I'm Aquarius escrita por Tom


Capítulo 16
Rainha Loira


Notas iniciais do capítulo

A história está se encaminhando para o final, porque provavelmente serão mais outros dois capítulos além desse. Bem, espero que aproveitem!



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O dia da grande festa de Megan havia chegado. Havia correria por todos os lados, haviam comentários sobre o acontecimento em todos os lugares. As pessoas estavam ansiosas, de fato, porque aquela seria a última do semestre. Depois disso? Férias! E a reputação de Megan dependia do sucesso do evento, porque o último que ela havia promovido tinha sido um fiasco.

Enquanto de um lado Megan se concentrava em contratar DJ’s, alugar luzes e ser responsável por toda a organização, Corinne se concentrava em colocar tudo a perder. Depois da frustração da semana anterior (quando tentava perseguir o homem que havia entrado em seu quarto, mas ele simplesmente sumia de sua vista), não pôde pedir auxílio ao ratinho para desmascarar a Rainha Loira que, com absoluta certeza, tinha sessões privadas com o diretor para conseguir tudo o que quisesse.

Mas isso não era importante, porque a morena tinha outras ideias para acabar com aquela festa. Ashley a estava auxiliando com tudo, o que era ótimo, e assim conseguiam fazer o DJ que havia acabado de ser contratado mudar de ideia, ou então que a locação das luzes não pudessem ser realizadas por já estarem alugadas. Mas Megan, bem, ela sempre dava um jeito em tudo e no fim, pessoas se arrumaram impecavelmente, passaram suas maquiagens e aplicaram os géis no cabelo, usaram suas melhores roupas e seguiram para a tenda que fora colocada no jardim e que brilhava com multicores.

– Isso vai ser p-e-r-f-e-i-t-o, Betty! – falou uma Megan quase dando pulinhos no mesmo lugar de alegria. Bettany, que sequer prestava atenção no que acontecia ao redor, tomou mais um gole do seu drink. Estava irritada e chateada, mas isso não impedia que a Rainha Loira a arrastasse até ali para contemplar o sucesso e a genialidade do evento. – Nada e nem ninguém pode estragar isso agora... Ooooi, como vocês estão? Divirtam-se! – ela cumprimentou um grupo risonho que passava.

Num lugar não muito longe dali um caminhão estacionava. Esperavam no meio fio, e ansiosas, Corinne e Ashley com sorrisos enormes. A mercadoria que tinha na carreta do automóvel era composta por no mínimo três enormes barris.

– Eu disse que meu primo conseguiria. – falou Ash, indo até o motorista para cumprimenta-lo. Corinne tirou um pequeno envelope de sua bolsa e entregou ao primo da amiga; sorriu como deveria de ser feito e depois se afastou.

– Hey, garotos, podem aparecer. – Corin falou mais alto que o normal. Por detrás dos muros da escola saíram cinco jovens, todos extremamente musculosos e com feições de que fariam tudo o que Corinne mandasse se ela os recompensassem muito bem. – Vocês já sabem o que fazer, certo? Trocar isso pelos outros barris que estão perto da tenda.

A ideia genial era trocar a tinta neon da festa por tinta comum – pelo menos comum na medida do possível, já que a tinta que haviam comprado não saia com facilidade de roupas e derivados. Isso deixaria todos os estudantes enraivecidos e, decididamente, Megan iria ser a responsável por todo esse problema. Claro que, para que tudo desse certo, Corinne teve de contar com a ajuda de alguém em especial.

Eram quase meia noite quando Bettany teve de levantar para abrir a porta do quarto. Estressou-se já que aquela era uma péssima hora para que alguém a visitasse, mas mesmo assim se surpreendeu com a pessoa parada a sua frente. Com seus olhos esquadrinhou a visitante de cima a baixo, sem poder acreditar.

– O que faz aqui? – foi só o que conseguiu perguntar. Ouviu-se uma risada baixa e depois um suspirar.

