After Human Race. escrita por QueenOfConeyIsland, Ket


Capítulo 2
Capítulo 2 - Amelia.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516028/chapter/2

– 31 de outubro de 2013, Louisiana, Nova Orleans. –

Deitada na grama, com os cabelos morenos espalhados de qualquer jeito no chão, segurando uma cópia do livro Lolita, Elvis Presley tocando nos fones de ouvido e uma lanterna a vela para iluminar sua leitura, Amelia Landau Parks considerava aquela madrugada de sexta-feira bem produtiva.

Desviando sua atenção do livro por alguns segundos Amelia reparou que olhos verdes a observavam.

– Lolita? Você já não leu esse livro tipo umas duzentas vezes? – O menino perguntou saindo de trás da árvore na qual se escondia.

– Henry você é louco?! – Ela disse se levantando com os olhos castanhos arregalados. – Cornelia está aqui sabia? E acordada.

– Porque diabos Cornelia está acordada de madrugada? – Perguntou nervoso passando a mão pelos cabelos ruivos.

– Aparentemente nós temos uma nova bruxa. Droga Henry, se Cornelia te ver aqui ela vai te matar! Vá embora!

– Você me liga? – Ele disse levantando as duas sobrancelhas e abrindo um meio sorriso.

– Não. – Respondeu pegando suas coisas do chão.

– Amelia querida... – Henry puxou a menina pela cintura fazendo seus corpos se colarem. – Uma hora você vai ceder.

– Henry querido. – Ela disse passando a mão em sua bochecha. – Nos seus sonhos. – Amelia deu um tapinha leve em sua bochecha, se desprendeu dele e começou a caminhar em direção a porta dos fundos da casa.

– Não ganho nem um beijo de despedida? Como um prémio de consolação por me arriscar e vir até aqui?! – Ele falava um pouco mais alto. Amelia ainda de costas sorria e rolava os olhos.

Henry estudava na Giles Corey, uma academia para bruxos que ficava nas redondezas. Ele e Amelia se conheceram meio que sem querer, quando, em um dos primeiros dias de Henry ele rondava o lugar e acabou descobrindo a Academia de Bruxaria de Salém. Amelia o encontrou completamente perdido e o ajudou a voltar para a Giles Corey. Depois de um tempo Henry voltou e se fingiu de perdido. A partir daquele momento Amelia se arrependeu de ter sido gentil.

– Amelia, eu vi isso. – Disse Miranda calmamente enquanto tomava uma xicara de café.

– Calada Miranda. – Amelia a lançou um olhar intimidador. Miranda apenas balançou a cabeça fazendo seus cachos loiros balançarem junto e saiu andando.

“Depois reclama que não tem namorado. Não tem porque não quer. Quem dera fosse eu com esse ruivo. Sortuda nojenta.”

– INVEJOSA! – Amelia gritou da cozinha para Miranda que riu sem se virar.

As meninas foram todas chamadas a sala principal e estavam sentadas em volta da mesa de vidro e Cornelia estava na ponta. Ao lado dela tinha uma menina gordinha, usando óculos, com o cabelo curto e preto e olhos verdes. Ela estava com a cara inchada e vermelha, as roupas sujas de lama e cheirando a algo misturado com sangue e terra.

– Bom meninas, quero que recebam nossa nova irmã Kaily Lundgreen filha de Rae Lundgreen uma de minhas estimadas alunas. Kaily possuí o poder da ressureição. Veio para cá, pois humanos descobriram sua habilidade e foi obviamente trazida pela sua mãe. Ela vai ficar no quarto com Amelia e Leigh Ann.

“Por favor que elas não sejam vacas, por favor que elas não sejam vacas, por favor que elas não sejam vacas.”

Amelia sorriu com o pensamento de Kaily porque se lembrava perfeitamente do seu primeiro dia. Fora desastroso, péssimo, terrível, humilhante, e tudo que há de pior. Amelia fazia o máximo para que as meninas se sentissem confortáveis na chegada. Infelizmente, tinham algumas meninas bem malvadas. É o que dizem, em qualquer lugar que você vá, em qualquer parte do mundo, vai existir aquela vadia insuportável.

