No Limite do Desejo - Segunda Temporada escrita por MariBelas


Capítulo 29
Capítulo 28 - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Leitoras lindaaaaaaaaaaaas, volteeeei *-* Dessa vez foi rápido hahahaha

Eu me empolguei e esse capítulo ficou gigantesco hahaha Desculpem os erros, mas é que passei mal o dia inteiro então fui construindo ele aos poucos, depois vou reler ele e editá-lo se preciso. Se acharem erro podem comentar que eu conserto ok?

Espero que vocês gostem, e já aviso que é um capítulo tenso e um pouco triste até. Comentem o que acharam!

P.S: Para quem não tem ideia de como é a Alice, ela é assim: http://www.fatosdesconhecidos.com.br/wp-content/uploads/2014/11/854.jpg

E o Gustavo é o Simas pequeno hahahahaa



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/515254/chapter/29

Março – dois meses antes dos 5 anos...

Quinta-feira – 10:00

Fatinha estava sentada em frente ao computador tentando finalizar sua monografia, ela se formaria esse ano (já era pra ter se formado, mas teve que atrasar algumas matérias por conta dos filhos), então tinha que correr com esse projeto final. Ela estava entretida e o texto fluía rapidamente, para alívio dela, até que foi interrompida pelo telefone. Ela ignorou o aparelho e continuou digitando, mas seu celular começou a tocar e ela viu o rostinho da irmã ainda pequena na tela. Ela sorriu e atendeu.

– Fala pirralha, você não deveria estar na aula?

– Vem me buscar irmã – pelo tom da menina a loira se preocupou.

– O que houve? Me fala – a loira levanta.

– Só vem me buscar e traz um casaco – e a loira então tinha entendido, provavelmente Lavínia havia ficado mocinha e estava com vergonha de falar. Típico da personalidade dela. A Lavínia espivitada quando pequena tinha dado lugar a uma Lavínia madura e reservada, mas ainda sim espontânea e alto astral.

– To indo praí, em que local da escola você tá? Manchou sua roupa?

– Como você sabe que é isso? – ela perguntou confusa – To no banheiro, você vai ter que dar um jeito de entrar.

– Ok, estou indo, fica calma, beijo. – a loira desliga e nem se dá o trabalho de trocar de roupa (short jeans e uma regata branca), sobe correndo para pegar um casaco, pega sua bolsa e vai em direção a porta de casa.

Em alguns minutos e a loira chegava ao colégio da irmã, agora teria que dar um jeito de entrar no local e chegar até o banheiro. Assim que subiu as escadas deu de cara com uma inspetora.

– Senhora, vou ter que impedir sua entrada, pois você está trajando short e aqui não permitimos essa roupa – a loira sorriu inocente.

– Ai desculpa, eu não sabia, mas realmente preciso entrar aí – a inspetora negou o acesso e então a loira resolveu apelar – Moça eu preciso ir ao banheiro, estou grávida e faço xixi a toda hora por favor me deixe entrar. – a inspetora pareceu se condoer e deixou a loira entrar.

Fatinha correu para banheiro e começou a chamar pela irmã.

– Aqui – ela abre a porta lentamente e encara a irmã.

– Own meu amor, você agora é uma mocinha – Lavínia faz uma careta enquanto a irmã lhe abraça e lhe entrega o casaco. – Agora como faço pra te tirar daqui?

– Tem que falar com a coordenação e por que você veio de short? – ela olha irmã indignada – Isso não passa credibilidade, seriedade, essas coisas que precisa ter para se falar com a coordenação – ela revira os olhos impaciente.

– Que se ferre esses itens, sou sua irmã e vou te levar pra casa de qualquer jeito - beija o rosto da irmã - Aliás por que você não ligou para mamãe?

– Você sabe que não tenho exatamente uma boa relação com ela né – ela respira fundo – Desde o dia que apareci em casa com o segundo furo que pra mamãe é como se fosse um piercing – ela revira os olhos- Ela não fala comigo direito – ela respira fundo – Tudo isso graças a quem? – a loira sorri, pois ela tinha dado a autorização que a irmã precisava.

– Mamãe é uma careta – ela ri e Lavinia também – Agora vamos que deixei tudo largado em casa e as crianças chegam da escolinha meio dia.

– Posso ir pra sua casa? Não to a fim de contar tudo a dona Vilma agora.

– Claro que pode meu amor – ela abraça a irmã e as duas vão em direção a coordenação. – Faça uma cara de doente porque vou jogar uma lorota para coordenadora ok?

Lavínia ri e concorda com a cabeça.

– Quantos pontos vamos perder com a mamãe hein? – a irmã caçula questiona, as duas riem e entram na coordenação.

