Unlike Cinderella... escrita por Lara


Capítulo 30
Capítulo 29 - Burial...


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥!! O capítulo não ficou tão bom e eu estou meio revoltada, porque essa é a segunda vez que tento postar o capítulo hoje ://!! Sinto muito por não ter tido tempo de revisar o capítulo, também! Muito obrigada Divademi22, Juuh Sobrinha Leite Condensado (auslly forever), Babi (Barbara Farias), Lêh (Letícia Merlo), Palominha Sobrinha Raio de Sol (Paloma Coutinho), Mamis Confeiteira e Poderosa (Jade), CqC, Manu Filha Possessiva e Ciumenta (VacuumCleaner), Jenny Filha Diva (Gatinha MÁ), Milazinha 90, May (Dreams And Wishes), Docinho de Chocolate com Morango Curiosa (Roxy Rocket) (kkk' Eu sei, apelido tosco, mas juro que vou melhorar XD), Mandy (Apenas uma garota comum), Lary (AllyGata Lynch), Bea Mana Gata (Reader Secret), Carolzinha1107, Isa Santos, Lala Sobrinha Talentosa (Gabs), Luaah Docinho (Upside Down), Sôh Filhinha Fofa (Sophia Stephane), Mônica Sousa Menezes, Allycia Marano Lynch e Bia (Biiah Lynch) pelos comentários divos no capítulo anterior. Espero que gostem desse capítulo estranho!! Boa leitura...



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POV Ally

– O hospital em que seu pai estava foi atacado. Gregory acabou de entrar em contato e nos disse que o rei foi sequestrado! A mensagem era clara: Krósvia acaba de sofrer seu primeiro ataque oficial da união do reino de Rhosália e Targarión!

Meu corpo gela em estado de choque. Sinto minhas pernas perderem as forças e, quando estou prestes a cair, sinto os braços de Austin me ampararem. As lágrimas começam a descer com intensidade. O pavor começa a tomar conta de mim.

– O que? – sussurra Prince, tão incrédulo quanto eu. – Não pode ser.

– Eu sinto muito, Prince. – diz Kira, com pesar em sua voz.

– Não! Isso não pode estar acontecendo! – grita meu irmão, dando um soco da mesa próximo do mesmo. Eu podia ver o mesmo controlando as lágrimas que ameaçavam descer. Não pode ser. – ele sussurra a última parte.

– Ally. – murmura Austin, preocupado.

Vendo o estado de Prince, sinto a necessidade de me recompor. Por mais que a dor esteja sendo dilacerante, o meu irmão mais velho também estava sofrendo e isso doía ainda mais em mim.

– Prince, fica calmo. – digo, respirando fundo e segurando as lágrimas que estavam prestes a descer. – Não podemos entrar em desespero neste momento.

O moreno me olha assustado, como se não esperasse de mim tal reação. Seu corpo tremia e seus punhos pareciam estar prendendo todas as suas emoções.

– Ally tem razão, Prince. Vocês precisam se manter firmes ou não poderão encontrar uma solução. – complementa Austin, segurando a minha mão e me dando apoio.

– Prince, os homens precisam de suas ordens. – diz Kira, apreensiva.

– Muito bem. – diz meu irmão, com a voz rouca, recuperando-se de seu estado de fúria. – Kira, reúna todos os agentes principais da SOSK e ordene uma reunião de emergência. Quero que consiga uma videoconferência com Gregory e todos os nossos aliados que estão em Krósvia. Diga a Nina que contate, também, Joseph e Victória. Quero todos reunidos no setor G em 30 minutos.

– Como desejar. – diz Kira, não demorando a sair da sala para realizar as ordens de Prince.

O silêncio se instala no ambiente, tornando a tensão ainda mais evidente. A minha vontade de chorar nunca foi tão forte como agora. Eu queria ter minha mãe aqui para me acalmar ou meu pai para me dizer que tudo ficaria bem, porque ele tinha a solução para tudo.

Austin abraça-me com carinho, confortando-me um pouco. Suspiro cansada, controlando ao máximo as lágrimas. Eu não posso mais chorar. Do que isso adiantará? Eu preciso me manter forte pelo bem de meu povo que espera isso da herdeira de Krósvia.

– Calma, amor. Tudo vai acabar bem. – sussurra Austin, beijando o topo de minha cabeça. – Eu estou aqui com você.

