League of Legends: As Crônicas de Valoran escrita por Christoph King


Capítulo 41
Capítulo 40: Jayce


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo, pequeno mas significativo. Apresenta Piltover e a vida de Jayce antes de ser O Defensor do Amanhã. Apresento-lhes também Corin Reveck e Orianna Reveck ainda humana. Caitlyn, a detetive, ainda não xerife também está presente. Vale lembrar que os acontecimentos nesses três capítulos de apresentação da lore do Jayce acontecerão anos antes dos acontecimentos da segunda temporada.
Abraço xD



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Capítulo 40:

Jayce – Piltover

Jayce acordou com um pouco de dor de cabeça. Havia ficado a noite toda trabalhando em seu mais novo projeto: um martelo que vira canhão. Parecia loucura, todos diziam isso, mas ele sempre quis isso desde pequeno.

Quando garoto ele sempre fazia desenhos sobre um martelo que poderia virar canhão. Quando adolescente, comprava martelos imensos só para treinar, para que quando construísse sua relíquia tão almejada, já soubesse como usá-la. Infelizmente, o sonho se tornara tão vago de uns tempos para cá. Felizmente ele havia sido promovido para cientista mecânico classe A. Se conseguisse construir o martelo-canhão, viraria classe S, tinha certeza.

Levantou da cama; o quarto estava um breu. Foi até a janela, onde a cortina deixava tudo escuro. Quando a abriu, teve um belo vislumbre de sua cidade-estado: Piltover. A cidade era linda, com vários prédios modernos e futuristas, diferente de tudo que poderia se ver em toda Runeterra. Carros circulavam pelas ruas, pessoas andavam para lá e para cá. Haviam dirigíveis enfeitando o céu e um imenso castelo ao centro de tudo, o centro da cidade, onde residia o prefeito.

Jayce adorava aquela vista, e qualquer uma que passasse pela rua também adoraria, já que ele estava só de cueca.

Foi até o banheiro, onde se olhou no espelho. Tinha olheiras fundas e remelas, seus cabelos castanhos estavam bagunçados, lavou o rosto e continuou a se encarar no reflexo. Às vezes algumas mulheres perguntavam como um homem tão lindo poderia trabalhar de cientista? Jayce preferia odiava pessoas egocêntricas, logo preferia não vangloriar sua beleza.

– Mas que eu sou bonito – disse para si mesmo –, eu sou.

Notou que havia engordado alguns quilos após trabalhar tanto. Havia feito muitos trabalhos químicos para o governo, deixando para lá o trabalho físico. Ainda era musculoso, mas não gostava de engordar um quilo sequer.

Tomou o café da manhã, colocou sua roupa de trabalho – trabalhando como cientista e mecânico, teria que levar um jaleco e um macacão, para os diferentes trabalhos.

[...]

Jayce saiu às ruas de Piltover, rumo ao trabalho, na Alfândega de Piltover, fundada por Heimerdinger, um yordle inteligentíssimo que já fez muito pela cidade.

A alfândega ficava no sudeste da cidade, e para chegar até lá, Jayce precisou pegar um bonde, que o levaria rapidamente.

A cidade do progresso era bastante movimentada, tendo bastante lojas, bancos, mercados, casas e prédios. Haviam muitos pedestres, mas a maioria preferia pegar bondes. Muitos dirigíveis voavam pelos céus.

Chegando à alfândega, Jayce encontrou Corin Reveck, um dos mecânicos e classe S em criação robótica. Ele era de meia-idade, usava óculos, cabelos curtos e castanhos, quase loiros. Tinha barba e bigode. Já havia recebido muitos prêmios de melhor invenção, era um verdadeiro gênio. Ele sempre tratou Jayce como um filho, ensinando-o suas técnicas de invenção. Ao seu lado estava a sua filha, jovem, onze anos, chamada Orianna Reveck. Ela era baixa, tinha um cabelo loiro e liso, pequeno, porém, preso em um coque. Tinha olhos azuis e usava um tipo de saia de bailarina.