Assim que foram anunciadas e entraram na sala da coordenadora Márcia, a mesma olhou Fatinha por inteiro e estava na cara que não liberaria Lavínia tão fácil, mas por sorte do destino a diretora estava no colégio neste dia e a loira já era conhecida dela.

– Maria de Fátima – ela sorriu assim que passou pela sala da coordenação e viu a loira pelo vidro. A mesma levantou sorrindo e foi cumprimentar a moça.

– Coordenadora, quer dizer, diretora – ela lê o crachá na blusa da mulher- Marcela, quanto tempo – sorri – Continua impecável como sempre.

– E você continua bajuladora como sempre – ri – O que você está fazendo aqui?

– Tentando salvar minha irmã – ela sussurra baixinho e a diretora aproxima o ouvido dela – Ela ficou mocinha e está com vergonha porque manchou sua roupa – a diretora concordou com a cabeça.

– Márcia por favor providencie o papel de autorização liberando a aluna Lavínia – ela fala de forma rígida e a coordenadora imediatamente a obedece.

Fatinha conversa mais um pouco com a diretora descobrindo que a mesma havia passado da coordenação a direção um pouco depois de sua saída. A agora senhora sempre foi adorada pelos alunos, até porque na época era mais nova e sempre tentava entender o lado dos estudantes. A loira a colocou a par de sua vida também, assinou o papel enquanto Lavínia pedia para amiga sair da sala com sua mochila.

Já em casa Fatinha manda Lavínia subir e tomar um banho no banheiro de seu quarto e pegar um absorvente ali. Após a menina fazer tudo isso desceu com sua roupa suja e Fatinha foi lavá-la.

– Pronto, tudo em ordem meu amor – ela sorriu e sentou ao lado da irmã no sofá.

– Já detesto ter que menstruar todo mês – ela revira os olhos e a loira ri ligando a televisão baixinho.

– É péssimo mesmo, mas pense nas vantagens – ela sorri sapeca para irmã – você pode brigar com todos sem culpa porque está na tpm, pode comer chocolate sem culpa porque está na tpm e pode chorar muito também sempre que quiser porque não te chamarão de louca – as duas sorriem.

– Você é louca – ri e a loira puxa a irmã para seu colo a abraçando e lhe beijando os cabelos.

– Uma louca que te ama muito e que estará sempre aqui por você – Lavínia sorri e a encara.

– Também te amo e também estarei sempre aqui – elas sorriem – Os pirralhos chegam que horas?

– Daqui a uma hora, aproveite o silêncio e a ordem da casa – sorri e as duas resolvem ficar vendo filme juntinhas.

E quando deu 13:00 o furacão Alice e Gustavo chegaram acompanhados do pai que sempre que podia ia almoçar em casa.

– Tia – a menina sorri e corre em direção a tia pulando em seu colo.

– Cuidado meu amor, cuidado – ela coloca a mão na barriga e Alice a olha confusa.

– Você tá dodói? – ela inclina a cabeça.

Bruno arregala os olhos.

– Você tá grávida? – ele fala espantado e Fatinha o encara. – Se foi aquele Caio, mato ele – ele soca o ar furioso

– Tá louco Bruno, claro que não, ela é uma criança ainda – a loira balança a cabeça negando.

– O que é tá grávida? – Gustavo olha o pai confuso.

– É uma doença grave né Gustavo, dã – Alice fala como se fosse óbvio.

Lavínia já estava tonta com tantas perguntas e informações.

– Nossa, que pirralhos tagarelas, a tia tá meio dodói sim Lili, mas não é gravidez tá? – a menina confirma com a cabeça.

– Trouxe os absorventes, toma – ele entrega a loira e as crianças os olham.

– Mamãe tá usando fralda – Alice ri divertida.

– O que colocaram no lanche dessas crianças? Preciso verificar com a escolinha – ela fala saindo em direção a cozinha.

Lavínia vai atrás.

– Não acredito que você pediu pra ele comprar os absorventes – ela respira fundo zangada.

– Ele compra os meus amor, e além do mais ele nem sabe que são pra você – ela acaricia o rosto da irmã.

– Ah então é isso – Bruno fala encostado no batente da porta e Lavínia revira os olhos o encarando.

– Se você me zuar com isso, juro que deixo minha irmã viúva – ela o fuzila com o olhar e ele ri divertido.

– Ok, nova mocinha do pedaço – ele sorri ao vê-la se aproximar furiosa.

Fatinha estava fazendo o almoço e podia ouvir as risadas dos filhos, de Bruno e de Lavínia. Provavelmente estavam colocado a sala de pernas pro ar e o moreno com certeza estava ajudando em vez de dar bronca. Ela terminou o almoço ainda ouvindo as risadas e os gritos fino de Alice.

