League of Legends: As Crônicas de Valoran escrita por Christoph King


Capítulo 19
Capítulo 18: Zed




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514939/chapter/19

Capítulo 18:

Zed – Ordem de Ninjas Kinkou ­– Ionia

Mãos do Destino. Essa fora a técnica que Zed havia utilizado na batalha contra Shen. Mas como? Ele não se lembrava de ter visto uma técnica como aquela em muitos anos. Já estudara, e muito, os escritos de Kinkou, tentando encontrar a sua técnica perfeita, mas nunca encontrara.

Haviam vários livros de técnicas novas na livraria da Ordem. Às vezes chega a ser estranho uma livraria em uma ordem de ninjas, onde se aprendem a lutar na prática, mas antes se precisa estudar, e Zed já estudara muito por aqueles livros.

Depois do mergulho que Shen lhe proporcionou, ele percebeu que ninguém ligara para onde ele estava. Ao submergir da água, tudo o que vira foram aplausos e Shen se glorificando pela vitória. Aquilo lhe irritou profundamente; quis ir lá e enfiar uma lâmina em seu coração, embora ainda não pudesse lutar com armas afiadas. Eles só treinavam com esses tipos de lâminas, e aquele era o dia de treinamento.

A mestra das lâminas era Kelsen, a mãe de Akali, e mão direita de Shyon, o Chanceler-chefe. Ela chegou com longas vestes verdes, uma flor no topo da cabeça, e seus belos cabelos negros e lisos soltos. Ela tinha um olhar calmo e serene, mas era aclamada como uma das melhores assassinas que já se houve. Zed não imaginava como, mas pelo visto, ela era bem mortífera.

Todos os jovens da classe de Zed estavam em fila de menor para maior, uma fila de garotos e outra de garotas. O primeiro da fila de garotos era Kennen, o segundo, Kyrie. Shen era o décimo terceiro, ficando atrás de Zed, que não demonstrava nenhuma emoção.

– Hoje, meus jovens – começou Kelsen –, vocês escolherão suas armas de guerra. Lembrem-se que as suas armas serão provisórias: vocês as escolherão, e treinarão com elas; e se não gostarem, poderão trocar por outras. E então, teremos um torneio onde vocês poderão utilizar suas armas, mas é claro, não poderão se machucar fatalmente, pois nossa anciã-chefe Ioniana, Karma, irá cuidar do torneio.

Zed bufou.

– E o que aquela espiritualista sabe sobre guerra? – zombou; podia-se ouvir risos, tanto do lado masculino quanto do feminino.

– Mais do que você – retrucou Akali, fazendo Zed se irritar profundamente e fazer o dobro de risadas de antes.

Kelsen repreendeu os dois com um olhar fatal.

– Não irei tolerar desrespeito contra nossa anciã novamente, Zed – disse ela. Tornou a sorrir, e fez um gesto para que eles a olhassem. Foi até uma porta dupla, bem grande, com ornamentações draconianas orientais. – Aqui está o nosso arsenal de guerra; onde encontramos nossas armas principais nas quais usamos para uma vida inteira – ela empurrou as duas portas com força, que se abriram com um rangido. Os jovens suspiraram quando viram a variedade de armas que ali estavam. Haviam várias prateleiras negras com lâminas, adagas, kamas, shurikens, espadas, katanas, e etc. – Peguem o que quiserem.

Todos entraram rapidamente no estabelecimento, sem hesitar. O único que restou foi Zed, que não parecia muito confiante. Ele respirava com dificuldade, e suava em frio.

– Algum problema, querido? – perguntou Kelsen, preocupada.

Ele balançou a cabeça.

– Não é nada. É só que...

– É só que você quer uma arma que seja tão boa quanto a de Shen. Se você não ser rápido, ficará com as piores.

Ele forçou um pequeno sorriso.

– Tudo bem – e entrou lá dentro.

