O despertador toca mais uma vez, trazendo a infelicidade para minha manhã, infelizmente tenho que levantar cedo, apesar que seja sábado tenho que acordar a “bela adormecida” e botar o lixo para fora. Levantei da cama, calcei minhas pantufas, fui ao banheiro, fiz o banho, escovei os dentes e voltei direto para o quarto de Alyssa, quando cheguei lá, me surpreendi do que vi, Aly já estava acordada e já estava na porcaria do iPod dela.

– Caiu da cama, coisinha? – Perguntei. (Ah! E ela odeia quando chamo ela de “coisinha”)

– Não. – Falou ela, sorrindo. (Até achei estranho ela não brigar, pois toda vez que a chamo de “coisinha”, ela fala alguma coisa brava e dá longos suspiros e desta vez não, ela apenas sorriu)

– E então diga-me que milagre foi esse?

– É... que ... hum... estava falando com o... carinha lá que conheci na T-saf e tals... – falou ela, disfarçando.

– Hum... interessante – falei, em tom de sarcasmo – Então levanta da cama, te espero lá em baixo.

– Tá bom, Ta bom. – falou ela fechando a porta do quarto, me empurrando para fora (que ótimo!) sai de lá, desci as escadas, peguei o livro Bruxas e Bruxos (o livro que eu aluguei na biblioteca central, lembra?!) o livro é perfeito (é bem legal, cara, tipo é de bruxos, é pura fantasia, isso me encanta). Fiquei lendo o livro, Aly chegou muito tempo depois, ela é espertinha pois sabe que eu iria fazer o café da manhã antes que ela descesse se no caso ela demorasse (e de idiota que sou, eu fiz porque não iria ficar todo tempo do mundo com fome). Depois que terminamos o café, fui para frente da tevê (como sempre faço), fiquei fazendo 3 coisas ao mesmo tempo (Lendo, assistindo e observando a hipnótica com seu vício idiota de sempre). Realmente até hoje me pergunto em o que esses jovens acham de tão interessante nessas tecnologias idiotas, sei lá... mas acho que o tempo de antigamente era mais... “legal”.

– Ah! Lembrei! – Falei alto, quase que dando um grito. Aly me olhou assustada, e até eu me impressionei com a altura que o grito saiu.

– Que foi, Tilla? – Falou ela. (Ao mesmo tempo que acho fofo ela me chamar de Tilla, eu não gosto porquê... Ah! deixa quieto).

– Eu só quero saber o motivo de tu ter dito ontem à noite para eu não esquecer, mas eu quero saber se... é para mim não esquecer de quê?

– Afe! Já esqueceu, não era nada de mais, Tilla! E alias hoje é sábado nem tem como ir na Bellut.

– Hãm? Bellut? O que fazer? - perguntei, assustada. (Bellut??????)

– Matricular lá. – Falou ela, sem nenhum tom de brincadeira.

– Tá “zuando” com minha “cara” né? Depois de tudo que vimos em poucos minutos que ficamos lá você ainda tem coragem de brincar com uma coisa dessa? – perguntei. (Acho que Aly enlouqueceu de vez, estudar em um puro inferno da terra??! Jamais...)

– Não, mana ou você se matricula lá, ou adeus. – Falou ela dando um tchauzinho. (Ela deu esse tchauzinho porque toda chantagem dela para mim, é dela dizer que vai embora, e logico que não quero morar sozinha. Afe mas estudar nessa... Bellut??? Ah meu Deus.)

– Tá bom, afe depois conversamos sobre isso! – Falei com ódio. Pensando em meu próximo argumento para responder quando ela falar de novo em ir nessa Bellut.

– Ai que bom, vou avisar ao meu amo... amigo. – Falou ela concertando o “amor” que ia sair. Dei de ombros e subi as escadas e fui para o meu quarto, a coisinha ficou sorrindo de mim porque ela sabia que eu ia subir para o meu quarto porque toda vez que vai acontecer que nós vamos a algum lugar, eu corro para o meu quarto para escolher uma roupa... (Porque logico que eu não vou para o “primeiro dia de aula” mesmo que seja nessa porcaria de Bellut, eu não iria com uma roupa qualquer, para dar mal impressão e se eu não for, já deixo o par de roupa reservado pra qualquer outra ocasião parecida), mesmo que pareça idiota, eu estava escolhendo dois pares de roupas, um para o frio e outra para o calor, porque eu não sei qual vai ser a temperatura na segunda-feira.

