We Are Stars escrita por Akira


Capítulo 11
★ 10. Início das mudanças.


Notas iniciais do capítulo

TRÊS DA MANHÃ E EU TERMINEI O CAPÍTULO, PESSOAL! //Comemora//
Sim, eu demorei MUITO pra escrever esse. Não sei o motivo ao certo, falta de criatividade/crise de escrita/exames finais, enfim. So much things
Mas estou aqui, queridos, deixando de dormir para escrever pra vocês, que lindo, não? ♥
Well, talvez vocês encontrem alguns erros, caso sim me falem sobre (ou não né), porque eu revisei mas creio que tenha deixado algumas coisas passarem. Enfim AIWFJOEÇKLAW
Aliás, novamente, este capítulo não tem capa :C Tentarei pôr o mais rápido possível awoiejflkw
Boa leitura e espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/515464/chapter/11

We Are Stars — Capítulo 10

Lucy Heartfilia.

Me contorcia de dor no chão da sala, pressionando com força minhas mãos contra a barriga. Sentia que o meu fim estava mais próximo do que eu imaginava. Levy se encontrava no meu sofá, soltando grunhidos baixos de raiva e desespero.

— Lucy, eu não aguento mais... — murmurou, mordendo uma das minhas almofadas. — Cadê a Erza? — Perguntou, dessa vez mais irritada.

— Se eu soubesse, já teria te respondido — respondi no mesmo tom. Estava nervosa, e quando a ruiva chegasse, já me prepararia para enforca-la. Isso é, se tivesse forças suficientes para fazê-lo.

Como todo o início de mês, lá estava eu, quase chorando de dor. Um motivo um pouco óbvio: cólica menstrual. Coincidentemente eu e Levy acabamos por ter nossos ciclos sincronizados e, infelizmente, dupla dor. Tudo que eu mais desejava era uma bolsa de água quente e chocolate. Uma bela forma de iniciar a semana, principalmente depois do ocorrido no domingo que passei com Natsu.

Ainda estava um pouco abismada sobre o que tinha descoberto, mas não havia comentado com a azulada. Não tinha a mínima ideia de se iria manter em segredo ou se conversaria com ela sobre o caso. Admito que estava com vontade de abraça-la e gritar: “Decidi o que vou fazer com a minha vida e descobri que estava sendo uma retardada comigo própria! Vamos festejar!”.

Um pouco rude, eu sei. Se bem que nem eu e nem Levy estávamos em condições para nos abraçarmos e rirmos felizes. No momento, tudo que eu queria era apodrecer lentamente.

Ouvi o som da campainha e a voz da ruiva, dizendo que havia chego. Eu e a azulada gritamos juntas algo que deveria ser “Pode entrar!”. Mas, com aquelas vozes embriagadas, nada era perceptível.

Erza entrou na sala com uma pequena sacola de farmácia em mãos.

— Que lindo, menstruação sincronizada. Isso sim é amizade — riu logo em seguida. Levy mostrou o dedo do meio para ela, com o rosto enterrado na almofada que ela mordia anteriormente.

— Vai tomar no seu cu, Erza — xinguei, sentando no chão. Ela foi até a cozinha, rindo sozinha, preparando dois copos d’água para mim e minha amiga.

— É assim que você trata sua heroína, é? — Entregou o remédio e eu rapidamente o pus na boca. Mesmo ainda não tendo nenhum efeito, me sentia mais aliviada.

— Muito obrigada, senhora Erza, você salvou o meu dia — ironizei, ainda com a mão pressionada contra a região do útero. Ela sentou-se ao lado de Levy, dando tapinhas nas costas da outra, dizendo que ficaria tudo bem.

Fitava o teto, pensando no que iria fazer no resto do dia. Não tinha a mínima ideia de que horas eram, nem ao menos tinha almoçado. Tinha até ido embora mais cedo do trabalho por conta do excesso de dores que estava sentindo. Essa cólica monstruosa tinha surgido apenas para atrapalhar meus planos. Havia tantas coisas que eu tinha planejado fazer, e que deveriam ser feitas depressa. Coisas que, resumidamente, seriam chamadas de “Chutar o balde”.

— Lucy, quando você vai sair? — A ruiva perguntou, interrompendo meus devaneios.

— Oi? — Falei, um pouco em dúvida sobre o que responder.

— São três horas. Não vai ver seu pai? — respondeu com uma pergunta, olhando para o relógio em seu pulso.

Ah, claro. Tinha me esquecido disso também.

— Não estou afim — disse, me encostando no sofá. Levy levantou sua cabeça em um pulo, com uma expressão um pouco assustadora.

— O que você falou? — Indagou, encarando meu rosto. Ambas me olhavam um pouco abismadas. — Você tá bem, mulher?