– Obrigada, Austin. – digo, com a voz meio embargada, abraçando-lhe com ainda mais força. – Eu te amo.

– Eu também te amo, Ally. – diz, levantando meu rosto para olhar em meus olhos e, em seguida, dando-me um rápido selinho em meus lábios. – Agora levante a cabeça. Essa expressão de tristeza e derrota não combina com você.

Separo-me de Austin e encaro Prince que observava a cena com a expressão facial neutra. Ele parecia estar imerso em seus pensamentos, pois, mesmo olhando para nós, seu olhar estava distante.

– Prince. – chamo, vendo meu irmão levantar a cabeça, despertando de seus pensamentos. – E agora? O que iremos fazer?

– Eu não sei. – disse com sinceridade. Pela primeira vez eu vir o olhar de meu irmão sombrio e perdido, como se desejasse despertar de um pesadelo. – Eu juro que não sei.

Caminho com dificuldade até o moreno e o abraço com força, tentando transmitir segurança e conforto ao meu irmão. Por mais que eu estivesse sofrendo, eu via que Prince sentia muito mais dor que eu. Havia um brilho de culpa em seu olhar.

– Nós vamos dá um jeito. – digo, sentindo o mesmo me apertar com mais força ainda. – Iremos consegui criar uma solução.

Antes que Prince dissesse qualquer coisa, a porta da sala é aberta, revelando Manu, Tyler, Dez, Trish, Dallas e Cassidy, que carregavam um misto de preocupação e desespero em suas faces.

– Prince. – diz Manu, correndo ao encontro de meu irmão.

Afasto-me do moreno e o mesmo abraça Manu com força. Sua expressão de dor muda para uma de alivio e parecia que tudo o que ele precisava era do apoio da bela mulher. Eles se beijam com intensidade e não demoram a se separar, voltando a se abraçar, em seguida.

Caminho até Austin e os outros que pareciam não saber como reagir com a notícia. Assim que me aproximo, Cassidy e Trish correm em minha direção e me abraçam com força. Afastamo-nos após algum tempo e o gesto é repetido pelos rapazes.

– Você está bem, Ally? – pergunta Dez, preocupado.

Suspiro cansada, olhando para trás e vendo a troca de carinho de meu irmão e sua namorada. Volto a encarar meus amigos e torno a suspirar.

– Eu não sei. – admito. – Eu não tenho certeza de como reagir. Meu... Meu pai... – tento falar, mas o aperto em meu coração transforma tudo em um sacrifício.

– Calma, princesa, vai ficar tudo bem. – diz Austin, abraçando-me com carinho.

– Austin está certo, Ally. – diz Dallas, sorrindo de maneira confiante. – Seu pai vai sair dessa. Não perca as esperanças.

Sorrio para meus amigos e observo que a expressão de Tyler não era a das melhores, ele nos observava e parecia querer dizer alguma coisa, mas hesitava.

– Tyler? – chamo o moreno e o mesmo me olha assustado, como se estivesse em outro mundo e retornasse para seu corpo após eu tê-lo chamado. – Tudo bem?

– Hãn... Claro... É claro, princesa. – responde, sorrindo nervosamente.

– Onde estão meus pais? – pergunta Austin, olhando para Tyler.

– Eles...

– Austin, Ally. – chama tia Mimi, entrando apressadamente ao local e cortando a fala de Tyler.

Os pais de Austin correm ao nosso encontro e abraçam Austin e eu. Eles pareciam aliviados por estarem nos vendo. A preocupação se encontrava evidente em seus olhos.

– Viemos o mais rápido possível. – diz tio Mike, olhando para nós com intensidade, analisando cada uma de nossas feições.

– Bem, acredito que todos estão aqui. – diz Prince, ao ver mais quatro pessoas entrarem no lugar e fecharem a porta.

Nina e Manu se cumprimentaram com rápidos abraços e comentaram alguma coisa que eu não consegui ouvir. Kira e Diane¹ se colocam ao meu lado e um homem que nunca tinha visto antes cumprimentou Tyler e Prince e foi se sentar.

– Sentem-se, por favor. – pede Prince.

Começo a procurar por um lugar onde eu deveria me sentar, mas Prince para Austin e eu, balançando a cabeça em sinal negativo. Ele aponta para duas cadeiras que estavam afastadas da mesa central.

