Dolovan Breus escrita por Roma


Capítulo 3
Jack


Notas iniciais do capítulo

Cinquenta e uma visualizações? Uma pessoa acompanhando e nenhum comentário? Assim eu fico triste. Mas enfim. Aí está outro capítulo.



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JACK

Ele realmente tinha considerado a opção de ela simplesmente ignorar o corpo no depósito e feito dele outro cadáver. "É um risco muito grande" Sal dissera. "Um risco que eu tenho que correr.". Por algum motivo, Frost estava convencido de que ela era a chave. Sabia que ela poderia ajudar de alguma maneira. Esse impulso louco fora o que o levara até o táxi. Por isso, quando ela concordou em ajuda-los, a primeira coisa que veio a cabeça dele foi a traição. Talvez ele devesse simplesmente confiar nela. Mas sabia o quanto fria e dura ela havia se tornado. Pisou no acelerador em silêncio, o olhar fixo na rua à sua frente. O resto do grupo não gostara da ideia. Consideravam-na uma ameaça desnecessária. "Eles não entendem". Essa havia sido a sua desculpa para muitos erros. Esse não seria mais um deles. Estacionou o veículo diante de um edifício pequeno e acabado, tijolos de barro pichados e desgastados, batentes de madeira desfiados. Parecia prestes a ruir. Ao ver a cara de espanto da companheira, Frost limitou-se a dizer:

– Não aceitam vampiros nos cinco estrelas.

Tirou o molho de chaves do bolso do casaco e encaixou uma delas na fechadura. As dobradiças protestaram quando a porta foi aberta, e ela a fechou devagar. Ouviam-se sussurros e conversas clandestinas vindas do andar de cima, de onde também vinha a luz. Frost tateou até a escada, e conduziu Elsa até o andar superior. Empurrou a porta do único cômodo iluminado, não podiam se dar ao luxo de chamar atenção. Quando eles entraram, os rostos se voltaram para eles. Não pareciam muito amistosos. Jack manteve a compostura e tentou ignorar a reprovação no olhar de Sal.

– Pessoal. Essa é a Elsa. – ele disse, e indicou a companheira. Está reagiu passivamente em relação aos olhares de desdém. Sandy sussurrou algo para Francisco, que assentiu com um gesto de cabeça. Elsa olhou de um para outro e cruzou os braços.

– Se vocês vão me tratar com esse desdém todo eu não sei o que estou fazendo aqui. Sinceramente, eu não vim até aqui para ver um monte de gente que claramente não vai com a minha cara. E que fique claro que eu também não vou com a de vocês.

Silêncio. Os membros do grupo se entreolharam, e Sal estreitou os olhos.

– E que fique claro que você não tem nenhum tipo de autoridade aqui – ela disse. – Jack, já explicou como agimos para ela?

Elsa cruzou os braços, claramente incomodada. Frost suspirou e passou a mão no rosto. Seria um longo período.

– Não. Não disse. Noel, quer fazer as honras?

O senhor assentiu. Entre todos, era o único que parecia ser amistoso. Sorriu, compadecido, para Elsa e levantou-se. Com um aceno de cabeça, indicou duas poltronas livres para que os dois se sentassem. Esfregou as mãos.

– Dolovan Breus. Vampiro da linhagem Breus, antiga. Idade humana de 201 anos. Vampira de 21. Tem o seu próprio clã de vampiros, o Beta (β). Acredita que a linhagem Breus, o clã Beta e os vampiros com linhagem inteiramente pura, o que significa, ninguém na linhagem já se envolveu com algum humano ou foi amigável com um, são superiores. Quer eliminar o resto.

– Algo me diz que ela já conhece essa parte – Sandy disse, afastando uma madeixa ruiva dos olhos. Usava uma camiseta preta com a estampa de um sol. Noel riu e assentiu.

– Claro. Enfim. Nós, obviamente, queremos impedir que ele mate a nós e ao resto dos seres vivos do mundo. A questão é como fazer isso. – Noel continuou. – Ω, ômega. É o nome do nosso clã. Que tem não só vampiros, mais muitos outros tipos de ser. Estamos recrutando uma espécie de exército para deter o de Breus…

– Ele tem um exército inteiro? – Elsa interrompeu, curvando-se para frente na cadeira.

– Tem. Assim como Hitler, ele tem uma habilidade especial de persuadir as pessoas a se juntarem a ele. – Noel suspirou. – Seguindo. Estamos recrutando vários tipos de seres de várias partes do mundo. Estamos treinando, e nos preparando para possíveis combates. Invadindo bancos de dados e bases de Breus, e tentando encontrar o máximo de informação quanto possível. Nós, nessa sala, e Olaf, nos Estados Unidos, somos a mente do Ômega. Como nome especial de Pi, π. Temos missões e objetivos específicos. Entre nós, Sal é a única vampira puro sangue, por isso serve como espiã. Jack é um vampiro de linhagem impura, Sandy é uma humana com dotes para o ilusionismo, Francisco – ou Paco, como costumamos chama-lo – é um transfigurador e eu…

– É o mágico mais renomado do planeta – Sandy interrompeu. – Incrível. Humano, mas mais incrível que qualquer outro.

Noel abanou as mãos, com um sorriso carinhoso.

– E você? – Paco voltou-se para Elsa, apoiando o queixo na mão direita. Sal cruxou os braços e desviou o olhar.

– Eu... Elsa. Caçadora de vampiros e... – fixou o olhar no chão. Nunca tinha revelado o seu segredo a ninguém além dos pais. E Jack Frost. Era perigoso, e ela não sabia como controla-lo. Um vidente dissera que seria destruída pelo medo. – E humana.

Frost lançou-lhe um olhar de curiosidade, mas respeitou a decisão de manter a sua realidade em segredo. Noel assentiu e Sal cedeu a sua cadeira a ele.

– Vamos aos nossos próximos planos. – disse, evitando olhar para a caçadora. – Elsa – disse seu nome com frieza – Você não esteve inteirada de nossas últimas ações, de modo que talvez não compreenda muito bem. Mas tenho certeza que Jack – ainda mais frieza – poderá esclarecer todas as suas dúvidas. Mas em relação aos outros. A base russa relatou atividade por aquela região. O agente Stark disse que viu um dos agentes próximos de Breus infiltrado em uma base militar na região, e ao que parece ele tem planos de ir a Sibéria. Precisa de uma equipe.

– E obviamente somos nós essa equipe – Sandy sorriu. – Sibéria? Parece bom. O que exatamente vamos fazer lá?

– Invadir a base militar onde o agente de Breus se infiltrou e copiar o banco de dados. Claro, tentar capturar o agente e tentar retardar o avanço do inimigo. – Sal disse.

– Esperem. Eu não estou nessa equipe especial Pi, estou?

Paco franziu o cenho.

– Está nessa sala assim como todos nós, certo?

– Eu não tenho nenhuma habilidade...

– Mata há anos. Tem habilidade mais que suficiente.

– Não conheço os planos.

– Eu acabei de dizer quais são – Sal ergueu uma sobrancelha.

– Não sei trabalhar com vocês.

– Tem uma primeira vez para tudo.

– E eu nem estou certa de que quero participar disso.

– Não está? – Sal se voltou para Jack, assim como os outros. Ele, por sua vez, se voltou para Elsa.

– Não está?

Ela passou os olhos de um para o outro e mordeu o lábio inferior. Não parecia ter muita escolha. Suspirou.

– Tá. Estou dentro.


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Notas finais do capítulo

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