Unlike Cinderella... escrita por Lara


Capítulo 14
Capítulo 13 - New Friend...


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥!! Hoje eu fiquei tão inspirada em escrever que acho que passei um pouquinho do meu limite kk! (Sim, eu tenho uma regra que diz que eu só posso escrever no máximo 3.000 palavras por capítulo T_T)!! Enfim, eu conversei com algumas meninas pelo WhatsApp junto com os lindos comentários que recebi e isso me deu uma enorme inspiração!! Muito obrigada Letícia Merlo, ItsTheBest, May (Dreams And Wishes), Sophia Stephane, Biiah Lynch, Jade, Gabs, Fran, Milazinha 90, Jenny (Gatinha MÁ), Miley Demi1920, Isabelle Santos, Dream Sweet Dream, Paloma Coutinho, Carolzinha1107, Kay (Lynch), Jeh (CereJeh) e Quiet Little Reader pelos maravilhosos comentários no capítulo anterior! Boa Leitura..



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POV Ally

– Bom dia. – digo, assim que chego na cozinha. Tio Mike e Tia Mimi já tomavam o café da manhã deles.

– Bom dia, querida. – responde Tio Mike.

– Bom dia, Ally. Dormiu bem? – fala Tia Mimi, beijando minha testa.

– Dormi sim. – respondo sorrindo e me sentando a mesa.

A verdade é que eu sonhei a noite toda com Austin. Não sei ao certo o porquê, mas desde o momento em que ele me entregou sua jaqueta, meu coração dispara só em pensar no loiro.

– Bom dia. – fala Austin animado.

Coro instantaneamente. Lembrar da noite anterior me deixava extremamente envergonhada. Sei que para ele pode não ter tido significado algum, mas para mim...

– Bom dia, filho. Parece animado. – diz Tia Mimi, enquanto dá um beijo em Austin.

– Bom dia, filhão. Aconteceu alguma coisa? – pergunta Tio Mike, estranhando o ânimo do filho.

– Apenas dormir bem. – responde, sentando-se a mesa. – Bom dia, Ally.

– Bom dia, Austin. – digo dando um sorriso envergonhado.

Sinto Tia Mimi e Tio Mike nos encarar e depois sorrir. Não sei o que se passa na mente dos dois, mas parecem satisfeitos com o que estão pensando.

O café da manhã transcorreu em meios a risadas e conversas divertidas. Com o bom humor de Austin, parecia que estávamos em outra dimensão, com tanta animação na cozinha.

Assim que terminamos nosso café da manhã, Austin e eu nos despedimos de Tio Mike e Tia Mimi e vamos para a escola. Durante a viagem, apenas escutamos músicas. O silêncio que estava sobre nós era confortável.

Desço no mesmo lugar de sempre e me despeço de Austin com um sorriso e um aceno de mão. O garoto repete o gesto e parte, indo em direção a escola.

Enquanto eu caminhava, observei as crianças andando com seus pais. Com isso, senti um aperto no coração. Apesar de tudo, sinto muita falta de meus pais e de Krósvia. Passei a minha vida toda vivendo ao lado deles, de maneira meio fria, mas, ainda sim, aquele era o lugar a qual eu pertencia.

– Bom dia, novata. – a voz irônica de Brooke se faz presente assim que entro na escola. O dia estava bom demais para ser verdade.

– Bom dia. – digo mais por educação que por vontade.

– Sabe, eu estou com uma vontade tão grande tomar água. – comenta Brooke como uma cobra.

– Bem, acredito que possa acabar com sua vontade indo naquele bebedouro. – falo, apontando para o bebedouro mais próximo.

– Tenho uma ideia ainda melhor. – diz com sarcasmo. – Que tal você pegar a minha água?

– Sinto muito, mas não posso fazer nada por você. Agora, se me der licença, eu agradeceria muito. – digo com seriedade e saio na frente, antes que Brooke fizesse qualquer comentário a mais.

