H.o.r.d.a. escrita por GrupoMindUp


Capítulo 3
Edna Vs. Lorde Kaos


Notas iniciais do capítulo

Em plena Ipanema, Rio de Janeiro, Brasil, uma batalha entre Edna, caçadora vinda de um pré-histórico mundo chamado Primal, batalha contra um sombrio inimigo trazido de seu mundo de origem juntamento pelo mesmo portal. Lorde Kaos, o vilão, acompanhado de sua foice óssea evoca da terra legião de plantas parasitárias que destroem a cidade a seu favor. Uma disputa entre experientes guerreiros se inicia (...)

*** Escrito por: Kim W. Hiro
** Texto Corrigido por: Eros Sanctus



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WELCOME TO THE JUNGLE

O buraco negro cuspiu a mulher para fora de sua passagem mística como um camelo cospe o fumo sobre aqueles pelos quais têm empatia. Edna fora arremessada sobre galões de lixo em um corredor escuro da cidade do Rio de Janeiro, aos arredores da bela Ipanema muito procurada pelos turistas do mundo inteiro e sua enxurrada de hotéis caros, motéis de luxo e prostitutas chiques conhecidas atualmente como acompanhantes. Era tarde da noite e os faróis dos carros ofuscavam sua visão.

Estava desnorteada, não sabia o que pensar, antes, antes de tudo aquilo que julgava sonho ou efeito de um poderoso feitiço, estava prestes a ser abocanhada pelo tiranossauro a que vinha caçando já há meses. E tinha uma tática de guerra para abatê-lo, mas, agora, seu destino havia sido roubado da consciência que fazia dele até o momento presente no tempo atual do mundo de onde fora arrancada forçosamente.

Assustada com a atualidade daquela realidade, com o funcionamento a que julgava absurdo daquelas coisas, ainda mais ficou quando, do mesmo buraco tridimensional por onde fora arremessada, outro ser saíra, com alguma desenvoltura e elegância. Reconhecera-o logo de cara, era Lorde Kaos, o conquistador de mundos, assim mesmo como fora descrito nos livros antigos, manuscritos do início dos tempos em Primal, seu mundo de origem. E agora, perdida em outra época, assim se permitiu julgar quando os olhos esverdeados, já fluindo energia aos montes, encontrara-se com os tantos cartazes e anúncios escritos em um idioma que a caçadora não compreendia.

Baixando os olhos e observando a mulher que, caída se erguia como que se aprontando ao modo de defesa, Kaos, espécie de criatura simbiótica a que dava vida a um enorme capuz vazio fisicamente, porém, assim como uma ânfora completa por vinho, jaziam energias dentro do traje a que fumaça saía, como um objeto vindo de um reino de fogo, disse, mas sua fala possuía três vibrações sonoras, como se dentro do capuz, três seres distintos habitassem:

— Uma cria de Primal? Humm... Interessante para uma possessão com urgência!

— Distância, criatura! — Disse Edna já ativando suas adagas psíquicas, de modo que de seus olhos, verdejante energia explodia em fúria, da mesma forma e cor que seu dom psíquico forjava quando ativado, aquelas reluzentes adagas em punhos.

Lorde Kaos se aproximara ainda mais, sua presença levitava a alguns centímetros do chão, de modo idêntico a um deus que se priva a pisar o mesmo solo que os mortais. Edna recuava sem baixar guarda. Suas adagas reluzindo ainda mais a intensidade explosiva de seus poderes.

O tirano trazia juntamente com suas características tenebrosas, uma força distinta a que Edna nunca havia presenciado em criatura alguma e, em um brusco manejar de energias obscuras, magia negra a caçadora julgara, o lorde transformara um bastão de energia em uma enorme foice feita de ossos em que almas perdidas e amaldiçoadas o envolviam em uma cantoria de agonia. A caçadora teve seu coração a acelerar em batidas cardíacas: o medo havia a pego de surpresa!

— Um manipulador das magias das trevas? — Edna supôs.

Se movendo entre sombras, o lorde parecia comandar a arte da locomoção entre as trevas, dessa forma Edna pensou e estava certa, o tirano tinha em si essa habilidade e dela sabia fazer excelente uso, talvez como um colibri faça perfeito uso de sua natureza na forma como se habilita do vôo parado.

O inimigo saltou em direção a sua presa, como um lobo prestes a despedaçar sua caça. Sua locomoção era veloz, mais parecia um jogo de sombras em uma noite de tempestade em que tudo é movido e a luz projeta no solo a dança da escuridão.