– Eu preciso da sua ajuda, Betty. – disse, por fim, Corinne. Ela adentrou no quarto sem ser convidada e trancou a porta às suas costas. A outra não conseguia dizer uma única palavra, mas aquilo não era realmente necessário. Quando piscaram novamente, já estavam nos braços uma da outra, beijando-se com sofreguidão.

Corinne acordou de seus devaneios assim que a tenda branca se tornava mais próxima. Tocou os próprios lábios, lembrando-se da sensação do beijo, e depois recompôs a expressão. Precisava se manter forte, precisava se manter superior. Chegaram no local na onde a tinta estava sendo guardada e, depois de alguns minutos de apreensão, conseguiram efetuar a troca dos barris.

– Muito obrigada à todos vocês. – agradeceu Corin. Ela fitou cada um dos que estavam ali e suspirou, abrindo um curto sorriso. – Vocês serão recompensados logo, não se preocupem. Mas agora, que tal aproveitar o show? – perguntou e sua voz saiu tomada pelo prazer do desastre que aquilo viraria.

[...]

Turner corria apressado pelos corredores vazios do prédio. Estava concentrado e tratava o notebook que estava em suas mãos como se fosse uma preciosidade. Ele precisava chegar na festa o mais rápido possível, antes que todos começassem a beber tanto que nem perceberiam o que estava acontecendo.

Abriu a porta de seu quarto sem qualquer cerimônias e, já dentro dele, pôde respirar um pouco. Entrou para o banheiro, com a finalidade de tomar um banho, e ficou ali alguns minutos para acalmar o coração. Ainda não conseguia acreditar que depois de tanto planejamento mostraria o que cada um era naquele colégio, e que eles estavam errados ao trata-lo simplesmente como um capacho.

Saiu do banho e vestiu as primeiras roupas que viu pela frente, que nada mais eram que um jeans desbotado e uma camiseta branca. A cor clara deixava-o com uma aparência ainda mais doentia, como se ele estivesse constantemente prestes a desmaiar. Correu dessa vez em direção aos jardins da escola, sem esquecer de pegar o notebook, já ouvindo a música alta que saia da tenda branca que cobria boa parte do espaço.

– Megan, acho que seria interessante você deixar algumas televisões espalhadas por todo o local. Deixar alguns vídeos das músicas passarem, ou imagens. Li sobre isso, sabe? Falavam que a festa se tornava mais dinâmica. – comentou Turner em voz baixa enquanto instalava as caixas de som. Ele suava mais que o normal devido ao calor e se não fosse a presença da Rainha Loira, provavelmente tiraria a camisa.

– Hmmm... Não sei. Nada pode dar errado hoje.

– E não vai. Você sabe que entendo dessas coisas e quando digo que algo será bom, é porque vai ser mesmo. – continuou o garoto enquanto conectava alguns cabos. Megan olhou-o de forma suspeita, mas depois deu de ombros. Saiu andando em direção ao bar, analisando as bebidas. Aquilo para Turner significava um sim, então ele pôde sorrir. Lançou um olhar vitorioso ao redor e depois continuou o seu serviço, só que mais motivado que antes.

– Mas saiba que você fará tudo isso sozinho. – ela disse de longe, mas aquilo pareceu música aos ouvidos do garoto.

O rapaz sacudiu a cabeça e se focou em passar por todas aquelas pessoas sem esbarrar em ninguém. Estava quase anoitecendo, o que significava que a festa começaria para valer dali a alguns minutos. Turner foi até o canto da tenda, onde todos os fios se ligavam nas tomadas, conectou seu notebook com alguns cabos e suspirou lentamente, passando um olhar ao redor. Agora era só esperar.

[...]

Lisbeth estava sentada em um dos bancos de madeira que rodeavam o estacionamento. Esperava Benjamin, que poderia chegar a qualquer momento, e também queria se manter o mais longe o possível da festa. Aquela música fazia seu estômago dar voltas e mais voltas, o que não era bom para alguém que havia acabado de comer um hambúrguer.

Lia um livro surrado com concentração. Lembrava-se de quando o havia comprado e o quanto ele era novo na época. Mas o que a loira poderia fazer? Harry Potter sempre era motivo para releituras e ela não era o exemplo de pessoa perfeccionista e cuidadosa com suas coisas. Na verdade, Lisbeth passava bem longe disso.

