Give Me Love escrita por CrazyCharlie


Capítulo 8
Tenerife Sea


Notas iniciais do capítulo

heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/515341/chapter/8

–Alicia, é ele?-eu pergunto segurando em seu rosto. Ela escapa das minhas mãos e corre pra pegar nossas coisas.

–S-sim, é ele. Temos que ir, Tomás. –ela diz aterrorizada.-É sério, ele é perigoso. Vamos logo, me ajude!

Ela murmurava sussurros agoniados enquanto pegava nossas bolsas e cobertas. Depois me um momento, tudo já estava no carro. Até que me lembrei...

–Liss, entra no carro e fique ai, esqueci de pegar algo, já volto.-digo enquanto pego a chave em sua mão e corro em direção a porta.

–Tomás!-ouço ela gritar ao fundo.

Ignoro seu chamado e entro na casa. Vou em direção a mesinha perto da mesa e pego um papel e uma caneta. Então, começo a escrever.

‘’Se quiser continuar esse jogo, saiba que estou nele há mais tempo que você imagina. É melhor pensar muito antes de continuar com essa palhaçada, porque se eu te acho qualquer hora dessas, eu seria o último a te ver vivo e o primeiro a te ver morto.

Com muito ódio, Tomás.’’

Largo o bilhete em cima da cama e saio, sem trancar a porta.

–Tomás, onde estava? Vamos logo!-ela diz apreensiva, enquanto ia em direção ao banco do motorista.

–De jeito nenhum vou te deixar dirigir nervosa desse jeito!-eu digo enquanto entro na frente dela e sento em frente ao volante.

–Argh, tudo bem, mas vamos logo!-ela murmura e entra no carro.

Percorremos quase todo o caminho em silencio e ouvindo uma estação de rádio que só tocava música internacional, mas com o volume baixo.

–Hoje não tem aula, né?-eu pergunto enquanto paro em frente a sua casa.

–Não. –ela responde. –Tomás... o que foi que você fez lá? Diga a verdade.

–Deixei um bilhetinho. –eu murmuro.

–Não quero que você se intrometa nisso, Tomás. –ela diz me olhando firme.

–Tarde demais, Liss. Ele vai pagar pelo que fez. –eu murmuro com ódio bem perceptível na voz.

–Mas você nem... -e então, ela percebe que eu havia descoberto o que havia acontecido a ela, e seu rosto se enche de pavor.

–Tudo bem, Liss, eu entendo toda essa barra que você ta passando, sério. Fique calma, eu vou continuar aqui com você, eu prometo.

Ela abaixa a cabeça e fica quietinha, suspirando. Ficamos em silencio.

–Tommy... Você acredita em anjos?-ela sussurra olhando pela janela, onde alguns carros passavam.

–Claro. Por que?-eu pergunto.

–Fiquei com medo de que você não acreditasse em você mesmo. –ela diz séria, e percebo que não era nenhuma brincadeira e nenhum flerte.

–Por que você diz isso? Eu só sou mais uma pessoa nesse mundo, Liss.

–Você pode ser tudo, Tomás, menos mais uma pessoa qualquer. Não sei bem, mas é algo em você, algo que o faz parecer um anjo.-nessa hora, me arrepio.- E eu não digo isso somente porque te amo, ou porque é tão lindo quanto um, mas é algo diferente em você. Fazia muito tempo que eu não via nada assim em alguém. Sei lá, mas parece que seus olhos refletem bondade, amor... Paz.-suas bochechas ficam vermelhas. E Ela fica em silencio por um minuto. –Só não se afaste de mim, tudo bem? Porque parece que quando você está por perto, a escuridão dentro de mim diminui. Não sei explicar muito bem, mas algo dentro de mim parece saber que você é um anjo. Puro, inocente e bom.

–Puxa... Eu... –digo maravilhado, mas não consigo encontrar palavras pra respondê-la.

–Olha, eu relutava em acreditar nessas coisas depois de tudo que me aconteceu, mas... Você é meu anjo. –ela sussurra e aproxima seu rosto do meu delicadamente. Me dá o mais calmo e mais terno dos beijos, e então se despede.

–Puxa... E nos conhecemos ontem. Isso é possível produção?-eu sorrio e ela ri.

–É claro. Bom, preciso entregar isso a policia. –ela diz mostrando o celular. - Ah.. Sobre a escola... -ela começa a dizer, mas fecha a boca. –Não, deixa. Bom, até amanha, porque parece que hoje vou pra delegacia.

Ela sorri, o que me surpreende. Não resisto a seu lindo sorriso e sorrio de volta. Ficamos nos olhando por um momento, até que alguém chega.

–Ah... Oi pai. –ela diz o abraçando. Seu pai era um homem que parecia até novo, com cabelos castanhos como os dela, e o mesmo sorriso. –Esse é o Tomás. Meu, hum... Amigo. – ela diz enquanto seu pai olha pra mim, ela pisca e dá um sorriso. Ah, é claro, não vai contar a ele por enquanto.

