Hogwarts Brasil escrita por Ms Urasaki


Capítulo 2
O Começo


Notas iniciais do capítulo

Leiam!



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Granja Viana, São Paulo, final de Junho, 2014

Aurora lia “O Menino Que Sobreviveu” em sua cama quando ouvira uma batida na porta:

– Aurora, abra a porta! Tenho uma coisa importante pra te dizer. – pediu Miguel eufórico do lado de fora do quarto.

– Nossa Miguel, que aconteceu pra você ficar tão agitado? – perguntou a irmã curiosa.

– Papai estava falando com Larissa ao telefone, ela disse que vai morar com um cara que não quer cuidar da Tiffany e da Steffany e...

– “E” o que? – perguntou auto e exasperada.

– Elas vão vir morar aqui.

– Ah não! Elas não! – lamentou Aurora, olhando o quarto em volta.

A garota mandou um olhar significativo para o irmão e os dois correram as escadas da casa abaixo procurando o pai, que estava sentado no sofá segurando a cabeça sobre o braço apoiado no joelho.

– Pai não pode trazer duas cobras pra casa, você não sabia que elas ficam um tempão sem comer pra depois dar o bote? – disse implicando com as meio-irmãs.

– Suas irmãs não são cobras! – afirmou o pai em tom de bronca.

– Estão quase lá, são magras como um palito, verdes de tão brancas e tem um volume na cara que não pode ser chamado de nariz! – justificou a menina contando nos dedos.

– Elas vão infernizar nossas vidas, mexer com nossas coisas de magia, – lembrou Miguel quando, mais de uma vez, haviam bagunçado sua coleção de antigos artefatos de Quadribol – atrapalhar nossa rotina, trazer pessoas que gritam e bagunçam para nossa casa e nem se darão ao trabalho de arrumar a desordem! – se irritou ele como se não tivesse apenas 7 anos e que as vezes fazia tanta bagunça quanto as duas.

– Estão fazendo uma tempestade em copo d’água, falando como se elas tivessem 3 anos de idade e não fossem adolescentes de 15 anos maduras e responsáveis. – disse com uma firmeza autoritária na voz.

(...)

Só fazia uma semana que as “senhoritas maduras e responsáveis” (como Aurora as chamava) haviam se mudado e já haviam deixado a casa de ponta cabeça, de modo em que Miguel e a irmã trancafiavam a porta de seus quartos e iam para praças passar o tempo

Em uma tarde calma em que não era problema para Aurora ficar em casa sua coruja, Nuno, lhe trouxera uma carta em papel grosso e um selo vermelho, em que a traz se endereçava:

Srta. Aurora Luz

Av. Higienópolis, R. Martin Francisco 240, 15º andar

São Paulo

S.P.

Ansiosa Emília procurou dentro da primeira gaveta de sua escrivaninha um de seus abridores de carta em formato de uma pequena espada de prata, mas o primeiro que achou foi uma pequena flecha de bronze.

Ao abrir a carta, os lindos olhos de Emília brilharam em ler.

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Diretora: Catarine Barros

(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeira, Bruxa Chefe, Confederação Internacional dos Bruxos)

Prezada Srta. Luz

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola da Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista de livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até dia 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Lucas Lobo

Diretor Substituto

A garota soltou um gritinho que acordou Mariane, sua Fênix, e assustou Nuno que estivera na janela dês de que chegou com a carta.

– Miguel, ela chegou! – gritou pondo só a cabeça para fora da porta que dava para o corredor.

O garoto sabendo do que se tratava veio correndo

– Mi, ela chegou! Com toda confusão da vinda das “senhoritas maduras e responsáveis” eu me esqueci que ela chegaria! – andando de um lado pro outro do quarto ela continuou – Teremos ir comprar meus materiais e eu levarei... – Aurora olhou de Nuno para Mariane para Diná, sua gata, varias vezes – Quem será que eu levo?

– Não dá para levar os três e só usar um nas aulas? – disse o garoto achando que seria a decisão mais sensata a se tomar.

– Não sei, acho que talvez dê. – falou a menina como quem lembra de algo decepcionante – Mi, e você, como vai ficar aqui sozinho e aturar elas?

– Sem problemas, vai ficar tudo bem. – afirmou o garoto como quem não quer ficar triste.

– Eu, indo pra Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, é um sonho! – exclamou pegando as mãos do irmão e o girando pelo quarto.

–Aurora o papai está viajando, quem vai nos acompanhar? – perguntou o garoto meio encabulado já descendo.

– Nossa, tinha me esquecido... – disse com tom de tristeza – tive uma ideia!

Aurora abriu a gaveta e tirou alguns rolos de pergaminhos, um tinteiro, uma pena e alguns envelopes. Mandou uma carta para cada uma das lojas onde se encontravam para vender os materiais que ela precisava explicando: a situação, os materiais que pensava que iria encontrar lá, uma carta em resposta se podiam lhe ajudar e mandar o orçamento e se tudo ocorresse bem mandaria sua fênix buscar os materiais e entregar o dinheiro. Só não mandou para a loja de vestes, pois esperaria seu pai voltar para irem juntos.

