My Immortal Beloved escrita por twiggymoxley


Capítulo 1
Capítulo 1




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- Frank, eu espero que... Perdoe-me.
Suas palavras foram sucedidas por um estouro. Ele finalmente havia apertado o gatilho. O sangue tinha se espalhado por todo o cômodo, inclusive pelas cartas que havia escrito. Os envelopes eram dois; um destinado a Frank, e outro para Mikey.

Agora eram três da tarde, e a polícia já havia chegado ao local. O corpo ensangüentado de Gerard já estava sendo retirado. Frank estava lá, recebera uma ligação avisando sobre o ocorrido. Dirigiu-se ao local o mais rápido que pode, e quando chegou, presenciou uma cena não muito agradável. Dois policiais estavam levando o corpo de Gerard para fora, dentro de uma espécie de saco plástico. Frank não ousou se mover; seu corpo permaneceu estático. Aquele havia sido um choque e tanto.
De repente, um homem apareceu em sua frente. As roupas denunciaram que fazia parte da polícia também. Ele se apresentou a Frank como Jackson, e entregou-lhe um par de luvas. O garoto sequer questionou, ainda estava abalado demais para racionar qualquer ato; apenas pegou as luvas e colocou-as. Em seguida, Jackson deu-lhe um gravador, e apertou o botão de “play”. Daquele aparelho, soaram frases vindas de uma voz conhecida. Era de Gerard. Aquelas eram suas últimas palavras, destinadas a Frank. Ao escutar aquela voz, as lágrimas verteram sem demora dos olhos do garoto. Ele chorou silenciosamente, enquanto escutava o último resquício de seu amado.
Quando terminou de escutar o conteúdo da gravação, Frank voltou e escutou novamente. Fez a mesma coisa três vezes seguidas, enquanto apertava o aparelho contra o peito. Por alguns segundos tentou prender o choro, então começou a soluçar baixinho, apertando os olhos enquanto tentava afastar as imagens que vinham em sua mente.
- Eu te perdoo, meu amor. – Frank sussurrou baixo, ao que pressionava o gravador contra o tórax. – Eu te perdoo, eu te perdoo, eu... – Após repetir algumas vezes, ele parou, detido por um soluço.
- Precisamos do gravador agora, Sr. Iero. – O policial denominado Jackson pediu.
Frank levantou a mão e entregou o aparelho a ele.
- Obrigado. Seria do interesse da polícia que o senhor colaborasse com nossas investigações dando um depoimento pessoal.
O pequeno assentiu com a cabeça.
- Quando posso ir à delegacia?
- Se dispuser de tempo, agora mesmo.
Frank livrou-se das luvas fornecidas por Jackson e seguiu acompanhando-o em direção a seu carro. Ao chegar à delegacia, foi conduzido a uma sala. Era um cômodo escuro, porém amplo, que dispunha de uma mesa, duas cadeiras e uma janela de vidro. O pequeno sentou-se numa das cadeiras, um tanto nervoso.
- Soube que você e o Sr. Way tinham uma relação muito íntima... Inclusive, ele deixou uma carta com o seu nome no destinatário.
- Nós costumávamos manter uma relação afetiva muito especial.
- Que tipo de relação? Pode especificar para nós, Sr. Iero?
- Por favor, me chame de Frank. E quanto à Gerard e eu... Éramos namorados.
- Desculpe, acho que não entendi o que o senhor disse. – Jackson pareceu desnorteado.
- Você ouviu muito bem, tenho certeza disso. – As palavras de Frank foram claras e curtas.

O depoimento não foi longo. Logo os investigadores do caso concluíram que Gerard Way tinha cometido suicídio. O motivo não havia ficado claro, mas aparentemente, aquilo tinha decorrido de alguma forma de pressão psicológica, exercida por uma série de acontecimentos que, para eles, até então, ainda eram desconhecidos.

