St. Andrews Boarding School escrita por fioremclean


Capítulo 1
Oh where do we begin? The rubble or our sins?




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Mais um dia começou na St. ABS. Mas hoje não é qualquer dia. Para os que estudam aqui,hoje é o segundo dia mais importante, o primeiro dia de aula. O primeiro dia mais importante, é claro, é o último dia de aula. Ok, isso ficou confuso. Esqueça o que eu disse. O que quero contar é que hoje é o primeiro dia de aula, não exatamente o primeiro, o primeiro foi ontem, mas foi só a ''entrega'' dos alunos, os pais vieram deixar seus filhos no internato. Mas hoje pode-se considerar o primeiro dia de aula. Alunos novos, eventos novos. Eu não me importo muito com isso, na verdade. O que me importa de verdade é o Personal Guide Event. O que acontece é: Os superiores escolhem novatos para irem parar nas mãos dos calouros, o que me inclui. Nós, calouros, somos encarregados de mostrar toda a escola e informa-los as regras. Por isso o nome, os calouros são os guias pessoas dos novatos. Eu acho esse evento interessante, todos aqui já passaram por isso e é muito divertido. Logo depois doPersonal Guide Event vem a festa dos novatos. Sim, o primeiro dia é voltado para os novatos, muita injustiça. A festa dos novatos servem para os mesmos socializarem, se enturmarem e se sentirem mais parte do bando.

Levantei lenta e preguiçosamente, me arrastei até o banheiro e fiz minha higiene matinal. Assim que saí do banheiro, já mais acordada, vesti meu uniforme e ouvi um ronco. Emily Cooper, minha melhor amiga e também colega de quarto, dormia tranquilamente, ela nunca acordava no horário. Sorri diabolicamente e andei cuidadosamente até chegar do lado da sua cama. Puxei o travesseiro que antes estava de baixo de sua cabeça e o bati com força na mesma. Contei até dois e saí correndo me trancando no banheiro, ouvi um xingamento alto e depois só a minha gargalhada.

– Tayla Ava Harly, abra essa porta agora ou eu vou ser obrigada a arrombá-lo com o meu pezinho de porcelana. - Ela gritou histérica, segurei a respiração e decidi parar de brincar ou a gente se atrasaria para o discurso que o diretor faz todo primeiro dia de aula.

Emily entrou no mesmo ano que eu para o internato, há três anos atrás, nós viramos amigas no mesmo dia, quando descobrimos que seríamos colegas de quarto. Ela veio do Canadá, eu sou da Austrália mesmo. Emily é um sarro, estressada e com um ótimo senso de humor.

Esperei a mesma terminar de se produzir e quando acabou, fomos juntas para o teatro, onde rolaria o discurso.

Alguns alunos já estavam sentados,a maioria em grupinhos, alguns eu não reconheci, aliás, muitos eu não reconheci. Emily me puxou e sentamos. Cinco minutos depois, quando todos os alunos já haviam chegado e todos sentados, o diretor apareceu e alguns puxa-sacos gritaram coisas como ''vai lá diretor'' ''o senhor que manda'' ''tá lindo''. Ele sorriu e varreu o lugar com os olhos.

– Pois bem. - Ele pigarreou. - Bem vindos a mais um ano no internato St. Andrews Boarding School...

Ele continuou falando mas eu não prestei atenção, era todo ano o mesmo discurso. Olhei para o lado e Emily mexia no celular. Bufei me batendo mentalmente por ter deixado o meu no dormitório. Me arrumei na cadeira e resolvi prestar atenção no diretor Morris, já que não tinha nada melhor para fazer.

