Mirrors ... Memories escrita por Lyne Masen


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514548/chapter/2

Curitiba – Fevereiro de 2.003

Formar-me em uma Universidade Federal era o meu único objetivo e missão. Perdi encontros com os amigos, festinhas de colegial, cineminha com as amigas, na verdade perdi todos os amigos, todos exceto Rosie. Entretanto, ainda não sei se ela não me abandonou por amar incondicionalmente meu irmão ou por realmente, realmente me amar, assim como ela própria afirma.

Enfim, aqui estávamos nós duas, após 2 anos de cursinhos intensivos, eu consegui minha tão sonhada, amada e cobiçada vaga no curso de Turismo.

Eu poderia ter escolhido algo melhor visado, assim como Rosalie, que optou por Engenharia Mecânica, mas eu tinha planos, planos esses que incluíam eu finalmente ter a minha liberdade tão almejada.

Não que eu tivesse pais rígidos, muito pelo contrário, meus pais são maravilhosos, sempre atenciosos e carinhosos, mas eu entendia que o mundo era grande demais para eu ficar presa em uma cidadezinha de apenas 50 mil habitantes. Anandeli era um pequeno Município á 374 km de São Paulo. Um lugar gostoso, agradável para se viver, onde todos se conhecem e se cumprimentam, e comentam da vida dos outros, e fazem fofocas e pensando bem... Não era tão agradável assim.

Sem divagar, eu quero mais que isso, conhecer outras línguas, outras culturas, outras etnias... Há um mundo vasto lá fora me esperando.

E o excelente disso tudo é que tenho total apoio da minha família, exceto de Emmett, meu irmão mais velho super - protetor.

Acho que ele pensou que eu seguiria seus passos e os do papai.

Meu pai, Charlie Swan, é um americano naturalizado brasileiro, seus pais vieram dos Estados Unidos quando ele tinha apenas 6 meses de idade. Meu avô, Geoffrey Swan, era um excelente Farmacêutico, assim que se instalaram no Brasil, ele construiu aos poucos sua pequena Farmácia, trabalhando duramente para sustentar sua família, já minha avó, Helen, cuidava da casa e do meu pai. Eles faleceram antes mesmo do Emmett nascer, por infelicidade nossa não os conhecemos. Porém meu pai seguiu o mesmo caminho, formou-se em Farmácia e deu continuidade ao nosso patrimônio, mudando-se para Anandeli, onde conheceu mamãe.

Emmett optou por continuar a tradição da família, hoje ele e papai tomam conta da única Farmácia do Município e meu irmão ama o que faz, como o hospital fica na cidade vizinha, a maioria das pessoas os procuram por algum auxílio e sempre que eles podem, eles ajudam.

Eu os ajudei por algum tempo na Farmácia, mas eu nunca quis isso pra mim, como eu disse, meu sonho é por o pé na estrada.

Rosalie namora meu irmão desde o primeiro colegial, são absurdamente apaixonados um pelo outro e por mais que ela esteja realizando um sonho, que é a Engenharia Mecânica, sei que ela irá fincar raízes na Farmácia juntamente com Emm.

Hoje é o nosso primeiro dia aqui, nessa cidade loucamente gigantesca e maravilhosa. Estou impressionada com a quantidade de cores que eu vejo, não sei se é a ansiedade, mas estou amando muito estar aqui.

Ajudei Rosie organizar algumas coisas na Kitinet que alugamos, ela ficava apenas algumas quadras do Campus da Rosie e pouca coisa distante do meu e então era excelente, e resolvi dar uma volta. Conhecer um pouco da localização exata do Campus, ainda tinha uma semana até as aulas começarem, tempo suficiente para eu calcular quantos minutos eu gastaria até o local.

Caminhando entre as ruas apinhadas que cercam o Campus, notei que aqui mesmo, em Curitiba, eu já estava conhecendo novas etnias e gostos diferentes.

Gosto de me vestir confortavelmente, e hoje o dia estava quente, uma boa pedida para um shorts jeans e uma regata, nos pés o meu all star inseparável e tão surradinho, cabelo preso num coque desajeitado e meu óculos de sol, um “Ray Ban” comprado na feirinha da Dona Silvia.

– Ei gata – olhei ao lado assustada e me deparei com mais um óculos de sol – Caloura? – perguntou um rapaz de voz anasalada, magro, com um grave problema de pele e cabelo tão preto que assim que tirei meus óculos para cumprimentar lhe, deu reflexos de azul.

–Exatamente – ri envergonhada – Prazer, sou Bella – e inclinei-me para dar –lhe um beijo no rosto.

