Pisquei os olhos rapidamente, querendo entender por que ele estava alie parecia tão preocupado com a minha... auto estima?

P.O.V.James

Carrie estava me olhando de uma forma estranha, parecia até apavorada. Será que era por que eu a tranquei no banheiro do colégio comigo?

Subi na pia de mármore de costas para o espelho gigante, minhas pernas balançavam em sincronia enquanto eu cruzava os braços e a espreitava com os olhos, ela pegou gentilmente alguns lenços de papel e secou o seu rosto, voltando a me encarar de forma confusa.

–Eu não pretendo sair daqui até você me contar por que estava chorando. –Ameacei. – E obviamente, se eu não sair daqui, você também não sairá.

Ela parecia estar com medo, mas eu via a sua boca se abrir.

–Fo..Foi o o o Derek. –Ela disse gaguejando e abaixou o rosto.

–O que ele fez pra você? –Deixei as palavras correr por minha boca enquanto uma raiva estranha invadia o meu cérebro.

–Nada. –Ela respondeu.

–Nada? Você acha mesmo que eu vou acreditar em um nada? –Falei áspero.

Um silêncio se fez, então como Carrie continuava a fitar o chão, pulei de cima da pia e me aproximei dela, ergui lentamente o seu rosto a fazendo me olhar. Seus olhos pareciam indefesos e lágrimas apontavam escorrer por eles novamente. Acariciei com os polegares os dois lados de seu rosto, tentando suavizar a sua expressão.

–Confie em mim Carrie, eu só não quero te ver chorar novamente. –Falei o mais doce possível , se bem que, doçura não combina nem um pouco comigo.

–Eu acho que Derek está me dispensando... e da maneira mais cruel. –Ela disse apenas, então uma lágrima caiu.

–O que cruel quer dizer pra você?

Ela respirou fundo.

–Derek acha que eu estou dando muita atenção à você, e na verdade ele tem um pouco de razão. Eu não sei o que está fazendo comigo James! –Ela quase gritou.

–Eu não estou fazendo nada. –Tentei me esquivar.

–Derek já não me procura mais. Ele não quer mais vir pra escola comigo. –Ela chorava desesperadamente. –E como um casal de namorados pode viver assim?

Mas o que? Casal de namorados? Meus olhos se arregalaram, claro que eu sabia de todo esse rolo entre eles, mas namorados? Os pais dela nem sequer suportam o vadio.

–Ele me tratou mal na frente dos colegas... –Carrie ia cuspindo as palavras com um monte de lágrimas. –Eu acho que acabou.

–Quem esse idiota acha que é? –Soltei. –Seque seu rosto.

Peguei as chaves e abri a porta saindo como louco dela. Esse desgraçado do Derek vai aprender a nunca mais fazer uma garota chorar, ainda mais uma garota como a Carrie.

Voei pelos corredores, passando e empurrando quem estivesse à minha frente, ao longe vi Derek escorado na parede do lado de fora da sala da primeira aula. Ele estava conversando com mais um nerd idiota, quando o puxei pelo colarinho e fiz ele me olhar olho no olho.

–Você é mesmo um babaca! –Cuspi em seu rosto.

Ele arregalou os olhos e tentou se soltar, mas eu o apertei ainda mais firme quase o enforcando. Eu podia matá-lo.

–Você não se importa com a Carrie não é mesmo? –Fui gritando em seu rosto. –Por sua culpa ela parece uma garota depressiva chorando no banheiro.

–E o que você tem a ver com isso? –Ele retrucou.

–Você não percebe? A Carrie é louca por você, e por Deus eu não entendo o motivo.

Derek tentou se afastar mais uma vez, mas eu o segurei mais forte. Senti alguém pegar em meu ombro, mas usei meu cotovelo para afastar quem quer que tenha sido.

–Ela me ama James, -Derek falou rindo. –Deve ser por que você é metade do homem que eu sou!

