Impossible Love escrita por Red Riot


Capítulo 1
Forbidden Romance... - Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Yeeeeey!! *u*

Well, aqui estou eu com mais uma história maluca surgida na minha cabecinha doentia e desocupada XD Eu já queria fazer algo assim há um tempo, de preferência uma long-fic, mas como já há uma long com esse tema aqui na categoria, acabei por fazer uma one-shot. Não deve ter ficado lá essas coisas, mas espero que lhes agrade!! :33

História que possui como cenário a Segunda Guerra Mundial. Apesar de representar um fato histórico autêntico, não se baseia em fatos reais. A imagem utilizada no capítulo também não é de minha autoria.

Boa leitura ^.~



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Polônia, 13 de janeiro de 1944 – Rede de campos de concentração de Auschwitz-Birkenau.

– General Cartman! – Uma voz clama pelo General, que no momento acompanhava a ida de mais centenas de judeus para os campos de extermínio. Chovia naquele momento, mas mesmo em meio a gelados pingos aquelas pessoas eram levadas para a morte.

– Diga, soldado McCormick. – Responde imponente, sem tirar os olhos da corrente judia à sua frente.

Ah, como era bom para ele ver tal raça ser exterminada impiedosamente daquele jeito!

– O que fazemos com os judeus úteis? Para onde os mandamos? – Indaga de voz firme, porém era perceptível que estava intimidado com a figura de Cartman.

Afinal, quem não estaria? Eric Theodore Cartman era um dos mais perversos e respeitados generais de todo o período nazista. Temido, frio e aparentemente sem coração, não tinha a mínima piedade de mandar inocentes e apavorados judeus para a morte anunciada. Não, pelo contrário, seu semblante sempre se tornava alegre e sorridente sempre que os via agonizar, implorar por clemência.

– Mandem-nos para a câmara de gás também. Já temos muitos trabalhadores, não vejo a necessidade de mais. – Ordena, sem realmente prestar atenção no loiro de orbes azuis que o fitava. Embora estivesse por falar com o soldado, no momento sua mente imergia em devaneios diversos. Curiosamente, todos eles rondavam um peculiar garoto de cabelos cor de fogo.

– Entendido, General. – O de cabelos aloirados faz uma reverência a seu mandante, e logo se retira. Fora em direção ao começo da fila judia que ali havia, pobres almas enfileiradas adentrando a câmara que lhes daria um ponto final.

Ponto final este que encerrava felicidades. Momentos. Memórias. Romances. Histórias.

Vidas.

Cartman retorce o rosto em uma careta, assistir àquilo já havia se tornado entediante. Chamou pelo soldado mais próximo de si, um moreno de olhos negros e indiferentes. '’Tucker, fique no meu lugar até eu voltar’’ diz ao soldado, que assente. O General então começa uma lenta caminhada movida a curtos passos em direção à uma pequena casa, aparentemente de um único cômodo, não tão longe dali. Era lá, lá que estava o motivo pelo qual estivera tanto tempo imerso em pensamentos.

Conhecera o tal motivo há seis meses, quando um certo garoto fora levado para o complexo de concentração. Era um sábado, o General fora chamado à uma pequena floresta ali mesmo nos campos para analisar entre os judeus que chegavam os que serviriam de trabalhadores. Dentre tantos, um garoto era o mais peculiar. Vestia reles roupas rasgadas e uma capa vermelha por cima, a enrolava constantemente no corpo como se para se aquecer, afinal de contas aquelas vestes finas não deveriam agasalhar nada. Enquanto Cartman analisava cada judeu da '’remessa’’, este em especial lhe chamou a atenção.

Seus olhos esmeralda eram os mais lindos que Eric já vira em toda a sua vida.

Já estava a manda-lo para a câmara quando algo lhe impediu que o fizesse. Não sabia o que era, nem poderia definir ou explicar, só sabia que era algo forte e esmagador, um tipo de aperto no peito. Ao fim, decidiu por fazer aquele franzino judeu seu prisioneiro particular. Queria explorá-lo, e também descobrir o que afinal tinha nele que o interessava tanto.

O levou para sua sala, grandiosa e aconchegante, localizada em Auschwitz I. Largou o menino em um canto qualquer. Estava imundo e mal tratado, e parecia não comer há dias. Se quisesse realmente usá-lo, teria que primeiro dar um trato nele, se recusava a trabalhar com alguém tão largado desse jeito. Teria de alimentá-lo para nutri-lo, dar-lhe banho e arrumar-lhe roupas para ficar bonito e de boa aparência.

Seria possível aquele garoto ficar mais bonito do que já era?

