Mirrors ... Memories escrita por Lyne Masen


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Enjoy...



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O primeiro olhar vindo dos olhos do ser amado é como o espírito que se movia sobre a face das águas e deu origem ao céu e à terra, quando o Senhor sentenciou: "E agora, vivei!"
(Khalil Gibran)

Criar produtos turísticos, divulgar produtos turísticos em sala e impulsionar campanhas publicitárias... Nossa! Isso era a primeira meta da semana de aulas.

Eu estava amando o curso, minha mente tão cheia de ideias finalmente poderia trabalhar.

Quase não encontrei com Rosie na kitnet, ela estava atolada com o primeiro trabalho do curso dela e Eric e eu com o nosso.

Tive sorte de cairmos na mesma turma, eu estava amando esse garoto, ele conseguia tirar as melhores gargalhadas da minha pessoa e juntos somos uma equipe e tanto.

Os dias voaram de forma imperceptível, quando dei por mim, era sexta á noite. Rosie estava indo pra Anandeli, eu disse a ela para economizar por enquanto, ela gastaria horrores com a viagem e ficaria horas no ônibus e pouco tempo com a família e o Emm, mas quem segura essa garota?

Resolvi dar uma voltinha pelas ruas aqui próxima, a noite estava quente e não dava pra ficar em casa.

Eu queria muito ver meus pais, meu irmão, matar a saudades de todos, mas quando vim pra cá, sabia que todo dinheiro seria contado, não podia me dar o luxo de sair viajando toda hora, diferente de Rosie, meus pais não tinham dinheiro suficiente para me manter. Precisava de um emprego por aqui, anotei mentalmente.

–Bella – ouvi meu nome sendo chamado por uma voz conhecida, apertei os olhos e vi uma silhueta na pracinha.

Meu coração palpitou erraticamente ao me aproximar –Ei Edward, perdido por aqui? – o cheiro dele invadiu minhas narinas e eu me inebriei.

–Alice está me deixando louco com uma “festinha” que ela está organizando para amanhã – ele deu uma batidinha no banco em que estava sentando, bem do ladinho dele. Acho que era pra eu me sentar.

–Alice – ri e me sentei saboreando um pouco mais daquele perfume – Ela disse algo sobre isso.

–Isso é a marca registrada dela e meus pais nem ligam mais – sorriu.

Agora vamos parar um minuto para apreciar esse momento. O que é esse garoto sorrindo? Meu Deus, na minha cidade não tinha homens com essa fileira de dentes branquinhos não.

–Vocês sempre moraram aqui? – vamos puxar assunto então.

–Desde que me recordo, sim. Meu pai é americano, vivia em Chicago, conheceu minha mãe por lá, que é brasileira, se casaram e eu nasci lá – seu olhar estava fixo nos meus ao falar e nem por um momento pensei em desviar meus olhos daquela imensidão verde – Vim para o Brasil com 3 anos de idade, meu pai abrangeu os negócios da família e nos instalamos por aqui.

–Agora tá explicado esse seu nome estranho – opa! Cadê o filtro entre a minha boca e meu cérebro?

Edward gargalhou gostoso, se eu pudesse, gravava esse momento para nunca me esquecer – Você é sempre tão sincera assim?

–Sou – sorri – Acho que podemos dar um jeito nisso.

–Estou ouvindo – ele ficou de lado, seu braço descansou no encosto do banco, quase me tocando.

–Hum – tentei clarear a mente – Você nunca teve apelidos?

Acenou com a cabeça um não – O que acha de... Ed?

Seus olhos se abriram em espanto e depois amenizaram em um sorriso juntamente com seus lábios – Não gostei.

–Drew?

–Não.

–Edu?

–Nem pensar.

–Duduzinho? – fiz um beicinho.

Rindo ele segurou meus lábios em um aperto suave –Horrível Bella – eu nem consegui sorrir, meus lábios formigavam, era uma sensação estranha, diferente... Gostosa.

