Destruição | Amor Imortal 02 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 10
Capítulo 10




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Dimitrius não soube como reagir quando ouviu tudo o que seu irmão mais velho falou sobre a sua atual situação com Niffie. Primeiramente ele ficou chocado, o que era algo realmente raro, e depois sua segunda reação foi querer correr até Niffie para vê-la e dizer que tudo iria ficar bem, pois Meridius sempre encontrava um caminho para resolver seus problemas.

No entanto, ele não podia fazer isso. O arcanjo que governava o paraíso já estava em meio de um plano perfeito para protegê-la e por mais que Dimitrius soubesse que Niffie estava machucada por não saber a história real que a separou do seu marido, Meridius estava agindo de maneira correta.

Nenhum deles podiam ir contra a vontade dos anciões de mãos vazias. Na verdade, Dimitrius nunca ouviu alguma história sobre seus antepassados que ignoraram a vontade dos anciões. E era por esse motivo que ele concordava em manter Niffie afastada da situação.

Ninguém queria ver a imperatriz do paraíso morta e o arcanjo do humanidade venderia sua alma caso fosse necessário para não vê-la dessa forma. Dimitrius amava Niffie como uma irmã e não a queria ferida, mas acima de tudo, ele não desejava perder seu irmão mais velho como quase perdeu Maximus para a loucura.

O arcanjo da humanidade faria qualquer coisa para proteger aqueles que chamava de família e tal verdade também incluía assustar Gaia, a única pessoa que tinha mais respostas sensatas sobre o que estava acontecendo.

Dimitrius parou de caminhar quando seus olhos encontraram o corpo pequeno e os cabelos brancos dela, seus cachos tão perfeitamente arrumados que qualquer tolo apaixonado poderia compará-la com uma boneca recém-tirada de sua caixa.

A filha dos elementos se virou para encará-lo e toda a cor do seu rosto foi embora ao ver sua expressão assassina. O arcanjo ouviu as batidas do seu coração que se tornaram rápidas como as de um coelho assustado e achou ridículo que ela estivesse tão apavorada quando a pessoa mais poderosa naquele ambiente não era ele.

— Olá, gatinha.— Dimitrius sorriu de forma irônica e conteu seu risso ao ver o quão imóvel Gaia havia se tornado.

Ele não entendia por que ela possuía tanto medo dele sendo que a única coisa que havia feito no passado foi ameaçá-la para não se intrometer em sua vida, algo muito pequeno comparado ao pavor que ela sentia quando o via por perto. O anjo nunca se importou com o que a filha dos elementos achava dele, mas hoje isso seria muito útil para conseguir informações.


— Eu não desejo sua companhia.—
— Não vim ao seu encontro para um passeio,— Ele disse.— Você sabe o motivo que me trouxe até aqui.—
— Então vá embora e não perca seu tempo, Dimitrius, você sabe que sou proibida de compartilhar os segredos da natureza e dos anciões.—
— Mentiras.— O arcanjo vestiu sua máscara fria para assustá-la ainda mais.— Eu sei que você omite muitas coisas para que o futuro não mude, não por ser proibida.—
— Mudar o futuro é contra as regras da natureza.— Gaia rebateu com raiva.— Eu não falarei nada pra você.—
— Nem mesmo se nós brincarmos um pouco?— O arcanjo perguntou depois de sorrir.— Eu amo brincar com gatinhas indefesos.—
— Você não deveria estar me ameaçando quando sabe quem sou.—
— Me mostre um motivo para temê-la e eu considerarei isso.—

Dimitrius deu alguns segundos para que a filha dos elementos se defendesse, curioso para saber mais sobre os seus poderes, mas como era esperado, ela não fez nada além de encará-lo com uma expressão de ódio e medo.


O arcanjo de não deveria estar usando seu pavor por ele contra ela, mas Dimitrius precisava de mais respostas e o anjo não pretendia machucá-la, pois tudo o que ele via quando a olhava era o medo das pessoas que sempre a maltratavam por servir os anciões e sua honra, mesmo que pequena, não permitia machucar alguém sem motivos coerentes.


Dimitrius usou seus poderes para manipular o ar até que mãos invisiveis fossem criadas e prendessem os pulsos de Gaia com força o suficiente para que ela não tivesse a chance de se mover nem um único centimetro.