– Ei pirralhada o almoço está na mesa – e mal ela terminou de falar e os filhos entraram correndo na sala de ‘jantar’com Bruno correndo atrás fingindo que ia chegar primeiro. Ela ficou olhando pra ele por um tempo, o traje social que usava no trabalho lhe dava um ar de homem sério e maduro que contrastava com esse menino brincalhão correndo ali com as crianças. Era um homem perfeito, tinha que admitir, seu homem perfeito.

– Tá me amando? – ele sussurra no ouvido dela a abraçando pela cintura. Ela havia se distraído por muito tempo pelo visto, pois não viu ele se aproximando.

– Estou te admirando meu amor – ela sorri e sela os lábios, na verdade era para ser apenas um selinho, mas o moreno aprofundou o beijo apertando a cintura dela de leve.

– Podemos almoçar sem essas cenas impróprias para crianças por favor? – Lavínia se pronunciou fingindo ser séria, mas estava segurando um sorriso.

–Isso mesmo, mamãe e papai, não queremos ver essas cenas im... im... impopias – a menina dá de ombros brincando com o garfo no prato vazio.

– Impróprias filha – a loira sorri e se solta de Bruno indo sentar.

O moreno serve a todos e depois senta em seu lugar.

– Ah seus reclamões sabe o que a mamãe percebeu agora? – as crianças negam com a cabeça todas lambuzadas de molho de macarrão – Que vocês não trocaram de roupa – ela os encara séria.

– Você podia dá um conto pra gente porque a tia tá aqui – Gustavo sorri com os dentes sujos de molho e a loira ri.

– Podia dá o que filho? – ele repete a palavra – Desconto? – ele afirma com a cabeça – Ok, mas só hoje hein? Amanhã tudo volta ao normal.

– Tia, então, será que você pode vir amanhã de novo? – ela sorri inocente e todos riem da esperteza dela.

– Ah danadinha, quer que eu venha só pra fugir de trocar de roupa? – ela fala boquiaberta – Magoei – faz bico e Alice inclina a cabeça a encarando.

– Claro titia, mas é porque eu te amo também – ela sorri e vai abraçar a tia a beijando com a boca cheia de molho. Lavínia fechou os olhos e fez uma cara de nojo.

– Ah sua pestinha me sujou toda, agora vai arcar com as consequências – a menina se encolhe e Lavínia a enche de cosquinha. Alice se contorcia no colo da tia.

– Cuidado pra ela não passar mal Lalá – a menina concorda com a cabeça e Alice aproveita pra fugir correndo e Lalá para limpar o rosto.

Lavínia e Fatinha tiram a mesa e Bruno vai levar os filhos para escovar os dentes. Da cozinha elas só escutavam os protestos das crianças.

– Você criou porquinhos – Lavínia ri e a loira joga espuma nela.

– Falou a que era super limpinha quando criança – a menina ri e ajuda a irmã secando a louça.

– Eu era sem noção, sem limites, sem filtro – ri e a loira a acompanha.

– Mas era um amor, na verdade ainda é – as duas sorriem.

Elas continuam conversando sobre assuntos de meninas, como os garotos que eram a fim de Lavínia e quais ela era a fim, falaram sobre a menstruação da menina, falaram sobre vários outros temas até que o som do celular de Lavínia as interrompe.

Ela olha na tela e vê o nome de sua mãe escrito, respira fundo e atende.

– Oi mãe.
– Eu posso saber aonde a senhorita está? E por que saiu do colégio cedo? E com que ordem?
– Eu estou na minha irmã.
– Não minta pra mim Lavínia, não sou trouxa, já fiz escola suficiente sendo trouxa com a sua irmã.
– Não estou mentindo mãe e não fale da minha irmã como se ela fosse um monstro porque ela não é – ela altera um pouco a voz.
– Meça seu tom de voz comigo Lavínia, quero você em casa daqui a uma hora.
– Bruno só vai poder me levar a noite mãe.
– Eu sei que você está na casa do Caio, não sou idiota, só não sei como conseguiu sair do colégio.
– Caramba mãe custa confiar em mim?
– Não acredito que sua irmã te deu autorização pra você ir namorar na casa do Caio? Vou ter uma conversa séria com ela.
– Você não tá me escutando – a menina grita
– Pare de gritar, parece que não tem educação, e sua irmã não tem juízo – fala rígida. – E você está me saindo pior que ela – respira fundo como se tivesse decepcionada.
– Mãe minha irmã me deu autorização pra sair da escola porque eu menstruei tá? – ela grita já com lagrimas nos olhos – Aliás ela foi me buscar porque eu liguei pra ela, porque eu confio nela e porque eu a amo. E graças a Deus eu não conheço essa Fatinha que só você enxerga e se você está decepcionada comigo desconte em mim e não nela – ela respira fundo e desliga o telefone na cara da mãe.

