Unlike Cinderella... escrita por Lara


Capítulo 6
Capítulo 5 - Plans & Understandings


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, minhas doces Cupcakes ♥! Estou tão feliz pelo carinho e compreensão que recebo de vocês! Obrigada por entenderem que sábado é impossível para mim! Quero agradecer a CqC, CereJeh, Gabs, Mara Leite, Jade, Lynch, Paloma Coutinho, Dreams And Wishes e Roxy Rocket! Meninas, vocês não sabem o quanto eu amo vocês *-*! Tão doces, meigas, fofas e incríveis... Obrigada pelos lindos comentários no capítulo anterior! Espero que gostem desse capítulo! Boa Leitura...



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POV Ally

Definitivamente, esse casamento será um fiasco. Antes de conhecer Austin, eu já estava decepcionada e chateada por ser obrigada a me casar sem ser por amor e achava que isso poderia não dá certo, mas, agora, eu tenho certeza que nunca vamos consegui nos entender.

Eu não tenho sangue de barata. A minha paciência já está se esgotando com esse metido a rebelde sem causa. Se não fosse a maldita etiqueta que sou obrigada a seguir por ser uma princesa, eu, com toda a certeza do mundo, já teria estourado.

Austin Moon é o exemplo de cara que eu detesto. Ele é grosso, insensível, sarcástico, irônico a todo momento, mesquinho, egoísta, metido e, incrivelmente, lindo. Eu posso não gostar de sua personalidade, mas tenho que admitir que o garoto possui um corpo e o rostinho de um Deus grego. Acho que Afrodite deu a sua benção ao garoto com muito orgulho.

No entanto, toda a beleza de Austin se torna superficial por sua horrorosa personalidade. Talvez, eu esteja o julgando muito cedo, pois o conheço a menos de 24 horas, mas, qualquer um em meu lugar concordaria comigo.

O dia anterior havia sido muito estressante. Eu perdi as contas de quantas vezes eu quis matar o loiro. Parece que ele faz questão de acabar com toda a esperança que tenho dele ser uma boa pessoa.

Agora, aqui estou eu, sentada na varanda da casa, com um de meus livros prediletos em meu colo, observando a paisagem e imaginando como vou sair dessa situação. Eu não quero me casar e isso só piora a cada vez que Austin abre a boca. Ele é bonito e ama a música, assim como eu, mas o resto... Somos completos opostos. É como se fossemos a água e o óleo, o Sol e a Lua, o bem e o mal, o calor e o frio, enfim, somos completamente diferentes.

– Onde estão meus pais? – ouço a voz do loiro atrás de mim. Eu estava tão perdida em meus pensamentos que não percebi a sua presença antes dela ser anunciada e acabei levando um susto.

– Bom dia. – cumprimento com educação. – Eles saíram mais cedo, dizendo que precisavam repor o estoque da loja. Falaram, também, que você deve ir almoçar com eles.

– Certo. – responde, sentando-se ao meu lado.

O dia em Miami estava belíssimo. O céu estava limpinho, como um dia de verão. Mesmo estando a quilômetros da praia, é possível sentir a brisa marinha no ambiente e isso torna tudo bem relaxante.

Olho para o garoto ao meu lado, disfarçadamente, e fica impossível não corar. O garoto estava apenas de calça moletom preta. Sua barriga é incrivelmente definida. A pele naturalmente bronzeada o tornava ainda mais lindo. Respiro fundo e volto a prestar atenção em meu livro para tentar esquecer a tentação que está ao meu lado.

Eu não sou o tipo de garota assanhada, que isso fique bem claro, mas eu vivo em um pais frio onde todos andam vestidos dos pés à cabeça e possuem a pele mais pálida do que a neve. Acredite, isso não é nada legal! E é nesse momento em que digo que Miami é perfeita. Não apenas pelas pessoas bonitas, mas pelo clima tropical que eu tanto amo.

– O seu café da manhã está dentro do micro-ondas. Sua mãe pediu para avisá-lo que tem suco de laranja na geladeira. – digo, lembrando-me do pedido de Tia Mimi.