Entro na sala de aula e me sento próxima a janela. Suspiro um pouco frustrada. Observar a sala de aula e ver que todos possui ao menos um amigo me deixa um pouco envergonhada. Será que passarei o resto do ano estudando sozinha?

– Posso me sentar aqui? – pergunta um rapaz, apontando para a cadeira ao meu lado.

– Claro. – respondo sorrindo.

– Sou Dallas Miller. – cumprimenta-me sorrindo de maneira simpática.

– Allycia Dawson, mas pode me chamar de Ally. – digo.

– Ally Dawson? – repete pensativo.

– Sim. – respondo confusa.

– Ah, já sei. Cassy me falou de você. – ele diz, animado.

– Cassy? – pergunto ainda sem entender.

– Cassidy Turner. – responde. – Ela é minha namorada.

– A Cassidy é sua namorada? – questiono surpresa.

– Isso é tão surpreendente assim? – pergunta sorrindo.

– Não, não. Por favor, não me entenda mal. – tento consertar o meu deslize. – Estou apenas surpreso por saber que o namorado da Cassidy estuda aqui.

– Está tudo bem, Ally. Eu estava brincando. – diz, rindo da minha reação.

– Não vai estudar com ela? – pergunto curiosa.

– Infelizmente, não. A escola para onde ela vai, fica longe da minha casa, então meus pais resolveram me colocar aqui no Marino. – explica, parecendo um pouco triste por ficar longe da namorada.

– Mas, vocês ainda podem se ver de tarde, não é? – digo, tentando animá-lo.

– Sim. – responde animado. – Apesar de tudo, eu não consigo ficar muito tempo longe dela. – diz com carinho.

– Você parece gostar muito dela. – comento, sorrindo admirada pela maneira como os olhos de Dallas brilham ao falar de Cassidy.

– Eu a amo. – fala convicto.

– E ela te ama. – completo sorrindo, lembrando-me do quanto Cassidy parecia feliz quando comentou sobre o namorado.

– Eu espero que sim. – brinca.

O assunto acaba quando o professor de Química entra na sala. Ele pediu para formar duplas e eu acabei ficando com Dallas. Ele é bem animado e inteligente.

– Mas, e você, Ally? Não tem namorado? – pergunta, enquanto saímos da sala de aula.

– Não, eu não tenho namorado. – digo um pouco envergonhada. Na verdade, eu tenho um noivo, mas não posso falar isso a Dallas.

– E não tem ninguém em mente? – pergunta, empurrando-me de brincadeira.

– Não! – respondo rapidamente. Eu tenho certeza que fiquei extremamente vermelha.

– Hum, será? Você está bem vermelha. Não sei se acredito na sua resposta. – comenta, fingindo estar pensando.

Abro o meu armário e pego guardo meu livro de química, olho o meu próximo horário e pego o livro de gramática. Fecho o armário e olho para Dallas, que me encarava rindo.

– Eu não estou interessada em ninguém. – digo, encerrando o assunto.

– Tudo bem. – diz Dallas, fazendo um gesto de rendição. – Eu queria que a Cassy tivesse aqui para ver a sua cara de má mentirosa.

– Dallas! – repreendo.

– Ok, parei. – fala rindo.

Enquanto eu conversava com Dallas, Austin passa no corredor com Brooke ao seu lado. Nosso olhares se encontram e a expressão facial do loiro muda drasticamente. Ele nos encara com seriedade. Parecia bem insatisfeito. Antes que eu falasse qualquer coisa, ele vira o rosto e continua seu caminho com Brooke ao seu lado, sorrindo ironicamente para mim.

– Austin. – sussurro para mi mesma.

– Disse alguma coisa? – pergunta Dallas ao meu lado.

– Está na hora de irmos para a aula. – falo e começo a andar com o moreno ao meu lado.