Chamou pelo Tenente Marsh, seu então melhor amigo e melhor soldado. O jovem de olhos azuis escuros e cabelos negros como a escuridão adentrou ao salão, e assim que o faz logo paira seu olhar sobre o judeu ali presente. Parecia tão impressionado com sua beleza natural quanto o amigo mandante. Cartman reparou o igual fascínio do moreno pelo seu prisioneiro, e não sabia porquê, mas se sentia incomodado com aquilo. Estava com...

Ciúmes? De um judeu? Não, isso era tecnicamente impossível. Certo?

Ordenou a Stan (primeiro nome de Marsh, somente Cartman o chamava por este) que desse os devidos cuidados ao recém-capturado. E assim foi feito.

O tempo foi passando, e Eric teve a tão querida chance de se aprofundar na vida daquele menino. O de olhos verdes tinha uma história de vida realmente interessante (embora triste e trágica), era realmente do agrado do General conhece-la por inteira. E não só isso, observar aquela figura tão sofrida lhe trazia calma, uma espécie de paz interior. Mesmo ante toda aquela situação, ele parecia conformado, e o soldado gordinho diria até que o judeu também gostava de sua companhia.

Os abundantes cachos ruivos daquele garoto encantavam Cartman, embora o mesmo tivesse certo preconceito contra qualquer pessoa de cabelos mais alaranjados. Como ele poderia se sentir tão bem na companhia de um judeu que ainda por cima é ruivo?

A relação de trabalhador-mandante cresceu, e logo os dois se viam acorrentados em quem deveria ser seu maior rival. Não podiam admitir, mas não podiam viver mais sem o outro. Obviamente, ninguém mais poderia saber disso, seria um segredo deles. Talvez o maior segredo que já tiveram de guardar.

Mas como nada é perfeito, algo viria para atrapalhar a tão repentina afeição crescente dos dois.

Aconteceu uns dois meses depois da chegada do ruivinho à Auschwitz. Eric havia saído brevemente para resolver assuntos, e quando voltara à sala, se deparou com provavelmente a cena mais detestável que poderia ver. Stan Marsh agarrado, aos beijos, com o judeuzinho.

Com o seu judeuzinho.

O ódio lhe tomou conta. Não sabia o que fazer, ao menos acreditava que estava presenciando aquilo.

Uma discussão se forma entre ele e o tenente, deixando o prisioneiro apavorado. Aquilo poderia trazer consequências nada boas para ambos os lados. E foi realmente isso que aconteceu.

Num ato impensado causado pelo ciúmes e pela obsessão, um tiro é disparado. Um não, dois. E então três, quatro. Todos direcionados à Marsh. Mesmo o soldado já caído, Cartman continuava a atirar, como se para ter certeza de que estava morto. Os disparos só são interrompidos à pedido de Kyle, que gritava em horror à cena.

O próximo castigo será justamente para o cacheado. Quer dizer, seria, se o menor não conseguisse de um jeito que mais ninguém no mundo conseguiu amolecer o coração de gelo do General. Contara que o Marsh que havia partido para cima dele, que tentou se afastar, mas por ser previsivelmente mais fraco perdeu, e foi obrigado a ceder. Não foi exatamente isso que comoveu o maior (embora o fato fosse verídico), mas sim a frase que veio depois.

'’Eu nunca trocaria o excelentíssimo general, por ninguém nesse mundo’’

Embora fosse estranho ver um judeu falar isso de uma autoridade nazista, em tal caso era até compreensível. Depois de tantos anos foragido, Cartman foi o primeiro que lhe acolheu, lhe deu os suprimentos básicos para se viver e o mais importante, lhe deu carinho e atenção. Ao modo Cartman de ser, mas não deixava de ser a afeição que o ruivo tanto queria e necessitava.

E depois disso o laço entre eles só se estreitou. Tiveram seu primeiro abraço sincero, seu desejado primeiro beijo, e sua tão esperada e prazerosa primeira vez. E no meio desse romance tão proibido, Cartman não conseguia entender.

Como uma pessoa tão maravilhosa como Kyle podia seguir uma religião tão medíocre?

E na cabeça de Kyle, uma outra pergunta, um tanto mais importante, lhe assombrava.

Até quando isso duraria?

Finalmente Eric chegara ao pequeno imóvel. Abriu a porta já caindo aos pedaços, e lá estava ele. Seus grandes e expressivos olhos fitaram os maldosos e cínicos do General, um sorriso se forma nos lábios dos dois.

– Kahl, – Começa Cartman. – venha comigo.

– Para onde vamos? – Indaga curioso.

– Somente venha, Broflovski. – Observa seu amado fazer um biquinho indignado, não consegue evitar rir com aquela cena. Como podia ser tão fofo?

