–Regina? Chamava Margaret do outro lado da linha..

Se não estivesse com seus pensamentos todos direcionados a Emma Swan, provavelmente Regina teria implicado pelo fato de Mary tê-la chamado pelo seu primeiro nome, naquela cidade ninguém ousava chama-la assim, sempre fora tratada como ''Senhorita Prefeita'' ''Madam Mills'' ''Senhorita Mills'' chamadas por diversas maneiras formais, porem nunca pelo seu primeiro nome.. Exceto Emma, que as vezes a chamava de ''Regina'' só para ter o prazer de vê-la irritada..

Mas que diferença essa informalidade fazia agora? Estava mais focada em encontrar Emma..

–Regina? O que está acontecendo? Mary falava preocupada..

A morena estava tão desconcertada com o desaparecimento de Emma, que mal percebeu que a ligação ainda não havia sido encerrada..

''Emma está na delegacia, ela saiu de casa para fazer seu plantão faz mais de 1 hora''

Ao ouvir aquelas palavras Regina sentou-se na cadeira do escritório da delegacia, e começou a procurar por algo nas gavetas.. De repente ouviu um ruído, foi quando ela se deu conta que Mary ainda estava do outro lado da linha, então ela rapidamente pegou seu celular..

–Margaret, Emma estava com alguém quando veio para a delegacia? Questionou..

–Não, pelo que eu pude perceber ela estava sozinha quando saiu... Falou.. –O que está acontecendo, Regina? Era possível sentir o tom de aflição na voz de Mary..

–David está em casa? A morena perguntou, ignorando as perguntas de Mary..

–Sim, porqu... Regina nem deu chances para a mulher, e logo interrompeu

–Fale para o David vir imediatamente para cá.. Regina ordenou.. –Estarei esperando.. Disse por fim..

Não demorou cinco minutos e David adentrou a delegacia mais rápido que um raio..

–O que aconteceu? O loiro parecia preocupado..

–Xerife Swan está de plantão essa noite, mas não veio, e já falei com Margaret e ela também não está na pensão... Regina dissera um tanto aflita

–Emma não é de faltar.. David diz, pensativo analisando a situação..

–Sugiro que faça um ronda pela cidade.. A prefeita falava digitando o numero da loira novamente..

David rapidamente assentiu e seguiu para sua missão de encontrar Emma..

O ex Xerife sem pestanejar começou uma busca pela cidade, na esperança de Encontrar Emma em algum lugar..

Na delegacia ficou uma Regina preocupada.. Não tinha certeza, mas no fundo sentia que Zelena estava metida no meio desse desaparecimento repentino de Emma, e era isso que a preocupava..

A Prefeita decidiu agir, por conta própria resolveu começar uma busca, não podia ficar de braços cruzados esperando que David aparecesse com Emma, não podia simplesmente sentar e esperar Emma adentrar a delegacia a qualquer momento, porque tinha quase certeza que isso não ia acontecer..

Regina saiu da delegacia em direção a casa de Margaret, que por sorte não ficava muito longe..

A noite estava escura e fria, caía uma fina garoa de inverno, algo típico de Storybrooke.. Não demorou muito até que a Prefeita chegasse na casa de Mary..

Tocou a campainha e esperou que alguém atendesse...

O que não demorou muito para acontecer, em questão de segundos Mary abriu a porta, dando de cara com Regina..

–Se David voltar, diga a ele que estou fazendo uma busca pela região Leste de Storybrooke.. Disse a morena

–Aquela região é muito perigosa Regina.. Mary falou receosa.

–Precisamos fazer alguma coisa.. A Prefeita diz, parando na frente de Mary, dando as costas para rua..

A garoa estava fraca, as finas gotículas de água caiam lentamente sobre o conjunto social preto que a morena usava, molhando-a cada vez mais..

–Vamos esperar por David.. Se ele não a encontrar, então tomaremos uma providencia.. Margaret sugeriu..

–Ela pode estar em perigo... Regina falava com visivel preocupação..

–Não vamos pensar em coisas ruins.. Agora entre, ou irá pegar um resfriado.. Mary disse, dando passagem para que Regina entrasse..

–Vou fazer um chá quente para você.. A mulher de cabelos curtos, diz ao perceber que Regina estava com os cabelos úmidos da chuva, e provavelmente com frio..

–Obrigada.. A morena agradeceu e adentrou em seguida..

Em poucos minutos o chá estava pronto.. E da porta da cozinha Mary observava a Prefeita sentada em uma das poltronas da sala.. Aos olhos de Mary, Regina parecia ser outra pessoa após a viagem, poderia-se dizer que Regina havia ''baixado a guarda'' e estava até mais adorável com a população de Storybrooke..

–Chá de Maçã.. Falou estendendo uma xícara em direção a morena..

Regina pegou a xícara, e lançou um sorriso fraco em agradecimento. Ficaram em silencio por alguns segundos, até que a Prefeita resolveu falar..

–Nunca irei me perdoar se acontecer algo com ela.. Disse Regina, num tom quase inaudível..

–Você não tem culpa de nada, Regina.. Margaret diz, analisando as expressões da mulher a sua frente..

–Não, a culpa foi toda minha.. Disse pensativa, como se estivesse refletindo sobre algo..

–Como assim? Mary lançou um olhar confuso.

