Abdication escrita por oakenshield


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Oi. Boa leitura.



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Melanie corre para abraçar o irmão. Lágrimas preenchem os seus olhos. Não aguentava de saudade, pediu para Vincent para ver o irmão. Ele não apenas deixou, como emprestou seu motorista para ela, mas a morena disse que se sentiria mais confortável de ir sozinha.

– Claro - ele a beijou. - Tudo o que você quiser.

Não havia dormido com Vincent ainda. Não que ela estivesse ansiosa, mas pensou que ele estaria e que não poderia enrolá-lo por muito mais tempo. Por mais que ele esteja sendo legal com ela, Melanie não conseguia deixar de pensar que estava ali obrigada e ela lembrava a si mesma disso constantemente, como um aviso para não deixar o charme de Vincent a levar.

De qualquer forma, ele a deixou ver Derek e ela estava muito feliz por isso. Abraçou o irmão, que já caminhava e parecia em perfeito estado de saúde.

– Eu senti tanto a sua falta, Dec - ela sussurra, lágrimas nos olhos. Derek sorri, a abraçando mais forte.

– Eu também, Mel.

Ela finalmente sentia que estava em casa.

+++

Melanie caminha de um lado para o outro, incomodada.

– Por que ela não responde? - ela berra.

A mulher continua a não falar nada. Não adianta, ela não cede. Melanie já a cortou, a feriu e o máximo que ela fez foi murmurar algo em seu idioma de aberração, provavelmente amaldiçoando a morena.

Melanie olhou para Vincent.

– Você com certeza tem coisas melhores para fazer - ela fala. - Eu fico aqui.

– Certeza?

Melanie assente com a cabeça. Conduz Vincent para fora da sala de tortura e está pronta para voltar, mas ele a puxa pela cintura e a beija. Sim, ali mesmo, na frente de todos. Ela está surpresa demais para corresponder no ato e quando se toca do que está acontecendo e decide que está pronta para aprofundar o beijo, Vincnet se afasta.

Ela fecha a porta sorrindo, balançando a cabeça. Louco, pensa.

– Não existe nada de bom dentro dele - uma voz feminina sibila. - Você pensa que pode salvá-lo, mas algumas pessoas já vieram condenadas para esse mundo.

Melanie percebe que a mulher está falando com ela e no Idioma Comum!

– Por que você não falou com ele aqui?

– Não confio em chefes de estado. Prefiro falar diretamente com os rebeldes.

Melanie ri debochadamente.

– Não sou uma rebelde.

– Você não acha que eu estaria aqui se não tivesse certeza, não é mesmo?

– Você está aqui porque eu a capturei.

É a vez da mulher rir de forma debochada.

– Eu tenho mais seguidores do que você possa contar, Melanie. Eu só precisava de uma maneira de chegar até aqui e você fez isso por mim. Obrigada, inclusive. Você me trouxe diretamente para a boca do leão.

Naquele momento, Melanie viu as cordas desamarradas no chão e os pulsos libertos da mulher. Ela atacou a morena, que se defendeu com um soco. A mulher cambaleou, mas a atacou novamente e dessa vez puxou uma faca do sinto dela, a posicionando em sua jugular.

– Um movimento e você sangra até a morte - ela rosna. - Desculpe, Melanie, mas é necessário. Você poderia ter sido uma pessoa boa, me deixado ir. Compartilhamos dos mesmos ideais.

– Eu não sou uma rebelde - ela repete.

– Pois deveria ser - ela se levanta - e é isso que vai acontecer quando descobrir a verdade.

A mulher sai. Melanie não tenta correr atrás dela. Sabe que há uma equipe que fará isso. Fica apenas ali, jogada no chão, tentando recuperar os sentidos. Que verdade? E como aquela mulher sabia o seu nome sendo que ninguém havia o mencionado?

+++

Melanie almoçou pelo centro mesmo. Não queria voltar para a mansão Fieldmann. Infelizmente, logo escureceu e Vincent parou na porta, a esperando para ir embora. O problema não era ele, na verdade. Era a família dele.