– Bom dia, Jayce – disse Corin.

– Bom dia – disse Orianna.

– Bom dia, Corin. Bom dia, Ori – Jayce sorriu para a garota, que retribuiu o sorriso.

Adentrou às portas da alfândega junto do velho homem e de sua filha, que saltitava de forma feliz. A esposa de Corin morrera no parto, deixando-o sozinho com a filha. Ele já superara a morte da esposa, mas pedia que não tocassem no assunto. Como Orianna estudava de tarde, ela sempre visitava o trabalho do pai pela manhã.

A alfândega era uma mecânica perfeita, com muitos protótipos de robôs, meios de transporte, itens domésticos, e etc. Os robôs da guarda presidencial era feitos ali, confeccionados por Heimerdinger e pela elite classe S. Corin já confeccionara metade de todos os robôs, que já salvaram a pele de muitas pessoas durante ataques terroristas zaunitas. Lá também são feitas armas de guerra para a polícia local.

[...]

Jayce trabalhava em seu martelo/canhão, um protótipo que estaria pronto em pouco tempo, tendo os materiais necessários. Poderia ser dito como um simples capricho, mas por ser uma arma, Heimerdinger optou por pagá-lo e fornecer todos os materiais, como se o martelo fosse um pedido, uma encomenda a ser entregue. Jayce ficou felicíssimo com isso, podendo receber para confeccionar seu sonho.

Usava óculos enquanto arrumava a fiação do martelo, que seria uma arma eletrônica, capaz de gerar potência e, na postura de canhão, atirar lasers e uma esfera de energia.

– Quando seu martelo fica pronto, Jay? – perguntou Orianna.

Jayce deu um sobressalto, estava há tanto tempo fixado no trabalho que se esquecera da vida. Percebeu que havia trabalhado há exatas quatro horas, não tendo terminado nem metade do que iria fazer no martelo aquele dia. Darei tudo o que precisa, dissera Heimerdinger, mas você terá que trabalhar sozinho. Isso atrapalhava muito o desenvolvimento do martelo, que precisava ser feito com um assistente, mas o chefe yordle já estava sendo bom demais fornecendo tudo que Jayce precisava para ele exigir um ajudante.

Jayce removeu os óculos de trabalho.

– Em alguns dias, Ori – respondeu.

– Você está trabalhando há muito tempo – ela comentou. – Deveria dar uma folga.

Jayce riu.

– Se eu quiser realmente termina-lo, não haverá folga tão cedo – se levantou da cadeira, as pernas doíam –, embora eu precise andar um pouco.

Foi até a sala de Corin, para ver o que ele estava fazendo. Jayce e Orianna encontraram-no conversando com o xerife da cidade e com uma outra mulher. A porta estava aberta, então conseguiram pegar um pouco da conversa.

– ...precisamos de alguém para examinar um cristal arcano raro, encontrado nas redondezas... – ele se virou, percebendo estarem sendo vigiados por alguém.

Jayce recuou.

– Me desculpe, senhor, não sabia que você estava em reuniã...

– Não, Jayce, fique – respondeu Corin; fez um gesto, chamando Orianna para sentar-se em seu colo. – Eu estava somente debatendo com o xerife Samwell e com a detetive Caitlyn sobre uma proposta da câmara de Piltover.

Jayce chegou mais perto de Corin, passando pelo xerife e pela detetive, que o observava de forma calculista. Ela era incrivelmente bonita, Jayce não podia negar. Tinha longos cabelos castanhos, usava um chapéu roxo, um blazer preto, camisa e saia, ambos roxos. De repente Jayce começou a gostar de tal cor. Ela tinha uma expressão fria, porém não parecia ser uma pessoa ruim e sem qualquer senso de humor.

– Uma... proposta? – perguntou Jayce.

– Eles querem que eu examine um cristal arcano raro, aparentemente shurimane.