Senti a raiva tomar conta dos meus olhos, esse filho da puta vai me pagar. Derek pegou com as duas mãos em meu peito e me empurrou para trás, fui obrigado a soltá-lo, mas antes que ele pudesse se situar, pulei pra cima dele com um soco.

Imediatamente ele caiu ao chão segurando o queixo. Ouvi gritos de garotas e alguns assovios, olhei ao redor e uma roda de pessoas já nos observava.

Derek foi se levantando rapidamente, e partiu pra cima de mim. Tentando me socar, mas como eu estava de pé, consegui dar um chute em seu estômago fazendo ele voltar ao chão.

–Maldito! –Gritei, -Vou acabar com você.

Pulei sobre ele no chão, e despejei socos em seu rosto, ele tentava se proteger com as mãos, mas eu fui socando mesmo assim.

–Quem é metade de um homem agora? –Gritei.

Então, depositei mais um soco, agora em sua barriga. Então senti um chute em minhas costelas, cai para trás com a força do chute. Derek voltou a me atacar, agora ele quem estava por cima de mim, e socava o meu estômago. Usei meus pés para afastá-lo mas foi em vão. Já sentia o gosto de sangue em minha boca, e eu precisava sair de baixo dele. Consegui retirar minhas mãos de minha costela dolorida e encontrei o rosto de Derek livre, fechei minha mão e aceitei-o de cheio. Bem do lado esquerdo de seu rosto. Uma gota de seu sangue caiu sobre meu rosto, e em seguida foi a vez dele de cair.

Escutei gritos e choramingos, então virei meu rosto para o lado e vi Carrie ajoelhada ao nosso lado com as mãos entre o rosto, ela gritava por socorro enquanto o restante dos alunos estavam me olhando horrorizados. Eu quis me levantar, porém minha costela não permitiu. Levei meu braço até o rosto e fechei meus olhos gemendo de dor.

P.O.V. Carrie.

Eu não acreditava no que estava vendo, minha garganta doía de tanto que gritei por ajuda, ninguém apareceu de imediato e nenhum aluno quis apartar a briga, a visão de tudo aquilo era apavorante, havia sangue por todo o lado. Eu não conseguia mais ver o rosto de Derek, ele estava coberto de sangue extremamente vermelho, e eu achava que ele estava morto. Me rastejei até ele, e chorei alto. Passei minhas mãos pelo seu cabelo e ele nem abriu os olhos, senti alguém se ajoelhar ao meu lado e pegar em meu ombro, era Lauren.

–Não mexa neles, -Ela disse. –O diretor já chamou uma ambulância.

Lauren me abraçou e ela parecia chorar também, mas eu não tive certeza. Olhei mais ao lado e vi James com o braço sobre o rosto e sua outra mão segurava firmemente uma de suas costelas. Ele também estava sangrando mas estava acordado. Vi ele gemer umas três vezes quando o colocaram na maca quando o socorro chegou, já Derek foi levado ao hospital inconsciente.

P.O.V James.

Puta merda, agora eu estava dentro de uma ambulância rumo ao hospital. Sentia uma santa dor em minha costela e em grande parte do meu rosto. Haviam três enfermeiros comigo, sendo uma mulher. Retiraram a minha camiseta com cuidado e avaliaram a situação da minha costela.

–Fratura.

Ouvi a enfermeira falar ao seu companheiro, fizeram com que eu abrisse minha boca, a enfermeira começou a despejar um liquido em meus lábios o que fez arder bastante meus ferimentos, em seguida pegou um punhado de algodão e foi limpando. Eu olhava fundo em seus olhos castanhos, era uma enfermeira jovem e muito bonita.

–Se envolvendo em brigas hein.

Ela resmungou quando percebeu que eu a olhava, não disse nada por ela estar fazendo pontos no meu lábio inferior. Em seguida, ela fez curativos em meus braços que estavam com arranhões feios. Eu nem percebi que aquele filho da mãe havia me arranhado.