Lavínia cai sentada no sofá e começa a chorar. Ela estava frustrada, decepcionada e triste com sua mãe. Ela achava que tinha razão, que sabia de tudo, que era dona da verdade e podia julgara a todos. Lavínia detestava isso. Nunca se sentiu amada por sua mãe completamente, essa era a verdade e agora com os hormônios a flor da pele ela estava sentindo tudo em dobro.

Fatinha que estava na porta da sala ouviu metade da discussão e assim que sua irmã caiu em prantos ela se aproximou e abraçou sem falar nada. Ela entendia tudo que a menina estava passando, passou por quase a mesma coisa. Mas a verdade é que o amor de Vilma sempre fora mais demonstrado pra ela do que pra Lavínia. Sua mãe fazia distinção, mesmo não sendo por opção dela isso começou quando Lalá ainda era neném e foi rejeitada pela mãe.

A loira abraçou a irmã forte e enxugou algumas lágrimas que caiam de seu rosto, ela não conseguia ver sua irmã chorar, isso partia seu coração.

– Own meu amor, não sabia que você estava sofrendo assim – ela segura o rosto da menina entre as mãos – Não sabia que a mamãe estava assim com você – Lavínia começa a soluçar e ouve o celular tocar, sinal de que era sua mãe.

– Não quero falar com ela, não quero – ela negava com a cabeça e desligou a ligação colocando o celular no silencioso – Ela age como se me detestasse.

– Ela te ama, só não sabe demonstrar – a loira enxuga as lágrimas da irmã e escuta os passos das crianças descendo as escadas correndo e Bruno gritando com elas atrás.

– Não quero que eles me vejam assim – a loira confirma com a cabeça.

– Vou distraí-los, vai pra cozinha e depois sobe as escadas e me espera no meu quarto, já chego lá – ela beija a testa da irmã e o telefone de casa começa a tocar.

Lavínia faz o que a irmã manda, mas antes pede silenciosamente para que a loira não atenda e ela assente com a cabeça.

– Mamãe, titia, voltamos – Alice saltita com várias bonecas nas mãos.

– O que a senhorita pensa que está fazendo mocinha? Esqueceu que hoje tem ballet ?- a menina coloca o dedo na boca como se tentasse lembrar de algo.

– Ai é mesmo, que cabeça de minhoca – ela ri de si mesma.

Fatinha passa a mão no rosto e Bruno a encara confuso. Ele já estava atrasado para voltar ao trabalho, mas não gostou do semblante de sua loira e se aproximou dela a abraçando.

– Que houve meu amor? – nessa hora Lavínia aproveitou para subir as escadas correndo.

– Dona Vilma aconteceu – ela respira fundo e sente ele ficar tenso – Ela falou coisas horríveis para Lavínia e ela está em pedaços Bruno – ela ameaça chorar novamente mas o moreno olha em direção aos filhos que estavam distraídos agora com um quebra-cabeça. – Ela se sente rejeitada Bruno, não gosto de ver minha irmã assim.

– Você sabe que sua mãe não vai mudar né? – ela afirma – Sabe que a única solução pra tirar Lavínia disso é ela virar morar aqui.

– Ela não vai querer, apesar de tudo ela é toda certinha e vai sentir como se estivesse abandonando a mamãe – ela respira fundo.

– Para de roubá Alice – ele puxa a peça da mão da menina que cai sentada, mas não se faz de machucada e parte pra cima dele agarrando nos cabelos do menino.

– Devolve a peça Gustavo, tá na minha vez – ela estava em cima dele agarrada em seus cabelos e Fatinha e Bruno não podiam acreditar no que estavam vendo.

– Solta ele Alice – a loira segurava a filha que não largava o cabelo do menino.

– Solta Alice, tá machucando ele – Bruno fala firme e ela o ignora e continua agarrado no irmão – Alice, eu mandei soltar agora – ele fala mais alto e a menina para encarando o pai. – Você vai pro quarto agora e vai pensar no que acabou de fazer, 4 minutos Alice. E não quero ver você mexendo em nenhum brinquedo. – ela faz bico e ameaça chorar – E não adianta fazer cara de choro.

A menina se enrosca na mãe que a olha de maneira firme. Alice então bate o pé e sobe as escadas chorando e de braços cruzados.

– Vou enlouquecer – a loira respira fundo.

– Vamos – o moreno concorda – Vou levar Gustavo pro trabalho e depois levo pra natação, você consegue dar conta dos dois problemas? – a loira confirma com a cabeça.

