Unlike Cinderella... escrita por Lara


Capítulo 42
Capítulo 41 - Distrust... → Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oiiiee Cupcakes :3! Sorry a demora, mas eu perdi o capítulo que havia escrito, após uma formatação inexperada kkk'! Sério, meu pai levou o computador para formatar e não me avisou e eu perdi todos os capítulos que tinha escrito!!! Enfim, AAAAAAAAAAAAAAAAAA, EU RECEBI DUAS RECOMEDAÇÕES DIVAS *O*!! LARY MINHA SOBRINHA PUJU E BEA MINHA MANA SEXY ! MENINAS, EU SIMPLESMENTE AMEI E O CAPÍTULO É TODO DEDICADO A VOCÊS *O*!! Obrigada também a Manu Filha Rainha (VacuumCleaner), Camila Diva Purpurinada (Uma Direção), Isa Meu Docinho (Isa Santos), a fofa da Ally Rocket, a linda da Tay, a princesa da Milazinha, Ally Faria anjinha, Vivi Cristina minha jóia, a minha Cupcake Lêh (Letícia Merlo), Isabella2728, Pequena Miss meu amoreco, Minha sobrinha Puju Lary (Secret Feelings), Bea Mana Sexy (Reader Secret), a minha Jujuba (Juliana Lorena), Mamis Confeiteira e Poderosa (Jade), a minha Italianhinha (Fran), a fofa da Auslly Forever Na Ativa, a divertida Para Sempre R5, a doce da Angelica123soares e a anjinha da Bia Lynch *3*! Meninas, eu amei os reviews e adorei saber que as leitoras fantasmas estão començando a comentar! Obrigada a todas e espero que gostem do capítulo!! Boa Leitura...



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POV Ally

O frio que Boise fazia nunca havia me incomodado tanto quanto no momento. Talvez fosse apenas o desespero que queria tomar conta de mim que piorasse a temperatura. A hora de comandar meu povo para a batalha havia chegado e eu jamais imaginei que seria dessa forma.

Meus amigos me encaravam assustados. Eu precisava permanecer firme com minhas escolhas. O plano era arriscado, de fato, mas se todos fossem pegos ao mesmo tempo pelos inimigos, tudo estaria acabado e Krósvia padeceria ao poder de Gavin e Edgar.

– O que? – fala Tyler, assustado. – Não pode está falando sério.

– Não temos alternativa. – respondo, observando as expressões do grupo. – Não podemos continuar aqui, mas precisamos ter um grupo surpresa ou ao menos uma distração.

– Isso não me parece uma boa ideia. – comenta Prince, frustrado.

– Tem ideia melhor? – pergunto, arrancando um suspiro frustrado de meu irmão.

– Não. – responde Prince à contra gosto.

– Ótimo. Então seguiremos com meu plano. – digo. Eu sabia que podia está exagerando com Prince, mas nesse pouco tempo de convivência, eu aprendi que para lidar com esse cabeça dura é preciso pulso firme e ser ainda mais teimosa que ele.

– E como seria essa divisão? – pergunta Nina, após soltar um baixo murmuro de insatisfação.

Analiso o grupo, pensativa, imaginando qual a melhor escolha. Eu não queria ficar longe de nenhum deles, mas não tínhamos alternativa. Por fim, suspiro desolada, tendo tomado minha decisão.

– Prince, você, Manu, Tyler, Nina e Elliot permanecerão aqui. Eu preciso que um grupo forte de apoio e vocês entram ai. Quando o submarino chegar, embarquem imediatamente e sigam o mais rápido possível para Krósvia. Ao chegarem lá, esperem o meu sinal antes de aparecerem. Vocês seguirão o mesmo plano que tínhamos com o submarino. – explico, vendo a insatisfação de meu irmão.

– Está me dizendo que eu terei que ficar de braços cruzados, aqui, em Boise, sabendo que vocês estão indo para a boca dos leões? Você enlouqueceu, Ally? – a indignação de meu irmão estava me assustando, mas controlei meus sentimentos, para que não demonstrasse o quanto estava abalada.

– Algumas vezes, é preciso fazer certos sacrifícios para se obter a vitória. – digo firme. – A separação não é melhor coisa a se fazer nesse momento, mas não temos opção. Mimi e Mike, vocês deverão ir para Targarión, imediatamente, e permanecerem escondidos até o início da guerra. Conto com vocês para reunirem todos os guardas fiéis a coroa serafinense. Seus homens serão de grande ajuda em nossa batalha. - os dois assentem, sorrindo confiantes. - Lawrence, Austin, Trish, Dez, Dallas, Cassidy e eu iremos por terra. A viagem será perigosa, mas se pararmos para pensar, apenas Lawrence e eu somos conhecidos por Boise, Rhosália e Krósvia. Austin saiu de Serafine quando ainda era um bebê e ninguém sabe quais são suas reais feições.

