ria dela, algumas gritavam baboseiras até que ouviu Sia dizer:

– Você não é Alice, e esse não é o País das Maravilhas.

Sia recebeu um olhar repreendedor de Amélia, Isa e Louise, então se calou e segurou o riso. Cornélia bateu a mão no quadro negro e gritou:

– Vocês querem brincar? Então vamos brincar do meu jeito.

Sarah estremeceu e sentiu o sangue escorrer cada vez mais. Cornélia a abraçou e indicou que estava suspensa das aulas, e depois queria conversar com ela no escritório. A ruiva assentiu e saiu correndo da sala, manchando as portas brancas em seguida. Cornélia respirou fundo e gritou:

– De pé nas carteiras. AGORA!

As meninas já sabiam o que estava por vir, e em questão de segundos todas estavam em cima de suas devidas carteiras.

– LEVITATE. - Cornélia urrou.

Em questão de segundos todas as meninas estavam levitando em postura completamente ereta, em cima de suas carteiras.

– Vocês acham que tirar vantagem de uma bruxa porque ela é um pouco mais distraída é divertido? - Cornélia disse passeando pela sala e encarando bruxa por bruxa nos olhos. - E quanto ao nosso código? Acho que nenhuma de vocês está prestando atenção nas aulas de História da Bruxaria, hã?

Sia viu Cornélia parar a sua frente e dizer baixinho:

– Sarah não é a única com problemas... Devia se preocupar com a sua situação.

Sia engoliu seco sentindo a dor da posição chegar a seu corpo. Respirou fundo e ouviu a risada anasalada de Cornélia.

– Devemos cuidar uma das outras, já ouviram falar em caçadores de bruxas? Pois é, meninas, eles estão bem fortes este ano, parece que temos períodos de pico, e outubro é um deles. O que seria de nós, sem nós mesmas?

Agora Cornélia se encontrava ao lado de Miranda, rindo das lágrimas que escorriam devido a dor insuportável de estar ereta, durante dez minutos seguidos, sem poder encostar em nada. Sia a viu ir para o centro da sala e fazer um sinal para baixo com as mãos. Logo as meninas caíram duras no chão, algumas bateram cabeças, outras se safaram, mas uma coisa era comum: A dor que sentiam. Toda a vez que elas faziam algo de grau alto e Cornélia pegava, havia uma certa punição, e a punição da levitação era de longe uma das piores. Cornélia pegou um cigarro de seu bolso, o acendeu com os dedos e riu saindo da sala. Já quase na porta, ela se virou e disse:

– Espero que estejam apresentáveis para o Samhain de hoje.

Sia viu Cornélia sair rindo.

Isa e Kaily se juntaram a Sia, Amélia e Louise e começaram a discutir.

– Droga, Sia! Porque ajudou nisso? - Louise disse estalando as costas.

Sia revirou os olhos e disse:

– Tudo bem, foi exagero. Mas eu não sou a culpada por tudo, está bem?

Leigh Ann e Adrianne se juntaram a elas. Adrianne franziu o cenho e disse:

– Poxa, Sia... Revê esse negócio de humilhar a Sarah, vai.

Sia bufou e disse:

– Que seja.

Ela virou as costas e desceu até o andar dos quartos sentindo as bochechas queimarem. Abriu a porta do penúltimo quarto e a bateu com força, se jogando na cama ao lado da janela, começou a chorar. Sia sabia que Cornélia tinha toda a sua história em mente. Cornélia sabia que o principal problema de Sia era a família, e sabia que recentemente os pais ameaçaram se separarem devido as raízes de bruxa de sua mãe. Sia abraçou os joelhos escondendo o rosto em meio as pernas e começou a chorar. Se lembrou de um natal que passara no Clã com Cornélia, pois os pais brigavam e a mãe não conseguira pegar o voo para Louisiana tão cedo. Sia viu, do alto da escadaria de madeira, Sarah ir embora com os pais e ela ficar sozinha, e admitia a si mesma que tinha um pouco de inveja de Sarah, porque ela conseguia ser toda desastrada, um erro da natureza, mas tinha uma vida 80% perfeita, e sinceramente, Sia tinha uma família em guerra. Sia detestava admitir, mas era essa uma das razões pelas quais odiava Sarah.

Alguém bateu em sua porta. Ela continuou chorando, esperando que a pessoa que batia na porta desistisse e fosse embora. Mas não, a porta se abriu revelando uma Amélia. Sia levantou o rosto a fitando e disse:

– Se vier brigar comigo, é melhor ir embora. Não estou para isso hoje.

Amélia se sentou na cama com ela.

– Cornélia sabe de tudo, não é? Da família...

Sia assentiu encostando a cabeça no ombro de Amélia.

– Isso é uma droga. Vai me matar aos poucos.

Amélia afagou os cabelos da amiga e disse:

– Não fale assim, Sia. Não é fácil pra ninguém, ninguém disse que seria. A gente supera tudo isso juntas, tudo bem?

Sia assentiu fungando.

– Posso te pedir uma coisa, Sia? - Amélia perguntou.

– Claro. - Ela disse mórbida.

Amélia apertou a palma da mão de Sia e disse, chamando a atenção dela:

– Para de atormentar a Sarah, por favor. Você só vai se ferrar com isso, S.

Sia revirou os olhos e disse:

– Eu paro.

Amélia sorriu e disse:

– Agora vá se arrumar para este Samhain. Você tem um Brian Cook para conquistar hoje!

Sia riu, se levantando para se arrumar.

Oito horas da noite, Sia terminou de se arrumar. Usava um vestido branco, delineador anos 60 destacando os olhos verdes, os pés descalços para venerar a mãe natureza, os cabelos castanhos estavam decorados por uma coroa de flores brancas com folhas verdes, simbolizando a trégua entre as academias de bruxaria e ela usava um batom vermelho nos lábios. Sia se olhou mais uma vez no espelho do banheiro e disse para si mesma:

– Sou uma pessoa melhor. Não descontarei minha raiva nos outros.

Logo Adrianne apareceu sorrindo atrás dela. Ela usava uma saia longa branca, uma blusa de mangas compridas e uma coroa de rosas brancas nos cabelos longos e castanhos. Usava pouca maquiagem, mas ainda continuava linda.

– Isso mesmo! Sem se estressar com a Sarah!

Sia riu.

– Vamos, magrela. - Ela disse puxando Adrianne pela mão. - A gente não pode se atrasar.

Adrianne olhou as meninas fora do casarão todas de lanternas a vela nas mão e coras de rosas brancas na cabeça.

– Esse vai ser o Samhain mais marcante de todos... - Ela sussurrou.

Sia franziu o cenho e disse:

– Do que está falando?

Adrianne deu de ombros e disse:

– Não sei, Leigh Ann me disse. Ela estava bem apreensiva.

Sia estremeceu, mas logo tomou Adrianne pela mão e as duas desceram os degraus da escadaria de madeira, a caminho de mais um Saimhain de dia de todos os santos.


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