Infelizmente, eu só tive uma aula com Dallas, antes do intervalo. Como nos dias anteriores, eu não conversei com mais ninguém da minha turma.

Quando o sinal do início do intervalo soou pelo colégio, todos os alunos saem na correria. Arrumo meus materiais e vou para o meu armário guardas as coisas.

– Oi. – diz Dallas, aproximando-se com seus livros. O armário dele é próximo ao meu.

– Oi. – respondo sorrindo. – Já ligou para a Cassidy?

– Ainda não. – fala sorrindo. – Vou terminar de arrumar as coisas aqui e vou ligar para ela. Já estou com saudades.

– Oi Ally. Oi estranho que está falando com a Ally. – cumprimenta Dez, sorrindo com animação.

– Oi Dez. Este é o Dallas. Dallas, este aqui é o Dez. – apresento os rapazes.

– Oi Dez. Como vai? – pergunta Dallas, sorrindo gentilmente.

– Panaca, você já encontrou a Ally? Ah, oi Ally! – Trish, assim que me vê, abraça-me com força, como se não nos víssemos a anos.

– Oi Trish. – correspondo ao abraço com carinho.

– Quem é o gato? – pergunta Trish, referindo-se a Dallas.

– Dallas Miller. – responde o moreno, rindo de Trish e da careta que Dez fez.

– Prazer em conhecê-lo, Dallas. Pode me chamar de Trish. - fala a baixinha com simpatia.

– Bom, Ally. Eu vou ligar para a Cassy. Falamo-nos depois. Tchau Trish. Tchau Dez. – despede-se Dallas, dando-me um rápido abraço e acenando para meus outros dois amigos.

– Tchau Dallas. – grita Trish em resposta. – Gatinho ele, não é? – comenta Trish, sorrindo com malícia.

– Eu nem achei ele grande coisa assim. – diz Dez com tom de ironia.

– Como assim: “Eu nem achei ele grande coisa assim”? – fala Trish, parecendo chocada com o que ouvia.

– Estou apenas sendo sincero. – responde Dez, como se aquilo não fosse nada.

– Só podia ser idiota mesmo. – diz a baixinha, revirando os olhos com impaciência. – E quem você acha grande coisa?

– Eu, é claro. – responde o ruivo, fazendo caras e bocas.

– Você só pode estar brincando. – diz Trish, rindo com vontade da resposta de Dez.

Rio do ciúmes evidente do ruivo. Como pode duas pessoas viverem a tanto tempo juntos e não notarem que se gostam? É uma pena que eu não possa fazer nada. Queria muito ajudar os dois, mas sei que isso é algo somente deles.

– Eu estou com fome. Vamos para o refeitório? – sugiro, chamando a atenção dos dois que ainda continuavam brigando.

– Claro. – falam juntos.

Enquanto íamos para o refeitório, Dez e Trish continuavam a discutir e a chamar atenção de todos que estavam por perto. Quando, finalmente, chegamos no lugar, os dois foram falar com Austin e eu fui pegar meu lanche, ao menos, esse era o plano.

Conforme me aproximava da fila para pegar o lanche, Brooke apareceu. Ela parecia impaciente. Olho para a mesma sem demonstrar nenhum sentimento, esperando apenas ouvir o que ela ia pedir agora.

Como a morena não falava nada, apenas me encarava, resolvi ignorá-la. Em pouco tempo, já tinha conseguido pegar meu lanche e uma mesa para me sentar, no entanto, ainda havia um problema: Brooke não parou de me seguir por um só momento.

– Posso ajudá-la, Brooke? – pergunto irritada com a persistência da garota.

– De onde você conhece o meu Aus? – pergunta sem rodeios.

– E quem seria seu Aus? – questiono de volta. É claro que eu sei a quem ela se refere, mas enquanto eu puder enrolar Brooke, melhor será para mim.

– Não se faça de desentendida, garota. – fala, batendo na mesa onde eu estava. – Responda de uma vez. De onde você conhece o Austin?

