A Maldição do Tigre escrita por Catarina


Capítulo 16
XVI


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Ren

Enquanto o Sr. Kadam e Kelsey arrumavam as coisas para partirmos, fiquei cochilando encostado em uma árvore. Pensamentos inundaram minha cabeça. Kelsey gosta realmente de mim, mas por que não admiti? É tão fácil, somente três palavras. Essas palavras que quero tanto que ela diga.

Quando já estávamos na estrada, Kelsey explicou para Kadam como foi passar esses dias na selva com dois tigres. Depois de um tempo cochilando, acordei e vi que Kells estava dormindo. O Sr. Kadam aproveitou e me disse baixinho:

— Ren. Quero parar em um hotel para a Srta. Kelsey poder descansar. Mas para isso terei que deixar você na selva essa noite. Espero que não fique chateado - concluiu.

Seria uma ótima ideia. Kelsey precisa realmente descansar.  Após um momento Kells acordou e Kadam explicou sobre o hotel e de me deixar na selva. Ela ficou preocupada com as possíveis armadilhas, mas ele garantiu que agora estou mais atento. Eles pararam na beirada da estrada e me deixaram descer. Kelsey fez um carinho rápido em minhas orelhas e assim corri para a mata.

Chegando na selva, fui até um lago e bebi água. Fiquei ali deitado pensando... em Kelsey. Como ela pode significar tanto para mim em tão pouco tempo? Não sei a resposta, mas só sei que não consigo mais ficar longe dela. Ali na beirada do lado vi vários animais: Javalis, jacarés, macacos, e, até veados. Mas não queria caçar, como tigre eu estava satisfeito com a caçada de ontem. Eu estava inquieto, eu queria ir atrás dela. Mas sabia o risco que eu correria. Mas não conseguia mais resistir. Com essa decisão me levantei e parti correndo para o lado Oeste da selva.

Depois de uns 40 minutos correndo, não consegui farejar o cheiro deles. Continuei andando, devagar, mas não conseguia nada. Depois de andar mais uns 30 minutos, conseguir farejar o cheiro de Kelsey, o cheiro mais gostoso de todo o mundo. E ansioso corri em direção ao cheiro. Corri mais uns 15 minutos até encontrar o hotel. Entrei pelos fundos, entrei em um corredor escuro. Quando cheguei ao andar do quarto dela. Assumi a forma humana.

Seguindo o aroma de pêssego, cheguei a porta de um quarto, era o dela. Bati devagar, mas sem resposta. Bati de novo um pouco mais forte, dessa vez ouvi um ruído. Bati de novo, e o ruído aumentou.

— Kelsey, sou eu - disse baixinho.

Ela abriu a porta e me olhou assustada, então, me puxou para dentro com pressa.

— O que você está fazendo aqui? É perigoso demais, eles podem mandar caçadores atrás de você - disse preocupada.

— Senti saudades de você - disse baixinho com um sorriso.

Ela dá um meio sorriso, mas vejo brilho em seus olhos. E confessa que também sentiu, isso iluminou minha alma. Ela também sentiu minha falta. Sorrio com o pensamento.

— Então isso significa que vai me deixar ficar? - pedi.

Ela me olhou pensativa. Ela não vai me deixar ficar?

— Eu durmo no chão, e prometo que vou embora bem cedo, ninguém vai me ver - prometi igual a uma criança pedindo à mãe algo que quer muito.

Ela supirou:

— Está bem. Você pode ficar. Mas tem que ir embora bem cedo, não gosto que você se arrisque assim - pediu.

— Prometo - concluo.

Fechei a porta e sentei na beirada da cama com ela ao meu lado. Assim que sentei algo me chamou a atenção na cabeceira de sua cama. Peguei e vi que era seu diário, e ele estava aberto em uma página. Havia vários desenhos de mim, mas como tigre. Ela escreveu em um dos desenhos: Meu Tigre. Era para eu ter ficado feliz, mas não fiquei, mas foi por ela me ver somente como tigre. Havia um homem por baixo desse pelo, será que ela não vê. Deixei o diário de lado e peguei suas mãos.

— Kelsey, não quero que você olhe para mim e veja somente o tigre, quero que veja a mim: O homem - pedi.

Estendi a mão para acariciar seu rosto, mas então lembrei do que aconteceu na cachoeira, e a recolhi.

— Kelsey, eu não quero mais ser ele. Quero ter uma vida - falei.

— Eu sei - ela concordou. - Ren, eu...

Ela não conseguiu terminar a frase, e ficou me olhando. Pensei que ela diria alguma coisa, mas não disse. Ao contrario fixou o olhar nos meus. Em que ela estava pensando? Queria perguntar mas não consegui falar nada, nem me mexer. Ela continuou me olhando, por tempo demais, e eu estava começando a ficar preocupado. Ela começou a respirar mais rápido que o normal, quando eu pensei em dizer alguma coisa, ela me surpreendeu. Chegou seu rosto para frente e tocou meus lábios com os delas, bem devagar. Eu não respondi ao seu beijo, mais não foi porque não queria, mas sim porque eu estava espantando e não sabia o que fazer. Ela me pegou de surpresa. Ela percebeu que eu não reagi à sua ação e então se afastou e se virou de costas, envergonhada. Foi então que sai do transe. Me levantei e fui até ela. Peguei delicadamente seu braço e a virei para mim. Mas ela mantinha os olhos abaixados.

