Twin Souls Almas Gemeas escrita por ninhacullen


Capítulo 17
Correndo


Notas iniciais do capítulo

Eba!!! Mais um capítulo!!!

Enjoy!



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Eu queria saber seriamente por que eu tinha que ir a aula. Era o momento  mais chato do meu dia, aturando aqueles professores babões e insuportáveis. Ainda mais na aula de literatura inglesa. Ah não a aula de literatura inglesa.


Minha professora Sra.Babcock (Wilda Babcock) tinha um sério problema com romances. A lista de leitura para o ano foi como uma facada para o meu pobre coração: Romeu e Julieta, Razão e Sensibilidade, Mcbeth etc. Como todos sabem, eu não sou uma pessoa “quero uma amor eterno”. Eu gosto de viver a vida, aproveitar cada segundinho que posso na minha condição de mortal. Mas parece que a Wilda não achava minha opinião lógica. E seu problema com romances se estendeu para problemas com policiais. E por isso ela ia ser substituída.


Quando entrei na sala, eu esperava por tudo aquilo. Meu companheiro de assento (com que antes me embolava na sala fechada) Ace Mitchel conversava com Adolpha. Aleeza estava assentada do outro lado da sala, seus olhos preocupados após meu ataque de raiva momentâneo. Graças a Deus eu não chorei. Odeio chorar.


O sorriso sacana de Ace me deixou vermelha, me lembrando das fofocas espalhadas por Adolpha e seu comparsa ardiloso. Graças a Deus Sloan não veio falar comigo ainda. Se isso chegasse a ele, minha credibilidade estaria arruinada. Assentei ao lado de Ace, os ombros murchos, os dedos apertados em volta do caderno.


Ace me olhava com um misto de satisfação e desejo, meu rubor aumentando.


“Que foi?” perguntei rude,olhando fixamente para ele.


“Estava lembrando de você gemendo meu nome.” Ele respondeu, seu hálito soprando pela minha nuca.


“Nossa, que imaginação fértil a sua.” Respondi baixinho querendo morrer.


Ele riu, soprando seu hálito no meu pescoço. Antes, porém, que ele pudesse me responder com algo podre, ele simplesmente parou e olhou fixo para frente.


Lá estava o professor substituto, Sr...Cleveland? Uma professor com nome de cidade? Só falta ele ter nascido em Ohio...(n/a: Cleveland fica em Ohio). Pisquei tentando ver se o que eu lera estava certo no quadro.


“Olá, meu nome é Raymond Cleveland, seu novo professor de Literatura Inglesa.” Ele parou se aproximando da minha mesa. “ Nasci no estado do Kentucky, em uma cidade chamada Jamestown. Sou formado em literatura inglesa e fiz doutorado e mestrado sobre a mesma.”


Por que eu suava frio?


“Estava lendo a lista dos seus livros, coisas básicas: Brontë, Austen, Shakespeare. Decidi colocar um a mais.”


Sussurros proliferaram pela sala.


“Stoker.” Ele parou analisando nossa expressão.


Stoker? Mas Stoker não era de...


“Drácula?” Ace perguntou do meu lado, suas sobrancelhas pretas se unindo.


Cleveland suspirou, como se esperasse aquilo. Vai ver que ele tinha sido informado sobre o...caos que a palavra “vampiro” causa ao ser pronunciada.


“Eu sei como a tribo de vocês quileutes se sente em relação a esses seres mitológicos.” Ele frisou bastante mitológicos. “ Mas garanto que será uma boa leitura e que será gratificante ao perceberem o valor dessa obra de caráter mundial.”  


Ele passou entregando os grossos volumes de mão em mão. Minha visão ficou embaçada ao ver, na capa um belo homem, de pele pálida e olhos negros profundos. Os caninos apareciam por baixo dos lábios rosados. Em seus braços jazia uma mulher de densos cabelos negros e pele pálida, marcada por duas pequenas feridas.


Recobrei minha respiração, olhando atarantada para os lado vendo que meus colegas liam seus livros silenciosamente.


