Meus olhos entreabriam conforme a luz do sol ia iluminado o quarto.

Eram seis horas da manhã quando o despertador tocava, anunciando que hoje era um dia em que eu teria que ir para a aula, minha cara de sono era claramente evidente, e a preguiça também, levantei devagar se espreguiçando sobre a cama, ao coçar os olhos e perceber que meu irmão estava parado em frente a porta levei um susto.

– Nossa, oque faz aqui - falei me levantando - é tão cedo, vá dormir!

Collin não respondeu, apenas ficou parado na porta. Ele olhava para mim com uma cara triste, que de inicio eu não havia percebido.

– Oque aconteceu?

– Não aconteceu nada – ele disse sorrindo – eu ia vir te acordar, mas pelo visto você já esta acordada – ele concluiu entrando

– Sim – falei sorrindo e coçando os olhos – ai que preguiça, hoje vai ser um grande dia

– Por que grande dia? – ele perguntou surpreso

– Vou terminar com Will – falei revirando os olhos

– Já estava na hora – foi o que ele conseguiu responder – bom, vou descer e ver se a tia Ana já esta acordada

– Tudo bem – falei sorrindo, me levantei e fui ao banheiro, meus olhos ainda estavam com olheras, que droga, isso é tão feio, preciso comprar um creme ou algo do tipo. Depois de tomar um banho me troquei, e fui ver a hora no celular e, tinha uma mensagem de Alana, e treze chamadas perdidas de Will que eu não iria retornar.

“Passo na sua casa as 06h40, vamos de carro com minha mãe hoje”

Ok, pensei. Pelo menos vou de carro, peguei minha mochila e o celular, antes de descer dei uma olhada no espelho, nada mal, pensei. Desci e lá estava tia Ana e Collin sentados me esperando

– Bom dia – disse tia Ana – o café já esta pronto

– Bom dia tia – falei sorrindo – obrigado!

Tomei meu café e fiquei ouvindo a tia Ana conversar com Collin sem ao menos perceber que ela tinha falado comigo

– Oi – falei balançando a cabeça – desculpe! Estava pensando

– Tudo bem – ela disse sorrindo

– Alana vai passar aqui para eu ir com ela, vou escovar os dentes e espera-lá – falei saindo – o café estava otimo tia

Ela sorriu. Eu subi escovei os dentes e desci, assim que cheguei na sala ouvi a buzina, ela havia chegado, dei tchau para tia e para Collin e sai.

– Bom dia Lauren – disse a mãe de Alana

– Bom dia dona Clara – falei sorrindo e entrando no carro

– Oi amiga – falou Alana

Amiga... tanto tempo que ela não me chamava assim, eu conhecia Alana a mais de seis anos, e a mãe dela me ajudou muito quando meus pais faleceram, e até hoje, sempre que eu preciso elas estão disponiveis. Alana se virou para mim e sorriu

– Hoje eu tomei uma decisão – falei

– O que? – ela perguntou ficando animada

– Vou terminar com Will, não da mais – falei aliviada

– Não vai ser preciso – ela disse tirando algo da bolsa

– Como assim? – falei

– Ontem você não foi a aula, e nem antes de ontem, então – ela disse entregando a carta na minha mão – Ele me entregou essa carta ontem, e mandou eu dar a você

Que absurdo, pensei ao ler a carta, Willian estava terminando comigo por CARTA, isso mesmo carta, mais infatil do que eu ignorando ele. Achei a situação engraçada, porem covarde, mas em suma ele me livrou de ter que fazer isso, eu não sabia se ria ou chorova ao ler a carta, a letra dele estava tremida, significa que ele estava nervoso, e resumindo tudo ele nunca gostou realmente de mim, por que esse final, foi suspeito...

“Não posso mais perder meu tempo com você,

Talvez tenha cido um erro, pois eu percebo que não te amo mais

... você não deu o valor necessário”

Oque? Não dei valor? Ok. Eu que deveria escrever uma carta para ele explicando quem não deu valor, mas como eu já não me importava mais se estavamos ou não namorando, não iria fazer isso. Não vou dizer que de uma hora para outra parei de gostar dele, eu ainda gosto, só não amo, e me importo com ele, mas achei a atitude ridicula, mas não posso falar nada, quem estava evitando ele era eu mesma.

