Quando as estrelas se alinham ( Gay ) escrita por Victor Coelho


Capítulo 2
A felicidade bate a Porta




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Toc. Toc

— Eu ainda posso entrar? — Perguntou Jake logo na beira da porta

— Claro — respondeu o professor — Senhor...?

— Jake — replicou enquanto se sentava ao meu lado — Jake Connors

— Então, Sr Jake, quais foram as duas superpotências que surgiram no final da segunda guerra mundial? — o professor já perguntou visando maldade com o novato

— Foram a URSS e os Estados Unidos — Jake respondeu com um sorriso no canto da boca. Um sorriso tão lindo que me fez sorrir junto.

Ah, meu Deus. Eu nao acredito nisso

— Lana, eu acho que me apaixonei — sussurrei no seu ouvido

— Deixa de fogo — me deu um tapinha no peito enquanto nós ríamos — Aí se ele não gostar de gay ele te dá um pau

— Tô louco pra levar um pau

— Que você sempre foi rodado não é segredo, mas custa apagar esse fogo?!

— Primeiro que eu não sou rodado, sou bem distribuído. Segundo...tá pra nascer o homem que vai apagar meu fogo, hahaha

E as aulas foram correndo, e, como toda primeira aula de um ano, os alunos contavam de suas atividades nas férias enquanto os nerds se esforçavam para prestar atenção na aula. Até que o sinal tocou novamente anunciando o início do intervalo.

— Lana, você vai na minha casa hoje a noite? — perguntei

— Não, minha mãe quer que eu... — Lana foi interrompida

— Oi, desculpa interromper. É, eu sou o Jake — disse ele e deu um beijo na bochecha de Lana — Eu sou novo na escola e eu estou meio perdido, então eu posso lanchar com vocês?

— Claro que sim. Sim, né Spencer?

Minha vontade era de dizer não, mas alguma coisa no jeito dele acalmou minha ira, como se eu estivesse em chamas e ele me lançasse em meio uma tempestade

— Por que não?! — respondi abobalhado — Assim você conhece melhor as meninas da sala

Descemos a rampa que leva ao pátio e Barbara e Madson se juntaram a nós. Eu e Madson andávamos mais a frente porque ela estava falando sobre Jake. Aliás, assim permaneceria o dia todo: descrições e adorações para Jake. Ok, agora eu vejo que ele realmente é bonito, mas isso já estava chato. Nos sentamos em uma rampa a céu aberto que tinha no pátio

— Ah, desculpa, mas eu não to aguentando mais! Você é muito lindo!!! — soltou Barbara para Jake

— Barbara, contenha-se — repreendeu Lana segurando o riso

— Ah, tá tudo ok. Já estou acostumado a receber elogios de meninas bonitas — respondeu Jake dando uma piscadinha rápida — Aliás vocês todas são muito bonitas. Tem namorados?

Puff. Cantada típica de garotos que não prestam

— Eu tenho um me..., um, ah, sei lá! Eu estou de rolo com um garoto — disse Madson com deboche — Já as outras são encalhadas — provocou Madson

— Cala boca — respondeu Barbara

— Ei, Spencer? Você tem namorada? — indagou Jake

— Jake, eu sou gay — respondi como se fosse a coisa mais óbvia do mundo

— Gay? Como assim? Tipo. Ah, Como assim? — perguntou Jake indignado

— Tipo assim: do que eu gosto ele chupa até o caroço — Lana respondeu por mim

— Algum problema pra você, Jake? — perguntei já imaginando respostas quase decoradas que a maioria dos garotos dão

— É, claro que não. Você me respeita eu te respeito. Eu só queria conversar com você no particular depois — ele respondeu

— Ahhhn, senti um clima aí?! — provocou Madson

— Iiih, cai fora, novinha — replicou Jake com doçura e jogo de cintura

— Sentiu essa? Novinha... — provoquei de volta dando enfase em "novinha"

O sinal tocou de novo.

— Não acredito que já acabou. Vamos voltar pra senzala — brinquei com as garotas.

Enquanto subíamos o corredor para voltar as aulas fiquei pensando na conversa que tive com Jake. O que ele quer falar comigo? Se ele for mais um daqueles meninos de igreja que saem por ai tentando converter gays eu já vou chegar com uns apelidos bem bonitos para ele.

Chegamos na sala e as aulas continuaram normalmente, desta vez todos um pouco mais animados por causa da professora que estava na sala: Yasmin. Yasmin era a professora de literatura e redação no Ensino Médio, e o que fazia dela a professora favorita de muitos era o seu jeito espontâneo e aberto de ser que transmitia uma energia aconchegante e gostosa pra quem a escutasse. Yasmin era ótima professora, mas sinto saudade mesmo é da professora Carmen. Carmen era também professora de português, mas acima disso ela era minha amiga. Me acolheu, consolou e me direcionou todas as vezes que eu precisava de uma luz, tal como uma mãe.

— Spencer — Jake interrompeu meus pensamentos — É pra você — disse ele me entregando um bilhetinho

Abri o papelzinho amassado já com desconfiança. "Me encontre no muro que tem em frente a escola depois da aula de sociologia". Ele ficaria sentado ao meu lado até o final das aulas, mas do mesmo jeito decidi que era melhor ignora-lo. Estava em dúvidas se eu iria ou não encontra-lo porque eu tinha medo que fosse alguma armação dele.

Um outro papelzinho amassado caiu em minha mesa. Abri e verifiquei que era a mesma letra. "Por favor, quero muito falar com você. É importante para mim. Não conte para as garotas". Ah, pronto. Agora é que eu tinha certeza que não ia, mas quando olhei pro lado e me deparei com ele vi que ele olhava firme nos meus olhos, como se estivesse procurando alguma resposta em mim. Como dizer não a um garoto tão doce e gentil como ele?!

— Ok — sussurrei para ele.

Ele sorriu com aquele sorriso branco que os anjos roubaram do Éden que além de demonstrar a alegria angelical dele fez com que minha ocitocina explodisse na corrente sanguínea


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