– Então ela escapou - ele disse, por final, quebrando o silêncio desconfortável.

– Ela enfiou uma faca na minha garganta - ela tenta explicar. - Não estava esperando.

– Ninguém estava. Ela disse alguma coisa?

Melanie pensou. A mulher disse que ela se tornaria uma rebelde caso soubesse a verdade. Que verdade seria essa? Será que Vincent escondia algo importante dela? Seria sobre o seu pai ou algo que poderia mudar o rumo do país? Algo bom ou algo mal?

Ela balançou a cabeça, afastando o pensamento, então percebeu que Vincent a olhava, esperando uma resposta.

– Não - ela fala. - Achamos que ela não falava o Idioma Comum.

Vincent balança a cabeça, concordando. Melanie o ouve murmurar algo, mas não consegue escutar. Sua cabeça pousa no ombro dele, os dois no banco de trás enquanto o motorista os observa pelo retrovisor. Melanie não se importou. Foi um longo dia e ela estava doida para dormir.

+++

Era de manhã quando ela acordou. Fazia frio. Ela pegou uma legging preta e um moletom da mesma cor escrito em branco NORMAL PEOPLE SCARE ME, nos pés um confortável tênis também escuro. Melanie deixou os cabelos castanhos soltos e passou lápis de olho ao redor dos olhos, mas nada além disso. Desceu as escadas calmamente e encontrou Hillary no caminho. Acenou com a mão, envergonhada, mas a morena veio até ela.

– Bom dia - ela cumprimenta. Melanie repete um bom dia baixo. - Hum, Melanie, não precisa ficar assim. Não comigo. Podemos conversar. Guarde o silêncio para a minha mãe, você vai precisar dele.

– Você não acha estranho uma menina da sua idade, que te conheceu e pode te considerar uma amiga, estar sob o mesmo teto que a sua mãe, quando na verdade ela está lá não por você, mas pelo seu pai?

– Eu aprendi a conviver com coisas e situações estranhas há muito tempo atrás.

– Eu não queria que ficássemos desconfortáveis. Eu gosto muito de você, Hillary, e também gosto muito de Matt, e sei que ele também gosta de você. Eu só queria que pudéssemos ir para a Academia Militar juntos, com os gêmeos e Andrew e outras pessoas, como jovens normais.

– Nós somos normais. Quero dizer... não como talvez você gostasse que fossemos, mas a vida é assim. Não podemos escolher as situações, então nós lidamos com ela.

Melanie concorda, balançando a cabeça.

– Obrigada.

Ela se sentia tão mais aliviada agora.

– Não há de quê.

E então elas foram juntas para as Minas.

+++

Melanie vai ao banheiro lavar as mãos. Estava torturando um homem em busca do paradeiro da mulher rebelde. Não que ela gostasse disso, mas era para o que havia sido designada até as notas finais do PMI serem computadas. Isso seria hoje à noite, graças a Deus.

Ela vê todo aquele sangue indo embora, em vão. O homem acabou inconsciente e sem lhe dar a resposta que queria ou pelo menos a que esperava. Nada de relevante, apenas que ela havia o contratado para ser espião dela em Meurer enquanto tratava de negócios fora do país. Disse que se chamava Amberly Walker, mas os documentos eram falsos.

Jasmine, que não gostava da ação em campo e preferiu ficar no escritório, se instalou no departamento de tecnologia. Ela era muito boa com computadores e fazendo jus ao seu trabalho, a técnica do TI investigou sobre a mulher e descobriu que seu nome verdadeiro era Veronica Herzog, que o marido e os dois filhos pequenos haviam morrido por causa da Praga há dezoito anos atrás, ela organizou levantes e passeatas, incentivou levantes e depois de alguns meses, sumiu do mapa. Acreditava-se que estava morta.

Eles não tinham nada de concreto e a busca pela mulher parecia um desperdício de tempo e de pessoal. Ela fugiu, provavelmente havia pegado um navio para uma ilha qualquer.

