Amy Chase & Olimpianos escrita por Iraniele Moura


Capítulo 5
Aprendo a invocar espíritos


Notas iniciais do capítulo

Hey! Aqui estou nessa bela sexta-feira com capítulo novo pra vocês!
Já disse que vocês são os melhores do mundo?
Sem mais, segue um capítulo novo pra vocês. Revelações a seguir!

Boa Leitura!



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O mundo estava prestes a acabar. E isso era bem claro no meu sonho. Se é que aquilo poderia chamar de sonho, pois coisas assim eu conhecia como pesadelo.

Eu estava sentada em uma praia. Deveria ser por volta das nove horas da noite ou mais, pois não havia nenhuma pessoa ao redor. Eu estava olhando para o horizonte, onde o mar e o céu se cruzam. Mais eu não estava apreciando o que via. O mar estava muito agitado e avançava rapidamente pela areia da praia, que já estava quase tocando meus pés, mesmo eu estando em certa distancia do ponto onde ela normalmente fica.

No céu também se podia ver uma tempestade se aproximando.

— Olhe para o outro lado, no céu. —Disse uma voz. Uma voz que eu não consegui identificar, talvez nunca a tivesse ouvido antes. Mais quando olhei ao redor não vi ninguém, a praia ainda estava deserta. — Olhe para o céu, criança.

Eu não sabia de quem era aquela voz, mais não me parecia perigosa. Para falar a verdade, a voz me deixou um pouco calma, como se de certo modo fossemos parentes e intimas. Então decidi fazer o que me pediu.

Quando me virei de costas à praia, eu pude ver o que a voz queria me mostrar. Parece que estava prestes a acontecer um eclipse daqueles onde o sol e a lua ficam alinhados.

Eu sempre havia gostado de eclipses. Era um belo fenômeno natural, onde por uma pequena fração de tempo, o dia e a noite poderiam se encontrar. E isso me deixava feliz. Era como se qualquer coisa que você quisesse fosse possível. Afinal, se mesmo o sol e a lua podiam se cruzar, o que deveria ser impossível? Por que mais coisas impossíveis não poderiam acontecer?

"O sol e a lua se cruzam,
Uma batalha irá começar”

A profecia que Rachel citou veio na minha mente. Era como se ela estivesse pronta para se cumprir. E por mais que eu quisesse saber o significado de cada frase e cada palavra, ver aquilo me perturbou e me deixou com medo do que poderia vir.

— É isso mesmo criança, a batalha está prestes a começar. Sua missão será muito difícil, mais não impossível. Olhe bem ao seu redor. Você deverá ser bastante sabia e inteligente, junto com seus companheiros na missão. Olhe em volta, isso é apenas um sonho mais se vocês falharem ele poderá virar realidade. Olhe em volta Amy, a guerra vai atingir mais do que o próprio Olimpo, ela vai atingir o mundo, mortais e meios-sangues — alertou a voz.

Olhando em volta eu vi a tragédia que estava acontecendo. A barra da minha calça já estava ficando molhada por conta da água da praia, que estava em direção à pista. Um pequeno furacão estava se aproximando e os ventos estavam cada vez mais fortes. Para falar a verdade não sabia como ainda conseguia ficar de pé, ou mesmo viva. Talvez por que era apenas um sonho.

O chão começou a tremer, como se houvesse pequenos terremotos. Buracos se abriam na terra, e de lá saíram fantasmas que, eu não entendia o porquê mais eles estavam brigando uns com os outros.

— Corra filha, você precisa deter essa batalha entre o sol e a lua. Mais cuidado, vocês correm muitos riscos. Por conta dessa guerra, os deuses estão com raiva uns dos outros. E eles podem querer descontar isso em vocês. —Filha. Ela disse filha. Atena estava confiando em mim para a missão, e eu não queria decepciona-la.

A voz começou a diminuir. A água da praia estava avançando cada vez mais, os ventos eram mais fortes, os furacões cresciam ao redor, os fantasmas continuavam batalhando uns com os outros e cada vez vinha de baixo da terra com mais intensidade, o sol e a lua estavam prestes a se cruzarem.

— Vá criança, não perca tempo. Sua missão é bem difícil, espero ter feito à escolha certa até agora. Não me decepcione. — Eu estava com medo, ansiosa, com um misto de sentimentos ao mesmo tempo. Eu não sabia como poderia ajudar os deuses. Eu só sabia que seria ótimo se pudesse ajuda-los, mas, eu também estava muito insegura, me perguntando se eu fosse uma heroína, se eu salvasse o mundo, seria mesmo reconhecida ou eles virariam logo as costas para mim? E se eu nem mesmo conseguir completar essa missão? Será que os deuses só queriam alguém para que você possa deixar o destino do mundo em sua mão, para que se algo de ruim acontecer eles possam dizer: Hey... Foi a Amy que destruiu o mundo, vocês não irão matar ela?