Afastei suas mãos e me levantei, esfreguei minhas mãos uma contra a outra, elas estavam suadas.

–Ei – e lá estava ele do meu lado – Fiz alguma coisa que te magoou? – não, claro que não, só não posso ter esse tipo de sensações com um garoto que já tem namorada, pensei.

–Claro que não Dú, desculpe – sorri e ele sorriu abertamente de volta.

–Do que me chamou? – ele pôs as mãos nos meus ombros e novamente a sensação.

–Como assim Edward?

–Bella -falou sondando meus olhos – Você acabou de me chamar de Dú.

Hã? Eu chamei? Dú? Minha cabeça estava confusa, não chamei propositalmente, saiu natural.

–Desculpe Edward, foi naturalmente, se você não gost... – ele pôs um dedo em meus lábios para me silenciar e eu juro, a única vontade que tive era de beijar aquele dedo.

–Eu adorei Bella – tirou o dedo e me puxou para o banco de novo – É curto, é simples e combina comigo.

(***)

O tempo ao lado dele parecia não passar e eu adorava isso, estávamos conversando há horas, tantas coisas tínhamos em comum, parecia mágico.

–Meu bumbum tá doendo – já disse que não tenho filtro?

Ele bateu os pés ruidosamente no chão e se pôs de pé, estendeu sua mão direita me levantando – Vamos dar uma volta.

–Ah! Que alivio – disse sorrindo e discretamente massageando meu local adormecido.

–Não me ofereço para massagear porque Tânya me mataria – e isso me lembrou de que eu não deveria estar a tanto tempo aqui com ele, ele tinha compromisso, tinha uma namorada e isso não era certo.

–Olha Dú – parei nossos passos e fiquei de frente pra ele – Não quero causar intrigas e discussões entre vocês, acho melhor eu ir andando, já está ficando tarde.

Ele olhou seu relógio e sorriu – Primeiro, está muito cedo ainda, nem são nove horas – pegou minha mão e me puxou para andar novamente – Segundo, não irá causar nada, somos amigos, Tânya sabe que tenho amigas e nunca implicou com isso – ótimo, mais um lembrete. “Somos amigos” – E terceiro – apertou minha mão levemente e depois a soltou – Você tem que provar o sorvete do seu Domingues, é caseiro e divino.

Olhar aquela imensidão de cores e sabores era um paraíso para os meus olhos, a sorveteria do seu Domingues era pequena, poucas pessoas estavam ali, peguei uma casquinha com sorvete de pistache e Dú pegou uma com leite ninho, sentamos nos banquinhos que tinham para o lado de fora e continuamos a conversar.

–Você está sempre por aqui – afirmei.

–Na verdade eu moro a três quadras daqui – ele apontou a pracinha onde estávamos – Cresci nessas ruas e essa praça é o lugar que mais gosto de ficar.

–Nossa, então foi fácil pra você entrar na UFPR – afirmei mais uma vez.

–Nem tanto, na verdade acho que meu pai molhou a mão do reitor se é que me entende – ele piscou e sorriu.

–Edward Cullen! – fiz uma cara de chocada – Você parecia ser uma pessoa estudiosa e muito esforçada – abri minha boca em um espanto falso.

–Bom, não posso dizer que sou um burro, mas Administração não era o curso que eu tinha em mente – ele abaixou sua cabeça e suspirou. Percebi que o assunto o incomodava.

–Acho que você deveria seguir carreira musical, sua voz é maravilhosa.

–Sério? – seus olhos brilharam e decidi seguir nesse ritmo a conversa.

–Dú, quando você canta, parece que sua alma transborda, é como se você estivesse flutuando, você fecha seus olhos e se entrega, nem músicos com experiência consegue esse feito – disse lembrando-me da primeira vez que o vi e o ouvi. Foi um momento mágico, daqueles que nunca mais me esquecerei.