Saíram da saleta em meio a chuva que se intensificava e seguiram para fora dos campos. Chegaram a um lugar próximo de Auschwitz, um pequeno campinho aberto, de grama ressecada e sem vida.

– Por que me trouxe aqui, Eric? – O judeu parecia confuso e intrigado, não havia nada naquele lugar que parecesse um motivo para irem ali.

– Kahl, você sabe que, independente de relações pessoais, eu preciso exercer meu trabalho, não sabe?

– Sim, sei. Você já deixou isso bem claro ao mandar tantos judeus amigos seus às câmaras de gás.

– E você também sabe que isso se aplica a você, certo? – Pronuncia normalmente, como se não fosse grande coisa. Observa o de cabelos vermelhos arregalar os olhos em espanto. Um longo e incômodo silêncio se instala.

– Então... Mesmo depois de tudo que passamos juntos, irá me matar? – Pergunta desanimado, algumas lágrimas já se formavam no canto de seus olhos, logo escorrendo por suas bochechas.

– Sim. – Responde limpando as lágrimas do menor, que se segurava a todo custo para não cair no choro. – Não tenho mais como te esconder dos outros, e ter que mantê-lo aprisionado em um único cômodo sem contato com o mundo... Não, essa vida não é digna para você.

– Sabia que isso aconteceria uma hora ou outra. Era inevitável. – A voz do pequeno judeu já perdia a vida e a esperança. – Por que não me levou direto para a câmara?

– Não, a morte na câmara é muito sofrida. Não conseguiria te ver morrer dolorosamente daquele jeito. Muito menos conseguiria lidar comigo mesmo depois sabendo que fui eu o que te tirou a vida daquele jeito tão horrível. - Diz sinceramente. - Feche os olhos. – Pediu, sendo atendido de imediato pelo ruivo.

O que faria a seguir não era fácil, muito menos justo para com o outro. Mas seria obrigado a fazê-lo. De jeito nenhum poderiam continuar a viver desse jeito. Viviam um romance proibido, um amor impossível.

Às vezes, em meio a toda destruição causada pelas mentes humanas, orgulhosas e egoístas, pode-se sim surgir o amor e a compaixão. No lugar mais impossível, entre os dois inimigos declarados. Ah, o amor. Talvez seja este, o único sentimento capaz de superar o orgulho e anular o ódio. Como pode um simples sentimento abstrato ser tão poderoso assim?

Eric fica por trás do amado, apoia o queixo em seu ombro, deixando os rostos colados lado a lado e alinhados. Desembainha de seu cinto duas pistolas. Reparou que o Broflovski continuava lacrimejando, já deixando todo o choro rolar por sua face. Aquilo lhe doía o coração, seria melhor acabar com tudo aquilo de vez. Leva uma arma até sua cabeça e a outra até a cabeça do judeu.

– Hey? – Se pronuncia o judeu.

– Sim?

– Eu te amo, Cartman.

– Eu também te amo, Kyle.

E disparou. Primeiro a arma apontada para Kyle, milésimos de segundos depois a arma apontada para si. Havia dado um ponto final à vida de mais um inocente. E dessa vez, decidira dar um ponto final à sua própria também. Não teria coragem de simplesmente tirar o direito de viver da pessoa que mais amava no mundo e continuar, como se nada daquilo tivesse acontecido, como se não tivesse conhecido aquele garoto tão especial e perfeito.

Não se arrependera da vida que levou, e tinha certeza que Kyle também não, pois o que sentiam um pelo outro conseguia superar todo o sofrimento antes passado. Não tiveram um final feliz, realmente, até porque finais felizes só acontecem em contos de fadas, onde a vida é fácil e há sempre uma solução para todos os mais difíceis problemas.

Porém, com o pouco que tiveram nesses seis meses, foram felizes, e morreram agradecidos por terem a chance de se conhecerem. Quem diria que afinal, um nazista poderia nutrir algo tão grande por um judeu e vice-versa? Ah, sentimento brincalhão este que adora brincar com as mais remotas das possibilidades.

Os corpos caem sem vida no gramado molhado e empoçado. Era o fim definitivo de uma história de amor impossível. Mas como dizem, o impossível pode sim se tornar possível.

Certa vez Platão disse que o amor é uma das mais graves doenças mentais. E talvez fosse mesmo. Pois somente ele fora capaz de fazer o tão orgulhoso e egoísta General Cartman desistir de todo o poder e autoridade que tinha para tentar uma vida melhor com seu amado, em uma outra realidade. Uma outra realidade que não fosse esta aqui.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

Caso tenham gostado, por favor deixem seus reviews, favoritos e quem sabe até uma recomendação caso tiverem achado realmente digno. ^.^

Até ^3^ ❤ ❤