Alvo Severo e o retorno da bruxa vingativa escrita por Lizandra Buttler


Capítulo 3
O Chapéu Seletor. - Narrado por Scorpius


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer especialmente a todas as pessoas que comentaram os capítulos anteriores. Lembrem, o comentário de vocês é muito especial para mim.



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James entra no compartimento e me olha da cabeça aos pés. Ao perceber que sou um Malfoy ele me fuzila com o olhar.

Quando ouço sua voz grave começar a falar com Alvo Severo, desvio minha atenção para qualquer outra coisa. Não gosto de ouvir conversas as quais não fui chamado. Os dois irmãos começam a discutir tratos até chagarem em um acordo final. Enquanto isso olho pela janela do trem. As paisagens mudam rapidamente, ora vegetação, ora água, ora animais...

Escuto a porta do compartimento se fechar. James foi embora.

– Era seu irmão? - pergunto a Alvo Severo já sabendo a resposta.

– Sim, infelizmente. Ele fica me atormentando, dizendo que não vou sou amado pelos meus mais e que nasci por acidente. - ele solta um suspiro e da de ombros. - já nem me importo mais. Mas agora com o novo trato, James não poderá mais me irritar.

– As vezes eu queria ter um irmão mais velho... Estou sempre sozinho em casa. Minha única companhia é meu elfo doméstico...

– O que?! - Rosa me interrompe. - Você tem um elfo doméstico? Não tem coração por acaso?

Solto um suspiro triste.

– Já quis liberta-lo. Meu pai não deixa. Sabe, no início, quando eu era criança, meus pais me davam mais atenção, compravam brinquedos, corujas, faziam magia... Até que um dia um carteiro viu meu pai flutuando uma mesa dentro de casa. Dai... Aconteceu... O carteiro filmou com seu celular e meu pai enlouqueceu. Ele me mandou para o quarto, curioso fui até a janela próxima a minha cama para ver o que ia acontecer. Quando vi um raio de luz verde saindo da ponta de sua varinha. No início dei risada, pensei que era apenas um brincadeira, mas quando vi meu pai pegando o corpo e colocando em um saco preto eu percebi... O homem estava morto. Alguns anos depois contei que não queria ser como Draco Malfoy. Queria ser como Harry Potter. Meu pai não teve dúvida... - lágrimas escorrem em meu rosto. - eu fiz uma pessoa sofrer... Eu a torturei... Fiz um feitiço, não era uma maldição imperdoável, mas um criado pelo antigo professor de poções do meu pai. Ela sangrou... Sangrou até a morte. - meus olhos já estão inchados e quando falo, o gosto salgado das lágrimas invade minha boca. - e assim a família Malfoy ficou conhecida por cometer mais uma morte. No final meu pai jogou o corpo em um lago e limpando o sangue das mãos na camisa disse para mim orgulhoso. "Filho, você se saiu muito bem! Com certeza irá para a sonserina!"

Permanecemos em silêncio até o fim da viajem.

– Bem-vindos a Hogwarts! - diz uma voz em um micro-fone. - Por favor, alunos do primeiro ano acompanhem o Sr. James Siriús Potter. Alunos em diante acompanhem o Sr. Josh Booth. Os dois se encontram no primeiro vagão.

– Vamos? - pergunta Rosa abotoando sua pesada capa preta.

– Vamos! - Respondo em uníssono com Alvo Severo.

Caminhamos até o primeiro vagão onde se encontra James. Novamente ele me fuzila com os olhos por trás das lentes quadradas do óculos.

– Alunos do primeiro ano, vocês já podem desembarcar do trem, me encontrem na margem do lago. - a voz grave do Potter ecoa pelo megafone.

Rosa e Alvo Severo desembarcam e quando vou descer uma mão firme e forte segura meu ombro puxando-me para trás.

Uma voz grave fala em meu ouvido.

– Olha só Malfoy, não se aproxime tanto de meu irmão se não você vai sentir as consequências de se aproximar demais de um Potter.

A mão me solta e arrumo as vestes em meu corpo. Pulo do trem sem me virar para trás.

Alvo Severo se aproxima para falar comigo mas logo dou meia volta e caminho para o outro lado.

Coloco as mãos dentro do bolso da capa e ando devagar até a margem do lago.

Alguns minutos depois começamos a embarcar em canoas e trabalhamos em grupo para remar.

– Oi. - diz um menino de cabelos negros. - qual seu nome?

– Sou... Scorpius...

– Scorpius de que?

Quase sussurrando respondo

– Malfoy.

Rapidamente o garoto vira o rosto como se ele nunca tivesse conversado comigo.

Escuto um grito vindo da canoa ao lado. Alguns garotos empurraram uma menina para fora fazendo-a cair na água. Eles riem da cara dela enquanto a garota grita desesperada.

– Por favor me puxem de volta! Eu não sei nadar!

Movido pelo impulso, desabotoo minha pesada capa preta e pulo no lado.

Logo sinto todo o meu corpo congelar por conta da água fria.

Ignorando o frio, nado o mais rápido possível até a garota. Seguro seu braço e a puxo de volta até a minha canoa.

– Tome. Pegue isso. - falo para ela oferecendo minha capa. - vai te aquecer.