– Você não vai mudar de ideia, vai? –pergunta Nina, olhando esperançosa para mim.

– Não, eu não vou. – respondo, fazendo a mulher suspirar tristemente.

– Já que não temos alternativa, faremos como você deseja, Ally. – responde Manu, insatisfeita.

– Tyler, ligue para seus homens e peça para encontrarem um veículo seguro para levar Mimi e Mike para Targarión. Sei que eles serão capazes de protegê-los. - falo, fazendo o moreno assenti, antes de sair do quarto, pegando seu celular.

– Bom, acho que Mike e eu devemos arrumar nossas coisas. - fala Mimi, dando um leve sorriso. Percebendo meu olhar culpado, ela caminha até mim e me abraça com carinho. - Não se preocupe, querida, nós ficaremos bem e reuniremos nossas tropas antes mesmo dessa guerra se iniciar.

– Estamos do seu lado, Ally. - diz Mike, dando um beijo em minha testa, depois que sua esposa se solta de mim. - Confíamos em você e Austin. Apenas, tomem cuidado com o que pode acontecer.

– Nós vamos ficar bem. - digo ao casal.

– Sabemos que sim. - afirma Mike, sorrindo compreensivo para mim.

Eles saem do quarto, prometendo ao filho que se despediriam na hora de irem embora. Separar-me de meus sogros era doloroso, mas necessário. Eu não poderia colocar suas vidas em risco. Observamos o casal sair e, minha atenção se volta para Lawrence assim que o mesmo chama a minha atenção.

– Rainha, permitiria que eu desse a minha opinião sobre esse assunto? – pergunta Lawrence. Sua expressão era indescritível.

– Claro, Lawrence. – concordo, observando o loiro com intensidade.

– Algo está me incomodando. – admite, enquanto suspira. – Por mais que eu deteste a ideia, Edgar possui seu pai em suas mãos, além de que está controlando sua mãe. Eles usarão isso a favor deles. Se o atacarmos assim, eles irão chantageá-la. Vossa Majestade tem certeza de estar pronta para as consequências desse plano de ataque direto?

– Precisamos de um grupo que sirva como distração e outro para atacar secretamente. – explico. – Nós serviremos como a distração e o grupo de Prince servirá como o grupo que irá atacar sigilosamente. No entanto, eu tenho uma carta na manga para lidar com isso. Não se preocupe. Por hora, não saberão mais do que estou lhes contando.

O plano era simples, mas podia dá certo. Não era uma estratégia nova, mas eu tinha minhas cartas na manga. Estava ciente de que meus pais estavam nas mãos de meus inimigos, mas eles me ensinaram a manter a calma. Por dentro, eu queria chorar, implorar pela vida deles, mas eu não estou lidando com crianças e sim com homens cruéis. Mostrar minhas fraquezas seria entregar o jogo.

Todos permaneceram em silêncio. Meu irmão estava chateado, mas começava a aceitar melhor a situação. Olho para Dez e Manu e eles parecem entender o meu olhar. Com uma afirmação discreta, Dez pega seu celular sai do quarto e, desconfiada, Trish o segue. Por sorte, ninguém parecia ter notado a movimentação dos dois.

– Parece um bom plano. – incentiva Cassidy, percebendo a seriedade estampada em todos os rostos. – Devemos confiar que tudo irá dá certo.

– Eu não tenho dúvidas que Ally pensou em todas possibilidades. – complementa Dallas. – E se essa foi a nossa única saída, irei acreditar que vamos consegui a vitória assim.

– Arrumem suas coisas. Iremos partir em duas horas. – peço, recebendo sorrisos em resposta. Eles pareciam mais confiantes e eu agradeci mentalmente pelo apoio de meus amigos. Cassy e Dallas seguem para seu quarto, indo arrumar suas coisas. – Lawrence, consiga um transporte seguro e rápido para nós. Avise aos seus homens para que fiquem de olho no submarino e o acompanhe com seu navio quando estiverem indo para Krósvia. Não sabemos o que pode acontecer, mas, caso algum imprevisto aconteça, teremos mais um transporte de apoio.

– Como desejar, rainha. – confirma Lawrence, sorrindo confiante. Logo em seguida, ele sai do quarto.

Sem dizer mais nenhuma palavra, Prince deixa o quarto, sendo acompanhado por Tyler, Manu, que me lança um sorriso carinhoso, e Nina. Eles não estavam tão felizes com a ideia, mas não iriam interferir.