Esperei ouvir mais alguma coisa da voz da minha mãe. Mas se ela me falou não estive presente para descobrir, pois o sonho escureceu, eu já não conseguia ver mais nada. Tudo havia desaparecido. O sonho era só algo preto, uma escuridão plena.

Depois comecei a ouvir uma risada maligna. —Vocês nunca vão conseguir completar essa missão. — ameaçou uma nova voz, não a de Atena. A voz era sombria, e mesmo estando dormindo senti um calafrio percorrer meu corpo.

—O fim está próximo, filha de Atena. Essa missão foi dada a vocês para que vocês mesmos sejam ditos como os culpados do mundo acabar. É a minha vez semideuses, e ninguém vai me impedir.

Acordei em um pulo. Mais ainda bem que não acordei rolando da cama. Quer dizer, eu durmo no beliche acima da cama de Annabeth, então se eu rolasse da cama iria cair de cara no chão, e eu não queria experimentar como era a dor que eu sentiria depois.

Não consegui dormir de novo, pensando na missão. Eles ainda não disseram quais os semideuses iriam para a missão, mais eu sabia que seria eu, e isso já estava me deixando louca. Então decidi verificar se Annabeth estava passando pela mesma situação que eu. Quando eu coloquei a cabeça para baixo do meu beliche eu levei um susto. Annabeth não estava lá.

Talvez ela tivesse decidido pensar um pouco e saído do chalé de Atena. Eu decidi fazer a mesma coisa, mesmo lembrando que Bruce e Annabeth haviam falado que existia uma espécie de animal que era do tipo segurança do acampamento, e que ele adorava comer meios-sangues que saiam do seu chalé à noite.

Sai do chalé de Atena e vaguei pelo acampamento pensando nas coisas que tinham acontecido em um só dia da minha vida, como descobrir que minha prima e amiga no mundo mortal são, na verdade, minha irmã no mundo dos deuses. Nós nunca tínhamos sido muito próximas.

Quando me dei conta já estava próximo ao refeitório. Estava prestes a sentar-se à mesa onde os filhos de Atena costumavam sentar. Passei a mão no cordão que tinha um pingente de coruja, dado pela Elaine, minha companheira de chalé. Foi quando ouvi uma voz.

— Amy, venha comigo. — Reconheci a voz sendo de Annabeth, e quando me virei estava certa— Preciso lhe mostrar uma coisa.

Annabeth correu para a floresta e eu a acompanhei. Apesar de estar escuro eu a conseguia ver, o que me deixou aliviada, pois estava entrando em um lugar onde não havia conhecido completamente.

Depois de algum tempo ela parou de repente. Por sorte não esbarrei nela, ou nós teríamos caído de cara com uma árvore.

Annabeth fixou os olhos na frente e colocou o indicador em frente aos lábios, pedindo silencio. E foi quando eu vi o que ela olhava.

Uma cova estava próxima a um conjunto de pedras, que os campistas chamavam de punho de Zeus, pois olhando de certo ponto as pedras formavam um grande punho. A cova estava cheia até a borda com um líquido preto que borbulhava.

Perto da cova havia dois meninos, reconheci sendo Bruce e seu companheiro de chalé, Tiago James. Tiago estava em pé com olhos fechados e braços erguidos. Ele cantava alguma coisa que eu não consegui entender, parecia em uma língua mais antiga do que o próprio grego.

Bruce estava perto dele, com sua espada preta, e apontava ela para alguns... Fantasmas?

Sim. Fantasmas iam em direção à cova, mais Bruce os amedrontava.

Estávamos escondidas atrás de uma árvore, então os filhos de Hades não podiam nos ver. Fantasmas viam de todos os lugares da floresta, alguns até passaram perto de mim e de Annabeth.

Foi então que eu o vi. Bruce já estava quase o espantando, apontando sua espada para todos os lados.

—Bruce, não — Gritei. Corri até ele antes que ele pudesse espantar aquele fantasma. Ele ficou perplexo quando me viu com Annabeth, dando, assim, oportunidade para o fantasma se aproximar da cova.

Quanto deu por si, o fantasma estava ajoelhado, bebendo o liquido borbulhante. E então, quando se levantou, já não era só um fantasma. Tinha corpo solido, mais ainda devia estar morto, pois às vezes seu corpo tremeluzia e estava tão leve que parecia não encostar-se ao chão.

Era ele. Sem sombra de dúvidas. A pessoa que estava na foto com minha tia Marta Chase e o pai de Annabeth. Parecia ter cerca de vinte e quatro anos, não muito alto, com seus cabelos pretos e o mesmo sorriso no rosto. Ele era lindo até depois de morto.

Tiago parou com sua musica, os outros fantasmas de dissiparam e Bruce me perguntou o que aconteceu para que eu agisse assim.

Estava tremendo com o que acabara de acontecer, e com a voz embargada eu disse — Ele é meu pai.


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Notas finais do capítulo

Capítulo um pouco longo mas, particularmente, um dos melhores já escritos. Agradeço ao leitor e roteirista Weuller Alves pelas incríveis idéias!

Até breve!