– Muito bem meninas, já está tarde e eu quero vocês de pé amanhã 8:40 para a aula prática de alquimia. Todas pros quartos, já! – Cornelia avisou batendo duas palmas.

Amelia subiu as escadas até o terceiro andar, ultimo quarto à direita. No quarto, Leigh Ann discutia com alguém no telefone, provavelmente seu irmão, e a menina nova Kaily estava sentada em sua cama com as mãos entre as coxas e a cabeça baixa. Ela estava sujando a cama de lama e folhagem, mas não parecia se importar muito. Amelia tentou ler seus pensamentos, mas aparentemente Kaily não pensava em nada. Leigh Ann desligou o telefone e trocou um olhar preocupado com Amelia. As duas tinham o mesmo poder. Clarividência. E em uma casa infestada de bruxas, as novatas tinham geralmente tanto a pensar que Leigh Ann e Amelia tinham que ouvir música as alturas para ignorar os pensamentos de todas ao redor.

– Ei, Kaily, tudo bem com você? Precisa conversar com alguém? – Amelia perguntou calmamente se sentando ao lado da menina. Leigh Ann se sentou do outro lado de Kaily.

– Eu estou bem, é só que é esquisito sabe? Quer dizer, eu sabia que era uma bruxa, mas nem imaginava que existiam lugares assim, academias feitas para o estudo da magia e etc...

– Bom, nós preferimos o termo clã. – Amelia disse e as outras duas sorriram. – Kaily querida, não me leve a mal, mas a sua cama esta toda suja, não quer ir tomar um banho enquanto a gente troca seus lençóis?

– Oh, muito obrigada, mesmo! – Kaily se levantou pegando uma mochila jogada ao pé de sua cama e se encaminhou até o banheiro.

As duas meninas se apressaram a trocar a roupa de cama da nova colega. Leigh trocava a roupa de cama da menina na maior tranquilidade, como se ela não estivesse discutindo com alguém a minutos atrás e Amelia estava com o pensamento em algum lugar distante. Ela não sabia como explicar, mas sentia que mais bruxas chegariam nessa semana, como se tivesse um período certo para chegarem novas pessoas. Esse tipo de coisa nunca acontecia, elas sempre chegavam no momento que fossem descobertas pelos humanos ou a hora que quisessem, nunca em um período, não existia isso de pico. Leigh parou de arrumar a cama e se levantou rapidamente e com esse ato, Amelia voltou à realidade.

– Eu também senti isso. – Leigh Ann disse olhando preocupada para Amelia um tempo depois.

– O que você acha que é?

– Honestamente, não vou me preocupar muito com isso. Se nós duas sentimos, Cornelia também sentiu e vai fazer algo a respeito. Afinal, esse é o trabalho dela. Nós proteger de qualquer possível perigo e nos ensinar o que precisamos saber para sobreviver no mundo humano.

– É... – Amelia respondeu ainda hesitante quando Kaily entrou no quarto.

– Muito obrigada, mesmo. – Kaily disse se deitando na cama recém feita.

As três meninas foram dormir e mesmo que tentasse Amelia não conseguia esquecer sobre a sensação que tivera mais cedo sobre novas bruxas. Se perguntava se Cornelia havia sentido a mesma coisa. Se perguntava o que aquilo significava. Quer dizer, geralmente bruxas vinham para o clã quando humanos as descobriam ou quando seus poderes afloravam. Isso significava que os humanos estão mais informados sobre bruxas, estão mais atentos.

– Amelia, pelo amor de deus para com isso porque eu estou morrendo de sono. – Leigh Ann murmurou de sua cama e Amelia se virou e tentou não pensar em nada.

Poderia pensar melhor de manhã...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "After Human Race." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.