– Por que? – pergunto, desconfiada.

– Apenas esperem o meu sinal para irem se sentar ao meu lado. Eu gostaria de fazer uma surpresa aos seus amigos de infância, Ally. – explica meu irmão.

Olho assustada para Prince e entendo o que ele quis dizer. A ansiedade começa a tomar conta de mim, fazendo todo o meu corpo suar frio. Qual seria a reação de Joe e Vick ao me verem?

Sento-me ao lado de Austin e respiro fundo. Sinto a mão de Austin cobrir a minha e o mesmo sorri com um pouco de nervosismo. Ele parecia, assim como eu, não saber o que fazer para acalmar suas emoções.

Cada um, com exceção de Nina, ocupou um lugar na mesa da enorme sala de reuniões. A mulher mexe por um momento no painel principal da sala e em alguns minutos a imagem de quatro pessoas, bem conhecidas por mim, aparecem na enorme tela.

De onde Austin e eu estávamos dava para vê-los perfeitamente, mas parecia que a câmera que transmitia a videoconferência não conseguia pegar a minha imagem e nem a do loiro.

– Olá Prince. – começa Joe, preocupado, parecendo estar sentado em seu trono. – Soube das notícias.

– Olá Joseph, Victória, Richard e Gregory. – cumprimenta meu irmão, com o tom de voz firme. – As coisas estão complicadas tanto aqui em Miami quanto em Krósvia. Acredito que precisaremos da ajuda de vocês com maior antecedência do que prevíamos.

– Concordo com sua sentença, Prince, mas acredita que teremos tempo para organizar uma estratégia boa o suficiente para conseguirmos a vitória? – diz Victória ao lado de seu marido, que permanecia calado.

– A princesa Victória tem razão, Prince. – diz Gregory, o braço direito de meu pai. – Gavin e Edgar estão a muitos passos a nossa frente, se pararmos para analisar.

– Acalmem-se, meus amigos. – fala Prince, suspirando cansado. – Podemos não ter o tempo a nosso favor, mas ainda possuímos uma carta na manga.

– E que carta na manga seria essa, Phillip? – pergunta Richard, pela primeira vez se pronunciando.

Prince sorri para mim e levanta a cabeça minimamente. Percebendo que esse era o sinal ao qual meu irmão havia se referido, levanto-me com um pouco de dificuldade e caminho lado a lado com Austin em direção aos dois lugares disponíveis, próximos a Prince.

– Allycia. – falam Joe e Vick, assustados. A surpresa e a emoções em seus olhos faziam com que meu coração batesse mais rápido.

– Joe, Vick. – digo, sorrindo emocionada. – Como é bom revê-los.

– Allycia... Meu Deus, como você está diferente. – comenta Vick, parecendo encantada com o que via. – Você cresceu tanto, querida. Se tornou uma mulher tão bonita... Como eu senti a sua falta, minha doce borboleta.

As lágrimas desciam pelo rosto de Vick com intensidade. Seu irmão parecia tão em choque quanto a mesma. Sorrio por saber que o carinho que eu sentia por eles continuava intacto.

– Eu também senti muita falta de vocês. – confesso, mantendo-me firme. Eu não poderia chorar.

– Allycia... – pronuncia Joe, ainda em choque. – Meu Deus... Isso é realmente verdade? É quase impossível de acreditar que estou a vendo depois de tantos anos.

– Entendo que estejam com vontade de matar a saudade, mas precisamos resolver as coisas o mais rápido possível. – diz Prince, puxando a cadeira para que eu pudesse me sentar, fazendo o mesmo consigo, em seguida. Austin se senta ao meu lado e entrelaça nossos dedos em gesto de apoio.

– O que pretende fazer, Prince? – pergunta Richard, com a expressão em um misto de surpresa e curiosidade.

– Ally é a melhor estrategista que conheço. Em poucos meses, ela assumirá o trono e ninguém melhor do que minha irmã para comandar as tropas. – explica Prince, surpreendendo a todos.

– O que? – pergunto, surpresa. – Prince, isso é loucura.

– Ally tem razão, Prince. – diz o homem que eu ainda não sabia o nome. – Isso pode ser perigoso.

– Perigoso? Charles, nós estamos prestes a iniciar a maior guerra em seis décadas. Acredita mesmo que estamos livres do perigo? – fala Manu. – Eu concordo que Ally é a melhor pessoa para assumir a liderança.