Austin me encarava com seriedade. Eu já previa que iriamos ter uma conversa séria e, com isso, não consigo evitar um suspiro frustrado. Sentando-me na cama, volto a encará-lo.

– Qual o problema, Austin? – pergunto, vendo o loiro caminhar em minha direção.

– Por que está excluindo Elliot da missão? – questiona, parecendo frustrado.

– Eu tenho meus motivos. – afirmo, deixando-o ainda mais frustrado.

– E quais seriam eles? – ele não aceitaria a minha decisão e eu sabia que não importava o que eu dissesse, Austin não me ouviria.

– Poderia confiar um pouco mais em mim? – questiono chateada. – Não vê que a situação é muito suspeita? Elliot apareceu do nada em Boise, quando na verdade deveria estar em Miami. Eu não posso colocar nosso plano em perigo.

– Ele salvou a sua vida! – exclama Austin, alterando um pouco o tom de voz. – Isso não é o suficiente para você acreditar que ele está do nosso lado?

– Ele não foi o primeiro a fazer isso, Austin. – eu não queria, mas tinha que pensar em todas as possiblidades. – No entanto, isso não impediu que muitos traíssem a minha confiança. Você não entende, porque nunca viveu onde eu vivia. As pessoas mentem, Austin. Não se deixe enganar.

– Você só pode ter enlouquecido. – fala o loiro, sem acreditar no que eu dizia. – Eu cresci ao lado de Elliot. Era verdade que mais brigávamos do que qualquer coisa, mas ele nunca traiu um amigo.

– Austin, tente me entender. – imploro, cansada de ter aquela conversa. – Eu não posso arriscar a vida do meu povo. Eu sou uma princesa e ...

– Você tem razão. – interrompe o loiro, seriamente. – Eu nunca vivi como você e nem onde você vivia, mas se tem uma coisa que meus pais sempre me ensinaram foi em confiar nos amigos e não é agora que eu vou mudar de opinião.

– Austin... – sussurro, sentindo vontade de chorar.

– Quer saber, Ally: Faça como quiser. Eu não irei interferir em seus assuntos reais, mas não me peça para abandonar um amigo. – continua a falar, demonstrando a sua irritação.

– Eu não estou pedindo para que o abandone. – grito, sem consegui mais controlar as minhas emoções, no entanto, impeço minhas lágrimas de caírem. Abaixando o volume de minha voz, continuo: – Você está sendo injusto comigo. Elliot não está em condições de viajar e ainda precisamos saber o que aconteceu para ele vir para aqui. O tempo em que Prince e os outros irão ficar aqui, esperando o submarino chegar, será o suficiente para ele se recuperar. – Austin me olha surpreso, como se começasse a entender o plano. – Antes de julgar as minhas decisões, tente entender o motivo que tenho para fazer isso.

– Ally, eu... – ele tenta se desculpar, mas eu o impeço.

– Não, Austin. Não fala nada. – peço, frustrada. – Eu irei ver como as coisas estão e avisar aos avós de Kira que iremos embora. Enquanto isso, arrume nossas coisas.

Sem esperar por qualquer resposta de sua parte, pego meu celular, prendo melhor o roupão e sigo para o andar de baixo. Eu não havia contando a Austin o verdadeiro motivo de querer que Elliot ficasse.

Prince, Manu, Tyler e Nina não são bobos. Tenho certeza que, assim como eu, não estavam confiantes com esse aparecimento inesperado de Elliot. No entanto, queriam confiar no garoto pelo mesmo motivo que Austin. Ele havia evitado que eu morresse. Arriscou sua vida por mim, sem nem pensar duas vezes. Mas, eu tinha confiança que eles permaneceriam de olho nele. Principalmente, Manu.

[...]

Em frente a porta do quarto, respiro fundo e olho para o celular. Eu não tinha muito tempo. Ainda precisava conversar com Rachel e Vincent, além de deixar minhas últimas ordens a Manu.

Os pais de Austin já haviam partido para meu alívio. Em Targarión eles estariam seguros, afinal, os soldados de Gavin já estavam a caminho da guerra e seu país não estaria sendo tão protegido assim.

A despedida havia sido emocionante. Não sabemos se voltaremos vivos da guerra e ficar longe do casal, seria, com certeza, algo doloroso. No entanto, precisamos fazer sacrifícios se quisermos obter a vitória.

Volto a encara a peça de madeira, crio coragem e bato na porta, esperando que o rapaz estivesse dormindo. Mesmo pedindo a Austin que não chamasse Elliot para nossa reunião, eu não tinha ideia se ele havia notado a movimentação e ouvido a conversa.

– Entre. – após a permissão, que veio minutos depois, entro no quarto e me deparo com o rapaz enrolado em um grosso cobertor. – Ally?