– Qualquer coisa ligo pro meu super homem me resgatar – eles riem e selam os lábios.

– Ai minha cabeça tá doendo – faz bico enquanto coloca a mão na cabeça. O cabelo dele estava todo em pé e babado porque em algum momento a menina tinha enfiado a boca ali.

– Ô meu amor deixa a mamãe dá cheirinho e beijinho pra sarar– a loira pega ele no colo e o cheira e depois beija a cabeça dele – Passou? – o menino confirma com a cabeça sorrindo – Dengoso e galanteador igual o pai, to ferrada – ela ri e Bruno a acompanha.

– Adivinha quem vai pro trabalho com o papai? – ele fala animado e o menino começa a pular no colo da mãe sorrindo.

– Eba, vou aprender a fazer negóços mãe – eles riem do menino.

– Negócios meu amor, negócios – ela encosta a testa na testa do filho e eles roçam o nariz. – Esse pinguinho já tomou banho? – o moreno nega com a cabeça.

– Amor ele vai entrar na água, não precisa tomar banho agora – a loira revira os olhos.

– Bando de porquinho que eu tenho como família – ela nega com a cabeça – Vou arrumar sua mochila, deixa eu ver se dá pra você ir com essa roupa na empresa do papai – ela coloca o filho no chão e o analisa – Definitivamente não, vou buscar outra – Gustavo e Bruno colocam a mão na cabeça.

– Mulheres – Bruno suspira e cai sentado no sofá e Gustavo o imita. O moreno acaba rindo e abraçando o filho.

A loira entra no quarto das crianças e encontra Alice sentada na cama de pernas cruzadas com a cabeça apoiada na mão olhando pra parede.

– Já terminou o castigo? – ela suspira.

– Depende – a menina olha a mãe confusa e a loira continua arrumando a mochila de Gustavo – Você se arrependeu de ter batido no seu irmão? – a menina nega com a cabeça. – Então vai ficar mais quatro minutos aí.

– Eu me arrependi, eu me arrependi, eu juro mamãe- a menina desce da cama e se agarra as pernas da mãe com lágrimas nos olhos.

– Alice você não vai mais conseguir as coisas sempre que chorar filha – a loira para de arrumar a mochila e encara a menina – Mamãe vai descer e já volta pra conversar com você tá? Senta ali - ela direciona a menina para a cama e sai do quarto levando a mochila e uma muda de roupa para Gustavo.

Ao chegar na sala ela entrega tudo a Bruno, se despede dele e do filho e manda o menino se comportar. Depois ela sobe as escadas e vai direto encontrar Lavínia.

Ao abrir a porta vê sua irmã encolhida na cama olhando para um ponto fixo na parede, ela entra no quarto, se aproxima da cama e beija a testa da menina.

– Já volto tá meu amor? – a menina confirma com a cabeça enxugando as lágrimas – Só preciso conversar com uma menina levada que bateu no irmão – Lavínia fica boquiaberta. A loira ia saindo do quarto quando Lavinia a chamou.

– Escuta o lado dela tá? Sempre – ela suspira e a loira confirma com a cabeça saindo do quarto.

Fatinha abriu a porta lentamente e encontrou Alice dormindo meio torta na cama. Ela sorriu ao ver sua pestinha dormindo, assim parecia um anjo, e era mesmo, só que tinha vindo levada.

A loira se aproximou da cama, ajeitou a menina devagar, a cobriu até a metade do corpo e beijou sua testa. Alice se remexeu um pouco , mas voltou a dormir. A loira sorriu e saiu do quarto indo ao encontro de sua irmã.

– Pronto, agora é a vez da senhorita – ela sorri e senta próxima a irmã que se ajeita na cama sentando em sua frente.

– Vai me dar bronca e pôr de castigo também? – ela faz uma careta e a loira nega com a cabeça.

– Eu quero saber o que está acontecendo naquela casa – Lavínia fica tensa e começa a se remexer – Eu saí de lá, realmente não a frequento mais como antigamente, mas sei que você não está bem lá, porque esse choro seu não é só por hoje pelo que vi e ouvi – Lavínia respira fundo e abaixa a cabeça.

– Não está acontecendo nada irmã – ela continua olhando pra baixo.

A loira levanta o rosto da irmã e a encara.

– Eu sei que você quer me poupar, mas você é minha irmã, quase uma filha na verdade, e eu sempre vou me preocupar contigo. Então confia em mim e se abre, vai ser melhor.- a menina respira fundo novamente.