– Desculpe, Brooke, mas creio que esse assunto não tem nada a ver com a sua pessoa. – respondo com seriedade.

– Sabe o que eu acho incrível? – pergunta Brooke, retoricamente, para sua amiga loira. – Ela ainda não entendeu quem dá as ordens aqui e quem obedece.

– Acho que devemos mostrar para ela, Brooke. – fala a loira com veneno em seu tom de voz.

– Bom, para provar o quanto eu sou boazinha, eu vou te dar mais uma chance para você me responder. – diz Brooke se aproximando. – De onde você conhece Austin?

– Por que não pergunta a ele, Brooke? Tenho certeza que ele adorará responder a sua pergunta. – digo secamente. Normalmente, eu sou calma e tento resolver as coisas com delicadeza, mas eu já percebi que com Brooke essa regra não funciona.

– Acha mesmo que eu já não fiz isso? – pergunta com ironia.

– Eu sinto muito, mas não irei responder a sua pergunta. Além do mais, esse assunto é algo meu e de Austin e não seu. – respondo a encarando séria.

– Certo, a minha paciência acabou, garota. Eu vou... – começa Brooke, mas é interrompida por Austin.

– Você vai fazer o que, Brooke? – pergunta o loiro nos encarando seriamente.

– Aus... Austin? – gagueja a cobra, assustada.

– Acho melhor ficar longe da Ally, Brooke, se não quiser ter a sua carinha de vaca toda arrebentada. – fala Trish, colocando-se ao meu lado de forma protetora.

– Está me ameaçando, Trish? – pergunta a garota com raiva.

– Tente machucar a Ally e você descobrirá se isso é ou não uma ameaça, Brooke. – diz Trish com raiva.

– Se você quiser arriscar enfrentar a Trish, Brooke, fique à vontade, mas eu não faria isso se fosse você. – complementa Dez, posicionando-se no meu outro lado do mesmo jeito que Trish.

– Gente. – digo baixo e preocupada. Não quero que eles se prejudiquem por minha culpa.

– Vamos embora, Brooke. – pede Austin, parecendo irritado.

– Eu odeio vocês! – grita Brooke para Trish, Dez e eu. – Isso ainda não acabou, Ally Dawson, pode apostar.

Após dizes isso, Brooke sai com Austin e sua amiga loira. Ela bufava com raiva e empurrava todos que apareciam na sua frente. Observo a cena e ouço meus amigos rindo da atitude da garota.

– Obrigada. – agradeço séria.

– Não foi nada, mas por que essa carinha? – pergunta Dez, bagunçando meus cabelos.

– Não deveriam se envolver em problemas. – respondo, arrumando meu cabelo.

– Não estamos nos envolvendo em problemas, Ally. Você é nossa amiga e iremos fazer de tudo para te ajudar. – diz Trish, abraçando-me com carinho.

– Obrigada, mas me prometam que não irão se arriscar demais. – peço, olhando meus amigos com angustia.

– Tudo bem, Ally, nós prometemos. – fala Dez, após olhar para Trish e a mesma concordar com um aceno de cabeça.

– Oi pessoal. – diz Dallas, aproximando-se de nós. Ele nos encara confuso, parecendo perceber o clima tenso que estava entre nós. – Algum problema?

– Não, Dallas. Não há problema algum. – respondo, olhando para Austin que estava sentado do outro lado do refeitório me encarando. – Não foi nada.

[...]

– Oi. – diz Austin, assim que entro no carro.

– Olá. – respondo e vejo que o garoto estava de mal humor. – Está tudo bem, Austin?

– ‘Tá. – fala Austin secamente.

– Tem certeza? – insisto, tentando entender o que se passa na cabeça do garoto.

– Eu já disse que sim. – diz, aumentando seu tom de voz. Olho para ele um pouco surpresa e viro o rosto, sem muita paciência para discutir.