– Engraçado – falei fechando a carta e guardando – muito engraçado

Alana ficou me encarando tentando não rir e depois se manifestou

– Não vai rasgar ou coisa do tipo?

– Não acho que seja necessario – falei desviando o olhar. Quando percebi já estavamos na porta da escola.

Quando sai do carro só vi o sol batendo em meus olhos, coloquei a mão sobre o rosto e peguei minha mochila. Fiquei olhando para os lado, e parecia que eu não vinha aqui a seculos. Em dois dias que eu havia faltado eles tinham pintado a escola por fora e colocado grama nova no jardim. Não estava satisfeita por estar ali. Mas respire Lauren é seu ultimo ano, sorria, e faça desse ano o melhor. E queria fazer isso ao pé da letra. Alana me puxou pelo braço e me levou para dentro.

– Tem um aluno novo na sala – ela disse sorrindo

– Bonito? Legal? – perguntei. Tudo acontece quando eu falto, só faltavam eles fazer uma viajem para Paris, ai eu surtava.

– Bonito! – ela disse – O nome dele é Taylor

– Nome de menina – falei revirando os olhos

– Mas ele não tem nada de menina – Alana me garantiu e nos sentamos em alguns banquinhos que tem pelo patio. O sinal iria tocar daqui a pouco. Eu queria falar com Will, mas algo em mim, no fundo dizia para eu não ir falar com ele. Voltei meu olhar para o pessoal no patio. Os de sempre. Idiotas, as patricinhas, os nerds, como de costume.

– Parece que não venho para escola há uma semana – falei me virando para Alana, ela ficou me olhando antes de responder

– E pra mim? Que fiquei sozinha – ela disse entre risos – foi horrivel

– E a Karina? – perguntei, Karina era a outra amiga que Alana, mas ela não ia muito com minha cara

– Saiu da escola – ela disse revirando os olhos

– Realmente, aconteceu tudo enquanto eu estava fora!

Ela riu sem responder. O sinal tocou, descemos para sala. O professor ainda não havia chegado. Uma sorte ou não: eu não estudo na mesma sala que Will, mas eu precisava falar com ele. Logo em seguida todos os alunos estavam na sala. Até mesmo o novo, um tal de Taylor que Alana havia falado. Sim, ele era bonio. Alto, cabelos que batiam na testa, nada muito cumprido, olhos castanhos e corpo pouco forte. E um sorriso lindo. Nada mal, pensei. Alana me cutucou pelas costas tentando me avisar que era ele, mas eu já sabia pois eu já conhecia todos da sala e ele era o unico diferente.

Ele percebeu que eu estava olhando para ele, droga! Ele deu um sorriso e eu sorri de volta. Prestei mais atenção em seu rosto e percebi que eu já conhecia ele te algum lugar, mas não lembrava de onde. Voltei o olhar para frente, o professor acabara de chagar

– Bom dia – ele disse sorrindo, e sim esse professor era um amor, gostava dele, ele era educado, não era nervoso e de vez enquando soltava umas piadas – Não me matem, mas tenho que passar um trabalho para vocês, estamos no fim do segundo bimestre, então você precisam recuperar notas – ele ficou sério ao ver nossa cara de deboche – vai ser um dubla – ele disse por fim se sentando – eu escolherei!

Ele escolhera. E é claro que com a Alana ele não vai me colocar. Fique esperando chegar no meu nome. Alana havia ficado com a Leila. Uma menina gorda e chata, nada contra gordas, mas gordas costumam ser legais até demais, mas ela não. Continuei concentrada

– E por fim – ele disse olhando para mim – Lauren com o aluno novo – ele apontou para Taylor – Taylor Caniff

Sabia! Eu sabia que conhecia esse menino. Taylor Caniff, aquele doido que faz vines, mas admito, adoro os vines dele. Senti minha bochecha corar, pois era a primeira vez que eu fazia um trabalho com um menino em dupla, a maioria era em grupo, e se fossem dupla era eu e a Alana.

– Sentem-se com suas duplas – ele falou levantando – vou explicar o trabalho

Me levantei, cheia de vergonha e sentei junto a Taylor, ele continuou sério. Apenas sorriu quando eu sentei ao seu lado.

– Olá – ele disse - ... Lauren?

