Destruição | Amor Imortal 02 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 22
Capítulo 22




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Dimitrius estava voando por uma região mais afastada da cidade que pertencia a sua dimensão, tudo o que seus olhos podiam ver era a vasta natureza que existia ali, sem que nenhuma mansão aparecesse no meio das árvores para estragar a visão de quem olhava de cima.

Aquele local era calmo, muito calmo a ponto dele desejar fechar seus olhos enquanto debatia suas asas para que pudesse relaxar durante o vôo, mas o arcanjo não conseguia ignorar a agitação no seu corpo quando os boatos de demônios invandindo o seu reino se tornavam maiores a cada dia que se passava.

O anjo já estava começando a ficar frustrado e seu maior desejo era acreditar que tudo aquilo não passava de uma fofoca mal feita para apavorar seus cidadãos. No entanto, essa notícia havia sido confirmada por Maximus depois de ter conversado com Krueger.

O tenente, não assumido, de seu irmão vivia no nível 2 do inferno e sempre conhecia cada detalhe dos planos que os demônios faziam para atingir os arcanjos.

Dimitrius não imaginava como aqueles imortais sem almas planejavam invadir sua dimensão desde que não possuíam acesso pelo portal que existia no inferno. Um demônio atravessando o portal podia ser compreensivo desde que podia passar despercebido, mas o anjo da humanidade considerava impossivel que um grupo tivesse sucesso nisso.

Mas ele preferia não arriscar na lógica, pois muitas coisas estranhas estavam acontecendo e não seria tolo a ponto de não considerar que demônios eram capazes de fazer muitas coisas para matar pessoas inocentes.

Naqueles momentos, em que uma crise estava prestes a estourar, o anjo lamentava por apenas confiar em apenas quatro imortais para serem seus tenentes. Era obvio que Dimitrius acreditava que eles eram fortes o suficiente para manter uma invasão controlada, mas dependendo dos números de invasores, mais pessoas podiam se machucar. Inclusive seus tenentes.

O arcanjo estava voando por aquela área tão isolada para verificar se tudo estava calmo, para ter certeza de que nenhum grupo de demônios estavam se escondedo em meio da natureza para atacar quando chegasse a hora.

Seus olhos eram como os de uma águia que procuravam por uma presa para saciar sua fome, mas diferente da ave, Dimitrius liquidaria aqueles imortais até que sobrasse apenas a poeira do corpo deles no solo.

Ele estava atento para cada detalhe que se demonstrasse anormal e foi nesse momento que ele encontrou um ponto branco se movimentando no razo de um rio cristalino.

Gaia estava abaixada no meio daquelas águas claras e apenas seus sapatos eram cobertos por ela, apesar de metade do seu vestido estar quase todo molhado devido a posição estava. Dimitrius pode ver que a filha dos elementos esfregava seu braço com força, mas não conseguia ver o motivo.

Ele vôo para que pudesse pousar no solo próximo ao rio, mantendo a distância que ela apreciava já que o temia tanto. O anjo apenas queria averigar se Gaia estava bem, pois ele e seus irmãos eram responsáveis pela vida dela e se algo acontecesse, nada acabaria bem para eles.

Dimitrius se perguntou como ela conseguia ser tão tola a ponto de manter todos os seus poderes fechados em uma caixa que nem ao menos permitia identificar a presença de outra pessoa se aproximando dela. A seu ver, Gaia parecia estar a procura da morte.

Esse era o único motivo coerente para nunca revidar ataques e nem se manter atenta para o perigo que podia se aproximar dela sem nenhum aviso.

Dimitrius chutou uma pequena pedra que estava em frente da sua bota para chamar a atenção de Gaia com o barulho que fez quando ela saiu rolando por cima dos outros cascalhos, a filha dos elementos rapidamente se levantou para olhar quem estava diante dela, a surpresa em seus olhos claros logo foi substituído pelo medo que sempre sentia por ele, mas o arcanjo da humanidade acabou sendo o mais surpreendido naquela situação quando Gaia se virou em sua direção.

A mulher de cabelos brancos estava cheia de hematomas por seus braços e a região que ela esfregava antes dele chegar estava ainda mais vermelho que o restante da sua pele, provavelmente devido a força que Gaia usou em suas mãos enquanto se limpava com a água. No entanto, o que mais chamou sua atenção foi o seu lábio inferior inchado e com um pequeno corte que sangrava.

Dimitrius ficou surpreso por encontrá-la naquele estado, mas o que mais o deixou em choque foi o fato de que aqueles machucados levavam apenas alguns minutos para se curarem em um imortal e Gaia, por ser uma criatura que estava acima deles, deveria estar se curando naquele mesmo instante, só que nada disso estava acontecendo.

— Vá embora, Dimitrius.— Gaia falou de maneira calma.— Eu não desejo ser seu brinquedo hoje.—
— O que aconteceu?— Ele perguntou e ficou admirado com o tom de raiva que se misturou em sua voz. O anjo não compreendeu por que estava sentindo fúria por vê-la daquela maneira, mas parecia errado que a filha dos elementos estivesse toda machucada quando não era uma ameaça para ninguém, mesmo sendo tão poderosa.
— Isso não é da sua conta.—

O arcanjo não era acostumado a ter respostas negadas para as suas perguntas, as pessoas mais próximas a ele eram as únicas que tinham esse direito, mas qualquer outro que não fizesse parte desse circulo devia respeitá-lo como imperador. Saber que Gaia jamais o trataria dessa forma apenas o irritou ainda mais.