– Eu sinto como se nunca tivesse sido amada pela mamãe, sinto como se você fosse minha mãe, meu amor, minha simpatia, meu cuidado, é sempre maior em relação a você do que a ela. Não lembro dela me vestindo, me elogiando, me dando banho, me ensinando os deveres de casa, a figura feminina que tenho em minha vida vem de você. – Fatinha se emociona – E não estou dizendo que não gostei de ter sido cuidado por você, eu amei isso, e amo essa ideia de você ter sido minha mãe por uns tempos, mas eu queria que a mamãe me enxergasse, aliás nos enxergasse como nós somos, e nos amasse aceitando nossos defeitos – a menina respira fundo – E eu queria principalmente que ela não agisse como se eu tivesse sido a culpada por ela ter se separado do papai, afinal ela está com Olavo e deveria estar feliz.

– Ela tá feliz, mas a mágoa do que o papai fez com ela nunca vai passar meu amor – Lavinia a encara – Mas você precisa entender que não foi culpa sua – a loira acariciou o rosto da menina enxugando algumas lágrimas que caiam - Você não pegou o papai enfiou ele na casa de uma mulher para eles se pegarem, eles fizeram isso porque queriam. Papai traiu e largou a mamãe porque foi um desejo dele, nada tem a ver contigo.

– Eu sei disso, mas ela não sabe, ou finge que não sabe – respira fundo – Ela só podia parar de me julgar e começar a me amar.

– Ela te ama meu amor, só que ela nunca soube demonstrar isso – ela abraça a irmã.

– E isso significa o que? Que eu preciso conviver pro resto da vida com isso? Que eu preciso aceitar? – ela se desvencilha da irmã e começa a chorar novamente.

– Claro que não meu amor, claro que não. Você pode vir morar aqui, sabe disso – a loira sorri acariciando o rosto da menina.

– Seria tudo mais fácil, mas não consigo pensar que estou abandonando a mamãe. É como se mais alguém estivesse desistindo dela entende? – a loira confirma com a cabeça.

– Eu tive uma ideia – Lavínia sorri levemente, sabia que vinha bomba, sua irmã e sua mente eram terríveis – Você pode passar uma semana aqui comigo ou um mês, você que sabe, mas pra mamãe você diz que vem morar aqui porque está magoada com ela – a menina ri levemente.

– E você acha que ela vai acreditar? Ela sabe que no fundo eu sou uma manteiga mole que sempre volta – ela revira os olhos e a loira ri.

– Mas agora eu vou te dar uma força , você está vindo pra minha casa e não fugindo pra casa de uma das suas amigas – ela sorri – E aí, você topa? – sorri e pincela o nariz da irmã com o dedo.

Lavínia respira fundo e demora alguns segundos pensando.

– Topo – ela sorri animada e as duas se abraçam. – Mas você acha que eu não vou atrapalhar? Que o Bruno não vai reclamar?

– Ele vai é amar porque vamos ter mais tempo pra namorar – ela pisca pra irmã que revira os olhos.

– Ah agora entendi o porque do seu interesse – as duas riem.

– Mas vamos abrir o seu quarto que eu mantenho trancado por causa da Alice que da última vez se escondeu debaixo da cama e foi um sufoco pra acha-la – as duas levantam e vão pro quarto de Lavínia.

– Então, acho que eu não dou mais nessa cama – elas riem.

– Acho que já sei outra coisa que podemos fazer durante esse tempo – ela encara a irmã animada que não acredita que a irmã estava tendo a mesma ideia que ela. – Podemos reformar seu quarto – ela bate palmas animada e a irmã a acompanha com gritinhos.

Fatinha fica admirando a irmã feliz que depois de abraça-la e beija-la mil vezes agora mandava mensagens de áudio no wpp pedindo opiniões para reforma do quarto. Elas ficaram um tempo revendo as roupas de Lavínia quando pequena no armário, ficaram pensando já nas caixas que iam arrumar quando foram interrompidas por uma Alice de cabelos bagunçados e olhos coçando.

– Mamãe – ela chama dengosa e se joga no colo da mãe que estava sentada no chão – Acho que eu perdi o ballet hoje – ela esconde o rosto no pescoço da mãe.

– Eu também acho, e acho que a senhorita deveria tomar um banho também – a menina nega com a cabeça ainda com o rosto escondido no pescoço da mãe. – Ah então você não vai visitar a a vovó, o vovô e o Mike, só eu e Lavínia vamos .

– Tá bom, eu tomo banho – ela suspira ainda na mesma posição.

– E eu quero saber o que a senhorita acha de ter a titia morando aqui com a gente por um tempo? – ela fala e a menina tira o rosto do pescoço da mãe a olha sorridente.