–Bom, olá, meu nome é Marcos Guerra.-ela diz enquanto aperta minha mão.- Fico feliz que tenha arrumado um amigo, Alicia. Isso é um bom sinal. –ele sorri. –Bom, preciso ir filha. –ele diz enquanto beija sua testa.

–Pai, ele voltou. –Alicia murmura e ele a olha atônito.

–Mas... Como? -ele pergunta. Ela lhe mostra o celular, provavelmente a mensagem.

–Temos que ir, filha. –Ele diz enquanto sai andando. No meio do caminho, se vira e sorri. –Ah, desculpe, até mais Tomás.

Esperamos que seu pai entre em casa até que falamos novamente.

–Amigo...-eu murmuro sorrindo. Ela cora.

–É, porque ele fica meio apreensivo quando falo a palavra ‘’namorado’’.-ela explica.

–É compreensível. –eu digo. -Mas esse status tem que mudar logo, ouviu?

–O mais rápido possível, anjo. –ficamos nos olhando por um momento. Ela me olhava como se ninguém mais no mundo soubesse de algo, só nós. E aquele seria o nosso segredo. –Bom, agora eu vou lá, tchau. –ela diz me dando um selinho.

Observo-a enquanto ela se afasta. Como eu adorava o jeito com que seu cabelo caia ao lado de seu pescoço e sobre seus ombros e costas. E antes de entrar, ela se vira e me olha. Sorri e abaixa a cabeça. E em um gesto tão fofo, coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha esquerda. Era o que ela sempre fazia quando estava nervosa.

–---------------------------------------------

Cheguei em casa meia hora depois. Minha mãe estava na cozinha.

–Filho, onde dormiu noite passada?-ela pergunta assim que passo pela porta.

–Na casa de uns amigos. Pedimos umas pizzas e ficamos assistindo uns filmes. Dormir exatamente enquanto passava Titanic, mãe. –ela riu. Ela sempre dormia vendo Titanic.

–Mal de família. -ela diz enquanto me abraça.- Bom, seu pai falou pra avisar que vai precisar de você hoje de tarde.

–Tudo bem, Dona Sally, eu vou. Hoje é com crianças, né? Diz que sim, por favor!-eu digo implorando.

–sim, hoje é com crianças. –ela sorri.

Meu pai era psicólogo, mas participava do ‘’Doutores da Alegria’’, e sempre que podia, eu o acompanhava. Adorava tudo aquilo.

–Vou tomar um banho então. Já volto mãe. –eu a agarro e beijo seu pescoço. Ela odiava quando eu fazia isso.

–Tomás!-ela grita enquanto se limpa e eu corro escada acima rindo.

Quando vou tirar a roupa pra ir tomar banho, pego meu celular e percebo que havia duas mensagens. Uma de Alicia e outra de um número restrito.

Liss: ‘’Meu pai não me deixou ir, ele vai sozinho. To com o dia livre. E vc?’’

Eu: ‘’Hj vou ser doutor da alegria, qr ir comigo?’’

Enquanto ela não responde, fui ver a segunda mensagem.

‘’Morte pra mim não é nenhum castigo, playboy. Brinque com fogo e vc vai torrar. –A’’

Logo após que terminei de ler, a mensagem de Liss chegou.

Liss: ‘’Claro, ah e tenho que te contar uma coisa... Sobre o Alex. E sobre minha mãe. ”

Eu: Td bem. Quer que eu passe ai ou vc vai direto?

Liss: Vou direto.

–--------------------------------------

Encontramos-nos no endereço marcado, e quando ela chegou, eu estava com uma criança nos ombros.

–Olha, ele serve pra papai. -ela diz sorrindo.

–Estou treinando pro nosso futuro. –eu sorrio e a beijo.

–Oi tia! A senhora é nova? Você é linda igual à princesa da minha história! -Nicole, uma menininha de 5 anos diz pegando a mão de Alicia. Nicole tinha um câncer terminal, e seus cabelos haviam sido rapados. Liss sorriu e fez um carinho em seu rosto.

–Eu? Não, você que parece com a princesinha da minha história. Tão linda quanto à princesa Elizabeth que eu inventei. –Liss diz fazendo cócegas em sua barriga.

–Você quer se trocar ou quer ficar com essa roupa mesmo?-eu pergunto tirando a menininha que estava nos meus ombros e colocando-a no meu colo.

–Vou trocar. –ela responde olhando em volta, olhando todas as crianças.

–Ei, Bela Adormecida, o banheiro é pra lá. –eu digo apontando pro corredor e ela franze a testa, sem saber o porquê do apelido.

E então me lembro da noite anterior, em que eu havia levado-a de volta pra dentro de casa quando ela adormeceu no jardim. Parecia que nos conhecíamos a anos, mas era só um dia.

Bela adormecida...–ela murmura sorrindo, tentando entender. Até que Nicole corre até ela com um livro, pedindo pra ela ler pra todas as crianças.

–É claro. –ela diz indo se sentar.

E hoje, quando me lembro de tudo aquilo, percebo que Alicia nunca havia ficado tão feliz como naquele dia. No meio de tantas crianças, onde seu sorriso parecia 5x mais verdadeiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey, espero que tenham gostado do capitulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Give Me Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.