Quando chegou a sua casa, Frank abriu a carta que continha seu nome. Obviamente ela já tinha sido lida por Jackson e outros oficiais, mas o conteúdo ainda era um mistério para o pequeno. Ele tinha guardado o envelope no bolso do casaco; logo que entrou em seu quarto, sentou na cama e pegou a carta. Segurou-a entre as mãos, analisando seu exterior; tinha sido selada com um carimbo à base de cera de vela, e aquele era definitivamente o tipo de coisa que Gerard gostava. Frank tocou o selo – estava violado – e logo que o fez, um flash de lembranças percorreu sua mente. Ele se recordou de uma vez ter visto Gerard escrevendo uma carta para alguém, e selando da mesma forma. Tinha estado junto dele nesse dia, e lembrou-se de que o maior sorrira enquanto acendia uma vela vermelha para usar sua cera no selo. Logo, Frank balançou a cabeça, tentando afastar aquele tipo de lembrança dolorosa.
O pequeno não demorou a abrir a carta, revelando um conteúdo um tanto inesperado.
“Espero que algum dia você me perdoe por tudo que fiz. Eu te amo, Frank, e vou amar durante toda a eternidade. Posso estar fazendo você sofrer agora, mas prometo que com o tempo tudo irá se resolver. Embora esse início seja doloroso, em alguns meses você irá esquecer, e talvez após algum tempo eu não passe de uma lembrança do seu passado, passado esse que sei que você busca apagar. Talvez você se negue a esquecer tudo isso, – nossa história, as tristezas e alegrias, e todo o tempo que passamos juntos – mas será melhor assim. Tem que ser assim. Provavelmente você vai me odiar, mas prefiro que não o faça, porque um dia perceberá que eu fiz o melhor para nós dois. Frank, uma pessoa como eu não merece continuar vivendo. Não depois do que fiz. Espero que compreenda meus motivos. Se isso se tornar muito difícil, Michael saberá como ajudá-lo. Eu só quero que fique bem. Por favor, se cuide, fique bem. Eu serei sempre seu.”
Com amor,
Gerard Arthur Way
As palavras estavam escritas numa caligrafia elegante; Gerard era minucioso em tudo que fazia. Após ler as palavras que estavam pregadas ao papel, Frank se levantou de súbito e bateu a cabeça contra a parede. Com a dor, o pequeno cessou os olhos, deixando que as indomáveis lágrimas inundassem seu rosto. Colocou uma das mãos sobre a testa e a outra permaneceu apertando o papel da carta; ele estava completamente atordoado.

POV do Frank.

O que é que eu estava fazendo ao bater minha própria cabeça na parede? Talvez aquilo fosse um surto de loucura ocasionado pela dor intensa que aquelas palavras provocaram em mim. Céus, eu estava enlouquecendo. Não era possível, eu não conseguia acreditar. Gerard estava morto. Ele tinha se matado. Suicídio... Eu nunca pensei que ele fosse capaz! Meu Gerard, que sempre fora tão doce, tinha enfiado uma bala na própria cabeça. Ele só podia estar extremamente desesperado... Mas o que foi que ele fez comigo? Simplesmente não consigo ver! A única coisa da qual me lembro é que durante nosso tempo juntos ele me fez o homem mais feliz do mundo. Por ele eu renunciei a várias coisas, mas não me arrependo, e jamais o farei. Cada segundo valeu a pena, eu faria tudo de novo e talvez ainda mais. Não era possível... Talvez ele tivesse usado alguma droga pesada, mas isso não era do seu feitio. O meu Gerard nunca me deixaria, ele prometeu. Nós prometemos. Ainda me lembro como se fosse hoje... Nós dois sentados embaixo daquela árvore abraçados, trocando beijos e fazendo promessas. Aquilo era tudo que eu poderia desejar, para sempre e sempre. Mas agora estava acabado. Eu jamais o teria de novo, jamais olharia em seus olhos para dizer que estava tudo bem, nunca mais o abraçaria ou sussurraria que o amo, porque ele se foi. Aparentemente estava se culpando de algo que fez comigo, mas a única coisa que fez foi me tirar da minha depressão habitual... Embora tenha me colocado nela novamente agora. Por que, meu Deus? Eu não dei amor suficiente? Faltei com ele? Eu o amei tanto, com todo o meu coração, e agora ele se foi, sem ao menos se esclarecer direito comigo. O que mais dói é ver que ele não se importou de se despedir de mim, e... Não. O que mais me dói, é ver que ele tirou a própria vida em função de nada.
Pronto. Quando voltei ao meu corpo eu estava escorado à parede do quarto segurando a carta de meu amado imortal, que, embora inanimado no momento, jamais morreria em meu coração. As lágrimas tinham cessado, e eu estava pronto para me erguer de novo. Erguer-me não... Não era isso. Eu iria descobrir o que realmente tinha acontecido, em memória de meu amor.
Fui para sala e apanhei o telefone, discando o número de Mikey. Ele me atendeu e combinamos de nos encontrar dali à meia hora, em sua casa. Gerard havia dito na carta que se eu precisasse de ajuda deveria recorrer a seu irmão mais novo, portanto, era o que eu faria.
Uma coisa era certa: Gerard nunca tinha tido uma sanidade mental de invejar. Vários períodos de sua vida tinham sido marcados por grandes passagens em sanatórios; coisas como seis meses de afastamento e internação, etc. Em quase todas essas crises eu o tinha acompanhado, fosse como amigo ou como namorado. Sempre tínhamos estado juntos, e não era sua morte que nos separaria, porque como havíamos dito uma vez, nosso amor estava além da vida. Sempre nos guardaríamos um dentro do outro, a paixão intocável, que nem o tempo poderia roubar.