Uma ilha.

Eu tenho mais seguidores do que você possa contar, Melanie, a voz da mulher ecoa em sua cabeça. Eu só precisava de uma maneira de chegar até aqui e você fez isso por mim.

É claro! Ela estava procurando o caminho para Meurer e agora que ela sabia o que era preciso podia voltar para sua ilha e trazer mais rebeldes como ela. Navio e depois avião. Ela podia trazer muitos rebeldes para Meurer, se suas informações eram verdadeiras. Melanie só não conseguia entender porquê. Seu marido e seus filhos morreram por causa da praga, ela organizou revoltas... ela poderia estar buscando justiça, mas isso não era justificado. Todos sabem que o estado vende a cura, que apesar dos altos preços, eles fazem isso para poder fabricar novos remédios. Há materiais que precisavam ser pagos, mão de obra remunerada e etc. Nada disso fazia sentido, mas tinha certeza que Veronica Herzog havia voltado para a ilha.

Saiu do banheiro com o intuito de dizer isso para Vincent, mas acabou esbarrando em Tyler. Ele respirou fundo, parecendo aliviado, e depois a abraçou. Ela estranhou, mas retribuiu.

– O que aconteceu? - ele pergunta.

– Você está viva - ele sorri. - Pensávamos que tinha morrido.

– Claro que eu estou viva.

– Os gêmeos disseram que você sumiu depois da simulação. Estávamos preocupados.

– Como eles estão? - ela questiona, curiosa. - Não me deixam visitá-los...

– Estão bem. Saíram da UTI já. Benjamin já está em casa, mas Beatrice ainda está no hospital com queimaduras leves - ele franze a testa. - O que aconteceu lá?

Ela se pergunta se pode confiar nele e decide que sim. Não havia mais em quem confiar, afinal. Havia brigado com Josh e não sabia se Matt gostaria de conversar com ela depois que havia se mudado para a casa de Vincent e Andrew, por sua vez, ela ainda não sabia se eles haviam chegado nesse ponto da renovação da amizade. De qualquer forma, sabia que podia tentar.

A morena o puxa para o banheiro e tranca a porta atrás de si.

– Havia selvagens na ilha. Eles iriam queimar os gêmeos. Não entendi nada do que eles falavam, mas pareciam estar organizando um ritual, foi como se eles fossem sacrifícios humanos, foi terrível...

– Se fossem sacrifícios, eles cortaram os dois e não simplesmente os queimariam. Eles iriam precisar do sangue. É provável que estavam atrás de vingança. O fogo é uma arma rudimentar, porém ainda poderosa.

Vingança. Contra o estado, contra Meurer. Contra Vincent, pela Praga. Veronica achava que Vincent tinha algo a ver com a morte do seu marido e dos seus filhos.

Não existe nada de bom dentro dele, ela havia dito. Você pensa que pode salvá-lo, mas algumas pessoas já vieram condenadas para esse mundo.

O coração de Veronica estava carregado de ódio. Melanie entendia isso agora.

– Capturamos a chefe deles, mas ela fugiu. Ela queria estar aqui o tempo todo, Tyler. Ela me usou para chegar em Meurer! Eu tenho medo do estrago que ela pode causar.

Ele a abraça, pousando a mão atrás da sua cabeça, e ela sente as lágrimas se formando em seus olhos. Lembra de Morgana e da forma horrível como a matou. A dor e o sofrimento voltam como ondas revoltosas em uma noite de tempestade, se chocando contra as pedras na costa.

– Vamos capturá-la. É uma questão de tempo.

Ela concorda. Sabia que iriam pegar Veronica mais cedo ou mais tarde, mas a segunda opção a preocupava. Deus, só uma mulher entendia o que outra podia fazer em um acesso de raiva.


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Notas finais do capítulo

Reviews né :)
PS roupa da Melanie: http://www.polyvore.com/melanie_hemingski/set?id=146644886



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