Não sabia muito bem como respondê-la. A minha “mudança de vida” estava sendo muito repentina. Grande parte era por conta da conversa que havia tido com Natsu na noite passada, mas também era culpa de certos problemas financeiros. E essa mudança de vida incluía também em gastar meu tempo vivendo, e não presa dentro de um quarto de hospital.

— Quer nos contar alguma coisa, Lucy? — Erza perguntou, me fitando. Suspirei, ainda pensando no que iria responder.

— Bem, primeiramente, ontem eu saí com Natsu — ambas abriram a boca para gritar, mas as impedi levantando a mão, no sinal dizendo que tinha mais história, o que fez elas se acalmarem antes de surtarem. — Foi uma ótima tarde, mas, no final de tudo, ele me contou sobre a irmã dele. — Parei no meio da frase, pensando em como continuar. — Digamos que foi algo pra eu refletir durante a madrugada inteira.

A azulada arqueou a sobrancelha.

— Eu não tinha te falado sobre ela?

— Não me disse que era uma garotinha — comentei, agarrando uma almofada e abraçando a mesma. — Pode parecer idiota, mas muda bastante a forma de pensar. — Olhei para a ruiva, ela encarava o chão. — Sei lá, percebi que estou agindo feito uma criança.

Levy bateu palmas, com a expressão séria.

— Finalmente ela se deu conta, pessoal. É um sonho?

Joguei a almofada nela, e ela se desviou. Não sei se eu estava mais sensível por conta da cólica, mas tinha desabafado, mesmo que com poucas palavras. Me sentia mais leve.

Passamos um bom tempo conversando entre nós três. Fizeram algumas perguntas para mim, e a maioria era sobre “O que você vai fazer agora?”. Nem eu mesma sabia, só tinha certeza de que teria que fazer rápido. Depois de algumas horas, Erza foi embora.

— Vou encontrar Jellal. Vejo vocês na faculdade! — Explicou, com um sorriso de criança. Levy e eu resmungamos e acenamos como resposta. Ela também marcou conosco de sair para fazer algo após as aulas. Um pouco estranho, já que era segunda feira. Ainda sentia muita cólica, estava pensando seriamente em faltar novamente na faculdade, no entanto, precisava ir. Assim que a ruiva fechou a porta, Levy suspirou.

— Deve ser bom ter um namorado. — Choramingou, em meio de um suspiro. Encarei ela, com um pouco de curiosidade.

— E o Gajeel? — Perguntei, arqueando a sobrancelha. — Não estava ficando com ele?

Levy olhou pra baixo e encolheu os ombros.

— Acho que estou começando a gostar mesmo dele — respondeu. — Mas meus pais não.

Revirei os olhos. Os pais de Levy eram legais, no entanto, conseguiam ser irritantes quando queriam. Ela tinha belos motivos em ter sido uma adolescente revoltada, mas acabou aceitando o perfeccionismo deles em ter uma garotinha inteligente que cursasse medicina. Infelizmente, ela cedeu aos desejos dos pais.

Levy era, com certeza, uma das mulheres mais inteligentes que eu conhecia. Mesmo com a personalidade forte e baladeira, amava literatura. Tanto que corrigia todas as crônicas que eu escrevia. E, baixinha do jeito que era, parecia uma rata de laboratório. Gajeel era diferente, um brutamontes, completamente o oposto dela. No início presumi que os pais da azulada não aceitariam os dois juntos.

— Foi por isso que você veio pra cá? — Indaguei, mesmo já sabendo a resposta. Sempre que Levy brigava com os pais, ela dormia no meu apartamento por um ou dois dias. Ela fez que sim com a cabeça.

— De qualquer forma, preciso de uma roupa emprestada — trocou de assunto, mostrando um sorriso.

— Se eu ainda tiver roupas minhas de quando eu tinha dez anos, claro, te empresto — zombei com ela, gargalhando. A outra mostrou o dedo do meio para mim e se levantou, andando em direção ao meu quarto. Fitei o teto, pensando em comer alguma coisa. Não havia comido nada, e precisava encher meu estômago. Um hambúrguer naquelas horas não cairia mal.

— Lucy, você está escrevendo uma nova crônica? — Levy perguntou, no meu quarto. Pensei um pouco.

— Não, por quê?

Ela apareceu na sala, segurando uma pilha de papéis em suas mãos. Congelei.

— Então, o que é isso? — Indagou novamente, enquanto lia a primeira página. — “Fairy Tail”?

Estava com vergonha. Como explicaria para ela, se uma maneira simples que não soasse idiotice, que eu tinha surtos de criatividade durante a madrugada sobre um mundo mágico onde existiam guildas com magos? Isso não era normal nem mesmo para mim, imagine para Levy? Mas, por alguma razão, queria falar mais sobre aquilo com ela.

Encarei ela, que olhava para mim de volta.