– Jura mamãe? – ela sorri e a mãe concorda com a cabeça – Jura juradinho? – a mãe confirma e a menina dá o dedo mindinho pra mãe – Então vamos jurar de dedinho – elas entrelaçam os dedos mindinhos e sorriem.

Alice sai do colo da mãe e abraça a tia. As três ficam brincando e tentando acompanhar a falação de Alice que queria contar sobre todas as historinhas que ouviu na escola para tia.

Fatinha aproveitou que elas estavam entretidas e ligou pra Bruno.

– Oi amor, estamos saindo da natação dele agora e estamos indo praí – ele para de falar com ela- Gustavo filho, não tira a toalha se não você vai molhar o carro do papai tá? Oi amor, fala.

A loira ri e explica toda situação para Bruno, toda a conversa com Lavínia e sobre a ideia dela.

– E então amor, o que você acha?

– Uma ótima ideia, quem sabe assim sua mãe não se toca que precisa mudar, principalmente com Lavínia que agora tá mocinha e precisa de ajuda. Gustavo o que você tá fazendo filho? Amor, em casa nós conversamos, Gus pulou pra mala, vou ter que parar o carro – ele respira fundo e tira o fone do ouvido delsigando a ligação.

A loira ri, seus filhos podiam ser fofos, amáveis, carinhosos, lindos, mas eram enérgicos e bagunceiros durante 24 horas e todos os dias.

– Lindas da minha vida, desculpa interromper – ela para de falar ao ver a cara de Lavínia toda pintada e Alice igualmente pintada. – Ia sugerir um banho, mas agora vou ordenar um banho – ela ri e as meninas riem também – Quem foi a maquiadora profissional hein? – Lavínia sorri e aponta pra Alice.

Fatinha pega a filha no colo e a enche de beijos enquanto a menina gargalha se contorcendo. As duas saem em direção ao banheiro e Lavínia também. Depois de banhadas e vestidas Fatinha estava no quarto ajeitando o cabelo de Alice e resolveu conversar sério com a menina.

– Filha presta atenção – elas estavam sentadas na cama – Quero falar sobre o que aconteceu mais cedo – a menina olha pra baixo – Olha pra mim amor – a menina olha pra cima – Eu não to pedindo pra você deixar de ser bagunceira e espivitada, porque é a sua personalidade e eu amo você assim – a menina sorri – Mas eu não vou permitir que você seja uma menina agressiva, que você bata nos outros ou que você seja mal educada, entende a diferença? – a menina faz que sim com a cabeça.

– Tudo bem mamãe, foi feio o que eu fiz, eu sei – faz bico.

– Sim, e eu nem preciso dizer o que você vai fazer quando seu irmão chegar né?

– Não, mas primeiro ele vai toma bainho e fica cheirosinho né? – a loira segura o riso e pincela o nariz da menina com o dedo.

– Sim sua danadinha – a menina faz uma careta e abraça a mãe – E mais uma coisa – a menina a encara – Nada de chorar para conseguir o que quer, é feio – a menina concorda com a cabeça.

– Agora vamos logo que eu quero visitar os vovôs e o Mikezinho – ela sorri e começa a saltitar animada. A loira sorri da filha e desce em direção a cozinha para preparar um jantar pras crianças.

– Chegamos pessoal – Bruno grita assim que entra em casa. Gustavo sai correndo pela casa balançando o cabelo molhado enquanto Lavínia e Alice soltam gritinhos finos porque ele estava parado na frente delas agora.

– Eu acalmo um furacão e aí aparece outro – a loira sorri – E aí amor? Cansado? – ele se aproxima dela e dá um selinho.

– Demais, ainda vamos pra sua mãe? – a loira confirma com a cbaeça – Vocês sabem que vai ter briga né? – ele olha pra Lavínia e pra loira.

Elas confirmam com a cabeça e ele suspira preocupado.

– Relaxa amor, estamos preparadas – sorri e enlaça os braços envolta do pescoço dele – E o fato de você estar lá nos acalma, você nos protege – ele sorri convencido e ela morde o queixo dele e depois os lábios.

– Ok, vamos tomar banho logo campeão porque a mamãe quer me torturar – sorri e o menino o olha confuso, mas sobe as escadas de mãos dadas com o pai.

Após alguns minutos Bruno desce as escadas e encontra as meninas dançando ao som de Katy Perry, ele sorri e fica parado observando elas. As três mulheres da sua vida, quanto amor ele tinha por elas. Ele estava tão absorto as admirando que não percebeu que Gustavo tinha se juntado a elas, mas em vez de dançar ele jogava capoeira, aula que tinha no colégio e que o menino amava para alegria e orgulho de Bruno.