Não sei o que deu em mim. Mas eu senti vontade de matar Derek, como ele pode estar fazendo isso com a Carrie? Por um lado eu estava feliz, o caminho estava livre para mim se ele saísse do meio. Mas por outro não, Carrie o ama, ela mesmo confessou, e agora ele está a dispensando. É como aquela frase, mil loucos por ela, e ela aí, louca por ele.

A ambulância finalmente parou e não demorou muito para que as portas traseiras fossem abertas, então retiraram-me de dentro dela e me levaram em direção a entrada do grande hospital. Olhei para o lado enquanto me levavam, mas eu não conheci ninguém. Carrie não veio comigo. Ninguém veio.

Fiquei em uma sala branca imóvel, até que um doutor de cabelos grisalhos se aproximou de mim.

–Olá, eu sou o doutor Philips, Vamos fazer um raio-X em você agora mesmo.

Apenas assenti com a cabeça. Sentia uma dor absurda na minha costela e também em meus lábios onde eu sentia o barbante quando passava a língua.

{...}

Me enfaixaram todo assim que o raio-X ficou pronto, eu estava mesmo com a costela quebrada. Fiquei deitado em uma cama do hospital enquanto colocavam soro e um liquido escuro que eu suspeitei ser remédio para a dor em minha veia.

O médico se aproximou de mim com o raio-X em mãos.

–Olhe aqui, você fraturou esta costela aqui. –Ele me mostrava com os dedos, e dava pra ver bem o osso desestruturado. –Por sorte, essa fratura não comprometeu nenhum de seus órgãos internos e então o mais provável é que você esteja recuperado dentro de 3 a 6 semanas.

Eu escutava atento e enquanto ele ia falando:

–Você não poderá fazer nenhum esforço físico, e terá que fazer alguns exercícios de respiração. Bem... você tem algum familiar para te levar para casa e arcar com os gastos?

Engoli em seco, eu não tenho ninguém por aqui , a não ser os pais da Carrie.

Nesse momento, uma enfermeira apareceu.

–Dr. Philips, alguns familiares do rapaz chegaram.

Meus olhos se arregalaram, quem?

–Ótimo. –Disse o médico. –Tome cuidado garoto. –Ele disse indo embora.

A enfermeira pegou em meu braço e me ajudou a sair do quarto, após alguns minutos de soro e remédios intensos. Na sala de recepção vi os pais da Carrie sentados apreensivos. Caramba! O Sr.Morre saiu do trabalho!

Um sorriso se fez em meu rosto quando a Sra. Morre veio ao meu encontro e me abraçou sem me xingar pelo acontecido. Completamente diferente do que eu esperava, completamente diferente do que meus pais verdadeiros fariam....

–Meu Deus James! Mas o que aconteceu com você? –Perguntava a Sra. Morre assustada.

–Você não sabe? –Perguntei com dificuldade.

–Só o que eu sei é que você quebrou uma de suas costelas, teve ferimentos nos braços e está com 5 pontos no lábio, talvez você queira me contar o que aconteceu?

Puta merda! Será que ela vai ficar chateada se eu contar? Bom, de alguma forma ela vai saber....

–Eu me envolvi em uma briga no colégio. –Disse devagar. –Mas não se preocupem, eu vou pagar pelos gastos.

–Imagina! Claro que não. Eu só preciso ligar para a sua mãe. –Ela disse.

Se ela soubesse onde está a minha mãe, ela ficaria surpresa, talvez ela nem consiga ligar, eu conheço muito bem a mãe que tenho, o pai de Carrie ficou de braços cruzados sem dizer nada, acho que ele está zangado comigo, ao contrário da sua esposa, que agora tá me ajudando a entrar no carro.

Eu paro bem na porta, e olho para os lados. Cadê ela? Pergunto a mim mesmo.

–Oh querido, a Carrie não veio. –Respondeu a Sra. Morre como quem lê pensamentos.

Senti uma fisgada de decepção, mas nada do que eu já não esperava. De repente o Sr. Morre resolve soltar:

–Carrie está com Derek.