Olho para a morena, incrédula. Por que raios eu seria a melhor pessoa para liderar uma missão como essa? Eu nunca estive em uma situação como essa. E se eu falhar? Definitivamente, essa é uma péssima ideia.

– Eu...

– Eu concordo com o Charles, Prince. – diz Nina, interrompendo a minha fala. – Ally ainda é muito jovem para assumir uma responsabilidade como essa. Como a Manu disse, nós estamos prestes a iniciar uma guerra. Qualquer erro pode ser fatal.

– Se analisarmos a situação, o Prince tem razão em querer que Ally lidere a missão. – diz tio Mike. – Lester trabalhou duro para que a princesa adquirisse todo o conhecimento em estratégias. Ally, com certeza, é a pessoa com maiores condições de nos fazer vencer a guerra.

Um debate, então, foi iniciado. O grupo se encontrava dividido entre aceitar ou não a proposta de Prince. Até mesmo meus amigos haviam se envolvido na confusão. Com exceção de Austin e eu, todos pareciam ter sua opinião sobre a minha capacidade de montar uma estratégia.

– Isso não é bom. – sussurra Austin, ao meu lado, observando o desenrolar da discussão.

– Eu sei. – falo, sem saber o que fazer.

– Acho melhor você tentar acalmá-los ou não conseguiremos decidi o que fazer em relação a guerra que está por vir. – recomenda Austin, preocupado.

Vendo que o loiro tem razão, suspiro frustrada. Esse debate de opiniões não vai nos fazer encontrar a solução. Penso em uma maneira de chamar a atenção de todos e nada vem a minha mente. Sem muita alternativa, decido usar o método tradicional.

– Já chega. – grito, assustando a todos. No mesmo instante, todos se calam e começam a me encarar. Respiro fundo e continuo a falar de maneira firme e determinada: - Não acham que eu também tenho o direito de decidi sobre esse assunto? Como Prince disse, eu assumirei Krósvia em alguns meses. Quer vocês queiram ou não, eu já possuo maturidade suficiente para tomar decisões.

– Eu concordo com a Ally. – diz tia Mimi, cortando o silêncio que se instalou após o meu pronunciamento. – Não cabe apenas a nós tomar decisões. Allycia Dawson é a sucessora do trono e em um período tão sensível como esse que Krósvia está vivendo com a ausência de seus líderes, está mais do que na hora da princesa assumir seu poder.

– A rainha Mirela² está certa. – concorda Richard. O homem olha para Victória e a mesma sorri, como se soubesse o que o moreno de olhos claros estava pensando. – Minha esposa e eu estamos de acordo que Ally deve assumir o controle do trono de Krósvia. O reino de Westleife, sem dúvida alguma, é aliado de Krósvia na batalha que está por vir.

Sorrio por saber que temos o apoio de Victória e Richard. Olho para Joe, esperando alguma confirmação de sua aliança e o mesmo parece entender o que eu pensava. Ele sorri e assim que sua esposa, grávida, se posiciona atrás do loiro, colocando sua mão sobre o ombro do mesmo, ele parece ter sua decisão.

– Acredito que não será necessário dizer que Retrívia³ é um aliado de Krósvia. – diz, olhando para sua esposa, recebendo um sorriso em resposta, e volta a me encarar.

– Ally, Joseph e eu estamos ao seu lado. Confiamos que você será capaz de reinar Krósvia como ninguém. Mostre a todos que você não é apenas mais uma princesa de rostinho bonito. Você é Allycia Dawson, a futura rainha de Krósvia. – diz Cecilia, esposa de Joe.

Todos me encaram, esperando alguma confirmação de que serei eu a liderar Krósvia e aliados durante a guerra. Olho para Austin, esperando algum auxílio e o mesmo se levanta, colocando-se ao meu lado e sorrindo para mim com confiança.

– Muito bem. – aviso, pegando a mão de Austin e apertando, buscando forças para a declarar a decisão que eu havia tomado. – Não importa o que aconteça, nós conseguiremos a vitória. Não permitirei que Gavin e Edgar consigam destruir tudo aquilo que eu amo. Isso é uma promessa!

[...]

– Ally, você está pronta? – pergunta Trish ao entrar no quarto, juntamente com Cassidy.