A Prefeita nunca fora de se preocupar com ninguém, além de Henry, ou ela mesma.. Por que estaria tão preocupada com Emma? Justo com Emma, que tantas vezes tentou expulsar da cidade? Aquilo causou uma grande estranheza em Mary, que já havia perguntado para a loira, por quê elas estavam agindo daquela forma depois da viagem, mas como não havia obtido nem uma resposta da parte de Emma, continuava sem saber o motivo da preocupação repentina de Regina, e da raiva que Emma sentia a cada vez que tocavam no nome da Prefeita.

Regina que estava inquieta, levantou-se, talvez assim conseguisse explicar melhor tudo o que acontecera..

–Eu preciso contar o que aconteceu.. Regina limitou-se a dizer..

Mary lançou um olhar como se dissesse para ela prosseguir, e assim Regina fez..

Contou sobre morte de Daniel, e até do acordo com Zelena..

–Como teve coragem de fazer uma coisa dessas? Mary cuspia amargamente as palavras, depois de ouvir a história toda que Regina contara..

–Eu já disse que não sabia.. A morena tentava se justificar, mas sem muito sucesso..

–Você é um MONSTRO, Regina, UM MONSTRO.. A mulher falava revoltada, com lágrimas nos olhos..

–Agora vem dizer que não tem culpa de nada, porque não sabia o que estava fazendo.. As palavras de Margaret saim carregadas de ironia e raiva..

Regina sabia que aquelas confissões todas tinham pegado Margaret de surpresa, e sabia também que a culpa era dela, mas era tão difícil assim as pessoas acreditarem numa mudança? Por quê tinha que ser tão difícil?

–Eu não disse que não tenho culpa, mas eu realmente não sabia de quem se tratava, na época... Regina dissera encarando Mary..

–Isso não muda o fato de agora Emma estar sendo procurada por uma espécie de bruxa ou sei lá o que.. A mulher de cabelos curtos fitava Regina com um olhar mortal..

–Mas o fato de que eu a amo, sim... Em um momento de raiva Regina acabou deixando escapar mais do que devia.. Pelo menos foi o que pensou no momento..

Quando a prefeita se deu conta do que tinha dito, por um momento desejou poder ''desfalar''. Tinha receio, ou talvez medo que pessoas não entendem aquilo tudo.. Por mais que pudesse ''desfalar'' aquelas palavras, no fundo ela não estava arrependida, era exatamente isso que precisava para se libertar e conquistar Emma..

''Mas o fato de que eu a amo, sim'' As palavras de Regina caíram como uma bomba sobre Margaret, era muita coisa para uma só noite, primeiro o desaparecimento de Emma, depois o tal do acordo com Zelena, e agora Regina vem dizendo amar Emma? Eram informações demais para processar..

–Você o quê? Margaret indagou, talvez para ouvir novamente a resposta, e ter certeza do que tinha acabado de ouvir..

–EU A AMO!!! Regina encarou Mary que não hesitou em soltar a mão na face da morena..

–Ama? Voce a ama? Voce não ama ninguém alem de si mesma, Regina.. Mary trazia rancor e ironia em cada palavra dita

Regina sentiu seu rosto queimar, não só pelo efeito do tapa, mas também pela raiva que estava sentindo, nunca ninguém fora tão ousado a ponto de levantar a mão, em um gesto de agressão contra a Prefeita, mas Mary fez, e aquilo estava deixando Regina enfurecida..

–Nenhum sinal de Emma.. David adentrou a pensão, interrompendo as mulheres..

–A culpa é toda da Regina.. Mary esbravejou

–Como você acha que eu me sinto? Provocou Regina, atraindo um olhar curioso e confuso da parte de David..

–O que faremos? Questionou David..

–Caminhar de um lado para o outro não trará Emma de volta.. Margaret provocou Regina, que caminhava pensativa pela sala..

–Eu seria grata se ficasse calada e me deixasse pensar num jeito de encontrar Emma.. A Prefeita retrucou...

David observava a cena toda, seria cômico se não fosse trágico..

–Isso pode ter sido um sequestro.. Regina disse, olhando para ambos a sua frente..

–Sequestro? David e Mary perguntaram juntos..

–Só pode ter sido Zelena.. Concluiu..

–Então chamaremos a policia.. David rapidamente sugeriu...

–Não, é algo mais complexo.. Regina finalizou...

–Eu tenho um plano, darei a vocês o endereço, onde eu acho que talvez Emma esteja..

–Fale logo.. Mary ordenou anciosa

Regina por alguns segundos fuzilou a mulher com os olhos..

–Vou ligar para Zelena, marcarei um encontro com ela, irei distraí-la enquanto vocês vão até esse endereço, e encontre-a.. Disse descrevendo o local em um pedaço de papel, e em seguida o alcançando para David..

–Como você tem tanta certeza de que ela estará lá? Questionou Margaret.

–Esse é um dos esconderijos de Zelena.. Falou -Tem um alçapão a alguns metros da casa, talvez Emma esteja lá.. A morena explicava tudo, com um fio de esperança..

–Mas sejam rápidos, ágeis e cuidadosos.. A Prefeita deu uma ultima dica..

–Se algo acontecer a ela, eu nunca irei me perdoar.. Regina murmurava baixinho, para si mesma, mas Mary conseguiu ouvir..

Regina estava realmente preocupada com Emma, ou era só um teatro? Margaret se perguntava, analisando o semblante da morena..

Estava na hora de botar o plano em ação..

David e Margaret saíram e ficaram na espera do sinal verde de Regina, para que pudessem agir na ''Operação Salvar Emma''