Sorrio para o moreno e entro no quarto, fechando a porta em seguida. Ele se levanta, sentando-se na cama, observando eu me aproximar e sentar na cadeira ao lado.

– Posso conversar com você? – pergunto, seriamente.

– Claro. – responde. – Aconteceu alguma coisa?

– Isso é você que tem que me dizer. – digo, surpreendendo ao moreno. – Escute, Elliot. Eu estou muito feliz por saber que está vivo, mas eu preciso saber o que aconteceu e como conseguiu chegar em Boise.

Elliot fica sério e pensativo. Era como se tentasse recordar de tudo o que havia passado. Dando um sorriso triste, ele se vira para mim e me lança um olhar sério.

– Eu... Eu não sei direito o que houve. – responde. Algo dentro de mim, dizia que aquilo não era verdade, mas eu precisava dá um voto de confiança a Elliot. – Eu me lembro de ter levado um tiro e imaginei que tivesse morrido, mas quando acordei, estava preso e dentro de um avião. Ao meu lado, havia uma loira que logo reconheci como Emily.

– Emily? – interrompo surpresa.

– Sim. – afirma. Após um alto suspiro, ele continua: - Ela disse que estávamos indo nos encontrar com seus chefes. Eu não fazia ideia de quem ela estava falando, mas sabia que eram inimigos de Krósvia. Eu insistia que ela me soltasse, mas depois que havia dito aquelas coisas, Emily não disse mais nada.

“Assim que pousamos, alguns guardas reais de Gavin apareceram ao lado de seu líder. Eu não sei o que me deram, mas eu acabei apagando. Quando acordei novamente, estava em um calabouço daqueles medievais e com Gavin, Edgar e Emily me encarando. Edgar tinha um sorriso maldoso moldado em seu rosto e se apresentou como seu noivo. Eu não entendi o que ele disse, mas afirmei que você estava comprometida com Austin. Ele riu alto, como se eu tivesse contado uma piada e avisou que isso era por pouco tempo. Depois disso, Gavin me disse que eu seria a carta na manga deles para ameaça-los.” – terminou Elliot, permanecendo sério.

Minha expressão continuava neutra. Eu não conseguia acreditar no que ele dizia, mas sabia que meus inimigos eram capazes de fazer tudo o que ele havia dito. Eu ainda tinha a sensação de que algo não se encaixava em sua versão.

– O que aconteceu enquanto era mantido como prisioneiro de Edgar em Rhosália? – pergunto.

– Eu fui isolado de qualquer contado com outras pessoas. Eles levavam comida para mim e quando eu tentava me comunicar com os serviçais, elas diziam alguma coisa, em uma língua que eu não tinha ideia do que estavam falando. Foi, então, que um guarda, que falava inglês, me contou que a guerra estava se aproximando e que eu precisava fugir dali, pois se eu estava sendo mantido vivo, ainda, era porque usariam minha vida como uma maneira de levar Krósvia a sua queda. Com sua ajuda, eu consegui fugir do castelo, mas por muito pouco eu não fui pego. Durante vários dias, eu corri, escondendo-me em todos os lugares possíveis. Viajei escondido em um ônibus que seguia aqui para Boise. Quando desembarquei, eu estava com muita fome e acabei tendo que roubar um pão para poder comer. Enquanto eu corria, esbarrei com alguns criminosos que estavam matando um homem. Aqueles caras que me batiam quando você me achou, correram atrás de mim para me matar. E... Bem, é isso. O resto você já sabe. – explica, sorrindo cansado.

Analiso Elliot por alguns instantes e balanço a cabeça concordando. A minha insegurança em confiar no garoto me incomodava, mas eu não podia deixar isso transparecer.

– Tudo bem, Elliot. – digo, dando um sorriso reconfortante ao garoto. – Você ainda está se recuperando dos seus ferimentos, por isso precisa descansar.

– Obrigado, Ally. – diz, dando um sorriso bonito.

Ele volta a se deitar e a se cobrir. Mesmo com o aquecedor ligado, o frio em Boise ainda era intenso. Começo a caminhar em direção a porta, mas antes de abri-la, paro e me viro para Elliot, que ainda me encarava.

– Elliot. – chamo, ele assente, esperando que eu continuasse. – Daqui a pouco, Mike, Mimi, Austin, Trish, Dez, Cassy, Dallas, Lawrence e eu partiremos para uma reunião um pouco distante daqui. Peço que permaneça deitado durante esse tempo. Se precisar de qualquer coisa, peça a Manu ou a Nina. Tenho certeza que elas o ajudarão de bom grado.

– Para onde vocês vão? – pergunta curioso. Quase que imperceptível, eu consigo sentir uma certa maldade vinda do rapaz. Os pelos de minha nuca se eriçam. Era como se eu sentisse que algo de ruim estava para acontecer.