– Quase. – digo, enquanto penteio meus cabelos.

Vendo a minha “animação” para realizar a tarefa, Cassidy caminha até mim e pega o pente de minha mão, começando a passá-lo por meus cabelos. Trish senta-se em minha cama e começa a mexer em meu celular, enquanto espera.

– Está tudo bem? – pergunta Cassidy. – Você está tão calada desde a reunião.

Observo a loira pelo espelho e balanço a cabeça, concordando. Desde a reunião que ocorreu no SOSK*, a minha mente não para de trabalhar em busca de alguma solução.

Após a conversa, foi decidido que essa semana os meus amigos e eu nos dedicaríamos aos treinos e na semana seguinte planejaríamos uma estratégia real. Durante esse tempo, Gregory garantiu que Krósvia conseguiria permanecer firme e em caso de mais alguma surpresa, nós seriamos os primeiros a saber.

Não prolongamos muito a reunião pelo fato do enterro de Elliot ocorrer em poucos horas. No entanto, muitas questões foram esclarecidas, como: quais os outros países que estão prestando seu apoio a Krósvia.

A volta para casa foi um pouco exaustiva. A distância do QG era muito maior que a do galpão que treinávamos, então demoramos cerca de uma hora e meia para chegarmos a casa de Austin.

Permaneci calada o trajeto todo, enquanto Austin e meus amigos interagiam com Tyler. Como a quantidade de pessoas era grande, Prince voltou para sua casa com Manu, enquanto Tyler se responsabilizou de nos deixar. Tio Mike e tia Mimi voltaram em seu carro.

– Pronto. – diz Cassy, despertando-me de meus pensamentos. – Acho que você já está pronta, não é mesmo?

– Sim. – afirmo, levantando-me com dificuldade, por causa do maldito gesso. – Eu odeio esse gesso.

Cassidy e Trish riem e me ajudam a sair da cadeira da penteadeira. A morena pega minha bolsa que estava em cima da cama e coloca o celular dentro.

– Está tudo aqui, Ally? – pergunto, olhando em volta.

– Acredito que sim. – digo, enquanto caminho em direção a porta. – É melhor irmos ou iremos nos atrasar.

Saímos de casa e não demoramos muito a chegar ao local do enterro. Muitas pessoas conhecidas estavam na Igreja do cemitério e todas aparentavam possuir o mesmo sentimento: a dor da perda.

Caminhamos até a mãe de Elliot que estava ao lado do caixão e olhava para o quadro da foto do filho, desolada. Ao chegarmos próximo da mulher, ela percebe a nossa presença e sua primeira reação é me abraçar.

– Ally... – sussurra a mulher, aos prantos. – Fico feliz que tenha vindo.

Correspondo ao abraço com intensidade, sentindo as lágrimas ameaçarem a descer. Eu não sei qual a é a dor de perder um filho, mas eu via em seus olhos que a sensação é torturante.

– Eu jamais deixaria de vir ao enterro de Elliot, Sra. Willows. – afirmo, com a voz embargada.

– Obrigada. – murmura, sorrindo fracamente, de maneira agradecida.

A mulher abraça Austin e meus outros amigos, agradecendo o apoio. A melancolia do local era imensa e isso só aumentava meu sentimento de culpa. Elliot não teria morrido se não fosse por minha causa. Eu o envolvi nessa história, me coloquei em perigo e ele acabou pagando caro para me proteger.

Após a rápida conversa, afastamo-nos da mulher para que ela pudesse receber os outros amigos e fomos atrás de Kevin, Pablo, Mark e Jason que estavam sentados numa parte mais afastada da igreja.

– Olá. – diz Jason, quando chegamos ao encontro dos quatro.

– Oi. – digo e os outros apenas acenam de leve.

– Está tudo bem? – pergunta Kevin, analisando as nossas feições.

– Sim, só... Deixa para lá. – falo, desistindo da ideia de revelar mais problemas.

– O que houve? – questiona Jason preocupado.

– Nada demais. Apenas... Vamos esquecer os problemas, pelo menos, pelo resto do dia. – respondo, sorrindo fracamente.

– Onde está o Jimmy? – pergunta Trish, olhando em volta a procura do homem.

– Ainda não chegou. – responde Mark.

– Isso é, se ele vier mesmo. – comenta Pablo, com cansaço em sua voz.