— Isso é ... meu livro. — Na mesma hora, os olhos de Levy se arregalaram e ganharam um brilho que podia ser notado há quilômetros de distância. Ela correu para sentar ao meu lado, ainda com meus textos em mãos.

— Conte-me mais! — Exclamou, sorrindo.

Levy sabia tudo sobre minha vida, e isso se devia ao fato de que ela sempre foi muito curiosa. O que eu sentia ou ia sentir, para onde eu iria, meus compromissos e horários: tudo. E isso porque ela perguntava cada detalhe sobre minha vida. Isso era o resumo de nossa amizade: não existiam segredos. Eu era um livro aberto para ela – e vice versa.

Não pensei duas vezes ao respondê-la – aliás, nem raciocinar uma única vez tinha feito ao fazê-lo –, sabia que ela iria me encher de perguntas e ia me obrigar à deixá-la ler o meu “primeiro livro”.

Meu primeiro livro. Por que isso soava tão estranho, todavia, ao mesmo tempo, tão bom?

Arranquei os papéis de suas mãos e escondi-os em meu peito num abraço. Suspirei fundo uma vez e expliquei um pequeno resumo sobre a história.

[...]

Os olhos castanho da azulada brilhavam ao final da explicação.

— Que história linda, Lucy! — Suspirou. — Quem diria que você consegue pensar em coisas assim?

Não deixei de ouvir o comentário maldoso de Levy, pois não deixava de ser verdade. Deixando a modéstia de lado, a história era fantástica. Com um enredo ótimo, os conflitos e as informações encaixavam entre si.

— Por que não conversa com a Juvia? Isso aqui pode vender, sabe? — Comentou, apontando para as folhas em meus braços.

Juvia trabalhava em uma editora de livros. Na verdade, era dona de uma editora de livros. Com certeza uma chance perfeita para eu mostrar minha escrita para as pessoas. Sorri e concordei com ela. Passamos um bom tempo conversando sobre fatos aleatórios, e, quando vi, já era hora de sair. A faculdade nos esperava, e eu precisava fazer várias coisas.

Emprestei um conjunto de roupas para a baixinha e vesti algo casual. Normalmente eu iria a pé até a universidade, mas estávamos um pouco atrasadas, e andar com cólica era quase uma opção suicida. Eu e Levy tomamos mais um comprimido e fomos juntas até a faculdade. Em torno de meia hora, já estávamos estacionando o carro. O trânsito de Los Angeles no período da noite piorava drasticamente, isso causou mais atraso.

A azulada se despediu de mim – afinal, ela estudava no lado oposto em que minhas aulas ocorriam –, e eu me dirigi até as salas.

Eu iria começar Outubro trancando minha matrícula na faculdade. Um ato muito radical, mas necessário. Precisava economizar dinheiro e a universidade tomava dois terços do que eu poderia pagar, e o dinheiro estava se esvaecendo rapidamente da minha vida em um piscar de olhos. Precisava agir antes que minha conta bancária zerasse.

Entrei na classe onde teríamos aula de economia, claro que eu não participaria da aula, apenas estava à procura de alguém.

— Yukino! — Exclamei ao enxergar as madeixas curtas e albinas da mulher. Ela virou-se e olhou para mim, sorrindo. Caminhei em sua direção.

— Algum problema, Lucy? — Indagou, julgando que eu estava mais nervosa que o normal. Sair de sua zona de conforto gera nervosismo, obviamente, e comigo não foi diferente.

— Eu preciso de sua ajuda — falei, um pouco séria. O silêncio da albina fora uma forma indireta de dizer para eu prosseguir. — Estou procurando um emprego. Conhece algum lugar que eu pudesse trabalhar?

Ela pôs a mão no queixo, pensativa.

— Meu namorado trabalha em uma livraria do shopping e ganha bem. E estão procurando vendedores — falou, sorrindo. — Posso conversar com ele, se quiser.

Senti um peso cair das minhas costas e a sensação de poder voar se apoderou de mim.

— Sim, sim! Por favor — pedi, sorrindo de volta. — Muito obrigada, Yukino! — Agradeci, segurando suas mãos.

Olhei para meu relógio de pulso e larguei Yukino.

— As aulas vão começar. Preciso ir — expliquei. Ela franziu o cenho.

— E para onde você vai? Até onde eu sei, você também participa das aulas — perguntou, cutucando meu ombro. Soltei uma risada baixa.

— Participava. — Saí da classe antes do professor chegar e caminhei pela faculdade, em direção à secretaria.

Mais alguns corredores e eu finalmente me livraria daquele inferno.

Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.Roberto Shinyashiki


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muitas emoções, não? Lucy está mudando drasticamente sua vida, mas quem não gosta de mudanças, certo? ♥ E sim, a amizade da Levy e da Lucy é linda QQQQ
Espero que tenham gostado desse capítulo, e nos vemos no próximo (Espero que eu não demore tanto C':) ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "We Are Stars" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.