After Human Race. escrita por QueenOfConeyIsland, Ket


Capítulo 12
Capitulo 12 - Todos parte 2


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas chegou o/
Enjoy :3



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– Saíam da minha frente! - Gritou Cornelia ao empurrar alunas e guardas da porta do auditório. As 10 meninas estavam dentro do auditório conversando entre si e todos queriam saber sobre o acontecido. Isa havia sido curada e Miranda também. Amelia havia desmaiado porém Henry a ajudou a acordar e se recuperar do choque.

May fora levada por Cornelia para o jardim da casa. Cuidaria dela mais tarde. Alguém havia contado para as outras escolas sobre o acontecido e o lado de fora do casarão branco estava lotado de bruxos alarmados e desesperados.

– Meninas. - Cornelia entrou na sala. As 10 ficaram quietas no momento que a velha mulher abriu a porta. Cabeças curiosas olhavam para as meninas pelo vão da porta. Cornelia deu um sorriso falso para eles e bateu a porta. Se virou para as meninas ascendendo um cigarro e sorrindo cinicamente. - Quem começa a falar?

As meninas se viraram para Miranda que olhava constrangida e com lágrimas nos olhos para todas na sala.

– Eu namorava ele. O Nick, quero dizer. Um dos caçadores. Ele me ligava todo o sábado e me perguntava com eu estava e com quem eu andava e onde ficava essa minha escola militar. Claro que eu nunca falei para ele a localização. - A loira disse suspirando.

– Na verdade eles sabiam onde o casarão ficava porque eu vim pra cá. Se aquela bruxa não tivesse me guiado até aqui provavelmente eles não saberiam a localização. - Ravenna comentou em tom de derrota.

– Muito bem, como ele entrou na casa? - Cornelia perguntou.

– Isso nós ainda não descobrimos. - Kaily disse. - Mas achamos que algum guarda o deixou entrar.

– Ok, depois lidamos com isso, agora continuem a história.

– Bom... Ele foi até meu quarto e a gente nem conseguiu fazer nada porque Ravenna entrou no quarto. - Miranda continuou. - E a Ravenna já sabia que ele era caçador então ele me virou e colocou uma faca em meu pescoço. Quebrou os nossos celulares e nos ameaçou. Não sei como as meninas ficaram sabendo mas entraram no quarto com um plano de ataque.

– Katherine estava presa no banheiro enquanto as meninas eram atacadas e não podia fazer nada então nos mandou uma mensagem. Nós impedimos a Sarah de entrar no quarto e bolamos um plano rápido. Quase matamos o caçador mas quando estávamos terminando... A caçadora apareceu. Ela falou que não queria matar bruxas e etc e meteu bala na cabeça. - Louise terminou a história. Cornelia deu uma tragada em seu cigarro que estava quase ao fim e liberou as meninas, disse que precisava pensar um pouco.

Louise mal saiu da sala e sentiu várias mãos a confortando, fazendo ela se sentir pelo menos um pouco melhor. Viu que Anna e Ashton estavam a esperando e sorriu levemente ao ver os dois.

– Lou, tudo bem com você? - Anna disse a abraçando. Ashton a abraçou logo depois.

– Comigo sim. Mas Isa levou uma bala de prata nas costas, ainda está se recuperando. Amelia desmaiou e Miranda, coitada, está a pior das três. Além de se machucar fisicamente ainda se machucou psicologicamente.

– E Kaily, ela está bem? - Ashton perguntou preocupado.

– Acho que sim, não tivemos muita chance de conversar, todo mundo está meio calado sobre o que aconteceu.

– Vou ver como ela está. - E saiu andando. Louise se virou para falar com Anna e viu a menina do Saimhain, a de cabelos pretos, a olhando. Encarando mesmo. Tipo no dia de todos os santos. Mesma expressão.

– Escuta, tem alguma coisa no meu rosto? - Louise disse para Anna.

– Não. - Anna disse desconfiada. - Porque?

– Aquela menina não para de me encarar. - Anna se virou para ver de quem a amiga estava falando. Deu de ombros e foi falar com qualquer outra pessoa. Louise deu de ombros também e foi para seu quarto.

