Desavenças escrita por Bibis


Capítulo 2
Capitulo dois




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Eu mal conseguia se levantar da cama, estava cansada do dia anterior, um dia difícil, minhas costas tinham um peso enorme, que parecia quase impossível eu poder levantar, tudo doía, inclusive a cabeça. Olhei para o relógio na escrivaninha do lado da cama a hora marcava nove e meia, sabia que havia perdido a aula, e achoi estranho Collin não ter me acordado, continuei deitada na cama olhando para o teto, como se fosse a coisa mais bonita para se admirar no momento, meus pensamentos estavam longe da realidade, queria um pouco de liberdade daquele mundo louco que sempre complicava tudo.

Decidi levantar e abrir a janela, para minha alegria estava sol, e fazia calor, o que indicaria que o dia não teria um clima tão pesado. Caminhei lentamente até o banheiro, ao me olhar no espelho as olheiras eram bem evidentes, ultimamente não havia dormindo tão bem quando deveria. Após tomar um longo banho, decidi descer e encarar o dia que vinha pela frente.

Mas antes de descer parei para olhar a foto de seus pais que estava ao lado de sua cama, meu olhar triste e pesado conseguia dizer tudo o que eu sentia no momento.

– Bom dia – Collin disse – Não te acordei, achei que o clima de ontem não ia te dar vontade de ir a aula.

Apenas apenas confirmou com a cabeça, procurando algo no armário para poder comer, até ser interrompida por Collin novamente

– Aqui, fiz pão com ovos, e tem leite na geladeira, vou até a cidade, mais tarde estou por aqui, se precisar é só você me ligar, tudo bem?

– Obrigado, o que vai fazer lá? – Disse sem muita importância

– Um compromisso, mas prometo que volto logo – Ele disse pegando as chaves do carro e saindo.

– Se cuide

Tomei meu café e fui sentar no sofá para ver TV, queria esquecer o clima pesado do dia anterior. Por sorte, ou não, estava passando o filme favorito de minha mãe, mas eu não queria lembranças, então logo mudei de canal, como se nem tivesse visto aquilo.

Nada de interessante na TV, decidi ir lavar a louça para tentar se distrair um pouco, enquanto pensava no que Collin ia fazer na cidade, pois ele nem havia falado antes desse “tal compromisso”, achei estranho, porem não fiquei se questionando sobre. Pouco depois das onze decidi sair de casa e ir passear com meu cachorro, Bubi, um pequeno vira-lata que eu tinha faz quase cinco anos, era o xodó da família, agora só meu e de Collin.

O dia lá fora estava lindo, admiti para mim mesma, o ar fresco e os ventos que balançavam as arvores enormes que tinham em minha rua, era como um clima de filme, algo incrível, e reconfortante. O sol brilhavam e direção aos meus olhos, que pareciam mais verdes do que o normal. Decidi ir até o parque central junto com Bubi, precisava aproveitar aquela manhã, mesmo estando quase no final.

As arvores do parque estavam mais lindas do que no resto do ano, parecia que foram pintadas cada folha a mão, as cerejeiras eram as mais evidentes, brilhavam que nem diamantes, lindas. Após esse longo passeio, decidi voltar para casa, e felizmente Collin já estava lá, olhou no relógio em seu pulso e marcava meio dia e vinte e cinco.

– Demorei? – Ele perguntou, ao me entrando

– Não, até que não. O dia lá fora esta lindo, decidi dar uma volta com o Bubi. – disse sorrindo verdadeiramente.

– Realmente – ele disse retribuindo o sorriso

– O que foi fazer na cidade? – perguntei

– Ver uns empregos – ele respondeu sem mais delongas, tentando parecer o mais sincero possível

– Empregos? – Perguntei, não desconfiada, mas achando a situação engraçada – você trancou a faculdade, grande pulo ir direto para o emprego não?

– Realmente, mas estou pensando em voltar – ele disse procurando algo na geladeira – acho que uma distração e tanto vai me fazer bem!

– Verdade, será bom! Eu também preciso de algo – falei, indo se sentar – O que esta procurando?

– Um suco – disse por fim – mas acho que não tem mais –

– Sinto muito – disse entre sorrisos – mas eu tomei o restinho

– Esperta! Vou comprar mais, você pode preparar o almoço? – disse ele saindo, eu apenas assentiu com a cabeça.

O dia estava indo muito bem pensei, me livrando de lembranças desnecessárias no momento. Decidi que faria macarrão com queijo, e frango frito, comida favorita de Collin. Eu estava disposta a deixa-lo mais alegre, já que ontem isso não deu muito certo.

Depois de ter feito o almoço, arrumei a bagunça, me sentiu cansada e decidi ir sentar no sofá enquanto Collin se trocava no quarto. Eu quase nunca falava com minhas amigas depois do ocorrido com meus pais, eu fiquei alguém mais reservada, mas no fundo sabia que precisava de amigas, e mesmo que tinha poucas, eram minhas amigas, que em momentos bons como também em momentos ruins estavam ao meu lado, era apenas três, mas eram as melhores que eu poderia ter.