No horário marcado, estacionei meu Corolla preto em frente à casa de Michael. Toquei a campainha e ele me recebeu. Estava péssimo, assim como eu. Tinha cara de quem não se alimentava há dias e estava pálido, porém me tratou de forma agradável. Sentamos sobre o sofá e percebi que a carta destinada a ele estava sobre a mesa de centro, aberta, com cara de que tinha sido lida tantas vezes quanto a minha.
- Mikey, na carta que ele me deixou... – Evitei dizer seu nome, pois doeria mais – Tinha escrito que se eu precisasse de ajuda, deveria recorrer a você.
O garoto à minha frente apenas assentiu com a cabeça, sinalizando para que eu continuasse.
- Eu realmente estou confuso. Quero um motivo, quero saber por quê. De certo ele tinha uma razão, foi isso que disse na carta, quero dizer... Deu para perceber que havia algo por trás, entende? Eu estou com essa possibilidade na cabeça desde que li aquele papel. O conheci bem o suficiente para saber que ele não faria aquilo por uma depressão ou um delírio qualquer. Foi premeditado. Ele pensou muito antes de decidir. Eu preciso da sua ajuda, Mikey, preciso saber por quê. Sei que você também quer isso. Faremos isso por ele.
- Olha, Frank... Não acho que você vá querer saber disso agora. – Foi tudo que ele conseguiu dizer, em uma voz trêmula e hesitante.
Meu corpo encheu-se de ódio num súbito. Como eu iria não querer saber? Se ele não tinha percebido, eu tinha acabado de perder a coisa mais importante da minha vida. Qualquer chance seria válida para mim naquele ponto. Eu faria qualquer coisa para saber os motivos de Gerard, porque de certo eles me envolviam, e envolviam também um segredo maior sobre o presente. Não se tratava só de passado. Aquilo não seria enterrado com a morte dele, e Mikey sabia disso, embora primeiramente tivesse se recusado a me ajudar. Ao que me pareceu, o meu grande amigo de outras horas, a quem eu apelidei carinhosamente de pequeno Way, estava querendo me trair.
Levantei-me do sofá sem demora, e parti para cima de Michael, colocando ambas as mãos em seu pescoço e apertando o local, despejando toda a minha raiva ali. Ele era magro, não foi difícil. Fiz com que ele encostasse a cabeça no braço do sofá, e então fixei meus olhos nos dele, que teimavam em se esconder por debaixo dos óculos. Minha paciência estava esgotada desde cedo, eu não iria tolerar que ele se recusasse a me dizer o que sabia.
- Se eu não quisesse saber agora, não teria vindo atrás de você. Deveria saber que eu não tenho medo, muito menos tempo. Eu preciso de tudo que você souber, Michael, e preciso agora. Vai me dizer por bem ou por mal. – Entoei numa voz grave e decidida. Minhas palavras saíram inteiriças; meu nervosismo fez com que eu falasse rápido e quase me engasgasse com os próprios dizeres.
Continuei a apertar o pescoço de Mikey com as mãos. Por incrível que pareça e não sei como, ele conseguiu ficar mais pálido, vermelho, e continuava a mudar de cor. Seu corpo tremia entre minhas mãos, ele parecia estar com medo. Medo de mim, pequeno Mikey? Acho que não. Não deveria. Fui soltando-o devagar, afrouxando minha mão que torcia parte de sua nuca. Ele era fraco, mas não indefeso. Era um covarde. Michael James Way era um absoluto covarde, isso estava óbvio.
- Vamos ficar calmos, ok? Devagar. – O soltei mais um pouco, até deixá-lo livre por completo. – Sente-se e acalme-se, Frank, temos muito para conversar.
Obedeci e lancei-lhe um olhar afiado, como uma ameaça. Se ele tentasse me enrolar, as coisas iam mudar totalmente de ritmo.
- Lembra da última internação do Gerard, dois anos atrás?
- Não costumo me esquecer das coisas. Prossiga.
- Depois disso, você sabe bem o que aconteceu. Foi o verdadeiro fim. Por acaso você já parou para contar com quantas pessoas se relacionava, fora Gerard e eu?
- O que isso tem a ver? – Tentei desviar o assunto, mas a verdadeira resposta seria negativa.