— Kelsey, olhe para mim - pedi baixinho.

Ela subiu um pouco os olhos, mas eles pararam em minha camisa. Peguei seu queixo e o levantei para nossos olhos se encontrarem. Ela levantou a cabeça e fixou o olhar no meu. Acariciei seu rosto com os dedos e sorri. Ela gosta de mim. De alguma forma gostava de mim. Novamente é agora. Deslizei uma das mãos para sua cintura e aproximei-a para mais perto de mim. E com a outra mão deslizei para seu cabelo. Bem devagar baixei meu rosto e toquei meus lábios nos dela. O beijo foi quase um suspiro. Ela deslizou os dedos pelos meus braços e os apertou com força. Suspirei de prazer e aprofundei o beijo. Peguei de leve seus braços e os joguei em meu pescoço, deslizei os dedos pelos seus braços nús, indo até sua cintura, e seu cabelo. Antes que ela perceba a levantei para mais perto de meu peito, de forma que seus pés não estivesse no chão; Parecia que não tinha tudo dela. Queria ela mais perto de mim, o mais perto possível. Não sei quanto tempo ficamos nos beijando. Depois de um tempo a deixei descer até o chão, não queria parar, não queria larga-la nunca. Mas precisávamos respirar. Quando olhei, ela estava piscando, procurando ar. Eu sorri:

— Respire Kells.

Ela sorriu e disse:

— Você parece muito convencido consigo mesmo.

— E estou - concordei.

Era difícil acreditar. Finalmente depois de séculos... eu finalmente consegui. Eu amo e meu amor é correspondido. 

— Bem... você não pediu minha permissão - provocou.

— Hum, devemos consertar isso - falei.

Corri os dedos pelo seu braço, desenhando pequenos círculos.

— Kelsey?

— Oi? - disse distraída.

Cheguei mais perto.

— Eu...

— Hummm?

— Tenho a sua... - comecei a deslizar o nariz em seu pescoço, seu cheiro me deixava em um sono profundo. - ... permissão... - suspirei mais seu odor de pêssego - ... para beijá-la?

Ela assentiu bem devagar com a cabeça, mas eu esperava a palavra "sim". Tracei beijos em sua orelha, indo para a bochecha, parando a centímetros dos seus lábios.

— Sim - sussurrou.

Sorri vitorioso e a beijei novamente, dessa vez meu beijo foi mais ousado. O gosto dela era delicioso. Ela levou as mãos até meus ombros e meu apertou contra si. Ela também queria mais de mim, não conseguia ficar longe de mim. Não consegui controlar minha felicidade. Estava além da felicidade. Quando a afastei, não conseguia controlar e, eu estava com um sorriso maravilhoso no rosto. Eu a levantei nos braços e a rodei. Quando a abaixei colei minha testa na dela. De devagar ela levou as mãos em meu rosto e passou os dedos em meu lábio inferior. Deitei a cabeça para seu toque, e ela sorriu, e passou as mãos em meu cabelo. Ficamos assim nos olhando por muito tempo. Parecia até um sonho, mas não era. Depois de um tempo, senti que meu tempo estava acabando, suspirei um pouco triste, beijei seu rosto e disse:

— Durma um pouco Kelsey, nós precisamos descansar.

Acariciei mais uma vez seu lindo rosto com as costas da mão e me transformei em tigre. Deitei num tapete ao lado de sua cama. Ela se inclinou, fez um carinho na minha cabeça.

— Boa noite, Ren.

Assim, ela deitou e adormeceu e eu, demorei bastante para conseguir dormir, toda a adrenalina do beijo, eu estava além da felicidade.

 Quando acordei ainda não havia amanhecido. Me levantei, me transformei em homem e dei um beijo em sua testa, e assim sai. Desci as escadas, e chegando ao fundo do hotel, volta a forma de tigre, parti correndo para a selva. Cheguei ao lado onde haviam me deixado, já tinha amanhecido. Fiquei lá, lembrando dos toques de Kelsey, quando ela me apertou, puxou meu cabelo e deslizou as mãos em meus braços. Parece que nunca tinha o suficiente dela. Agora eu não só queria quebrar essa maldição para ser homem, como também queria para poder ficar ao lado dela sempre, sem ter tempo nos atrapalhando.

Depois de um tempo senti que eles haviam chegado.  Corri pelas árvores e sai saltitando do meio da mata. Como um animal doméstico. O que não seria tão absurdo. Eu era o tigre de Kelsey, e ela era a dona do meu coração. Chegando ao Jeep, subi no banco traseiro e Kells fez um carinho em minha cabeça. Assim partimos em direção ao Templo de Durga.

 


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Notas finais do capítulo

Sei que é chato, mas tenho a obrigação de dizer... COMENTA POR FAVOR! Na verdade é sua obrigação como leitor dar sua opinião! Bora galera!
Até a próxima!