– Acha que ele é capaz de fazer algo tão horrível assim? – pergunta Cassidy. – Isso é cruel, até mesmo para ele.

– Nunca se sabe o que esperar do Jimmy. Esqueceram que ele é tio*
da Brooke? Não duvido nada que sejam farinha do mesmo saco. – diz Kevin.

– Bem, parece que nos enganamos. – fala Jason, apontando, disfarçadamente, para a entrada da Igreja. – Olha só quem chegou.

Viramo-nos para a entrada da Igreja e por ela entram Jimmy e Brooke. Os dois pareciam robôs sem sentimentos. Suas expressões eram neutras e em nenhum momento demonstravam qualquer emoção pela morte de Elliot.

– Inacreditável. – comenta Dallas. – Como eles conseguem reagir de maneira tão fria?

– Acredite, isso não é nada. – responde Dez. – Convivemos com Jimmy e Brooke a anos. Provavelmente, a única coisa que Jimmy sente pela perda do Elliot é pelo fato de que a banda não está mais junta, temporariamente, e ele não conseguirá mais lucrar com isso.

– De qualquer formar, é melhor não encararmos muito. – fala Austin, abraçando-me por trás de maneira protetora. – Não estou com humor para aturar Brooke e seus chiliques.

– Atenção a todos. – pede a Sra. Willows, com o olhar deprimido e a voz um pouco rouca, fazendo todos a olharem, penalizados e sentidos por sua dor. – Iremos começar o velório.

– Vamos nos sentar. – sugere Pablo.

Concordamos com o mesmo e nos sentamos nos bancos da Igreja. Observamos os outros presentes fazendo o mesmo e, assim que todos estavam em seus lugares, a cerimônia de despedida se iniciou.

Após a palavra do Padre e de alguns familiares, chegou a vez da Sra. Willows fazer seu discurso. Ela estava um pouco melhor. Já havia parado de chorar e aparentava estar mais calma. A morena subiu no pequeno palanque onde estava o microfone e respirou fundo antes de começar.

– Primeiramente, eu quero agradecer a todos que vieram dizer o último adeus a Elliot. – ela suspira, tristemente. – Quando Elliot nasceu, ele foi a minha maior alegria e a descoberta sobre o que é o amor incondicional. Era quase inacreditável como eu conseguia amar um ser tão pequeno com tanta intensidade. Foram inúmeras noites em claro e cheias de preocupação. Mas, conforme Elliot crescia, mais orgulho meu filho me dava. Inteligente, bonito, carinhoso e apaixonado pela música, meu menino nunca deixou de correr atrás de seus sonhos. Ele sofreu tanto com a morte de Sean. No entanto, isso só lhe deu mais forças para seguir em frente. Ele dizia que iria dar muito orgulho ao seu pai e a mim. – a mulher já chorava com intensidade quando deu uma pausa nesse momento. – Sabe... – ela sorri, enquanto derrama mais lágrimas. – Ele dizia que seria um astro de rock quando crescesse. Ele tinha a personalidade tão doce... Eu... Eu nunca imaginei que perderia meu filho tão cedo. – confessa, respirando fundo, tentando controlar as emoções. – Mas, eu sei que meu filho morreu de forma honrada. Eu sinto muito orgulho do homem que Elliot se tornou. Eu... Eu o amei e sempre irei amar. – ela chorava mais e mais, fazendo todos se emocionarem. Todos começam a bater palma pelas palavras da mulher que tanto sofreu por perder os homens que mais amava na vida. – Obrigada.

Foi impossível não chorar com o discurso. Quase todos da Igreja se emocionaram e sentiram um pouco da dor da jovem mulher. A morena deixa o palco, sendo amparada por sua irmã.

Os meninos saíram para ajudar a carregar o caixão e ao longe vejo meu irmão com Manu e Tyler. Faço sinal para as meninas e as duas começam a me seguir, indo de encontro aos três.

– Oi. – diz Prince, abraçando-me com carinho e limpando as lágrimas que haviam em meus olhos. – Você está bem?

– Sim. – respondo, respirando fundo. Abraço Manu e a mesma também estava emocionada. – Oi Manu.

– Oi princesa. – diz, correspondendo ao abraço.

Após abraçar Tyler, começamos a caminhar rumo ao túmulo de Elliot. O sol já estava se pondo e a melancolia reinava em meio ao grande número de pessoas que caminhavam logo atrás do caixão.