A filha dos elementos não se moveu, mesmo aquele aperto em seus pulsos sendo tão facilmente quebrável, caso usasse seus poderes, ela não fez nada além de se manter imóvel. A única diferença foi sua respiração que se alterou, igualmente a batida do seu coração, e o medo estava envolvendo sua garganta para enforcá-la como se outra mão de ar estivesse ao redor do seu pescoço.

Dimitrius caminhou até estar parado diante dela, ele nunca esteve tão próximo de Gaia desde que ela parecia evitá-lo mais do que qualquer outra coisa que temia. E ele não pode resistir sentir a surpresa quando o aroma da sua pele delicada chegou até seu nariz.

Flores, existiam tanta flores misturadas que o arcanjo da humanidade não sabia diferenciá-las. A filha dos elementos cheirava igual a natureza, mas existia outro aroma que se destacava em meio do cheiro floral.

O cheiro de um demônio, o cheiro que pertencia a Patrick.

— Oh,— Dimitrius sorriu perigosamente quando fingiu surpresa.— Você devia saber melhor o quanto o amor pode ser perigoso para alguém em sua posição.—
— Eu não estou amando.— Ela disse e quase conseguiu convencer o arcanjo de que sua resposta era verdade.
— Isso não importa.— Dimitrius falou ao mesmo tempo que usava o ar para que mais mãos envolvessem o corpo de Gaia em um aperto forte, um aperto que não a machucaria, mas que podia assustá-la o suficiente para acreditar que ele faria isso.— Agora, me diga o motivo dos anciões desejarem um herdeiro do meu irmão tão rapidamente.—
— Não.— Uma única palavra que não significaria nada para o anjo se não fosse pelo ódio e determinação que queimou nos olhos azuis da mulher em sua frente, olhos tão azuis que podiam quase chegar ao tom branco.

O pensamento que invadiu a mente de Dimitrius foi que aquele sentimento não combinava com Gaia, tudo nela indicava a paz, até mesmo a cor que a envolvia por inteira.


— Eu não quero machucá-la.— Ele manteve seu tom de governador firme para deixá-la apavorada.
— Você não pode.—
— Não seja tão inocente, gatinha.—

O anjo tocou o queixo da filha dos elementos com seu dedo indicador para levantar o rosto dela até que seus olhos estivessem presos nos seus. Dimitrius não demonstrou nenhum sentimento, mas no momento que seu dedo entrou em contato com a pele dela, todo o seu corpo se aqueceu. Não por motivos masculinos, era praticamente impossivel que ele sentisse qualquer tipo de prazer por Gaia, mesmo que ela fosse dona de uma beleza maravilhosa. No entanto, no instante que ele a tocou, foi como se ela estivesse compartilhado sua própria temperatura com o arcanjo, como se ela estivesse o aquecendo.

Dimitrius esperou alguns segundos para ver se aquilo lhe faria dano desde que não conhecia nada sobre os poderes de Gaia, mas nada aconteceu além do seu corpo ter adquirido outra temperatura.


Como sempre, ela estava determinada a não se proteger.

— Eu posso machucá-la, só não posso matá-la.— Ele voltou a falar, sorrindo quando os olhos delas se arregalaram.— Então... Você vai me dizer alguns segredos ou nós já podemos começar a brincar?—

O arcanjo da humanidade tornou o aperto que envolvia todo o seu corpo mais forte, tomando o cuidado necessário para que ela não sofresse, mas no momento em que ela soltou um gemido silêncioso, Dimitrius quase desistiu dos seus planos para assustá-la.

— Eu não sei!— Ela falou rapidamente quando o anjo lhe lançou outro olhar ameaçador.— Eu não sei o que esta acontecendo para os anciões estarem fazendo isso.—
— Você sabe de algo.—
— Algo está acontecendo, isso é a única coisa que sei.— Gaia o encarou de maneira séria.— Meridius não foi o primeiro a ser atingido.—
— O que quer dizer?—
— Por que você acha que Maximus está junto com uma récem imortal que pertence ao purgatório?— Ela se moveu pela primeira vez para afastar seu rosto do toque de Dimitrius.— Um herdeiro dessa junção nunca será fraco.—

O arcanjo ficou em silêncio por alguns segundos para que seu cerébro processasse essa informação.