O dia apenas havia começado e eu já estava a ponto de explodir de tanta preocupação. Por mais que Dez e Trish tivessem tido aquilo, não saia da minha cabeça que meus amigos poderia estar em perigo por minha causa. É nesse momento que eu vejo que minha tem razão: Eu sempre estrago tudo.

Viro-me para Austin e o mesmo parecia cada vez mais irritado. Suspiro frustrada. Como um garoto pode ser tão complicado quanto ele? Seu humor e suas reações são totalmente imprevisíveis.

Volto a observar a paisagem de Miami pelo vidro do carro. Ouço Austin soltar um suspiro alto e, de repente, o loiro muda a rota do caminho em que seguíamos.

– Para onde estamos indo? – pergunto um pouco assustada.

– Quieta, Ally! – repreende, enquanto dirige. Olho para o garoto irritada.

Respiro e inspiro inúmeras vezes, tentando controlar minhas emoções. Juro que a minha vontade, neste momento, é pegar algo bem afiado e furar Austin por inteiro.

Conforme íamos nos afastando do caminho em que deveríamos ir, mais eu a paisagem mudava. A tão movimentada Miami parecia estar sendo deixada para trás, dando lugar a um ambiente mais calmo e com muita natureza presente.

Depois de algum tempo – que devo dizer que parecia uma década -, Austin estaciona o carro em um lugar deserto. O encaro confusa. O que será que estamos fazendo aqui, no meio do nada? O que está se passando na cabeça do loiro?

– Austin? – chamo preocupada. – Por que estamos aqui?

– Vem comigo. – responde sério, enquanto saía do carro.

Faço o que o loiro pediu, mesmo que a contragosto. Observo a paisagem desconhecida com muita curiosidade. Havia muitas árvores em volta, mas nenhum som, além do barulho das ondas do mar e dos pássaros, era ouvido.

Olho o relógio e vejo que já são mais de cinco da tarde. Eu estou com fome e um pouco assustada. Enquanto estávamos vindo para cá, Austin disse para os pais que chegaria tarde e para não se preocuparem, pois eu estava com ele.

Conforme caminhávamos, mais nos aproximávamos de um farol. Encaro Austin, confusa. O garoto ainda estava de mal humor, no entanto, parecia um pouco mais calmo do que antes.

– Austin? – volto a chamar, assim que ele abre uma porta que parecia ser a entrada do farol.

– Apenas entra, está bem, Ally? Não me faz muitas perguntas. – pede, cansado. Concordo e subo as escadas, o seguindo, assim que o loiro começa a andar.

Quando chegamos ao fim da escada, Austin abre outra porta e dá espaço para que eu passasse. Nós havíamos chegado no ponto mais alto do farol. Aproximo-me da borda do lugar e me surpreendo com a paisagem. O dia já estava chegando ao fim e era possível ver a cidade de Miami quase que por completo. O mar estava um pouco agitado e batia nas rochas próximas ao farol em uma sintonia impressionante.

– Lindo. – digo, olhando a paisagem, impressionada.

– Sim. Aqui é o lugar mais incrível de Miami. – responde Austin sorrindo com carinho.

– Por que está agindo de maneira tão estranha, Austin? – pergunto preocupada.

– Eu não sei. – fala, parecendo frustrado. – Eu simplesmente estou com raiva.

– Está com raiva sem motivo algum? – questiono confusa.

– Esquece, ‘tá? Nem mesmo eu sei o que está acontecendo comigo. – diz, olhando a paisagem a nossa frente.

Volto a observar a paisagem. O pôr-do-sol se misturava com o mar, formando uma bela combinação. De alguma forma, eu entendia o que Austin quis dizer com isso. Eu também estou irritada sem motivo algum. Vê-lo com Brooke na escola me deixou triste e angustiada. Por que eu me senti assim?

– Como conheceu esse lugar? – pergunto, tentando me concentrar em outra coisa que não fosse as confusões da minha cabeça.