– Mais algum recado, secretária? – ótimo, estava bom demais para ser verdade. Ele tinha que estragar o momento usando o seu sarcasmo novamente.

– Olha, eu entendo que esteja com raiva por estar sendo obrigado a se casar com alguém que não conhece, mas você não é o único insatisfeito. – a minha paciência já havia chegado ao fim. Eu estava colocando toda a minha raiva para fora com o meu melhor tom de "Não mexe comigo agora ou você vai se arrepender". Apesar que eu acho, que não devo estar parecida com isso, mas, deixa para lá...: – Eu juro que não quero me casar, mas não posso fazer nada. Se quer descontar sua raiva, peço, por gentileza, que desconte em outra pessoa que não esteja na mesmo situação que você.

Austin me olha espantado. Provavelmente não esperava que eu dissesse tais coisas, mas eu precisava deixar as coisas bem claras. Tenho certeza que irei me arrepender por desabafar com o loiro, mas não posso continuar a ouvi ofensas sem motivo algum. Vendo que eu já tinha soltado tanto, resolvi continuar:

– Acredita mesmo que a minha vontade era me casar com uma pessoa que me destrata desde que cheguei? Austin, você ao mesmo pensou em como me sinto nesta situação? Ou tentou ouvir o meu ponto de vista? Se quisermos que esse casamento dê certo, precisamos colaborar. Eu queria ter o poder de mandar em minha vida com liberdade, mas isso, para mim, é impossível! Eu... – paro de falar e suspiro. Por pouco, não despejo sobre Austin os meus problemas que não tem nada a ver com ele.

– Como assim: “Eu queria ter o poder de manda em minha vida com liberdade e é impossível para você”? – pergunta Austin surpreso. – Todos tem o direito de mandar em sua própria vida com liberdade.

– Essa regra não funciona em Krósvia. – sussurro com pesar.

– O que quer dizer com isso? – ele realmente parecia interessado em entender.

– Nada. Sinto muito por incomodá-lo com os meus assuntos. – resolvo deixar o assunto de lado.

– Qual é? Estou tentando te entender assim como você pediu. – fala Austin passando as mãos em seu lindo cabelo, aparentemente, frustrado.

– Coloque-se em meu lugar, Austin. Confiaria teus segredos a alguém que te rejeitou desde a primeira vez que o viu? Somos de mundos diferentes. Você é livre para sair com seus amigos, não possui responsabilidades grandiosas, pode escolher a profissão que quiser e ainda consegue ter uma conversa de pai e filho. Com certeza, você nunca me entenderia. – falo me levantando e antes que eu entrasse em casa, Austin segura meu pulso com firmeza, mas nada que me machucasse. Ele solta um suspiro pesado, como se não acreditasse no que estava fazendo.

– Confie em mim, ok? Sei que tenho sido um idiota desde que chegou, mas peço desculpas, ‘tá? Prometo que não irei fazer nenhum comentário idiota ou atrapalhar da sua história. Só me explica o que acontece em Krósvia. - ele suspira mais uma vez . - E então? Vai me contar como é a sua vida? – pede Austin, olhando em meus olhos com sinceridade. Pela primeira vez desde que cheguei, o loiro olha para mim com sinceridade e sua fala não veio acompanhada do sarcasmo e da ironia.

– Tudo bem. No entanto, peço que não conte a ninguém o que quer eu diga a ti. – falo, após um longo suspiro.

O rapaz afirma com um balançar de cabeça e, em seguida, solta meu pulso. Sento-me ao seu lado novamente e começo a observar o céu de Miami. Reflito um pouco sobre o que falar ou como começar e então volto a encarar o loiro.