– Shuri... o que? – perguntou Orianna.

– Shurimane são quem ou o que é de Shurima.

– Do deserto?

– Sim, minha filha. Ele ainda é tratado como uma quase cidade-estado por que já foi um reino poderosíssimo na antiguidade.

Caitlyn deu uma risada fraca.

– Não temos tempo para aulas de história e geografia, senhor Reveck.

Corin sorriu.

– Pois bem, ajudarei. Porém não serei eu quem examinará o cristal – olhou para Jayce –, será meu amigo Jayce.

Jayce franziu a testa.

– Como assim?

– Precisamos que você examine o cristal, Corin – disse o xerife, um pouco exaltado.

Corin deu de ombros.

– Vocês precisam que alguém examine, e a melhor pessoa para fazer isso é Jayce. Estou ocupadíssimo terminando um protótipo de um martelo que vira canhão, feito pelo próprio Jayce, um dos meus mais brilhantes mecânicos e cientista.

– Está? – perguntou Jayce.

– Estou!

Jayce entendeu que aquela era a sua grande oportunidade de subir na vida, sair da alfândega pelo menos um pouco e ir fazer um trabalho digno de uma classe S. E o melhor: Reveck terminaria seu martelo, dando seu “toque mágico” nele, deixando-o mais que perfeito. Jayce já fizera quase tudo, só precisava de uns reparos e melhores fiações, coisas que Corin poderia fazer, sem problemas.

– Bom, nesse caso eu posso sim ir – respondeu Jayce, sorrindo.

Corin e Orianna se levantaram.

– Ótimo, assunto encerrado.

Caitlyn pareceu abismada.

– Mas como assim? Não podemos deixar qualquer um ir lá e...

– Opa! – exclamou Corin. – Jayce não é qualquer um. Ele é meu melhor mecânico e cientista.

Caitlyn cruzou os braços.

– Ótimo – respondeu.

– Você começa amanhã – respondeu o xerife com as mãos nos bolsos.

[...]

– Não confio em você – disse Caitlyn a Jayce.

Ele estava no horário de almoço, pegando um copo de água no bebedouro, quando ela chegou nele e disse isso. Se sentiu um tanto quanto mal em estar usando um macacão sujo de mecânico, estar suado e sujo, isso tudo perto de uma detetive tão... bonita? Jayce também se sentiu mal em estar com dois botões do macacão desabotoados devido ao verão de Piltover que não perdoava ninguém.

– Digo o mesmo – respondeu com um sorriso no rosto.

Ela cerrou os olhos para ele, quase que fuzilando-o com os olhos.

– Pensa que estou brincando? Pois não estou – ela parecia realmente irritada. – Trabalho nesse ramo há muito tempo e sei que não posso confiar em qualquer um. O cristal que encontramos é da antiga Shurima. Se for inteligente o suficiente para entender que aquele cristal pode ser um fragmento do Ascendente Ancião, saberá que ele pode ser alvo de tentativas de roubo por zaunitas malditos.

– Sei disso, e agora você está me chamando de espião? – riu. – Eu também trabalho nesse ramo há muito tempo e sei que você não passa de uma detetive metida que acha que pode chegar aqui e me difamar. Pois saiba que trabalho para Heimerdinger e para Corin há anos, desde minha juventude. Amo o que faço e o que você diz não importa para mim, estamos entendidos?

Quando Jayce se deu conta, estava perto o suficiente para beijá-la, bufando em sua cara. Recuou, tentando se acalmar. Ela ainda o fuzilava com os olhos, o que o irritou bastante. Ela sabe como irritar um homem, pensou.

– Muito bem – ela disse, por fim –, seu argumento parece verídico. Só pelo que... tente ficar atento, pois esse cristal é muito cobiçado.

Deu as costas e foi embora, um tanto quanto envergonhada.

Jayce suspirou; argumentar fazia sua mente queimar em brasas.


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