Chegando ao Pérola Negra, me surpreendi: o navio era imenso e muito lindo. Fiquei tão admirada que nem percebi que Jack já havia subido no navio.

–Vamos meu amor, suba a bordo! Logo iremos zarpar! - ele me gritou lá de cima.

Com certa dificuldade, subi as escadas que levavam à proa do navio. Estava quase chegando, quando pisei em falso em um dos degraus da escada. Quase caí, mas Jack me segurou pela cintura e me puxou para dentro do navio. O beijei, como forma de agradecimento. Olhei em volta para observar o navio. Caramba, como ele era lindo: os mastros, as velas, até o chão. Tudo bem limpo, bem cuidado, nem parecia um navio pirata.

– Quer conhecer a cabine do capitão? - Jack me perguntou, mas foi mais como uma ordem, tipo: Vem aqui, now. Mas sem deixar de ser doce.

Subimos as escadas que davam na porta da cabine. Quando entrei...

– Pelas barbas de Poseidon - me assustei, não acreditei no que vi. Fiquei paralisada, comecei a tremer e a suar frio.

– O que houve meu amor? - Jack perguntou

Não podia contar o que era, tinha que disfarçar. Se contasse, todo meu plano, minhas chances, tudo iria por água abaixo.

– É só que.. que... - gaguejei

– É só que? Que há Bianca? - Jack insistia

Não sabia o que dizer, estava paralisada, nada vinha em minha mente.

– É que... sua sala é... linda, Jack - disse.

Eu sei, péssima desculpa, mas fazer o que? Eu tava em choque né!

–Tudo bem, muitas pessoas já passaram por aqui e acharam a sala linda, mas não ao ponto de passar mal. Você ta pálida Bianca! - Jack me avisou

Caramba, não conseguia pensar em nada, minha mente tava bloqueada!

– É que toda essa decoração, esse estofado, essas espadas... tudo tão bonito, tão organizado, brilhando! E aquela caixa ali? Todo um charme, perfeito! - tentei disfarçar

Mas a verdade era que aquela caixa era do tamanho de um caixão, só que um pouco mais alto. E todo de vidro. Só que havia um corpo dentro dele. Disfarcei ao máximo para que Jack não descobrisse.

Jack jamais, em hipótese alguma podia descobrir que quem estava dentro do caixão de vidro era meu pai.