- Todos acharam que ele não ia se recuperar, Frank. Ele saiu e nunca mais foi o mesmo, se isolou de tudo e de todos. Mas o que ele fez com você, pelo menos para ele, foi bem pior.
- E o que ele fez comigo, Mikey? – Sem querer me alterei, vociferei as palavras, deixando o garoto à minha frente assustado novamente.
- Ele acabou com a sua vida.
- Não, ele não fez isso. Ele me trouxe de volta à vida.
- Você é mesmo burro pra perceber? Depois dele, a sua vida não passava de fingimento. Acho que você nunca percebeu, mas se fechou para o mundo, Frank. Ele era a única pessoa com quem você conversava, e foi assim durante dois anos. Você evitava as pessoas na rua, qualquer contato com desconhecidos. Olhava de um jeito estranho, abatido. Ele me contou que você sonhava com coisas estranhas à noite e acordava chorando, mas nunca sabia. Por acaso você se lembra quando ele disse que as coisas ficariam mais difíceis? Porque eu lembro. Ele disse a nós dois. E de fato aconteceu, Frank. Vivendo com ele, enquanto ele se recuperava você se afundava. Você estava enlouquecendo. Ele me contou que chegava em casa e você estava encolhido na banheira, chorando. E não conseguia falar direito. Depois de se fechar, melhorava, e tudo voltava ao normal. Ele disse que você não se lembrava. Por acaso sabes a última vez que falou com sua família? A última vez que teve um amigo que não fosse eu? Porque não sou necessariamente um amigo, sou o irmão do seu namorado morto, que precisa te ajudar. Posso apostar que você não lembra, porque sequer sabe o que está fazendo aqui. Permanecendo com Gerard tanto tempo e se magoando tanto por vê-lo doente, você desenvolveu uma espécie de esquizofrenia, Frank. Você precisa de ajuda.
Choquei-me após ouvi-lo falar. Enrijeci sobre meu assento, mantendo o olhar parado, tentando assimilar aquelas informações. Então era isso? Mas... Simplesmente não fazia sentido. Eu ainda não tinha entendido por que Gerard tinha se matado. Aquele papo todo só servira para me distrair, Mikey estava tentando fugir do real assunto me chamando de louco. Não, aquilo não era verdade. É claro que não. Procurei me acalmar e então perguntei:
- Você está tentando fugir do assunto, não é? Eu perguntei o motivo do Gerard, e você me vem com essa. Sei que você sabe, Mikey.
- Não ficou óbvio? – Notei a raiva no rosto de Mikey. – O motivo dele era nada mais nada menos que você, Frank. – Depois de falar, ele mordeu o lábio, como se quisesse ter se repreendido. Porém, continuou. – Ele sabia que você nunca o deixaria, e sabia o mal que estava fazendo a você, mesmo que de forma indireta. Se ele fosse embora, você mergulharia na própria insanidade ainda com mais facilidade. Ele não podia simplesmente te deixar. O Gerard te amava muito, mais do que a própria vida; te daria tudo, faria qualquer coisa por você. E fez. Ele achava que precisava sair do seu caminho, e que esse era o único jeito de te fazer acordar para a realidade. Se desprender dele e de todos os problemas que ele te causou, principalmente isolamento. Eu nunca achei que ele fosse tomar essa atitude... Ele só mencionou sair do seu caminho definitivamente, mas eu não sabia. Todas essas coisas que eu acabei de dizer estão na carta que ele me deixou, esse foi seu último pedido para mim. Explicar tudo a você e te ajudar a melhorar. Estou aqui pra ajudar você, Frank, como amigo. É disso que você precisa.
Não consegui mais observá-lo, lágrimas cegaram-se os olhos. Apertei meus dedos contra o estofado, tinha um nó em minha garganta que mal me permitia respirar. Era como se algo me matasse por dentro, como se eu tivesse engolido vários pedaços de vidro e eles estivessem cortando todos os locais por onde passam. Minhas entranhas rodopiavam, senti-me tonto demais para continuar. Tudo ficou escuro, por um último momento eu tive certeza de que estava cedendo. Estava morrendo por dentro.