Tremendo a garota aceita a capa e enrola em seu corpo.

– Obrigada. - ela responde batendo os dentes. - você me salvou.

Um sorriso leve se forma nos cantos de minha boca.

– De nada.

Quando chegamos do outro lado do lago pergunto:

– Qual o seu nome?

– Elena, Elena Creevey. Filha de Dennis Creevey... E você?

– Scorpius, Scorpius Malfoy. Filho de...

– Draco Malfoy. - ela completa minha fala.

Olho para baixo sentindo as bochechas corarem.

– Ei. Não se sinta triste. Não é só porque o seu pai foi um comensal que você também será mal. Você é um bom garoto. Você me salvou!

Chegamos a porta do castelo. Fico impressionado pelo quão belo ele é.

– Bem-Vindos a escola de magia e bruxaria de Hogwarts. - diz uma voz em baixo do batente da porta. Logo, reconheço Minerva Mcgonagall. - Alunos do primeiro ano, por favor me sigam.

Seguimos a Diretora de Hogwarts até a porta do salão principal.

Entramos no salão e como se todos nós fossemos um só, olhamos para o teto.

O lugar é impressionante, velas flutuam, o teto mostra como está o céu e quatro mesas enormes se entendem até o final do salão onde esta localizada uma quinta mesa com todos os professores de Hogwarts.

Um branquinho de três pernas é colocado bem em frente a mesa dos professores e um aluno que reconheço ser Josh Booth coloca um chapéu marrom com vários pontos remendados.

A voz fina e esganiçada de Minerva chama o primeiro nome.

– Alvo Severo Weasley Potter.

Alvo Severo anda até o banquinho cautelosamente e o chapéu é colocado em sua cabeça. Todos os alunos ficam em silêncio e após alguns instantes o chapéu anuncia:

– Grifinória!

Todos os alunos da grifinória se levantam e aplaudem de pé, muitos gritam, assoviam e batem palma tão alto que mal consigo ouvir o próximo nome da lista. Observo Alvo Severo andar até a mesa de sua nova casa e sentar-se entre James e um outro garoto.

Me perco em meus pensamentos até ouvir outro nome que me chama a atenção.

– Elena Creevey.

Observo-a andar até o banquinho. Desta vez as pessoas cochicham entre si. O chapéu mal é colocado em sua cabeça e ele já anuncia.

– Hufflepuff!

Depois de vários nomes escuto:

– Rosa Granger Weasley.

Os cabelos ruivos da garota se destacam entre todas as garotas e praticamente flutuam até o chapéu.

– Grifinoria!

Repasso o alfabeto em minha cabeça ABC...MNOPQRS... Droga! Depois do "R" vem o...

Mal concluo o pensamento e escuto.

– Scorpius Malfoy. - ouço risinhos vindo das mesas.

Caminho até o banco e me sento. O chapéu é colocado em minha cabeça e conversa comigo mentalmente.

" Ah, mais um Malfoy... Esses cabelos loiros ficam tão bem de verde! Acho que vou te colocar na sonse... "

" Não! Eu não sou mal. Não pertenço a sonserina! "

" Mas já matou uma pessoa... "

" Não foi de propósito! Fui forçado a fazer isso! Ouça, eu não sou mal, não sou arrogante, não sou ambicioso, não gosto de ver a dor nos olhos das outras pessoas! "

" É o seguinte cabeça loira, vou te colocar na sonserina. Mas vou falar para a professora mcgonagall colocar o seu nome na lista do ano que vem "

" Como assim? "

" Ai Merlin, dependendo da sua postura durante este ano posso revogar a sua casa no que vem... Acredite, vai ter que se empenhar muito para provar que não pertence a sonserina... "

" Mas eu não... "

" Deixa eu terminar cabeça oca! Vai ter que se empenhar muito Para provar que não pertence a sonserina pois saiba, eu nunca me equivoquei antes. "

Estou prestes a responder quando escuto a voz do chapéu anunciar:

– SONSERINA!

A mesa da sonserina aplaude em pé. Levanto do branquinho com os olhos margeados por lágrimas.

Ao invés de me dirigir até onde meus novos companheiros de casa me esperam corro pelo salão até a porta. Passo por ela e corro pelo castelo, não sei para onde estou indo e não ligo para isso. Entro na primeira sala que vejo.

Não é uma sala. É um banheiro. As lágrimas já escorrem em meu rosto e encharcam minhas vestes.

Apoio-me na pia e começo a soluçar.

– Não, isso não pode estar acontecendo! Não! Eu não sou da Sonserina! Não sou!

– O que é isso benzinho? Para que chorar? Seu pai amava ser da sonserina. - diz uma voz esganiçada atrás de mim. Olho pelo espelho mas ele não reflete a imagem da pessoa. Viro e encontro um fantasma, conheço ela pelas histórias que ouvi e pelos livros que li. Murta que geme.

– Conheceu meu pai?

– Ah sim, ele era lindo!

A porta do banheiro se abre com um estrondo.

– Ei, Malfoy. Você vem comigo.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem por não postar ontem, eu estava MUITO ocupada. Bem, hoje eu escrevi um capítulo mais ou menos grande. Espero que tenham gostado. Paro ou continuo?
PS: eu não tenho nada contra os sonserinos!



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