Então baixei os olhos para o livro, abri a página e comecei a leitura.


Só não sabia que ia ler o livro quase inteiramente em um dia. Tinha ficado vidrada na história do jovem médico que conhece um conde diferente, chamado Drácula. Drácula foge para a Inglaterra, enquanto o médico fica na companhia de três belas mulheres que somente se alimentavam de sangue.


Somente se alimentavam de sangue? Só sangue?


Porém o médico foge e se encontra com sua esposa, Mina, cuja amiga na Inglaterra estava bastante doente, com uma estranha palidez.


Estranha palidez...


Parei por um momento, tentando entender aquilo que eu tinha lido. Faltava poucas páginas para eu terminar o livro e saber o que é que ia acontecer com a Mina quando o sinal tocou, tomando minha atenção para o almoço.


Deslizei até a parte externa do colégio, onde árvores se espremiam em torno de mesas de piquenique. Me sentei em uma dessas mesas, cobrindo o banco cheio de neve com minha capa de chuva. Não me importa que estivesse fazendo sei-lá quantos graus negativos, eu tinha que terminar o livro.


Então começou a nevar. Os pequenos flocos de neve caíam em círculos e tentei proteger as páginas delicadas do livro ao máximo. Esqueci de tudo quando ouvi uma voz:


“Ih, se não é aquela garota que deu para o Ace.”


Olhei para trás e vi uma menina baixinha de cabelos encaracolados me analisando enviesada.


“Eu soube que ela traiu o Sloan.”


Outra garota, mais alta e com uma trança grossa praticamente gritou.


“Ela foi vista se agarrando com aquele gostoso Cullen.”


“Quem, o moreno alto ou o ruivo?”


“O ruivo, claro.”


Então elas partiam, me olhando de lado. E isso não parou. Outras apareciam, com os mesmos comentários maldosos. O peso no meu coração ( que eu tinha achado que tinha sumido) apareceu retumbante novamente, esmagando dolorosamente. As lágrimas saíam dos meus olhos, tímidas. Mas isso porque eu as continha.


“Soube que ela anda fumando.”


“Cigarro?”


“Maconha.”


“Foi vista bêbada em First Beach, nua com o Seth.”


“Me disseram que ela está grávida. E não sabe quem é o pai.”


“Me falaram que o pai é o Cullen.”


“Não era o Ace?”


“Achei que fosse o Sloan.”


“Parece que ela está deprimida.”


“Deprimida eu também estou! Olha o meu cabelo!”


“Não, idiota! Estou falando de depressão!”


“Meu pai é médico em Forks e disse que ela tentou cortar os pulsos. Acharam-na em casa sangrando.”


“Me falaram que ela tentou abortar, mas não conseguiu.”


As lágrimas foram ficando mais intensas e eu já não conseguia pensar direito. Só queria dar o fora dali o mais rápido possível. Com essa platéia, porém, eu não ia conseguir.


“São gêmeos.”


“Gêmeos?”


“É, Adolpha me contou. Parece que elas são melhores amigas, ou sei lá.”


“Parece que o pai é o Seth.”


“Menos mau. Se fosse o Cullen, pensou... Isso não seria incesto?”


“Eles não são irmãos de sangue, El. Eles são adotivos.”


“Ainda é estranho.”


“Olha como ela está, sozinha. Coitada. Ir para reabilitação, vender o corpo e ficar grávida de trigêmeos... “


“Pena nada. Fez por merecer. Galinha desde que traiu Sloan.”


“Ele não sabia... Está desolado...”


Droga, o Sloan sabia.


O sinal tocou forte, enquanto todos saíam para suas aulas. Esperei os passos se afastarem, as vozes duras ficando cada vez mais longe. As lágrimas agora saíam aos borbotões, tremendo minha visão.


Então me levantei e saí correndo pela floresta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!!!

Não esqueçam do presentinho de Natal amnhã, ok?

Obrigado pleos reviews e pela atenção!
Faça um autora feliz: Mande reviews!

BitesandKisses,
Ninha Cullen