Confirmei com a cabeça

– Oi – falei sorrindo – Taylor... Caniff – olhei séria para ele e passei a mão na cabeça – eu tenho conheço...

Ele soltou um riso fraco e arrumou o cabelo

– Talvez seja dos vines?

– Isso mesmo – falei rindo – eu assisto seus vines, são legais

Antes que ele pudesse responder o professor chamou nossa atenção, nós dois se viramos para frente e ficamos sério. Apos o professor terminar de explicar nos deu permição para conversarmos. Ouvi Alana me chamar, e quando virei ela apenas riu, sem parar.

– Pesquisa sobre museus historicos? – ele falou olhando para mim – acho que vai ser legal

– Vai sim – falei me virando – não é algo dificil, eu acho.

Ele apenas assentiu com a cabeça, eu particularmente era pessima em puxar assuntos, fiquei revirando algumas paginas do meu caderno até Taylor falar comigo

– Bom – ele disse meio sem jeito – como você sabe sou novo, me fale seu nome completo?

Minhas bochechas coraram.

– Lauren – falei sorrindo – Lauren Blender, nenhuma famosinha do vine - conclui soltando um riso

– Bonito nome – ele disse – não ligo para isso, só faço por diversão, e pra ser sincero, nunca imaginei que ganharia um pouco de fama

– UM POUCO? – soltei quase um grito, que só percebi por causa da cara de assustado dele – Desculpe, desculpe – falei balançando a cabeça e me sentindo uma idiota – é que você tem uma fama ENORME, não pouca

Ele me olhou, parecia estar analisando minha expressão

– Lauren Blender, você acha que fama é tudo na vida de um garoto de 18 anos?

Neguei com a cabeça, não sabia o que dizer.

– Então, na verdade eu sempre fui um pouco engraçado, meus parentes mandavam eu investir nisso, nunca quis realmente, mas ai comecei com os vines – ele disse sorrindo – e deu nisso, um bando de fãs loucas que correm atrás de mim e querem arrancar minhas roupas

– Imagino – falei entre risos – e como é? Ser famoso?

– Não me considero famoso – ele infatizou o “famoso” – acho que sou popular,é diferente, mas é divertido, eu gosto das meninas que se dizem minhas fãs, mas tem horas que elas exageram

Eu ri.

– Você não precisa de seguranças? – perguntei curiosa

– Depende de onde eu vou – ele falou – se você quser saber essa escola é uma das mais longes da minha casa – ele disse rindo – e vire e mexe venho desfarçado

– Isso não afeta sua relação com a escola?

Eu estava super curiosa para saber de tudo. Não que eu fosse uma fã louca e retardada aponto de rasgar as roupas dele, eu nem era fã, e de vez em quando via os vines, mas queria saber como era ter "fama"

– Na verdade não – ele se virou melhor para mim – Lauren, quando eu falo que não sou famoso, falo com razão, famoso é quando você sai com famosos, aparece na televisão, ou vai em eventos de famosos – ele disse rindo – e eu não faço nada disso, apenas vines, e me tornei popular

– Realmente – falei pensativa – e você conhece outros meninos que fazem vines?

– Varios – ele disse sorrindo – você gosta de vines?

– Gostar, gostar não, mas assisto as vezes, de vez em nunca – falei rindo, fazia um tempo que não via vines, já que ultimamente eu mal conseguia sorrir

Antes que ele pudesse responder o sinal tocou.

Depois do intervalo a hora passou voando. E quando fui ver, já era hora de ir embora. Fiquei esperando Alana que tinha ido no banheiro. Eu estava sentada no banquinho da quadra, até derrepente aparecer ele

– Oi – ele disse sorrindo – bom, mal falamos sobre o trabalho, aonde você quer fazer?

– Pode ser na minha casa?

– Claro – ele disse sorrindo

– Me acompanhe então – falei levantando e ele foi atras de mim, Alana estava vindo em minha direção com um super sorriso no rosto

– Oi Taylor – ela disse

– Oi Alana – ele respondeu. Pelo visto eles já se conheciam. Seguimos então caminho para minha casa, e Alana para a dela. Quase não troquei palavras com Taylor, pois não sabia o que dizer. Assim que chegamos mandei ele entrar.

– Não se assuste – falei sem jeito – não tenho pai nem mãe.