–É a primeira vez que ouço isso Bella, obrigado! – sua respiração estava tão próxima.

–Eu só disse o que eu senti, foi de coração, ouvir você cantar aquele dia foi especial pra mim – sussurrei, nossos olhos estavam conectados, sua respiração soprava levemente meu rosto, minhas mãos novamente estavam geladas, muito geladas, e úmidas, muito úmidas, úmidas e geladas... E...

–Argh! – dei um pulo da cadeira e percebi que meu sorvete tinha derretido, eu nem lembrava mais dele, agora minha mão estava toda suja. Pedi licença e fui em direção do pequeno banheiro, lavei minhas mãos, molhei minha nuca, estava muito quente. Coloquei as duas mãos firmemente sobre a pia e mirei meu reflexo no espelho, minhas bochechas estavam coradas, meus olhos estavam brilhando... Meu Deus, tira isso de mim, não permita que essa paixão vingue, eu serei a única que sairei machucada nisso tudo.

“Somos amigos.”

“Somos amigos.”

“Somos amigos.”

Repeti esse mantra até voltar para a mesa, Dú já estava de pé – Vamos? – estendeu sua mão em minha direção e delicadamente neguei.

–Só vou pagar a minha parte e já volto – saí em direção ao caixa e fui puxada bruscamente de volta.

Ofeguei, novamente estávamos perto demais, nossos narizes quase colando – Eu já paguei Bella.

Saí de seu aperto e caminhei calmamente na frente – Obrigado Dú, mas que fique claro que detesto isso, sou capaz de pagar meu próprio sorvete – falei grosseiramente.

–Tudo bem marrentinha – alcançou meu lado –Dá próxima você paga.

Fizemos todo o caminho até minha kitnet em silêncio, eu estava constrangida, não conseguia olhar para ele sem disfarçar o que estava sentindo.

–Pronto, está entregue – ele disse assim que paramos em frente ao prédio.

–Obrigado pela noite Dú, foi muito bom, eu estaria sozinha se não fosse por você – sorri.

–Cadê sua amiga?

–Ela foi visitar a família dela, estou sozinha até domingo à noite.

–Poxa Bella – ele confundiu a tristeza em minha voz – Diz que vem pra festa amanhã?

–Não Dú, vou ficar por aqui mesmo, tem algumas coisas que preciso terminar para o trabalho de segunda – menti – Eric virá aqui amanhã, vai passar a noite comigo enquanto estudamos – menti mais um pouquinho.

Ele jogou a cabeça pra trás e gargalhou ruidosamente, fiz cara de paisagem e fiquei sem entender a graça.

–Engraçado Bella – ele colocou uma mecha solta do meu cabelo atrás da minha orelha – Eric já confirmou presença com Alice ontem mesmo – ele sorriu convencido.

Fui pega descaradamente na mentira.

–Aquele infeliz, tratante... – como saio dessa agora?

Ele continuou olhando para mim e sorrindo desavergonhado, sorrindo lindamente – Certo – apontei para seu peito – Você me pegou, vou ver se apareço – sorri desajeitada.

Ele pôs os braços na minha cintura e me puxou em um abraço, seu corpo era quente, seu abraço era confortável, automaticamente deitei minha cabeça em seu peito – Se você não aparecer, eu venho te buscar – ele sussurrou em meu ouvido e como se não bastasse, beijou meu pescoço. Fiquei arrepiada.

Um toque ensurdecedor eliminou aquele momento, ele se afastou me soltando e tirou algo do bolso. Um celular!

–Oi Tânya... Sim, já estou indo...

Não esperei para o fim da conversa, aproveitei que ele se virou de costas para falar e entrei rapidamente no prédio, mas tão rápido pra não ouvir seu grito.

–Bella, espere...

Não esperei.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá pessoas, deixem-me saber se estão gostando ou não. O que devo melhorar?
Beijokas e até o próximo.



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