Lá, os jovens ninjas olhavam as armas com bastante entusiasmo e curiosidade. Zed avistou o trio maravilha debaterem sobre as melhores armas. Akali não hesitou; pegou logo as armas que sua mãe sempre usou: Kamas, que são uma espécie de pequenas foices que você usa em cada mão; Zed não conseguia imaginar um bom uso para aquilo, mas já vira Kelsen dar uma voadora em um ninja inimigo e cortá-lo rapidamente com as armas, num piscar de olhos.

Zed andou lentamente olhando as armas, e uma lhe chamou a atenção: shurikens laminadas. Parecia ser algo bem legal atirar aquele tipo de coisa, então pegou logo umas dez – havia uma infinidade delas ali. Talvez conseguisse dar uns tapas em Shen, se afastar, e atirar suas shurikens. Talvez conseguisse derrota-lo à distância.

Legal, Shen! – Zed se virou para ver quem havia falado: Kennen e Akali admiravam duas lâminas katana que Shen tinha arranjado. Eram o tipo de lâmina que você carrega embainhada nas costas, e ali estava ele, com as bainhas pendendo atrás dele. Zed cerrou os punhos, e Ken continuou a falar: – Não haverá quem pode te derrotar com essas lâminas.

Akali de uma entreolhada com Zed, com um olhar malvado.

Não mesmo.

Zed recuou, foi até Kyrie, que observava as armas com muita hesitação. Que tipo de arma aquele pequeno pedaço de gente conseguiria usar? Talvez shurikens, ou até mesmo kunais. Mas ele observava alguma outra lâmina, algo que Zed não deu muita importância.

– Droga, Kyrie – ele disse, e o garoto se virou para ele, sorrindo.

– Zed! Olha só o que eu achei...

– Como eu posso derrota-lo assim? Você viu que tipo de arma ele pegou? Duas katanas! Não tem como; eu desisto, tá bom?

Kyrie fez uma cara feia.

– Você não pode desistir, Zed. Assim nunca vai vencer ninguém.

Zed grunhiu.

– Eu venço todo mundo, você não viu na última batalha? O único que nunca venci foi o Shen, e por que?

– Por que você não tem uma técnica especial – Zed franziu a testa. – Kennen tem magia do relâmpago, Shen tem potencial para ser o próximo Olho do Crepúsculo, podendo proteger a si mesmo e a todo mundo, e Akali pode criar aquele Véu.

– Você tem razão, Ky. Talvez eu deva... – lembrou-se daquela caixa preta. Talvez as Mãos do Destino tivessem alguma coisa a ver com ela. A preocupação dos mestres com ele ter achado aquela caixa era imensa, ou seja, tinha algo nela, algo proibido, algo que ele não deveria nem encontrar. Sim, pensou ele, aquela caixa tem muito poder. Seria poder o suficiente para derrota-lo?

Kyrie suspirou.

– Olha, eu encontrei uma arma que pode lhe ajudar com as katanas dele.

– Sério.

Ele fez que sim com a cabeça.

– Você precisa de uma arma rápida, que possa se defender contra as lâminas dele, mas sem se igualar, pois você quer ser mais do que ele; quer vencê-lo, e não empatar. – Fazia sentido, Zed pensou. Talvez aquele garotinho tivesse mais cérebro que muitos dali. – Então... – ele apontou para a arma que ele tanto olhara quando Zed chegou; à sua frente haviam duas manoplas pretas e estranhas.

Zed franziu a sobrancelha.

– Manoplas? O que elas fazem de tão especial.

– Coloque-as nas mãos – Kyrie disse, e ele obedeceu. Eram como luvas, mas tinham algo à mais, algo sobressalente. – Aperte a palma da mão com os dedos – ordenou, e Zed o fez. E quando o fez, duas pequenas lâminas surgiram de dentro das manoplas, parecendo garras. Elas ficavam nas costas das mãos, e eram tão afiadas quanto qualquer outra lâmina. Tinham 11cm.