– Eu sou a herdeira do trono de Krósvia, como deve saber, mas nem sempre foi assim. Um pouco antes do meu nascimento, o meu irmão mais velho, que seria o herdeiro da coroa, fugiu do reino para ir atrás do seu sonho de ser músico. Não sei muito sobre ele, já que o assunto “Philip” foi proibido no reino de Krósvia pelos meus pais. E o que sei de meu irmão foi o que ele escreveu em seu diário que encontrei no porão do castelo e que foi deixado com o meu nome nele. Philip explicou a mim, através do diário, como era sua vida e o porquê de ter abandonado a coroa. – digo e espero um pouco antes de continuar. Austin continuava calado e parecia entender que não era o momento para me interromper. – Com a fuga de meu irmão, automaticamente, tornei-me a sucessora do trono, já que meus pais não tiveram mais filhos. Os reis, com medo de que acontecesse comigo o mesmo que aconteceu com Philip, proibiram-me de ter qualquer tipo de contato com a música. Desde a partida de meu irmão, nunca mais o reino de Krósvia ofereceu um baile ou qualquer tipo de evento que pudesse envolver a música.

– E como você aprendeu a tocar tantos instrumentos? – pergunta Austin cada vez mais interessado em minha narrativa.

– Quando eu era criança, meus pais me obrigavam a ter contato com outros príncipes e princesas. A melhor forma de se conseguir aliados políticos é se tornando amigos íntimos deles, o que fazia com que os herdeiros dos tronos de outros reinos fossem obrigados a interagir entre si. Em um desses encontros, eu conheci Joseph e Victória. Ambos eram filhos do rei de Retrivia. Conforme os dias iam se passando, Joe e Vick cuidavam de mim como uma irmã mais nova e acabaram me ensinando a tocar todos os instrumentos que eu sei. A música era a única coisa que eles podiam me oferecer para fugir da pressão que existia a minha volta. Infelizmente, Vick teve que se casar e se mudou para o reino de seu marido. Joe assumiu o trono de Retrivia e pouco depois se casou e, dessa forma, eu nunca mais pude ter contato com os dois. – explico, controlando ao máximo as lágrimas que ameaçavam descer.

– Eu sinto muito. – fala Austin com sinceridade em seus olhos.

– Eu nunca frequentei uma escola de verdade e nem tive outros amigos verdadeiros além de Joe e Vick. Meus pais nunca foram do tipo carinhosos e acolhedores. Jamais permitem que eu os chame de pai e mãe, apenas de Majestade ou rei e rainha, assim como todos do reino. Os meus dias no castelo eram baseados em estudos sobre política, economia e estratégias de comando. Dessa forma, consegui obter outra paixão: a leitura. Por ser muito solitária, quando não estavam cobrando a perfeição da princesa Allycia, eu fugia para a biblioteca do castelo e passava horas mergulhada nos livros e imaginando como seria a minha vida se eu pudesse ser livre como as heroínas dos contos de fada. – continuo. Termino com um sorriso triste em meus lábios, lembrando de como eu era controlada em Krósvia.

– Isso é sério? E você nunca falou para seus pais como você se sentia? – pergunta Austin, indignado.

– Como eu poderia? Até mesmo para falar um “bom dia” eu preciso pedir permissão. A única coisa que meus pais pensam é em como eu irei governar Krósvia e se estou agindo como uma princesa. Eu não posso cometer erros, estou sempre na mira de pessoas que estão loucas para destruir a imagem da família monarca de Krósvia. Toda vez que preciso sair do castelo a minha mãe sempre diz: “Não estrague tudo”. Acha mesmo que eles estão se importando em como eu me sinto? – bufo em irritação. Não por causa de Austin, mas sim por me lembrar das barbaridades que ocorriam no reino de Krósvia.

– Isso é ridículo! Desculpa o que eu vou dizer agora, mas seu pais são uns idiotas, para não dizer coisa pior. – expressa Austin, balançando a cabeça de maneira negativa, como se fosse a coisa mais absurda que tivesse presenciado em toda sua vida.

– Austin, eu não quero me casar e se pudesse fazer algo, com certeza, não teria o envolvido neste mundo injusto que é o de reinar um país, no entanto, a decisão não está em minhas mãos. – explico com sinceridade.

– É, eu percebi. – diz, suspirando com desanimo. – Não existe nenhuma forma de impedir esse casamento? Não é possível que não exista nenhuma solução.