Fim do POV do Frank.

O breu tomava conta do pequeno cômodo, e as paredes continuavam mudas, silenciadas pela brisa que entrava pela janela. Frank estava deitado em sua cama, ainda desacordado. A pressão daquela conversa havia sido demais para ele, demais para um dia só. Após certo tempo, o garoto acordou, então se sentou sobre a cama e levou uma das mãos até a cabeça, como se certificando-se de que ainda estava tudo no lugar.
Então era isso? Ele era o motivo de todo aquele desgosto, daquela discórdia irracional? Infelizmente, essa parecia ser a verdade nua e crua. Pensar sobre aquilo fez com que seu coração acelerasse; o nervosismo tomando conta. Frank jurou que descobriria o porquê de Gerard ter se matado, e agora que o tinha feito, encontrava-se totalmente sem rumo. A acusação de Mikey sobre sua insanidade era o que menos o importava. Ele só poderia ter algo errado, maligno, para ter feito seu amor tirar a própria vida. De repente toda aquela explicação do pequeno Way começou a fazer sentido na cabeça de Frank. Gerard só queria o melhor para ele, e achou que poderia salvá-lo de sua própria fossa dando fim à ligação que os unia, a ligação corpórea. Porém, isso jamais adiantaria, jamais seria suficiente, porque ele e Frank tinham jurado amor além da vida, mais forte que qualquer gesto, palavra ou pensamento. Amor infinito, indestrutível, inabalável. Aquela jura fora forte o suficiente para permanecer, e agora, mesmo que seu corpo não estivesse mais ali, Frank, e somente Frank, ainda poderia senti-lo. Isso não mudaria nunca, eles estariam unidos desta forma onde quer que fosse. Na vida, na morte, na eternidade. Estariam sempre juntos. Foi então que Frank se deu conta de que seu amado era imortal, assim como o amor entre eles. Nada os separaria, nunca. Portanto, não importava.
A partir dali, sua sentença estava feita. As coisas só piorariam. Frank não aceitaria ajuda, continuaria com sua solidão induzida, destruindo completamente o único desejo que Gerard deixara. Apesar de todos esses dizeres, não eram apenas pensamentos ou palavras. Sentado sobre a cama, o garoto observou o quarto de parede a parede, e foi então que viu uma sombra acomodada no canto. Estava o vendo. Era o seu Gerard que estava ali. Exatamente como eles haviam jurado, nem a morte os separaria.


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Notas finais do capítulo

O Frank estaria sofrendo de esquizofrenia indiferenciada, eis a definição:
Esquizofrenia indiferenciada: Apresenta habitualmente um desenvolvimento insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.