– Incrível, Kyrie – disse Zed. – Essas lâminas são ótimas – e cortou o ar com elas. Eram rápidas, eram fortes, eram tudo. Elas podiam interceptar um golpe de Shen com o vão entre elas, e se Zed pudesse prender as duas lâminas dele nas suas, podia lhe dar um chute na barriga, e depois... As shurikens, disse uma voz em sua mente. – As shurikens – repetiu. – Eu posso atirá-las com essas lâminas, pois minhas mãos ainda ficam livres, em parte.

Kyrie deu um sobressalto.

– Claro! E você ainda pode utilizar sua perícia em socos e chutes com essa lâmina.

Estava tudo perfeito, mas para Zed, havia algo faltando. Aquelas lâminas ainda lhe estranhavam: toda vez que olhava seu reflexo nelas, via olhos vermelhos e sombras ao seu redor; piscava, e tudo voltava ao normal. A Caixa das Sombras. Pensou bem no que faria a seguir, e isso parecia muito perigoso, mas necessário.

Quer vencer Shen?, disse uma voz sombria em sua mente.

Sim, eu quero.

Então aceite as sombras.

...

– Todos nós vimos, Kelsen – gritou Shyon na mesa do pequeno conselho. Dessa vez, todos estavam reunidos, com um membro a mais: Karma. Ela era uma mulher morena com curtos cabelos negros. Ela tinha cintilantes olhos azuis, e usava roupas e tatuagens com símbolos espirituais. Uma forte energia emanava dela.

Kelsen não parecia gostar da decisão do conselho; algo, para ela, não estava certo. Não queria condenar o jovem Zed, não queria ver uma alma pura se corromper, logo, não acreditava nas afirmações do Chanceler.

– Nós não podemos tomar decisões precipitadas – ela disse. – O garoto disse que não encontrou a caixa sombria, logo, não encontrou.

Karma a fitava friamente.

– Querida Kelsen – ela falou –, não se deixe enganar por rostinhos bonitos...

– Eu não estou sendo enganada – interrompeu. – O garoto é um fraco. Já perdeu para o filho de Shyon umas trocentas vezes!

– As sombras não escolhem os fortes e nem os fracos – comentou Karma. – Elas escolhem as pessoas de coração maldoso.

– Mas Zed não é maldoso. É só um garoto – e sua expressão furiosa se tornou desesperada.

Shyon só a observara, até que descobriu o que estava acontecendo ali.

– Eu sei o porquê de você estar fazendo isso Kelsen. Você não é de defender garotos desse tipo – ele falou bem calmamente, diferente de todas as vezes em que debateram sobre Zed. – Esqueça Myron; Zed é o garoto da profecia. Se você quer que eu me desculpe por tê-lo banido sem ter certeza se ele seria ou não o novo ninja das sombras, diga logo e pare com essa idiotice.

Uma lágrima desceu do rosto de Kelsen.

– Dê um tempo à ela, Chanceler – disse um homem velho e barbudo. – Aposto que não quer acreditar que nós banimos o homem errado, e agora, o homem certo apareceu.

Ela limpou as lágrimas, e exclamou:

– Ele não é o garoto da profecia!

– Muito bem – disse Karma imponentemente. – Todos nós vimos o jovem Zed utilizando uma técnica proibida das trevas, lembre-se disso, minha jovem. Se o garoto for mesmo o da profecia, não teremos escolha senão bani-lo.

Shyon se virou para ela, irritado.

bani-lo? Nós sabemos até onde isso irá; devemos executá-lo.

Todos na sala ficaram boquiabertos, menos Karma. Ela olhou nos olhos de Shyon, sem emoção nenhuma.

– Você ainda levará esse templo à ruína, Shyon – ela se levantou. – Conselho encerrado! Espero que você dê um tempo ao garoto. Organize um torneio, alguma coisa. Se ele demonstrar ser o garoto da profecia, então nós não teremos outra opção senão bani-lo. Não podemos executá-lo, pois iriamos contradizer todas nossas crenças, O.K?

– O.K – respondeu Shyon, ainda irritado.

Kelsen estava emocionada a ponto de chorar.

– Obrigada, anciã Karma – ela disse.

Karma se virou para ela, sem emoção alguma.

– Não foi por você, minha jovem. Foi para manter o equilíbrio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!