– Nós... Nós vamos para Yuberger. – minto, sentindo um nervosismo inexplicável dentro de mim. No entanto, eu sabia convencer muito bem quando queria. Uma das lições que meu pai fez questão de me ensinar foi a mentir. Não era algo que eu gostava, mas que era preciso aprender. - Uma cidade interiorana que fica na divisa de Boise e Rhosália. Mas não se preocupe. Voltaremos o mais rápido possível.

– Certo. – concorda, sorrindo simpático. – Boa sorte e tomem cuidado. Quero tê-los de volta inteiros e vivos. – brinca.

Dou um sorriso, disfarçando o meu incômodo naquela frase e saio do quarto. Assim que fecho a porta, solto um suspiro para me acalmar. Dez aparece no corredor e me encara preocupado.

– Está tudo bem? – pergunta, aproximando-se de mim. – Você está pálida. Aconteceu mais alguma coisa?

– Não. – afirmo, sorrindo, tentando passar confiança. – Só estou nervosa com o que está prestes a acontecer.

– Entendo. – afirma, e coloca-se a andar, assim que percebe que eu não queria continuar ali. – Eu conversei com Manu.

– O que ela te disse? – pergunto, descendo as escadas. Enquanto meus amigos estavam em seus quartos, os avós de Kira estavam na cozinha preparando o café da manhã.

– Ela conseguiu algumas coisas que irão me ajudar na missão. – sussurra, sorrindo satisfeito. – Ninguém, além de nós três, sabe do que vai acontecer. Ela prometeu não contar nada a Prince.

– Excelente. – sorrio, aliviada. – Ao menos alguma coisa está dando certo.

– Não se preocupe, Ally. – fala Dez, assim que chega ao último degrau da escada. – Eu não irei falhar. Você terá seu pai de volta.

– Eu sei que você é capaz. – digo sorrindo, fazendo o ruivo sorri orgulhoso. – Não vejo outra pessoa, senão você, para realizar essa missão.

– Obrigado. – diz, suspirando confiante.

– Eu sinto muito, Dez. – sussurro, tristemente. – Eu sei que estou te colocando em uma missão perigosa, sozinho, mas não tenho alternativa. Você é a pessoa em quem eu mais confio para isso.

– Ally, eu jurei lealdade a você e a Austin. – afirma, sorrindo e me transmitindo coragem pelo olhar. – Se isso é a única coisa que posso fazer para ajuda-los, então eu farei e com alegria. Eu treinei a minha vida toda para algo assim e, pela primeira vez em minha vida, poderei provar a minha família que eu serei capaz de manter a promessa de meu pai.

Após dizer isso, eu o abraço. Eu não poderia ter amigos melhores. Assim que se afasta de mim, ele lança um último sorriso e segue de volta para o andar de cima, provavelmente, para verificar se Trish estaria pronta.

Sigo para a cozinha. Precisava conversar com Vincent e Rachel. Ouvi-los seria bom para me acalmar e me preparar para o que estava por vir. Eu não tenho a mínima ideia do que vai acontecer, mas ao menos quero ter certeza de que o casal de idoso ficará bem.

– Vovô? Vovó? – chamo-os, fazendo ambos me lançarem um doce sorriso. Eu sabia o quanto eles gostavam quando eu os chamava assim. Nunca conheci meus avós e o casal a minha frente era o mais próximo de carinho parental que eu já recebi.

– Algum problema, meu amor? – pergunta Rachel, preocupada.

– Vocês acordaram tão cedo. – comenta Vincent. – E pela sua cara, algo de bom é que não aconteceu.

Sento-me de frente ao homem de cabelos grisalhos. Pego em sua mão e a aperto com força. Vendo que o assunto era sério, Rachel abandona as panelas e se senta ao lado do marido.

– Eu precisarei ir para Krósvia daqui a pouco. – sussurra, surpreendendo os dois. – Prince, Manu, Tyler, Nina e Elliot permaneceram aqui até que chegue a hora de se juntarem a nossa batalha.

– Ally, você tem certeza disso? – pergunta Vincent. – Os riscos são enormes. Está levando um grupo iniciante para batalhar de frente com pessoas experientes. Por mais cruel que seja dizer isso, mas precisa levar pessoas que possam protegê-la e que não teriam problema em morrer por você. Até meses atrás, esses garotos eram apenas adolescentes curtindo a vida, sem pensar no amanhã. Hoje, você está os levando para uma guerra.