O caixão é abaixado, logo depois que chegou ao local do seu túmulo, e, em seguida, as pessoas foram depositando uma flor. Não demorou muito para que todos deixassem sua homenagem a Elliot, então, a quantidade de pessoas foi diminuindo rapidamente.

Alguns minutos depois, só permaneceram no local a Sra. Willows, Prince, Manu, Tyler, tio Mike, tia Mimi, Dallas, Cassidy, Dez, Trish, Austin e eu. Ainda encarávamos a lápide do moreno com pesar.

– Eu já volto. – digo, sentindo que eu precisava pegar um pouco de ar.

– Você quer que eu vá junto? – pergunta Austin, com a voz um pouco mais grave que o normal, devido ao choro recente.

– Não, obrigada. – falo e me retiro do local.

Quando eu já estava a uma boa distância do túmulo de Elliot, permitir-me chorar pela última vez. A partir de agora, eu serei forte e não descansarei até que a justiça seja feita. Farei com que a morte de Elliot não tenha sido em vão.

– Ora, veja quem eu acabei de encontrar. – diz Brooke, cinicamente. – Está sofrendo pela morte de seu amiguinho? Ah, que pena que ele morreu né?

– Vai embora Brooke. – digo, sem me virar para a garota. – Eu não estou com paciência para lidar com você.

– Sabe o que é mais irônico? – fala, ignorando o meu pedido e se aproximando de mim. – Algumas horas antes ele tinha lutado com Austin por você e agora está enterrado a sete palmos do chão.

– Cala a sua maldita boca, Brooke. – digo, controlando ao máximo para não avançar em cima dessa cobra. – Você não tem direito nenhum de falar sobre Elliot. Vai embora!

– Uau, você é mesmo um veneno, não é? ‘Tá doendo muito, Ally? Não, não precisa responder. Acho que está na cara que a culpa deve estar te matando. – ela ri, debochadamente. – Qual é a sensação de ter matado um dos melhores amigos de seu amado? Ah, falando nisso, cuidado, ouviu? Vai que o próximo a morrer não seja um dos seus amiguinhos ou até mesmo... Austin...

Não aguentando mais o veneno que saia da boca de Brooke, dou um tapa estralado em seu rosto, sentindo a cólera tomar conta de mim. A morena vira o rosto ao receber a ação e logo ela se descontrola, empurrando-me e, devido ao gesso, perco o equilíbrio e caio. Aproveitando-se de minha situação, Brooke avança para cima de mim, puxando meus cabelos.

Dou uma cotovelada em seu estômago e a mesma me solta, sentindo falta de ar. Levanto-me um pouco, mas Brooke volta a me atacar. Com a perna que não estava engessada, começo a chutá-la.

Ela se afasta de novo e eu aproveito a chance para lhe distribuir golpes que foram desejados por mim desde a primeira vez que a vi. A garota gritava e pedia por ajuda, tentando se soltar de mim, mas a minha raiva era tanta que eu não conseguia parar.

Depois de inúmeros tapas, socos e puxões de cabelo, a minha raiva diminui e eu paro de atacá-la. Brooke aproveita que estou com a guarda baixa e volta a ir para cima de mim.

Quando meus amigos já estavam prestes de separar a briga idiota, aperto um ponto no pescoço de Brooke a fazendo desmaiar. Todos me olham assustados, tentando entender o que estava acontecendo.

– Meu Deus... Ally, você está bem? – pergunta Trish, assustada.

– Sim, só tirem essa louca de cima de mim. – peço. Quando Brooke perdeu a consciência, a mesma ainda estava em ccimade mim.

– O que aconteceu? – pergunta Austin, levantando a garota com a ajuda de Dez.

– Vem cá. – diz Dallas, enquanto me ajuda a levantar.

Meu irmão e Manu me encaravam com incredulidade. Tyler parecia achar graça do que estava acontecendo, mas não abriu a boca para comentar nada. Depois de deixar Brooke encostada na árvore mais próxima, Austin caminha em minha direção e me analisa com preocupação.

– Você está bem? – pergunta, enquanto coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Confirmo, balançando a cabeça. – Por favor, poderia me dizer o que aconteceu?

– Brooke me provocou e eu não aguentei e dei um tapa nela. – respondo, tentando arrumar minhas vestes.

