15º Desafio Sherlolly – A Ilha do Tesouro escrita por Leticiaps
Notas iniciais do capítulo
Molly com 4 anos e Sherlock com 6.
Não dava para abusar muito do romance.
Espero que gostem mesmo assim ♥
- Mas eu não entendo, por que você quer brincar de outra coisa? Não gosta de brincar de pirata? – Ele abraçava Redbeard, numa tentativa de impedir o cachorro de tirar a roupa pirata que colocou nele para entrar no clima.
- Gosto – a menina estava vermelha de vergonha. Teve que reunir muita coragem para falar isso para Sherlock – Mas queria brincar de outra coisa, nós sempre brincamos de pirata.
Ele bufou e cedeu, deixando até Redbeard se livrar da roupinha – Tá, mas do que quer brincar?
Os olhos de Molly se iluminaram. Não achou que fosse conseguir, ainda mais tão fácil assim. Sendo o mais velho – ele tinha incríveis seis anos – era sempre Sherlock quem escolhia a brincadeira.
- Caça ao tesouro!
- Caça ao tesouro?
- É! E nós teríamos que explorar ilhas perdidas. Ou então as pirâmides do Egito. Ou ainda poderíamos viajar pelo universo com o Doctor!
Ele esfregava o queixo, pensando no assunto. Então seu rosto se iluminou.
- Gostei da ilha perdida! Nós três, perdidos na Ilha, procurando por tesouros perdidos! – ele se levantou, e corria empolgado em volta de Molly, com Redbeard atrás, sem entender nada. E ela girava, girava, girava, tentando acompanha-lo.
- Sherlock, pare de correr em volta dela, ela está ficando tonta! – ouviram a mãe dele gritar. E logo em seguida Molly caiu no chão, tontinha, mas rindo. Ele a ajuda a se levantar e rindo também, saem correndo pelo parque.
- Vamos, vamos por aqui, acho vi a entrada de uma caverna! – E Sherlock saiu correndo e entrou em um brinquedo enorme, com uma passagem em forma de tubo. Foram se arrastando pela caverna escura que parecia não ter fim.
- Molly, dá para ir mais depressa? Acho que tem algo nos perseguindo! – então eles caíram na areia,
- Oh, não, é o temível Redbeard, o cachorro assassino! – E Redbeard aparentemente entrou na brincadeira, porque ele rosnava para Sherlock e abanava o rabo sem parar. – Rápido, Molly! Você precisa detê-lo, antes que crave os dentes venenosos em mim!
Então a menina saiu correndo e atirando.
- Pew, pew, pew!
- Cuidado! Você vai me acertar! – ele corria em zigue zague, desviando dos tiros.
- Tudo bem, tenho outra ideia. – Saiu correndo e pulou pra cima do cão assassino. Conseguiu imobiliza-lo – Redbeard sempre parava quando Molly chegava perto – e usou a arma mais letal de todas: as cócegas.
- Ótima ideia! – e se juntou a ela e juntos derrotaram o vilão. – Vamos! Ainda temos muito que explorar.
- O que é aquilo? – Molly saiu andando no meio das poucas árvores aglomeradas que haviam no parque. Chegaram em um ponto bem embaixo da maior árvore do parque. Ali a terra havia sido remexida. – Acho que encontramos o primeiro tesouro!
E enfiaram a mão na terra, remexendo tudo de novo e logo encontrar um osso. Provavelmente algo que um cachorro enterrou ali, a muito tempo atrás. Redbeard estava enlouquecido, tentando se aproximar do achado.
- Esse osso deve ser de milhões de anos atrás, é um fóssil! – Sherlock girava o osso na mão e observava com muito interesse, e tagarelava informações sobre ele como se fosse o melhor arqueólogo do mundo. Então entregou o osso para Molly, que ficou encarando, sem entender nada.
- Cadê você? – Olhou por todos os lados e nada do menino. – Sherlock, cadê... – olhou para cima e lá estava ele, cada vez mais alto.
- Sobe aqui, vem comigo, imagina quanta coisa deve ter escondida deve ter no topo dessa montanha? Se achamos um fóssil na base, vai saber o que iremos encontrar aqui em cima!
- Mas eu tenho medo de altura. – Ela falou meio baixo, envergonhada por não conseguir acompanhar o amigo na brincadeira.
- Medo de altura? Sério? Mas é tão fácil, olha! – E na tentativa de encorajar a pequena Molly a subir, soltou as mãos
- SE SEGURE DIREITO, VOCÊ VAI CAIR DAI! – E começou a medonha escalada, tentando levar alguma razão ao amigo.
- Eu estou bem e... – caiu.
- SHERLOCK! – desceu correndo da árvore e saiu chorando atrás da Sra. Holmes. – Ele... ele... ele... Sherlock caiu da árvore, buááááááááá!
Quando chegou, a Sra. Holmes ficou sem saber quem atender primeiro: o filho que tinha quebrado a perna, ou Molly, que com susto, chorava sem parar.
- Não precisa chorar. – A Sra. Holmes levou um susto. Quem falava era Sherlock. – Não está doendo e a culpa não foi sua. Não precisa chorar.
Ele tentava esconder uma careta de dor – a perna estava um ângulo quase estranho – e tentava impedir as lagrimas de escorrerem, só para que a amiga não sofresse. Esse era seu pequeno Sherlock.
---
Dois dias depois Sherlock estava em casa e sem conseguir nem ficar de pé. Reclamava o dia inteiro que não podia brincar de pirata, que estava extremamente entediado e que Redbeard iria fugir se eles não pudessem brincar juntos. Enquanto isso o cachorro apenas ficava deixado ao lado da cadeira de rodas do menino, só levantando os olhos de vez em quando, nos momentos que Sherlock usava seu nome para deixa-lo brincar. Como se choramingos fossem curar sua perna.
- Filho, Molly acabou de trazer isso para você.
- E cadê ela? – ele se esticava na cadeira, tentando ver se de repente a menina estava escondida atrás de sua mãe.
- Ela só veio trazer o cartão e saiu correndo. Acho que ela estava com vergonha.
Curioso, ele abriu o envelope. Havia um desenho dos dois de mãos dadas, perto de uma árvore e Redbeard do lado. Havia um baú do tesouro do lado da figura da menina e em cima estava escrito “melhora logo”. Sorriu. E parou de reclamar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E então?