Do outro lado da sala Amélia sentava sozinha em cima da bancada da cozinha e tomava um chá de ervas para se acalmar um pouco. Desmaiar não era uma coisa nova para Amélia, era quase natural. E ela odiava isso porque sempre acabava bancando a mocinha em perigo. E desde pequena sua avó fazia chá toda vez que isso acontecia e a contava histórias sobre princesas e monstros. Isso acalmava Amélia.

– Bu. - Henry apareceu em sua frente. Ela levou um susto e ele deu um sorriso vitorioso.

– O que você quer Henry? - Foi curta e grossa. Não estava um dia bom para a provocar.

– Ei, calma. - Ele levantou aos mãos ao peito e rendição. - Vamos fazer assim. Só por esse momento você abaixa as armas e eu paro de provocar.

Ela pensou por um momento e afirmou levemente com a cabeça. Ele sorriu. "Ah não" ela pensou "Assim não vai dar certo, se ele ficar dando esses sorrisos eu não vou lidar bem com a situação"

– E então, como você está se sentindo? - Ele perguntou.

– Mais ou menos. Sabe, não é muito legal ver alguém estourar os miolos na sua frente. E os pensamentos dela, estavam muito confusos, eu fiquei muito tonta e acabei desmaiando. - Ela disse colocando a xícara de lado.

– Como você lida com tudo isso? Quero dizer os desmaios e tudo mais.

– Não muito bem. Quer dizer, quando eu era pequena... - Amelia parou de falar e mordeu o lábio inferior pensando se deveria ou não confiar em Henry.

– Não precisa me contar se não quiser, serio. - O ruivo disse rapidamente. Ela sorriu levemente.

– Bom, quando eu era pequena, minha avó me contava contos de fadas e fazia chá de ervas. Eu sei é bobagem e eu pareço uma criança falando assim mas, ela falava que isso acalmou ela quando descobriu que era uma bruxa. - Amelia soltou uma risadinha e tomou mais um gole de seu chá.

– Sua mãe também é bruxa?

– Não, apenas a minha avó. Você sabe, genes pulando gerações e tal.

– E você herdou o poder dela?

– Sim. Ouvir os pensamentos de todo mundo, desmaiar constantemente, ouvir previsões de morte e tudo mais é culpa dela - Amelia riu colocando a xicara vazia na pia em seu lado. Quando a menina se esticou para colocar a louça na pia uma parte de sua costela ficou descoberta e Henry viu o começo (ou o final) de uma tatuagem. Queria perguntar sobre isso, mas aquela era a primeira vez que realmente conversava com Amelia e não queria ser tão invasivo.

– Você consegue ler meus pensamentos? - Henry perguntou com aqueles malditos olhos verdes irresistíveis olhando para Amelia quando ela voltou ao lugar arrumando a roupa e limpando a garganta.

– Sim, eu consigo ler os pensamentos de todos na sala. - Ela disse indiferente, ou pelo menos fingindo indiferença.

– Mas você consegue ler o que eu estou pensando nesse exato momento? - Ele disse apoiando as mãos na bancada, uma de cada lado de Amelia, sem quebrar o contato visual.

"Eu acho que gosto de você."

– Você disse que não ia provocar. - Ela disse suspirando mas sem conseguir desviar seus olhos daquelas íris verdes hipnotizantes.

– Mas não é provocação. É a verdade.

Ele chegou mais perto. Seus narizes se tocavam levemente. Amelia fechou os olhos. Henry sentia a respiração da menina misturada com a sua. Seus lábios se roçaram. Henry colou seus lábios nos de Amelia. Ele colocou as mãos na cintura dela querendo aprofundar o beijo. Foi quando Amelia se tocou do que estava fazendo. Empurrou os ombros do ruivo que a olhou confusa. Ela desviou o olhar para o chão e desceu da mesa da cozinha, indo direto para seu quarto, deixando o menino completamente confuso.