– Na verdade, existe sim duas maneiras de se acabar com um casamento arranjado como o nosso. – falo, lembrando-me de uma de minhas aulas sobre cerimonias matrimoniais.

– Sério? – vejo os olhos de Austin brilharem em expectativa. – E quais são elas?

– A primeira é no caso de o noivo ou a noiva falecerem. – digo com desanimo.

– Isso não é nada legal. – diz Austin, fazendo uma careta de desagrado. – E a outra?

– Caso seus pais não aprovem o nosso casamento. – falo e Austin parece bem interessado nessa opção.

– Como assim?

– Se o Tio Mike e a Tia Mimi perceberem que nosso casamento não daria certo ou que o reino de Krósvia estivesse em perigo com a nossa união, ambos podem cancelar a cerimonia. Como viverei aqui pelos próximos meses, eles estão na posição de avaliar nosso relacionamento. Quando estiver faltando um mês para nos casarmos, eles deveram conversar com meus pais e debaterem se devemos ou não nos casar. – explico um pouco mais animada.

– Hum, isso pode ser bem interessante. – comenta Austin, pensativo.

– A princípio, essa última opção pode ser bem simples, mas, acredite, ela não é nada fácil. Caso eu faça algo de errado, meu nome pode se “manchar”. Para que eu possa assumir o reino, por ser uma mulher, eu preciso me casar. No entanto, se eu cometer algum deslize, por menor que seja, e manchar minha honra como princesa, nenhum príncipe se casará comigo e, automaticamente, perco a coroa de Krósvia. O reino, então, será disputado por outros reinos e aquele que vencer, terá a posse do país. – digo e Austin me olha assustado. – As causas dessa briga pelo comando do reino poderiam ser terríveis e, não demoraria muito para que desencadeasse uma guerra.

– Por que as coisas em seu país são tão complicadas? Só por causa de um misero casamento, pode acontecer um efeito borboleta e gerar uma guerra? Nossa, estamos em uma posição maravilhosa. – Austin utiliza do sarcasmo novamente. Ao menos, dessa vez, esse tom não foi usado para me ferir.

– Nem me fale. – digo suspirando. – Eu preciso está casada até os 21 anos, que é quando eu assumo a maioridade de verdade. Por estarem em uma idade mais avançada, a saúde de meus pais não está tão boa assim e isso faz com que apressem ainda mais a minha coroação.

– Ótimo, a situação está cada vez melhor. – resmunga Austin, meio emburrado. – Mas, tem uma coisa que não sai da minha cabeça desde que meus pais me falaram do casamento.

– O que? – pergunto curiosa.

– Que eu saiba, princesas se casam com príncipes e vice-versa. Eu não sou príncipe e nada do gênero. Sou apenas um cara normal que tem o sonho de fazer sucesso como cantor. Então... Por que estamos sendo obrigados a nos casar? Você não deveria se casar com alguém do seu nível social? – questiona Austin em dúvida.

– Eu também queria entender isso. Quando fiz essa pergunta aos meus pais, eles apenas me disseram que não era da minha conta. Não tive coragem de perguntar aos seus pais o motivo. Mas, você está certo, eu deveria me casar com um príncipe ou algo do tipo, não com uma pessoa sem qualquer contato com a realeza. – digo, tentando encontrar alguma dica para a nossa dúvida.

– Bem, isso nós podemos entender com o tempo. – fala Austin com um sorriso presunçoso no rosto. – Acho que tenho uma ideia para conseguimos que meus pais cancelem o casamento e que você não saia prejudicada nesta história.

– Mesmo? E qual é? – pergunto animada. Será que eu poderia me livrar desse problema?

– Sim, mas iremos precisar da ajuda de Trish e Dez e você terá que está disposta a fazer tudo que eu mandar. – fala Austin, sorrindo cada vez mais.

– Hãn, eu não tenho opção melhor, então... Tudo bem. Qual é o plano? – pergunto com um sorriso animado no rosto.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Críticas, elogios, erros ortográficos? No final da noite postarei mais um capítulo para a alegria de vocês, quer dizer, eu acho >w