O moreno então pegou seu celular discretamente e começou a filmar todos, mas eles foram despertados pelo som da campainha. A loira estranhou e pediu que Bruno abrisse a porta. Assim que ele o fez, se deparou com uma Vilma irritada e um Olavo desesperado sem saber o que fazer.

– Acabou a palhaçada Lavínia? – ela fala de forma rígida e encara a menina friamente.

– Mamãe por favor se controle, olha as crianças – ela olha pros filhos que estavam agarrados na perna dela e encaravam a avó assustados.

– Desculpe, mas eu só vim buscar a minha filha – ela segura no braço da menina e a puxa.

– Ah agora eu sou sua filha? – ela fala e tenta se soltar, masVilma a segura mais forte.

– Não sei porque você anda tão rebelde, deve ser essas suas amizades ou então a influencia da sua irmã. – a loira revira os olhos.

– Bruno leva as crianças lá pra cima por favor? - o moreno confirma com a cabeça e segura as mãos dos filhos subindo com eles.

– Mãe, eu já disse pra você não colocar a Fatinha no meio, ela não tem nada a ver com a nossa briga. – a menina a encara.

– Mãe, vamos sentar que nós conversamos hoje e chegamos a uma conclusão boa para vocês duas – Vilma encara a loira confusa.

– Estou curiosíssima para saber. – ela sorri irônica e senta ao lado de Lavínia ainda segurando a menina pelo braço.

Olavo assistia tudo calado, ele nunca se metia, ele observava e depois a sós com a esposa ele ponderava as situações.

– Eu vou vir morar com a Fatinha – ela despeja tudo e sente o aperto em seu braço ficar mais forte. – Você tá me machucando, me solta – ela tenta se soltar.

– Como é que é a história? – ela ri debochada – E eu só quero saber com que autorização você vai vir morar com ela? Até onde eu sei sou sua mãe e você é menor de idade, então me deve obediência.

– Ser mãe não é só mandar, cobrar e brigar ok? – Lavínia tinha finalmente tomado coragem, pelo visto, de dizer tudo que estava entalado a sua mãe.

– E desde quando eu só faço isso? E a questão aqui não é essa, a questão é o que passou pela cabeça de vocês para achar que eu ia deixar Lavinia morar aqui – ela ri novamente debochada.

– A questão é essa sim mãe – ela consegue finalmente se soltar e levanta encarando a mãe – Você já analisou a forma como você me trata? Já parou pra pensar na forma como você trata e julga as pessoas a todo momento? – Vilma ia falar, mas a menina continuou – Você já parou pra pensar em como você me olha? Porque eu já pensei e analisei isso tudo, e eu só vejo desprezo no seu olhar, você me rejeita, me culpa pelo que meu pai fez com você. Semdo que eu mãe, eu não obriguei ele a te trair, ele fez isso porque teve vontade e não porque você estava grávida de mim. – Vilma ameaçou levantar a mão para Lavínia, mas Fatinha se colocou no meio.

– Na minha casa você nunca vai levantar a mão pra ela, aliás na minha frente você nunca vai fazer isso. – ela encara Vilma de forma rígida.

– O que está acontecendo aqui Olavo? Me diz? É formação de quadrilha? Estão todos contra mim? – ela ri debochada. – Pois bem Lavínia, se você quer morar com sua irmã, que more.

Ela deu uma pausa para segurar as lágrimas que teimavam em sair de seus olhos, aliás, quem não estava chorando naquela sala né? Até Olavo estava.

– Eu não vou mudar meu jeito porque você acha coisas, eu demonstro meu amor da forma que posso, se não é o suficiente para você, só lamento. – ela encara as filhas e vai em direção a porta.

Lavínia desaba no sofá chorando antes mesmo da mãe bater a porta. Olavo antes de sair beija a cabeça da menina demoradamente e sussurra que vai conversar com Vilma.

O resto da noite? Foi de lágrimas constantes de Lavínia, abraços calorosos de Fatinha e beijos e carinhos de dois anjinhos na tia. E Bruno? Ele como sempre abraçou a todos protegendo, cuidando, apoiando e principalmente demonstrando seu amor da forma como era o certo: com carinhos, beijos e abraços e não cobranças, desprezo e rigidez. Educar é uma forma de amar. Portanto, para dar bronca e colocar de castigo também precisa-se de amor.

E agora? Como será a convivência de Lavínia com as crianças, com a irmã e com o cunhado? E Vilma? Como será que ela vai ficar sem as duas filhas? E Olavo? Será que ele vai continuar com Vilma ou vai dar um tempo também? Gosto muito de uma frase que se aplica bem aqui: a gente aprende pela dor ou pelo amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não deixem de comentar para eu saber o que estão achando, até a próxima, beijinhos *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "No Limite do Desejo - Segunda Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.