Um barulho, entretanto, lhe fez tirar os olhos das páginas. O carro vinha em velocidade; seu motor roncava e os pneus cantavam. Uma música alta parecia vir dele, mas não era o tipo de música que todos ali ouviam. Era o tipo de música que Lisbeth ouvia e isso a deixou assustada. Estaria sonhando? St. Hungham School tinha de tudo, menos pessoas com bom gosto musical.

O automóvel adentrou no estacionamento sem diminuir o ritmo, deu algumas voltas e por fim parou. Bem na frente da loira. Ela olhou suspeita para o carro, pensando se deveria começar a correr agora ou se esperaria para ver o rosto do motorista antes, mas quando o vidro baixou, Lis quase revirou os olhos. Jimmy estava com um cigarro no meio dos lábios, um sorriso torto e um ar de quem “arrasa em um Dodge Challenger 1970”.

– O que acha de dar uma volta, Beth? – perguntou depois que abaixou o volume da música. Ele abaixou o Ray-Ban até a ponta do nariz para olhar melhor a garota, ou para seduzi-la. Não importava. Ela semicerrou os olhos e soltou uma risada aguda e totalmente falsa.

– Dar uma volta com você? Não, obrigada. – respondeu e voltou ao seu livro.

– Não adianta ficar se fazendo de difícil. Ninguém consegue recusar a oferta de dar uma volta comigo. – ele falou com a voz macia, como se aquilo fosse ridiculamente óbvio. Lisbeth não conseguiu segurar o sorriso sarcástico que surgiu em seus lábios.

– Não acredito que ouvi isso. – murmurou consigo mesma, olhando para o céu noturno. Fechou o livro e levantou-se do banco, indo até Jimmy. O rapaz abriu um sorriso vitorioso e acelerou sem sair do lugar, como se quisesse provar a potência de seu motor. – Você deveria se acostumar com o fato de não ser o centro do mundo, sabia? – ela disse calmamente e depois deu as costas a ele, praticamente no mesmo momento em que a coordenadora vinha rápida na direção de ambos.

– James Parsley, venha comigo agora até o diretor. – avisou-o e ele engoliu em seco. Desligou o seu carro, desceu do mesmo e trancou a porta, seguindo a mulher de meia idade para dentro do prédio. Antes de sumir de vista ele lançou um último olhar à Lisbeth, uma espécie de súplica para tirá-lo dali, mas a garota olhava-o confusa, totalmente presa em seus pensamentos. Nunca havia pensado que seu nome verdadeiro não seria Jimmy e sim James.

Ela, entretanto, tinha assuntos mais importantes para tratar porque neste momento, entrando no estacionamento da mesma forma que Jimmy – mas não na mesma velocidade –, vinha um carro preto e que a garota conhecia muito bem. Seu coração perdeu um compasso e ela deixou o livro sobre o banco de madeira, correndo na direção do automóvel. Quando a porta do carona se abriu, saiu de lá um jovem de cabelos louros e curtos. Ele estava muito magro, mas fora isso parecia bem. Não era bem uma prioridade, desde que ele estivesse ali são e salvo.

– Benjamin!

– Lisbeth!

E os dois amigos se abraçaram. Afinal, faziam cinco anos desde a última vez que haviam tido realmente algum contato.

[...]

– Desejo falar com Maddison Squarre. – o homem tinha uma feição carrancuda e parecia irritado. Ele olhava fixamente para o porteiro do prédio, que tremia as bases ao se ver encarado por um homem bruto como ele.

– E-e-la não quer receber visitas. – gaguejou o outro enquanto desligava o telefone.

– Ah, não quer receber visitas? Então avisa para ela que sua preciosa filha está correndo risco de morte e que o assassino já está bem próximo de conseguir. – o homem disse depois de bater com o punho no balcão de mármore, que tremeu. O porteiro discou rapidamente o número do quarto da Squarre, repetiu a frase que havia acabado de ouvir, e depois tornou a desligar.

– Ela irá recebe-lo agora, senhor.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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