–Oh! Sim meu amor, és muito bela – disse o rapaz rindo após eu me afastar de um contato físico desajeitado – Mas... Da fruta que você provavelmente gosta, chupo até o caroço – jogou a cabeça pra trás ao gargalhar ruidosamente.

Rindo, acrescentei – Você não entendeu – acabei caindo na gargalhada junto com ele - Meu nome é Isabella, mas prefiro que todos me chamem de Bella – consegui dizer após minha boca se contrair em câimbras de tanto rir.

–Nome lindo – disse ele em um sorriso simpático – Sou Eric e pode me chamar de Eric mesmo – e me abraçou.

Sentamos em um banco numa praça muito arborizada por sinal, ali estava fresco e era de frente para o meu Campus, quero dizer nosso Campus, pois Eric iria cursar Turismo também.

–É uma coisa que eu sempre quis – disse ele após tragar seu cigarro – Viajar, conhecer o mundo e melhor, poder mostrar isso para outras pessoas.

–É exatamente o que eu penso – sorri ao imaginar a cena.

–Tyler não gostou muito da minha escolha e por isso terminamos – sua voz demonstrava pesar.

–Estavam juntos há muito tempo? – coloquei minha mão sobre a dele em sinal de solidariedade, não que eu soubesse o que era isso, afinal as únicas pessoas que deixei pra trás foram a minha família.

(***)

–Rosie? – chamei ao adentrar nosso espaço, joguei as chaves na mesinha de café/refeições/estudos e já fui tirando minha regata, ficando apenas de top, estava quente e olha que o sol já estava se pondo.

–Sinto muito a sua falta meu amor, mas eu prometo que daqui 15 dias estarei aí – sua voz estava chorosa – Sim, vou ficar bem – pausa e uma fungada nojenta no nariz – Pode deixar eu digo ... Te amo muito – e assim ela desligou e recomeçou a chorar.

–Ah! Loira – ajoelhei-me ao seu lado – Isso logo acaba, pensa que é seu sonho e que quando acabar, você irá subir ao altar com ele – acaricie seus fios quase brancos de tão claros.

–Você tem razão Bells, é só que é difícil. Entende? – olhou-me e ambas caíram na risada – Não, você definitivamente não entende, nunca amou ninguém além da sua família e de mim, claro – disse convencida.

Sentamos no chão e dividimos um pacote de passatempo recheada – Nunca me interessei muito por isso Rosie, você sabe, sempre estive com a cara metida nos livros e olha aonde estou hoje, conquistando meu objetivo – disse com obviedade.

–Eu também estou Bells e mesmo assim tenho um namorado que amo muito.

–Eu sei e acredito nisso, mas é que... –suspirei – Na verdade o amor nunca me pegou, nunca senti nada disso que você fala e por não conhecer esse sentimento, as vezes acho exagerado da parte de vocês.

–Mas e o Jake? – ela pensa que eu não notei que ela estava devorando aquele pacote de bolacha sozinha.

–O Jake foi apenas uma vírgula na história que estou escrevendo Rosie, eu quero mais, eu quero que seja de repente, que me tire o folego, o sono, o ar, a sanidade... Mas eu quero isso no tempo certo e não é agora.

–Como você sabe? – perguntou ela com seriedade olhando profundamente em meus olhos.

– Como eu disse, estou escrevendo a minha própria história e não tem espaço para um romance ainda nela – afirmei e arranquei o pacote com as três últimas bolachas dentro.

–Veremos – ela se levantou e saiu rindo.

–Volta aqui – levantei correndo e puxei a ponta da sua trança, fazendo ela se virar pra mim – Fiz um novo amigo – ela me olhou desconfiada – E antes que você diga algo, ele é gay – belisquei a ponta do seu nariz.

–E? – perguntou com desdém.

– E, que ele nos convidou para um Luau que terá numa pracinha aqui perto, na verdade é mais uma reunião com os veteranos e os calouros – fiz meu melhor beicinho – Você mais do qualquer pessoa sabe que eu nunca fui a festas e nem nada disso, e sabendo que temos uns dias de folga, eu queria muito, muito, muito ir.

–Meu amor – ela apertou minhas bochechas – Você pode ir – e saiu rebolando.

–Sabe – disse alto – Talvez alguém despertasse minha atenção, quero dizer, algum garoto poderia chamar a minha atenção e ...

Nem terminei minha lorota e ela voltou enrolada em uma toalha de banho, as próximas horas passaram com nós escolhendo roupas, maquiagem e etc.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixe-me saber se gostaram :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mirrors ... Memories" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.