— Os anciões trouxeram Ellylan para o inferno?— Ele estava chocado, realmente chocado pelo fato dos seus superiores terem agido de forma tão insesata ao trazer uma humana para o mundo imortal.
— Ellylan ajudou Maximus a ficar longe da loucura e vocês decidiram ignorar tudo o que aconteceu em relação a ela.— Ela falou.— Mas Elly também faz parte dos planos dos anciões.—
— O filho deles... Existirá algum problema?— A mente de Dimitrius estava girando com voltas muitas rapidas, não conseguindo acreditar que essa pergunta era a única que importava naquele momento.
— Se essa criança realmente fosse um problema, os anciões jamais teriam trazido Ellylan para o mundo imortal.—

Ótimo, ele pensou, pelo menos as boas noticias ainda existiam.

— Os anciões desejam herdeiros fortes.— Ele murmuriou de maneira pensativa, desviando sua atenção para outro lugar. O anjo também fez com que todo o seu poder que envolvia Gaia desaparecesse, sabendo que ela não fugiria por causa daquilo.— Eles quebraram todo o conhecimento imortal quando trouxeram uma humana para as dimensões e agora eles estão mexendo com um arcanjo que esta se tornando extremamente forte apenas para ter uma nova linhagem poderosa.— Dimitrius olhou para a filha dos elementos.— Algo grande acontecerá no futuro, não é mesmo, gatinha?—

Gaia movimentou sua cabeça de maneira lenta.

— Existem diversas prófecias que dizem que os portões irão se abrir quando os arcanjos não forem mais capazes de protegê-los...— Disse ela.— Eu acho que os anciões estão agindo para que isso nunca ocorra.—
— Isso faz sentindo.— Dimtirius sorriu com certo sarcásmo.— Mas não é o suficiente para destruir o meu irmão.—
— Ninguém pode ir contra a vontade dos anciões.—
— Eu amo desafios, eles são realmente tentadores.—

Raiva explodiu nos olhos dela e neles ficou claro a mensagem de que o arcanjo da humanidade não deveria agir dessa forma, pois apenas arrumaria problemas.

— Devia começar a se preparar ao invés de correr atrás de aventuras, Dimitrius, pois o próximo a ter que gerar um herdeiro será você.—
— Pelo jeito você sabe muito sobre o meu futuro.— O arcanjo da humanidade sorriu e inclinou seu rosto para que ficasse próximo do de Gaia para que ela ouvisse suas palavras sussurradas.— Não me dê spoilers, pois gosto de ser surpreendido.—

A filhados elementos se moveu para ficar longe dele, demonstrando toda a repulsa que sentia por Dimitrius em sua expressão. Ele podia se sentir ofendido por isso, mas não odiava Gaia a ponto de transformá-la em uma pessoa ruim por ações insignificantes, o anjo era um arcanjo e não um imortal mesquinho que a maltrataria sem motivos.

— Isso é tudo o que posso dizer.— Ela falou para quebrar o silêncio e Dimitrius acreditou nela. Infelizmente Gaia não podia dizer todos os segredos que ele desejava ouvir, mas já tinha o suficiente para pensar em algo que ajudasse seu irmão mais velho.

O arcanjo do paraíso a olhou com cautela, todo o medo que havia a possuído antes estava controlado e até mesmo as batidas do seu coração eram mais calmas. A filha dos elementos parecia saber que ele jamais a machucaria, mesmo que custasse a acreditar nisso.

— Vá embora, Gaia.— Ele falou, a deixando livre para seguir o seu caminho pelas florestas como sempre fazia.— Mas não pense que esta livre de mim.—

Ela suspirou.

— Eu, realmente, te odeio.— Gaia murmuriou e fez com que o anjo lançasse outro sorriso irônico em sua direção.
— O sentimento é mútuo, gatinha.—

O arcanjo da humanidade estendeu suas asas e apenas para causar a raiva da filha dos elementos, ele as debateu com força para causar ventos fortes em sua direção até que seus pés já não se encontravam mais no chão.

Dimitrius voou diretamente para sua casa, não pretendendo mais perder tempo agora que sabia que os anciões planejavam mexer com a sua vida calma também. O fato dos superiores terem provocado a destruição do casamento de Meridius e Niffie já era o suficiente para que o anjo se excluísse do mundo para fazer suas pesquisas que resolvessem a situação, mas o assunto se tornou ainda mais prioridade agora que os anciões esperavam um herdeiro da parte dele.

O arcanjo da humanidade não pretendia ser manipulado como uma peça de jogo apenas por causa de profecias que ninguém tinha certeza de serem reais.


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