Eu sabia que ele tinha razão, mas havia algo com que Vincent não sabia. Por mais inexperiente que fosse o grupo, eles possuíam uma coragem que jamais vir em nenhum dos meus guardas ou servos. Algo dentro de mim, dizia que eu podia confiar neles. Mesmo sem ninguém acreditar, eu ouviria meus instintos pela primeira vez na vida. Já que eu estava no controle dos guerreiros de Krósvia, faria o que me foi ensinado. Confiaria em meus instintos e guiaria meu povo a vitória.

– Os riscos existem de qualquer forma. – afirmo seriamente. – A minha decisão foi tomada. Assumirei as consequências e farei o possível e o impossível para que aqueles seis voltem para casa em segurança e possam viver suas vidas longe de qualquer confronto. No entanto, nesse momento, eu preciso deles.

– Confiamos em sua decisão, Ally. – diz Rachel, sorrindo após encara o marido. – Estamos orgulhosos de você. Sabemos que será capaz de levar Krósvia a vitória.

Não fico muito tempo na cozinha. O tempo estava passando e, antes de partir, eu precisava conversar com Manu. Parecendo ouvir meus pensamentos, enquanto eu subia as escadas, a mulher aparece.

– Ally! – exclama. – Era com você mesmo que eu preciso conversar.

– Digo o mesmo. – falo sorrindo.

– Vamos para meu quarto. – diz, sorrindo. – Prince está conversando com Tyler no quarto dele. Isso nos dará privacidade.

Sem discutir com a morena, eu a segui até o quarto onde a mesma dividia com meu irmão. Após entrar, sento-me ao seu lado na cama. Manu parecia cansada, mas ainda exalava aquela bravura e força admirável.

Seu olhar estava sobre mim, parecendo esperar que eu dissesse algo. Por mais que conhecesse minha cunhada a pouco tempo, eu sentia uma confiança sobrenatural por ela. Eu sentia que podia contar com ela para tudo e, mesmo que meu irmão estivesse contra mim, ela não media esforços para demonstrar que me apoiava.

– Manu. – chamo. Ela sorri, incentivando-me a continuar. – Eu preciso de mais um favor seu.

– Aconteceu algo? – pergunta, desconfiada.

– O que acha do aparecimento de Elliot? – questiono, fazendo a mesma se surpreender.

Ela parece pensar por um momento, como se buscasse as melhores palavras. Com um suspiro, ela volta a olhar para mim e eu vejo em seus olhos a certeza do que eu tinha em mente.

– Eu não confio nele. – afirma. – Passei anos em meio a bandidos e criminoso, sei quando alguém esconde algo ou está mentindo. Pode ser que eu esteja errada, mas até que me prove o contrário, eu acho que não devemos contar nada a ele.

– Disse isso a Prince? – perguntei.

– Sim. Conversamos sobre isso. Ele também desconfia de algo, mas sua intuição é bem menor que a minha. Prince disse que devemos acreditar nele, pois Elliot salvou sua vida, no entanto, isso não é o bastante para mim. – explica calmamente.

– Compartilhamos as mesmas opiniões. – digo sorrindo.

– Mesmo? – questiona surpresa.

– Bem, é por esse motivo que preciso de seu favor. – falo, chamando mais atenção ainda da mulher. – Como você sabe, Elliot permanecerá aqui com vocês. Preciso que fique de olho nele e confirme a minha versão. Não deixe que os outros digam a verdade a ele.

– O que você disse a Elliot? – pergunta curiosa.

– Assim que ele me explicou o que aconteceu com ele, eu tive a sensação de que Elliot estava mentindo. Em meio ao desespero, que não faço ideia de onde surgiu, eu disse que iriamos a Yuberger para uma reunião e que ainda voltaríamos. – conto, vendo o brilho de satisfação nos olhos de Manu.

– Você me surpreende cada vez mais. – admite, sorrindo. – Não se preocupe. Eu ficarei de olho em Elliot. Se ele estiver aprontando qualquer coisa, você será a primeira pessoa a saber.

– Obrigada, Manu. – agradeço.

Levanto-me, sendo seguida por ela. Nos encaramos por alguns segundos e nos abraçamos. Manu acaricia minha cabeça, como se entendesse do que eu precisava naquele momento.

– Vai ficar tudo bem, minha princesa. – sussurra a mulher. – Você não está sozinha. Não importa o que aconteça, eu estarei ao seu lado. Eu prometo.

Afastando-me de si, ela beija minha testa e sorri. Eu sentia que suas palavras eram sinceras e, como mágica, elas conseguiram me acalmar. Sorrio em resposta e balanço a cabeça, aliviada por saber que tenho o apoio de minha cunhada.

Saio do quarto e me deparo com Austin. Sua expressão era séria, mas seus olhos refletiam arrependimento. Fecho a porta do quarto de Manu, e passo por ele, sem dizer nada, seguindo para nosso quarto.