(...)

Uma semana depois chegou a resposta, e todas as lojas tinha confirmado, por isso Mariane foi enviada a cada uma delas e mais tarde ela já estava de volta com os matérias. Junto dela Dimitri chegou.

– Pai! Que bom que você chegou! – começou ela empolgada para contar tudo – A minha carta chegou, eu já comprei meus matérias, agora só faltam as vestes e você faz a minha varinha...

– Como comprou seus materiais? – interrompeu.

Aurora explicou toda a longa história e, animado por a filha finalmente ir a Hogwarts, o pai (sendo fabricante de varinhas) fez a varinha com as exigências da filha:

– Carvalho e pelo de unicórnio , 28 cm, flexível.

– Vai ser uma boa varinha, – disse o pai ajeitando a capa de viagem – volto em uma semana com ela pronta. – e desaparatou.

(...)

Dimi voltara com a varinha da filha, que estava ansiosa com a partida para Hogwarts.

– Nós vamos até a estação da Luz para pegar o expresso de Hogwarts – disse o pai para a filha eufórica – As passagens fechadas é por onde passaremos. Elas eram usadas, antes de serem fechadas, por bruxos praticantes do candomblé, que foram mortos acusados de amaldiçoar a barreira, mal sabiam eles que não haviam só os praticantes de candomblé que as usavam, racistas.

(...)

Chegara a hora de Aurora ir para Hogwarts, mas havia uma coisa que estava lhe incomodando nos últimos tempos.

– Pai, eu estive pensando, pra que casa eu vou? – perguntou com o pensamento longe – Sabe, você era da Sonserina, a mamãe era da Grifinória.

– Filha qual quer que seja você vai ser uma aluna incrível, isso não é um problema é só um jeito que inventaram para facilitar interação entre os alunos, mas você pode ser amiga de alunos de que casa você quiser.

Dimitri tinha um jeito de falar que sempre relaxava a filha.

– Olha já são 10:30, acho melhor irmos.

Aurora pegara seu malão azul vivo, a gaiola onde estavam Mariane e Nuno, um pequeno baú de vime onde Diná dormia e uma bolsa que atravessava o corpo.

– Pode levar todos eles? – perguntou o pai indicando com a cabeça cada um dos animais da filha.

– Se não puder eu também não posso! – exclamou decidida em levar todos eles – Vamos Miguel! – gritou para o irmão.

Foram de carro até a estação da Luz. Quando chegaram lá atravessaram as passagens fechadas e deram de cara com uma estação coberta de fumaça onde famílias se despediam de seus filhos, onde se ouviam altos pios de corujas e conversas animadas:

– Sabe, minha família inteira é da Lufa-Lufa, mas eu gostaria de ir para Grifinória – falava uma garota de cumpridos cabelos ruivos cacheados para um menino que acenava com a cabeça.

Via-se famílias trouxas olhando animadas para as numerosas famílias bruxas.

Ouviu-se um longo apito que indicava que o trem estava de partida. Aurora se foi depois de dar adeus, para o pai e o irmão.

Aurora entrou a procura de um compartimento vazio. Ela vagou o trem inteiro mas, as cabines estavam lotadas. Eram três longos dias de viagem até a Amazônia por isso as cabines eram equipadas com camas dobráveis, por fora pareciam cabines normais, mas, internamente tinham o tamanho de um quarto, no fim de cada compartimento do trem havia vestiários masculinos e femininos.

Entrou na cabine mais vazia que achou, em que estava um casal de sextanistas grifinórios se beijando.

– Licença, posso? – pediu Aurora envergonhada demais para usar um número de palavras maior que o suficiente.

– Claro! – informou a menina se afastando do namorado. Até ali Aurora não havia percebido como era parecida com a menina (olhos azuis, cabelos pretos e pele extremamente clara), a menina provavelmente também notou a semelhança pois endireitou a coluna e estendeu a mão com um sorriso no rosto – Prazer meu nome é Clara Caetano.

– Prazer me chamo Aurora Luz – respondeu repetindo os gestos da outra.

Aurora se sentou na cama mais longe possível do casal, arrumou seu malão e a gaiola de Mariane e Nuno em um canto e tirou Diná de sua cesta de vime, que correu imediatamente para o colo de Clara que se separou de novo do namorado.

– Diná, volte aqui já, sua gatinha angorá! – chamou Aurora brava.

– Diná? Uma gata angorá? – perguntou Clara – Você a roubou de Alice?

Aurora se deparou com a primeira pessoa no mundo bruxo que entendera sua sacada. Soltou uma risada e disse:

– Sim, eu fui lá no país das maravilhas e informei a Alice que levaria sua gata embora pois ela precisava de leite e carinho e como Alice estava fora não havia quem o fizesse por ela.

Clara soltou uma sonora gargalhada e disse:

– Você também é nascida trouxa?

– Não, mas adoro ler todo tipo de livro!

– Eu também, mas nasci trouxa então...

Nesse exato momento uma garoto da mesma idade de Aurora com o cabelo preso num longo rabo de cavalo castanho com mechas azuis entrou na cabine.


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Notas finais do capítulo

Erros é só falar!