Miranda assistia aquela cena de longe. Não sabia se ficava feliz porque seu OTP* havia finalmente movido alguns passos ou ficava triste porque ela sentia que nunca poderia ter um amor daqueles. Ela não acreditava que Nick pudesse ter feito aquilo com ela, ele falava que a amava e quase a matou. E o pior de tudo e que ela confiava nele. Se importava com ele. Por um lado não queria que ele morresse. Por outro sentia uma raiva absurda em suas veias e seria capaz de matar Nick com as suas mãos em menos de alguns segundos.

– Miranda, posso conversar com você? - Falou Travis atrás dela. Ele era incrivelmente grande ao lado dela, a menina se sentia uma anã perto dele.

– Claro Travis. - Ela disse esboçando um pequeno sorriso. Ou tentando esboçar um pequeno sorriso. Parecia que toda vez que Miranda mexia seu rosto, pequenas lágrimas escapavam se seus olhos.

– Em particular. - Ele disse meio sussurrando e a loira o olhou de um jeito estranho. - Porfavor. - Acrescentou olhando em seus olhos. Ela cedeu com os olhos e os dois foram para um balanço no jardim que estava deserto. O lugar só estava deserto porque ninguém queria ver o corpo morto da menina caçadora. Aparentemente nem Travis nem Miranda sem importavam muito com isso mas mesmo assim os dois ficaram olhando aquele corpo morto no chão. Travis se sentou e ascendeu um cigarro.

– Não sabia que fumava. - Ela disse se sentando no balanço do lado dele.

– Não fumo. - Ele disse e ela decidiu calar a boca. Eles ficaram um bom tempo em silencio. Miranda se balançava levemente e tentava ao máximo não pensar em Nick. Travis estava afogado em pensamentos e fumava seu quarto cigarro mentolado do dia.

– Vai me contar porque me chamou aqui ou vou ter que chamar Leigh Ann pra arrancar o que se passa nessa cabecinha? - Miranda tocou levemente a cabeça de Travis. Ele esboçou um pequeno sorriso e apagou o cigarro no chão se virando para ela.

– Eu deixei o caçador entrar na casa. - Ele soltou a bomba e tentou ao máximo não olhar para ela. Ele olhava para o seu cigarro apagado no chão esperando a reação de Miranda. Começou a ouvir um barulho e decidiu olhar para a menina. Ela tinha olhos cheios d'água e apertava com força a barra de ferro do balanço. A parte que ela apertava havia começado a congelar. Miranda tinha a respiração pesada. Travis se levantou para ir embora. A menina segurou o braço dele. A mão dela ainda estava gelada e seu toque causou arrepios em Travis.

– Fica. - Ela disse simplesmente, engolindo o choro. Eles voltaram para os balanços.

– Você não quer saber nada? - Travis perguntou hesitando.

– Você também é um caçador? - Miranda perguntou. Ele fez que não com a cabeça. - Você sabia que ele era caçador? - Ele fez que não novamente. - Ele me usou como desculpa para entrar na casa?

Silêncio. Miranda riu ironicamente e balançou a cabeça. Travis a observava. Ela suspirou e pegou um cigarro e o isqueiro do bolso de Travis, o ascendendo. Deu uma tragada e ofereceu a Travis. Ele deu uma tragada e devolveu para ela.

– Precisamos contar para Cornelia. - Ela disse de repente.

– Sim, precisamos. Para Caleb também. - Ele disse, passando o cigarro para ela e começou a se balançar.

Já dentro da casa, Kaily conversava com Sia e Ravenna. As duas ultimas viram Ashton se aproximando e decidiram ir embora para não ficar de vela. Kaily se virou.

– Oi. - Ele disse. Ela puxou ele para um abraço e enterrou a cabeça em seu ombro.

– Oi. - Ela respondeu com o som abafado. Eles ficaram nessa posição por um tempo. Kaily respirando fundo e Ashton com os lábios pressionados no topo de sua cabeça.

– Tudo bem com você? Eles te machucaram e algum lugar? - Ashton disse quando Kaily o soltou.

– Não. Mas Isa levou um tiro e Amelia desmaiou. - Kaily disse entrelaçando os dedos dos dois e começando a andar para fora do casarão.

– E Miranda? - Ashton perguntou tirando um cigarro do bolso e ascendendo com a mão livre.