Após um suspiro frustrado, o loiro passa a me seguir. Assim que abro a porta, Austin me empurra para dentro e, num movimento rápido, segura meus pulsos, fecha a porta de nosso quarto e me pressiona contra a fria peça de madeira.

Meu coração se acelera tanto pelo susto quanto pela nossa situação. Ele não olhava em meus olhos. Estava de cabeça baixa, mas ainda apertava meus braços na porta.

– Austin? – sussurro, assustada.

– Ally. – sua voz estava séria e, finalmente, ele passa a me encarar. O quarto estava escuro e apenas a luz do poste da rua iluminava o lugar. Ele aproxima seu rosto, ficando a milímetros de mim. – Eu sinto muito. Eu só... Só não quero brigar com você. Eu sei que sou um idiota e inconsequente, mas eu amo você e a última coisa que quero é ir para guerra estando brigado com você. Não sabemos o que vai acontecer e nem como as coisas ficarão daqui para frente. Então...

Interrompo Austin, beijando-lhe. Mesmo surpreso, o loiro não demora a corresponder. Enquanto Austin abraçava a minha cintura, coloco meus braços ao redor de seu pescoço. Eu acariciava os fios loiros de sua nuca e desfrutava de suas caricias.

Aquele beijo era diferente de todos os que já trocamos. Era urgente, ardente, expressava um misto de paixão e fúria. A inexplicável sensação causava arrepios em meu corpo.

Se continuássemos naquela insanidade, as coisas avançariam demais. Com relutância, nos separamos devagar, no entanto, continuamos abraçados. Austin afunda seu rosto na curva do meu pescoço e inspira profundamente. Aquela ação faz com que meu corpo se aqueça instantaneamente.

– Austin, nós precisamos ir. – sussurro, tentando ao máximo evitar que o som saísse como um ronronar. – Já está na hora de partirmos.

– Tudo bem. – concorda contrariado, afastando-se de mim.

Trocamos olhares e sorrisos, antes do loiro pegar as malas e seguirmos para o andar de baixo. Nossos amigos já nos esperavam na sala. Assim que entramos no cômodo, todos passaram a nos encarar.

– Vocês estão prontos? – pergunto.

A expressão séria estava estampada em seus rostos. No entanto, todos tentavam passar confiança e acreditar que aquela era a melhor saída. Cassidy é a primeira a levantar e a sorri para nós. Seu namorado repete o mesmo processo que a garota e pega em sua mão, entrelaçando os dedos.

– Estamos com você, Ally. – afirma Dallas, sorrindo confiante. – Iremos vencer essa luta e recuperar a liberdade de seu povo.

Sorrio ao ver que Dez, Trish, Cassidy e Dallas estavam prontos para qualquer consequência que houvesse naquela guerra. Olho para Lawrence e ele me lança uma piscadela, sorrindo divertido. Prince, mesmo não estando satisfeito, respira fundo e balança a cabeça, como se me dissesse que estava de acordo com qualquer decisão minha.

– O carro de vocês já está na porta. – avisa Tyler. Ele se despede de nós com abraços, desejando sorte e pedindo para que mantivéssemos contato e tomássemos cuidado.

Nina também nos abraça, com um carinho indescritível. Como uma mãe prestes a perder suas crias, ela parecia desolada, no entanto, sorri confiante para nós. Manu, Rachel e Vincent não pouparam recomendações e carinhos. Prince foi o último a se aproximar.

– Mostre a todos que você já não é mais uma princesa assustada, Ally. – fala meu irmão de frente para mim. – Você é forte, inteligente e capaz de acabar com essa guerra que dura a tantos anos. – segurando meu queixo com delicadeza, ele faz com que eu o olhe em seus olhos. – Levante sua cabeça e lidere seu povo. Assuma seu lugar e acabe com aqueles que mexeram com nossa família.

– Não irei decepcioná-lo. – afirmo, controlando a minha intensa vontade de chorar.

– Sei que não irá. – responde sorrindo orgulhoso. Ele me puxa para um abraço apertado e beija o topo de minha cabeça. – Eu te amo, irmãzinha.

– Eu também te amo. – correspondo o abraço, sentindo o peso da despedida sobre meus ombros.

– Nós precisamos partir, Rainha. – fala Lawrence, lembrando-me que o tempo estava passando.

Separo-me de meu irmão e olho para meu namorado e meus amigos. Vendo o meu olhar sobre si, eles recolhem suas coisas e começam a andar em direção a saída daquela bela casa. Sem olhar para trás, entramos em uma van e, com Lawrence dirigindo, partimos em silêncio.

Sinto a mão de Austin sobre a minha e olho para o loiro. Ele sorri para mim, demonstrando seu nervosismo. Sorrio em resposta e encosto minha cabeça em seu ombro.