– Escolheu? – Aly chegou invadindo meu quarto com um ar de risos. – Escolheu a roupa? - Nem respondi porque eu não queria estudar nessa porcaria de Bellut, e se eu falasse alguma coisa, a gente iria brigar feio e eu não queria isso para agora. Ela percebeu como eu olhei para ela, ela resmungou e saiu do meu quarto, já estou tão estressada já não basta ter que ficar nessa casa o dia todo, ainda tenho que estudar na Bellut para Aly não ir embora para a casa da Venn. Venn é uma prima dela, ela tem 19 anos e ela não gosta de mim, ela mesmo disse que não era para Aly morar comigo, e se ela quisesse a qualquer hora ela podia ir para a casa dela. (Não sei porque ela não gosta de mim, eu não arrumo confusão com ninguém e alias cara, eu mal saio de casa, vivo dentro de casa, nem conheço essa Venn pessoalmente). Às vezes eu sinto vontade de fazer tanta besteira, porque as vezes eu acho que é bom eu ter 17 anos e não ser como essas outras garotas da minha idade, só que as vezes eu me odeio em ser assim porque praticamente eu já “morri” muitas vezes, eu não sei o que é amor (Que fique em segredo entre nós, eu nunca beijei ninguém de verdade, uma vez fiquei com um garoto mas não foi um beijo marcante, não sei beijar), enfim... as vezes eu me sinto tão idiota e tão solitária ao mesmo tempo. No tempo em que eu estudava na Hallem, minhas amigas me incentivaram a não ser muito “fechada” (sabe?), mas esse é meu jeito idiota de ser.

– Tilla?? Corre aqui! – Aly me gritou.

– Já vou. – disse baixinho. Fui descendo as escadas, quando cheguei ela estava sentada no sofá assistindo um programa que eu não gosto. – Oi?

– Não sei se você se lembra, mais a gente ainda não almoçou, aliás a gente nem preparou o nosso almoço e já são 15:03 pm. Eu não sei você, mais estou morrendo de fome.

– Ah! Tá. – Falei, sem muita disposição. – Vamos para a cozinha, então.

– Vamos. – Falou ela desligando a tevê, colocando músicas da Ariana Grande no celular dela (Confesso que acho a Aly estranha porque é estranho em saber que ela curte uma cantora como a Ari, porque sei lá ela curte rock, sei que não tem nada haver pois ela pode escutar todo tipo de música mais tipo muitos acham “modinha” escutar a Ariana, mas eu descordo completamente pois não tem uma cantora que eu mais a amo do que a Ari, ela é tão perfeita para os que a amam e tão idiota para os que a odeiam, mas fazer o que? Toda diva tem haters? Verdade?!). Fui a cozinha, preparamos a comida que por sinal estava com um cheiro ótimo e sentei na cadeira da mesa. Pensando, pensando...

– Tilla, está tudo bem?

– Tá sim. Mais posso te fazer uma pergunta?

– Faz.

– Você me acha muito “fechada”?

– Só nesse lar amargo lar, ou em geral?! Sim, Sim, você é muito fechada. – Falou ela sem nenhum tipo de brincadeira.

– Hum, acha que devo mudar? – Perguntei meio que confusa.

– Tilla escuta, eu gosto de você assim pelo jeitinho que você é, porque você não é como as outras garotas, você é diferente, você é muito calada e está sempre na sua, tipo quando a gente vai em uma festa você sempre arruma um jeitinho de combinar comigo pra que cada uma fique no seu canto, eu vou confessar que eu curto e não curto essa ideia, porque eu gosto de aproveitar a festa, mas fico inquieta em ver você sozinha, posso confessar também que eu curto a festa mas sempre arrumo um jeitinho de ver por onde você está, porque pode até não parecer mas eu me preocupo com você idiota, e se você está afim de mudar por causa de “boys, eu te peço para não fazer isso porque cê é linda e tem muitos garotos afim de você, você que não dá bola, mas eu sei que tem garotos querendo você, porque muitas vezes quando a gente sai, os garotos meio que marcam você e comentam sobre como você é, você usa esses snackers e suas roupas folgadinhas que criam você única porque muitas garotas incluindo eu gosta mais de roupas... roupas um pouco vulgar, sabe?! Eu curto uma roupa preta, tenho um estilo bem “gótico?” mas eu acho que se eu fosse se caracterizar diria que sou uma “rockeira sexy?” porque amo spikes, caveiras e blá blá blá, mas eu curto roupas curtas e blusas curtas também, sabe?! Então se você quiser mudar por boys acho melhor você continuar assim pois com certeza você achará uma pessoa que goste de você assim, mas se tu quiseres ser um pouco mais “sexy” eu te ajudo. Você que sabe Tilla.

– UAU!!! Me conhece bastante, confesso que quero roupas mais sexys porque sei lá, quero mudar, cansei de ser a pequena Êva, quero ser a Tilly Evans que ninguém conhece, e mudanças boas sempre são bem vindas você sabe, então eu quero mudar, não só por “boys” e sim pela minha autoestima, visto esse tipo de roupa e me escondo através desses capuzes porque tenho vergonha de como as pessoas me olham, umas me olham bem e outras com cara de nojo e desprezo total. Vou ser sempre a mesma Eva que você conhece, mudarei apenas um estilo, mas meu jeito de pensar será o mesmo, quero usar roupas que favorecem meu corpo, me entende?

Alyssa assentiu.