— Os arcanjos são responsáveis por você, Gaia.— Ele a lembrou.— Se alguém tentou matá-la, nós devemos resolver esse assunto.—

Seus olhos azuis claros, que chegavam quase ao branco, o fuzilaram com tanto ódio que o medo que existia neles sumiu por alguns segundos.

— Você esta apenas preocupado com as consequências que minha morte irá trazer.—

Dimitrius deu de ombros.

— Eu não pretendo morrer por sua causa.—

Por um momento, o anjo se arrependeu pela resposta que deu. Gaia já estava ferida demais para ter que ouvir coisas mesquinhas.

— Quem fez isso?— Dimitrius perguntou antes que ambos entrassem em uma discussão. Ela parmaneceu em silêncio, com seus olhos brilhando de raiva e que transmitiam a mensagem de que preferia falar com uma pedra do que com ele.— Você sabe que sei persuadir alguém com meus poderes até que ela fale tudo o que desejo.—

Gaia vacilou e ele se odiou por estar a ameaçando novamente, ainda mais por estar tão machucada. Mas Dimitrius era ciente de que ela não conversaria com ele, nem mesmo com os seus irmãos. Talvez o único que tivesse sorte seria Patrick, já que o cheiro dele estava por todo o corpo dela.

— Eu estava no inferno e arrumei problemas com alguns demônios quando falei que não gostava deles.—

Mentiras.

Ela era tão ruim em mentir quanto fingir que não o temia.

— Acredito que a única pessoa que você odeia sou eu, Gaia.—
— Vá embora, arcanjo.— A filha dos elementos disse e depois se virou novamente para o rio de águas claras. Ela voltou a se baixar em seus seus calcanhares para começar esfregar seu braço com força.
— Gaia,— O anjo se aproximou da beira do rio, mas não entrou.— Você irá se machucar.—

Suas feridas estavam levando muito tempo para se curarem e Dimitrius imaginava que ela não desejava outro machucado em seu braço. Ele não perguntaria se aquela demora era algo normal, pois sabia que ela não o responderia, mas o arcanjo estava curioso para saber se ela não levava o mesmo tempo que os outros imortais levavam para se curar.

Gaia.— Dimitrius usou um tom mais duro quando a mulher em sua frente o ignorou, mas obteve o mesmo resultado.

Ele se amaldiçoou mentalmente por ser um cavaleiro, mas não conseguiu aguentar a visão de ter Gaia esfregando seu braço a ponto de quase virar um machucado. Dimitrius entrou no rio para agarrá-la por seus braços e levantá-la da água.

A filha dos elementos gemeu pela dor que sua força causou em seus braços e o arcanjo rapidamente suavizou seu toque para não deixar outro hematoma em sua pele tão branca.

— Eu disse,— Ele grunhiu.— que você irá se machucar.—

Gaia não se debateu para se livrar das suas mãos. Na verdade, ela ficou paralisada com o fato de Dimitrius estar a tocando. Ele a soltou quando viu os olhos delas se tornarem pavorosos, pois a ideia de obrigar uma mulher receber o seu toque, quando não desejava, o repugnava.

A filha dos elementos se afastou dele com um único passo para manter a distância entre o corpo deles.

Dimitrius não entendia o motivo dela sentir tanto medo, ele havia a ameaçado algumas vezes, mas nada disso deveria apavorá-la tanto, não quando sabia que outras pessoas faziam o mesmo. E dizer que foi por ter usado seus poderes para obter respostas dias atrás também era uma mentira. Ela o temia muito antes, talvez desde o dia em que se conheceram.

O arcanjo, pela primeira vez em relação a ela, se sentiu desconfortável pelo tratamento que recebia. Ele não esperava um tratamento digno de uma mulher que o desejava, mas era incomodo que Gaia o tratasse como se Dimitrius fosse o responsável por todos os hematomas em seus corpo.

O arcanjo se afastou dela também, pensando que talvez Patrick fosse a única pessoa que Gaia se sentia a vontade com a aproximação. Ele não queria levar aquela situação para o lado pessoal, mas se viu entrando no impossivel.

Isso o deixou surpreso, pois nunca se importou com Gaia. Além da parte em que tinha que mantê-la viva para que os arcanjos não fossem castigados e mortos.

— Fique longe do perigo, Gaia, ou eu a prenderei em uma cela em meu castelo.— Ele a avisou em tom ameaçador para que ela acreditasse nele.

Quando viu o medo nos olhos dela crescer, Dimitrius teve certeza de que a filha dos elementos tinha entendido o recado. E como Gaia não desejava a presença dele, o arcanjo decidiu ir embora antes que aquele grande incomodo em seu peito crescesse e perdesse a paciência por ela olhá-lo como se fosse algum tipo de pervertido assassino.

No entanto, quando Dimitrius deu as costas para a filha dos elementos, um cheiro forte de sangue rapidamente imundou o ar. Ele se virou em direção de Gaia para ter certeza de que aquele cheiro não vinha dela.

— Saia da água, Gaia.— O anjo disse rapidamente.
— O quê...?— Ele não permitiu que ela terminasse de falar, pois agarrou um dos seus braços para puxá-la daquele lugar. Ela tentou afastá-lo quando Dimitrius foi obrigado a usar forças para tirá-la de dentro do rio, mas não teve nenhum sucesso desde que era muito fraca por não usar seus poderes.

O governador da humanidade a puxou até a margem, a mantendo longe da água e depois que eles saíram, levou apenas segundos até que pedaços de um corpo surgisse diante da visão deles. O corpo estava destroçado e a cabeça do imortal não estava em nenhum lugar para que fosse identificado. A única identificação presente era o aroma de Niffie que se misturava com o sangue que manchava a água clara do rio.


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