–Cada um de vocês tem os horários. Para os perdidos de plantão que ainda não possuem, por favor, vão a secretaria e peçam assim que o discurso acabar. - Ele deu um sorriso amarelo. - Bom, vamos agora para o primeiro projeto do ano que começa.Personal Guide Event funciona todo ano com o intuito de ajudar você, novato, a ficar por dentro das regras da escola e também conhecer cada canto da mesma. Assim que eu terminar de explicar, chamarei o nome de cada novato e darei um calouro para ser seu guia. Atenção, - Ele disse numa voz teatral e todos deram risada, inclusive o mesmo. - Caso você não se de bem com o seu guia pessoal, não terá o direito de trocar por outro. São apenas dois dias que terá que manter contato com o mesmo, depois disso, estará livre para não falar com o sujeito, a não ser que seja necessário. Ok, vamos para os nomes. - Ele disse e Meg, a coordenadora, uma senhora baixinha robusta, apareceu, entregou um envelope para o diretor e desapareceu do palco como um jato. Senhor Morris abriu o envelope e chamou o primeiro nome de um novato, depois chamou seu guia veterano e os dois foram para fora do teatro começar o ''trabalho''. E foi assim até eu ouvir meu nome. Tomei um susto e me dei conta de que era para eu levantar e ir até o palco buscar meu novato. Emily já não estava mais ao meu lado. Riley, era o nome do cara que aparentava 16 anos. Fui caminhando para fora do teatro com eleem meu encalço, eu participava dissotodo ano e todo ano eu não sabia por onde começar.

– Então, Riley- Eu comecei enquanto andávamos pelo gramado. - Esse é o gramado, como você pode ver. - Eu ri da minha própria cara, Riley riu junto. Ele era um garoto bonito, dentes brilhantes, sorriso lindo, cabelo castanho, quase ruivo e olhos azuis. Ele era alto e ficava engraçado de uniforme. - Vem, vamos sentar. - Puxei ele até uma árvore próxima e sentamos embaixo da mesma. - Então, você tem seus horários né? - Perguntei e ele assentiu. - Quem são seus colegas de dormitório? - Perguntei curiosa.

– Christian... Mclean. - Ele fez cara de dúvida. - Thomas Johnson e Samuel Hocks. - Soltei uma risada estrondosa.

– Não ligue para eles. São loucos, completamente pirados. Como foi o ritual de iniciação? O que eles fizeram dessa vez? - Perguntei. Chris, Thomas e Samuel são amigos meus e da Emily, eles tem uma espécie de ritual que fazem com os novatos que pegam o mesmo dormitório com eles. É basicamente pegadinhas.

– Ritual? Iniciação? Eles não... - Ele respondeu confuso e eu o interrompi.

– Ah, não fizeram ainda. - Dei de ombros. - Fique preparado, não diga que eu contei. - Soltei uma risada e ele acompanhou. - Tá, vamos ao trabalho. - Antes que eu começasse a ditar as regras para Riley, algumas criaturas pararam na nossa frente.

– Tayla Harly, vejo que já fez amizade, quando parte pro ataque? - Eu conhecia muito bem aquela voz e aquelas risadinhas irritantes.

–Scarlett Desmond, Lillyt, Anna. - Fiz cara de tédio. - Morri de saudades de vocês. - Ri debochada.

– Não podemos dizer o mesmo. - Scarlett, a líder do grupinho e a única que parece ter voz ali, disse. - Então, apresente-se bonitinho. - Ela disse pousando o olhar em Riley.

– Riley Reynolds. - Ele sorriu sem cerimonias, parecendo não gostar da companhia delas.

– Gostei do cabelo. - Anna sorriu breve para ele e o mesmo corou, agradecendo com a cabeça. Anna recebeu um olhar de reprovação de Scarlett, revirei os olhos.

– Olha só, vocês parecem não ter novato nenhum pra ajudar mas eu tenho, então vazem. - Eu disse e elas tomaram seu rumo rindo debochadas.

Quando eu ia voltar a conversa com Riley, mais alguém veio interromper.

– O que as vagabas oxigenadas queriam? - Era Emily, ela segurava uma garota pelo braço enquanto me olhava com uma cara de quem espera uma resposta.

– Encher o saco. Emily, eu realmente preciso explicar as regras pro Riley, então por favor...

– Tá, tá bom. - Ela me interrompeu e se afastou resmungando coisas como ''Santa TPM, essa garota é chata pra caralho.''

Assim que terminei de explicar as regras, o sinal tocou para o café da manhã, nos dirigimos para a cantina, pegamos o que iríamos comer e sentamos em uma mesa qualquer, depois de dar duas mordidas no meu sanduíche, eu ouvi aquela voz conhecida sussurrar no meu ouvido, me arrepiei.


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