E antes que tivesse a chance de fechar meus olhos e aproveitar o cafuné que Austin fazia, Lawrence para o carro de uma vez, assustando a todos. Levanto do ombro de meu namorado, tentando entender o que estava acontecendo.

– Lawrence, o que aconteceu? – pergunto assustada.

– Vocês estão bem? – pergunta o loiro, preocupado, ainda encarando algo que estava na frente do veículo.

– Sim, nós estamos. Mas, pode nos explicar o que aconteceu? – fala Trish.

Sem nos responder, Lawrence pega a sua arma e desce do carro. Viro-me para meus amigos e faço sinal para que permanecessem em silêncio. Abaixo-me devagar e pego um revolver que estava escondida debaixo do banco.

– Fiquem aqui. Eu irei ver o que está acontecendo. – sussurro, seriamente.

Austin pega meu braço, impedindo que eu continuasse. Paro imediatamente e passo a encará-lo, frustrada. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas Lawrence havia deixado claro que não era nada de bom assim que sacou sua arma.

– Eu vou com você. – afirmou, convicto de sua decisão.

Eu não tinha tempo para discussões. Sem escolhas, concordo com Austin, mas lanço meu pior olhar para os outros, deixando claro que eram para permanecerem onde estavam. O loiro pega uma arma que estava no cós de sua calça e me segue.

Assim que descemos da van, a minha surpresa não poderia ser maior. Aproximo-me do homem e comprovo que eu não havia enlouquecido. Lawrence estava com sua arma sendo apontada para a cabeça de uma mulher que a muito tempo eu não via. Taynara sorria em deboche e assim que me ver aponta minha arma para si, ela levanta os braços em sinal de rendição, mas era possível ver a sua diversão em seu olhar.

– Acho melhor abrir a boca, Taynara, ou eu terei o prazer de deformar sua cara com essa belezinha. – fala Lawrence, fazendo a morena soltar uma alta gargalhada.

Ela afasta a arma de Lawrence e o beija. E, surpreendentemente, o homem corresponde prontamente. Eu não sabia como reagiar, mas não poderiamos continuar mais naquele lugar. Pego minha arma e a destravo, pronta para atirar na mulher. Mas, ao ouvir o som da arma, Taynara se afasta de Lawrence e passa a mão sobre a boca, dando um sorriso perverso em seguida.

– Eu não faria isso, se fosse você. – diz Taynara.

De repente, inúmeros homens aparecem, todos armados com armas de alta tecnologia. Em suas faces havia um sorriso maldoso, que deixavam claro que estavam ali para nos matar. Já estávamos na parte mais afastada da cidade, portanto, não havia ninguém ali que não fossemos nós.

– O que...? – sussurra Austin, surpreso.

– É bom vê-la novamente, Princesa Allycia Dawson. – o sarcasmo de Taynara era claro e não havia dúvidas que ela estava ali para cumprir com sua promessa.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Edgar: http://topicstock.pantip.com/blueplanet/topicstock/2012/05/E12109438/E12109438-65.jpg
Primeiramente, eu queria dizer que eu esqueci de colocar a foto de Edgar nos capítulos anteriores kkkkk'! Sorry, eu sou cabeça de vento u.u! E por último: Sim, eu acho George Clooney mega charmoso, mesmo tendo idade para ser meu avô u.u!! Me julgue sociedade, mas esse homem continua com aquele ar de galã mesmo envelhecendo. Então, por esse motivo, ele será o nosso vilão cafageste e sedutor XD!

***

E então? O que acharam? Críticas, elogios, erros ortográficos? Oi Cupcakes *0*!! Primeiramente, eu não tive tempo para revisar, então ele possui muitos erros, mas assim que eu tiver um tempo, eu corrijo. kkk' E finalmente a Tay apareceu u.u! Para a infelicidade da maior parte da população XD! Próximo capítulo teremos a guerra e eu irei parar de enrolar ^^! Novamente, quero agradecer a todos que comentaram e principalmente às leitoras fantasmas que deixaram de lado a vergonha e deixaram a opinião ♥!! I love you, Cupcakes *o*!! Enfim, não tenham vergonha de dizerem o que pensam!! Beijocas Cupcakes ♥

***

PS.1: Quem quiser participar do grupo no face: www.facebook.com/groups/677328449023646/ >o< !!
PS.2: Criamos um grupo no WhatsApp, então podem participar também, basta apenas me enviarem uma MP com o DDD de vocês e o número do celular que eu adiciono *-* !!
P.S.3: http://fanfiction.com.br/historia/539877/Obsession/
P.S.4: http://fanfiction.com.br/historia/554366/Parachute/