– Miranda namorava o caçador. Não sabia que ele era caçador então o choque foi maior. - Kaily disse tirando o cigarro da boca de Ashton e o apagando no chão.

– Porque você fez isso? - Ashton perguntou irritado.

– Pra poder fazer isso. - Kaily segurou o rosto do menino entre as duas mãos e o beijou. Ele pareceu surpreso por um momento mas depois segurou na cintura de Kaily e respondeu ao beijo, o aprofundando. Ele a virou encostando-a na árvore e um beijo lento e inocente passou a virar algo a mais. As mãos dela passavam ferozmente pelos cabelos e nuca dele e as mãos dele apertavam sua cintura de maneira firme.

– Ei! Casal! - Gritou Ravenna da porta do casarão. Eles se separaram constrangidos e olharam para a menina. - Cornelia está chamando todo mundo no auditório.

Os dois foram envergonhados até o casarão.

– Desculpa amiga. - Ravenna sussurrou quando Kaily passou.

– Tudo bem. - Ela disse pra Ravenna. Olhou para sua mão entrelaçada a mão de Ashton e sorriu olhando para ele. - A gente continua depois.

Já dentro do casarão, Cornelia estava a frente com Cedric. Do lado deles Travis e Miranda olhavam para o chão.

Travis havia assumido a culpa por deixar Nicholas entrar no casarão. Afinal, ele era o guarda e não deveria deixar NINGUÉM entrar. Mas deixou.

– O acontecimento de hoje foi um descuido não somente das minhas meninas mas também dos guardas da Giles Corey. - Cornelia começou. - Em situações como essa o certo seria expulsar os culpados.

Miranda e Travis olharam assustados um para o outro.

– Mas, agora é somente uma questão de tempo até que todos os caçadores souberem da localização das Academias. E nesse momento precisamos ficar juntos e proteger nossa raça. Infelizmente, o casarão branco está em grande perigo assim como a Giles Corey, Betty Parris e Merlin's Sound. Por enquanto, as bruxas da Academia de Bruxaria de Salém vão voltar para casa. - Ela continuou. As pessoas começaram a reclamar e logo a sala inteira estava inquieta. - Isso não será para sempre, a Academia voltará a funcionar quando a ameaça acabar. Até lá, as meninas terão que aprender a se virar no mundo humano, sem nenhum tipo de magia ou feitiçaria.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Kaily e Ashton trocaram olhares preocupados. Amelia bufou tentando se lembrar do mundo humano. Adrianne a Louise tentavam argumentar com Cornelia. Miranda suspirava irritada. Ravenna estava preocupada porque realmente não queria voltar para o mundo humano, agora que havia encontrado pessoas que a ajudavam. Leigh Ann se lembrava de sua ultima vez no mundo humano e ficava cada vez mais nervosa. Sia ficou triste em saber que teria que se distanciar das amigas. Sarah foi até Cornelia.

– Cornelia... Posso falar com você? Em particular? - A ruiva perguntou e Adrienne e Louise saíram para as duas terem mais privacidade.

– Fale querida.

– Eu não acho uma boa ideia mandar-nos pro mundo humano. Quer dizer, tem algumas meninas como eu, Amelia, Katherine e mais algumas que estamos aqui desde que nos conhecemos por gente. Tem meninas que não tem pais e não tem lugar para ir como Malia. E tem meninas que finalmente acharam um lugar onde elas não são aberrações e não querem voltar pro mundo humano como Kaily e Ravenna.

– Eu entendo seu ponto mas não tem mais nenhuma solução. A não ser que você conheça um lugar bem escondido que abrigue 22 bruxas, o único jeito é mandar as meninas pra casa. E eu faço isso com um grande peso no coração. - Cornelia dizia e Sarah jurava que tinha visto uma lágrima escorrer de seu olho esquerdo.

– Tia Nelia. - A ruiva disse meio hesitante. - E se eu te disser que conheço um lugar para acolher 23 bruxas?


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Notas finais do capítulo

*OTP significa One True Pairing que é o casal que você torce pra ficar junto, no caso Henry e Amelia (meu OTP pra sempre



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