Give Up escrita por SraJeevas


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, eu não sou muito fã da Leah, porém confesso que me comovi com seu medo do Tate que acabei criando uma one-shot.
Bom Leitura =]



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Desisto. Eu não aguento mais. Estou assustada demais, desde aquele dia. O dia em que pensei que apenas iria ter um encontro com cocaína e outras drogas, mas meu único encontro foi com um corte profundo em meu rosto. Um arranhão. Um arranhão de alguma criatura demoníaca que habita naquele porão escuro e mal cuidado. Me senti inferior à sociedade depois desse dia horrível para minhas memórias. O que mais quero é acabar com isso, e a única maneira é acabando com o corpo que eu me hospedei, sou apenas uma alma, certo? Acho patético pessoas que se suicidam, mas talvez essa fosse minha única saída.

Antes que pensem que sou dramática, não pensem. Estou apenas alertando vocês e mandando uma carta de despedida, apenas isso.

Me escondo. Me escondo no meu quarto, vivendo debaixo dos cobertores aconchegantes e com luzes do meu quarto. Consigo sentir minha mão tremer, balançando com movimentos involuntários, acompanhando o ritmo da minha aceleração cardíaca. Minha respiração ofegante me incomoda, quero parar.

Meus olhos inchados e avermelhados; horas e horas de lágrimas despejadas. Lágrimas de medo misturada com um pouco de pânico.

Nunca saio de casa; se saio, apenas com um chapéu e um óculos escuro que desfigura minha face, com um cigarro pendurado em minha boca. Preciso de algum psiquiatra, ou necessito de me instalar em algum sanatório, acho que estou ficando louca. Meus longos cabelos negros branqueando-se. Sinto saudades de quando dormia por uma noite inteira, ainda quero acordar atrasada de tantas horas que já dormi. Ainda não sei onde consegui esses comprimidos que dizem que causam sono. Quando eles são ingeridos, não durmo a noite inteira, apenas por três ou quatro horas.

Sangue escorrendo pelas aberturas de meus pulsos cortados, manchando a banheira com meu medo. Minha unhas roídas e com esmalte descascado de ansiedade. Não consigo olhar-me para o espelho, estou detestando essa aparência horrível de gente suicida. Eu queria sorrir, ao menos uma vez. Meus lábios estremecem-se ao tentar fazer isso. Eu quero sair daqui, sem medo.

Deus? Será mesmo que ele existe? Deixei de acreditar depois que ele parou de me ajudar. Talvez não existisse deus nenhum, de Zeus até Alá. Não tenho mais crença. Diabo? Hahaha. Pode-se dizer que nisso eu acredito. Se ele não existisse, eu não estaria passando por isso. O Diabo não é vermelho; ele não tem cascos e chifres. Ele pode se disfarçar através de uma metamorfose difícil de decifrar. O diabo pode ser bonito. Te seduzir para depois te assustar, fazendo você sofrer com seus próprios pensamentos.

Medo. Medo é tudo o que mais sinto. Medo é o único defeito da humanidade. Todos tem algum medo, até mesmo a pessoa mais valente que existir, ela tem medo de algo. Qual o meu medo? Acho que as palavras acima já respondem sua pergunta.

Tate Langdon, espero que esteja preparado. Um dia iremos nos encontrar, um dia... Eu estou esperando. Estou ansiosa, você não? Iremos nos encontrar nas chamas do inferno, Langdon. Não sei o que foi aquilo, mas sei que você está envolvido nisso. Se eu morrer agora, por esse motivo, eu vou te perseguir e te assombrar até você der seu ultimo suspiro. Quero ver você sofrer.

Todos dizem que eu estou desse jeito por efeitos das drogas, talvez seja. Mas fique sabendo que tudo que vejo é real, isso é real. Meus pensamentos, pesadelos, todos eles são reais.

Me fechei. Me fechei para o mundo lá fora. Eu até gosto de ficar isolada aqui dentro. Não tenho que ficar respondendo perguntas patéticas de pessoas imbecis. Não tomo banho a dias, assim como não durmo também.

Mamãe... Papai... aposto que estão lendo isso e devem estar totalmente decepcionados comigo, pois acabei mencionando que sou usuária de drogas, não é? Me desculpe, não queria que você descobrissem desse modo. Era para eu conversar com vocês primeiro, olhar nos seus olhos e dizer tudo o que eu preferi dizer para esta carta. Desculpe por ser uma garota encrenqueira em minha escola. Me desculpe por não contar o que estava passando, estava com medo de vocês dois não acreditassem em mim.

Violet... acho que você não está lendo isso, mas se estiver, obrigada. Você foi a única pessoa que acreditou em mim depois disso. Sabe, eu nunca quis ser sua amiga, mas agora eu precisava de você. E você estava lá, me apoiando e me entendendo quando todos estavam me chamando de louca. Desculpe por você descobrir minha morte desse jeito, eu queria te contar tudo antes.

As vezes, quero acreditar que já estou morta. Que tudo o que estou passando seja apenas trauma. Queria acreditar que morri instantaneamente naquele porão, acreditar que morri de medo. Mas talvez eu esteja mesmo, minha mente esteja morta; talvez ela tenha desistido de pensar. Odeio ter que ficar cortando meus pulsos e nunca conseguir arrancar a vida de mim.

Não liguem a folha estar um pouco molhada, esse líquido são minhas lágrimas de medo, de susto, de ódio, de tristeza... Tudo misturado e absolvido em um líquido incolor. Um tipo de líquido que nunca irá conseguir apagar as chamas do inferno.

Sabe onde eu estou agora? Estou no mesmo lugar que me aterroriza todos os dias em minha mente perturbada, o porão da casa de Violet.

Andei pesquisando, acabei descobrindo que essa casa é a Casa dos Assassinatos, mas sinto que o nome terá que ser mudado para Casa dos Suicídios. Aposto que de todas as pessoas que morreram aqui, não foi um motivo muito diferente do meu.

Em minhas mãos, estou segurando uma Calibre 22, acho que já sabem o que estou prestes a fazer. Espero que eu consiga ter coragem para ao menos me matar com uma arma apontada em minha cabeça. É simples, é só disparar o gatilho. Espero que não cause barulho, não quero ninguém aqui depois de um dia de minha morte. Só quero detetives e as pessoas que mencionei acima.

Pela minha vida inteira, eu sempre pensei em construir uma família. Ter filhos perfeitos, um marido perfeito, uma vida perfeita. Mas todos os meus sonhos acabaram por um simples drama de uma jovem viciada em drogas. De uma jovem assustada, assustada com a escuridão.

Acho que já disse o bastante. Acho que já me expressei o bastante. Não tenho mais nada a dizer. E não ligarei para os que as pessoas dizem. Não vou ligar para comentários como "essa menina era louca, deveria ter ido ao um hospício". Eu não me sinto confortável com comentários desse gênero, ninguém se sente.

A carta suicida que vocês acabaram de ler, foi encontrada nas mãos da garota que havia escrito. Seu paradeiro foi na mencionado casa na carta acima.


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Notas finais do capítulo

Por favor. Dêem suas opiniões de uma forma honesta.