Decidi que chamaria Alana para almoçar comigo hoje. Subi até quarto para pegar meu celular, para poder ligar para ela. Pouco depois desci para esperar Alana, que havia confirmado que viria e ficou muito feliz pelo convite, pois fazia pelo menos uns vinte dias que nós não sem falávamos!

– Obrigado por me chamar! Estava com saudades de você! Não te chamei para sair pois imaginei que você não estava muito bem – disse Alana entre sorrisos – Mas vejo que agora você esta melhor

– Obrigado também por ter vindo, eu também estava com saudades, é sempre bom ter você por perto, e agora estou bem, obrigado – disse , colocando minha mão sobre a sua que estava sobre a mesa.

– Chegam de mimimi, meninas são sempre assim com as amigas? – Disse Collin fazendo careta

– Talvez – disse Alana rindo – depende de quanto tempo estão sem se ver – ela terminou olhando para mim e sorrindo

Após almoçarmos Alana quis me ajudar com a bagunça, enquanto lavávamos a louça e limpávamos a cozinha, eu sentia que eu realmente estava bem e feliz, quase nunca eu me sentia assim, mas sabia que sua presença me fazia bem, e meu orgulho de não querer falar com minhas amigas estava me fazendo mal, pois sei que mesmo sendo imperfeitas elas são como um remédio para mim, sempre que podem me apoiam e me ajudam!

E eu nem lembrava mais como era estar com uma delas, ou como era divertido conversarmos sobre cosias sem sentido ou artistas que gostamos. Até Alana tocar em um assunto em que eu não queria muito conversar, mas não poderia negar e não responder a sua pergunta.

– E você e o Willian? – ela disse meia sem jeito, mas percebi que ela estava meia preocupada com nossa relação

– Bom... – eu disse tentando medir minhas palavras – eu não terminei com ele, para falar a verdade, eu apenas estou o evitando, tem dois dias já, acho que é um começo – falei olhando para baixo, estava com vergonha por não ter conseguido terminar com meu “namorado” e ter que evita-lo da maneira mais bizarra possível.

– Evitando? – ela disse entre risos – isso é ótimo, mas uma hora ele vai querer procurar você e sabe o por que disso.

– Eu sei, mas não me importo muito com isso, já era para termos terminado faz um século, e acho que ele mesmo já deve ter pensado nisso – eu disse – ate mesmo por que ele ainda nem me ligou

– E quando ele te ligar?

– Não vou atender, andei pensando sobre “nós” e sobre o que meu irmão dizia sobre “nós” e como eu era e ainda sou incapaz de terminar com ele – falei balançando a cabeça – decidi fingir que ele não existe mais, infantil, eu sei, mas é isso mesmo – conclui tanto uma risada

Depois de um bom tempo de estarmos conversando Alana deve de ir embora, e eu realmente estava cansada, mas fiquei realmente feliz por ela ter vindo e ter me distraído um pouco. Subiu e fui deitar, não estava com sono, fiquei ouvindo um pouco de musica, até quase pegar no sono e ouvir Collin batendo na porta.

– Entre – falei me arrumando na cama e tirando um dos fones

– Bom, antes de tudo, não fique brava – ele disse sentado na ponta da cama, com um pouco de receio sobre o que ia falar

– Tentarei

– Quando você me perguntou sobre o que fui fazer na cidade, na verdade não era pra ir procurar emprego, eu fui atrás de uma psicóloga, como você mesmo tinha pedido – ele fez uma pausa para chegar mais perto de mim e poder colocar sua mão sobre a minha, e tirou um papel do bolso – aqui tem alguns números, se você quiser pode ligar, e não te falei logo que cheguei, pois achei que ia estragar um pouco do clima de alegria que você estava de manhã, e eu estava e estou feliz por te ver bem – ele disse sorrindo – se quiser, estão ai.

Fiquei analisando por um tempo sua expressão, e ele estava sendo bem sincero, parece estranho esse negocio de irmãos se darem tão bem como nós, mas somos assim, ultimamente ele que tem cuidado de mim, e eu tenho evitado maximo brigar com ele, e estava feliz por ele ter atendido o meu pedido, mesmo que ele tenha achado meio exagerado.

Apenas assenti com a cabeça e falei obrigado, tão baixinho que acho que ele mal ouviu. Ele deu um beijo na minha testa e saiu, sem falar mais nada. Eu fiquei olhando um tempo para os números de telefones e os nomes das psicólogas, eu tinha que pensar se era isso que eu queria, ou se eu poderia tentar mais uma vez, mas decidi pensar isso pela manhã seguinte. Coloquei meus fones e fui dormir. Amanhã era outro dia.


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