– Você deu uma surra na Brooke? – pergunta Cassidy, começando a ri. – Você é a minha heroína, Ally.

– O que você fez para ela desmaiar? Isso foi bem legal. – comenta Dez, com os olhos brilhando em felicidade.

– Cassidy, Dez, isso é sério. – repreende Manu. – Ally, você não pode estar se envolvendo em brigas, principalmente quando está com uma perna quebrada.

– Eu sei. Mas, eu não consegui controlar. Juro que tentei evitar, no entanto, eu estou esgotada das provocações de Brooke. – confesso, olhando nos olhos de meu irmão.

– Deixa de ser chata, Manu. Essa não foi a garota que machucou a Ally? Então, isso é para ela não se esquecer de que a nossa princesa não é uma garota qualquer e sabe se defender. – diz Tyler, rindo da situação.

– Quantos anos você tem? Não seja infantil, Tyler! – repreende Manu, lançando um olhar severo ao primo.

– Tudo bem, isso não importa. – Prince tenta acalmar os ânimos de Tyler e Manu. – O importante é que a Ally não se feriu gravemente e nem essa garota. Agora, poderíamos voltar para casa?

– Prince tem razão. Já está tarde e nós ainda temos que levar Brooke até Jimmy. – diz tio Mike, tão cansado quanto meu irmão.

– Eu vou ligar para o Jimmy para avisar onde nós estamos. – fala tia Mimi, pegando o celular, afastando-se de nós, em seguida.

Antes que disséssemos qualquer coisa, o celular do Tyler começa a tocar. Observamos o moreno pegar o aparelho de dentro de seu paletó. Ele olha o número e sua expressão muda por completo.

– O que foi, Tyler? – pergunta Austin.

– Esse número... – fala, ainda perplexo, olhando para o visor do celular.

– O que tem o número? – pergunta sua prima, sem paciência.

– É uma chamada de Krósvia. – diz, levantando a cabeça para olhar nos olhos de Manu. – E eu... Eu tenho certeza que o número pertence a Edgar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Diane - Enfermeira do colégio de Ally e os outros. Mencionada no capítulo 26.
Mirela - Nome real da mãe de Austin. Foi revelado no capítulo 25, assim como também, que a mesma era rainha de Serafine.
Retrívia - Reino governado por Joseph. Foi mencionado no capítulo 5.
SOSK - Special Operations Squadron of Krósvia ou Esquadrão de Operações Especiais de Krósvia. Mencionado no capítulo passado.
Tio - Sim, nessa fic o Jimmy é tio da Brooke e não possui parentesco com a Kira. Motivo? Ah, eu pensei que seria legal fazer esse detalhe diferente na fic XD!!

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Joe (Toby Regbo) - http://media-cache-ec0.pinimg.com/736x/99/cc/d0/99ccd02b773c54810f19d51acb8d26c5.jpg
Victória (Celina Sinden) - https://image-cdn.zap2it.com/images/tvfashckn03.jpg
Richard (Torrance Coombs) - http://i1127.photobucket.com/albums/l630/larissa3010/wp_reign_trio_16x10_1680_1050_zps6feaba80.jpg
Cecilia (Sim, ela é a Kate Midlleton u.u! Eu a acho muito fofa e pensei que seria legal colocá-la como a rainha de Retrívia XD) - http://3.bp.blogspot.com/-ByRYEVvM7x0/UaNfD7CMQyI/AAAAAAAAIoI/rQ3yejveIqY/s1600/AA+CEGONHA+-+PANORAMIC.+2.jpg

PS.: A maioria dos personagens foram "tirados" da série Reign, que eu não assisto, mas minha amiga é viciada!

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E então? O que acharam? Críticas, elogios, erros ortográficos? Oi Cupcakes *0*!! Sorry pelo capítulo idiota, mas eu fiquei sem inspiração nenhuma e até rescrevi na tentativa de melhorar! Não tive tempo de revisar, por isso, sinto muito pelos erros ortográficos! Beijocas, Cupcakes ♥!!

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PS.1: Quem quiser participar do grupo no face: www.facebook.com/groups/677328449023646/ >o< !!
PS.2: Criamos um grupo no WhatsApp, então podem participar também, basta apenas me enviarem uma MP com o DDD de vocês e o número do celular que eu adiciono *-* !!