Olhou para aquele rosto, parecia tão calmo deitado sob os lençóis brancos cheirando a amaciante...

-Nada havia acontecido – Mentiu para si mesmo.

Ela ainda o amava e ele sabia disso, apesar de todas as discussões e dores que eles sentiram, por eles mesmos causadas, eles se amavam.

Olhou ao redor, ainda podia sentir o perfume daquela mulher, não a sua mulher, mas, uma outra que logo topou algo descompromissado, o vestido vermelho até a metade das coxas, o quadril largo, um bonito busto quisá seios fartos, lábios carnudos, sim ele a traiu, mas, ela não era como Louise.

Não tinha aqueles olhos que sempre lhe diziam mais do que suas palavras, não possuía a face angelical.

Louise acordou, sorriu ao vê-lo ali agachado, de cócoras, perto da sua cama, contudo seu sorriso desapareceu, sentiu algo romper no peito, sentiu as lágrimas escorrendo contra sua vontade, queria tê-lo mostrado que era forte, queria, mas, não conseguiu, ele tentou tocá-la, mas, ela o afastou empurrando-o para longe, ele disse que a amava e que aquilo fora... Aquilo fora... O que foi aquilo?

Não queria mais vê-lo, não queria que ele a tocasse mais, não queria...

A porta foi fechada, após um grito de dor, ali ficou Louise, sozinha.

Deitou-se e deixando que as lágrimas caíssem matou a si própria aos poucos. Matou seu amor próprio, matou suas lembranças, matou a parte de sua alma que desejava ele, mas, não conseguiu matar a parte de sua alma que o amava.

Ele ficou ali, na porta sentado, ouvindo os soluços, os gritos de dor, não quis mais viver. Chorou como não gostava de chorar, chorou de verdade, colocando as mãos sobre a cabeça, querendo batê-la contra a parede, querendo que a dor física fosse maior do que a que sentia agora, mas, ela sempre voltaria, não há dor física que tire de nós o que a dor espiritual nos impõe, não há remédio para consciência neste caso.

Desculpe mas, este trecho não faz parte do texto acima, contudo, é uma homenagem é uma amigo que não se encontra bem.

Ela conviveu com ele por quase dois anos, e por quase dois anos ela pensou ser feliz, mesmo ele não estando lá para abraçá-la, mesmo ele não estando lá para beijá-la e agora ele não está mais aqui.

Ela que sempre o amou, teve de perdê-lo, uma vez seu namorado, outra seu irmão, muitas seu amigo. Ela não queria perdê-lo tão cedo, pensava que a vida foi injusta com alguém que mal começara a viver.    

 Nestes pequenos versos, escrevo a dor que ela sente ao saber que seu companheiro quem um dia tanto a apoiou... Não estará mais aqui...se ele não lutar;

Não será uma viajem de um, dois ou três meses... Porém ela jamais irá esquecê-lo.

Para aquele quem sempre ajudou quando ela precisava, para aquele com de quem estava noiva, para aquele quem a alma não esquecerá, obrigada.