– Em uma das minhas fugas da escola. – responde com tranquilidade. – Eu havia tirado minha carteira a pouco tempo e estava louco para descobrir lugares novos. A gasolina do carro acabou perto de onde estacionamos. Comecei a andar e encontrei esse farol. Desde então, toda vez que estou com raiva do mundo, o que não é tão incomum, devo admitir, venho para cá para esfriar a cabeça.

– Aqui é um ótimo lugar para se pensar. – concordo, sorrindo com ternura para o garoto a minha frente. – Você está melhor, Austin?

– Sim, eu estou melhor. – responde sorrindo de leve.

Passamos mais algum tempo olhando a paisagem em silêncio. Não estava incomodada por isso, pelo contrário, eu estava aliviada por poder ter um pouco de paz desde que encontrei com Brooke na hora da entrada.

– Ally, posso te fazer uma pergunta? – pede Austin, após algum tempo.

– Claro. – digo.

– Quando você começou a escrever as letras das músicas que tem no seu caderno? – pergunta, Austin, olhando em meus olhos.

– Por volta dos meus doze ou treze anos, eu passei por uma fase muito difícil. Krósvia entrou em guerra com um reino vizinho. Inúmeras pessoas morreram, inclusive pessoas que eu gostava muito. Meus pais e as pessoas do castelo me ignoravam por completo. Não era para menos, estávamos em meio de uma crise. Mas, um dia, enquanto eu lia o diário do meu irmão, eu vi algo que me fez parar para pensar. Um trecho no diário dizia que a melhor maneira de se pôr nossos sentimentos para fora era compondo uma canção. Por mais simples que fosse, aquelas palavras tirariam todo o peso do meu coração. E, bem, foi o que eu fiz. Comecei a escrever tudo o que eu sentia e aos poucos as transformei em músicas. Eu era uma criança que não podia demonstrar fraqueza e essa foi a solução mais prática que encontrei de descontar as minhas frustrações. Por isso, fiquei tão neurótica quando você e os outros leram o meu caderno. Nele não estão escrito apenas letras de músicas, estão, também, todos os sentimentos que guardei em segredo por tantos anos. – explico e vejo Austin arregalar os olhos, surpreso.

– Sinto muito por ter lido o seu diário, Ally. – Austin se desculpa com sinceridade. – Eu não sabia.

– Está tudo bem, Austin. – digo sorrindo com compreensão.

– Fico muito feliz que tenha se tornado compositora da banda. - diz sorrindo com carinho.

– Eu também estou feliz por participar da banda como compositora. - respondo sorrindo, feliz pelas palavras de Austin.

Ficamos em silêncio por mais um tempo. Cada um perdido em seu próprio pensamento, enquanto admirava a bela paisagem que o farol nos proporcionava.

– Você parece ter feito um amigo novo. – comenta o loiro.

– Dallas? Ah, sim. Ele é muito divertido. É impossível não se dá bem com ele. – digo, sorrindo ao lembrar das loucuras do moreno.

– Você está gostando dele? – pergunta. Olho para Austin e o mesmo parecia aborrecido.

– O que? Eu não gosto de Dallas. De onde tirou isso? – questiono, surpresa pela loucura que Austin dizia.

– Não foi o que pareceu, depois de ter passado o dia todo com ele. – diz chateado.

O que Austin está dizendo? Ele só pode ter enlouquecido de vez. Encaro o garoto, incrédula. De repente me passa algo completamente louco pela cabeça. Austin estaria com ciúmes de Dallas? Com isso, começo a ri de minha suposição. Austin? Com ciúmes de mim?

Continua...


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Críticas, elogios, erros ortográficos? Oi minhas lindas *-*! Eu espero que o capítulo tenha ficado bom ^^! Beijocas minhas Cupcakes ♥

PS: Quem quiser participar do grupo no face: www.facebook.com/groups/677328449023646/ >o< !!