Edna esquivou-se.

“Não fugirá por muito tempo”, falou lorde Kaos na mente da caçadora.

“Mais uma incrível habilidade!”, pensou a caçadora.

“Meu objetivo designado pela Grande Consciência Maligna a aparecer bem diante de mim, sortudo nós somos?”, perguntava-se lorde Kaos a si mesmo em voz mental.

De certo, ele falava de Edna, o alvo a que fora designado eliminar, de uma vez por todas, ou, em um futuro não muito distante, traria grandes problemas para a legião tida como inimiga em Primal, mundo de origem de ambos.

— O medo não faz parte da minha natureza, criatura! — Disse a caçadora explodindo ainda mais em fúria. Agora, caminhando com autoridade e confiança em direção aquele que julgou seu oponente.

Aplaudindo-a, lorde Kaos, disse:

— A morte é a visão que tenho de seu futuro forjado em trevas. Uma escuridão em que nada habita, um grau ínfimo de sua inferioridade a mim, sua queda já foi prevista.

— Uma batalha só tem fim quando a bravura é corrompida pelo medo! — Disse Edna. Agora, suas adagas emitiam fosforescência absurda, mais se pareciam com uma estrela próxima da morte, quando causa o fenômeno a que a Ciência chama supernova.

Lorde Kaos fizera, de dentro das sombras do capuz que o cobria a face enigmática, acender seus olhos em maldade.

Todo o beco se acendera, mais parecia estar ali havendo alguma festa, mas, diferente a essa visão, um morador de rua erguera-se de sua casa de papelão em meio ao lixo e outros objetos inutilizados a se queixar:

— Para o inferno, crias miseráveis! — Mas, quando se encontrara com ambos os forasteiros a nossa realidade ali presentes, seres inimagináveis em características físicas, trajes e aquele poder quase fantasioso, o mendigo, um tanto bêbado, saíra em disparada, correndo aos tropeços com sua garrafa de pinga debaixo do braço.

Voltando sua atenção a caçadora, levitando em sua direção, a luta acontecera pela primeira vez entre os dois. Uma espécie de rajada natural de vento surgia a cada golpe. Pressão atmosférica existida em cada soco ou defesa. Ao redor de ambos, jornais velhos, papelão e leves objetos esvoaçavam em forma de vértice.

Golpes precisos eram dados e Edna os defendia, um a um. A caçadora era uma arma de batalha viva incrível. Seu treinamento, quando criança a deixara capacitada a qualquer enfrentamento e, embora o medo houvesse sido extraído de sua alma quando em treino com seu mestre, ainda assim havia aquela ansiedade semelhante ao medo que a fazia duvidar, por poucos segundos, se seria capaz ou não. Isso estava relacionado mais a estratégia que justamente a coragem.

“Nunca desistir até que o oponente esteja no chão”, pensava a caçadora lembrando da disciplina passada por seu mestre há tempos no passado, em sua vila em Primal, seu mundo de origem. E quando pensava nisso, a saudade apertava seu coração. Os olhos então brilhavam em poder absoluto, como uma bateria natural que é carregada pela força cósmica do universo e sua bravura duplicava-se a ponto de fazer sua manipuladora levitar por breves segundos. Edna tinha em sua alma poder indescritível.

Queimando ainda mais sua energia espiritual, a redobrar a força de seu dom, o lorde do caos, crescera sobre a mortal que o havia feito oponente. Edna, como antes, no exato instante em que fora teletransportada, agora, estava, mais uma vez, encurralada.

A mulher metida em seus trajes de caça um tanto exóticos para aquele mundo, fizera uma breve leitura do lugar ao redor quando pensou:

“Não há saída”.

— Vejo que não é tão idiota quanto eu pensava! — Falara lorde Kaos ao ouvir os pensamentos da caçadora.

A luta recomeçara e, atacando com sua foice de ossos, o oponente das trevas, levitando com maestria, se projetou sobre Edna, em golpes tão rápidos que, em plena escuridão, confusa com aquela época e suas luzes a piscar, vindas de diversas direções, a caçadora, ainda se esquivando, encurralada, saltara por cima do inimigo a ir de encontro com a estrada. Um grande telão televisivo no alto de uma loja de roscas açucaradas anunciava a destruição em algum outro estado causado por um albino gorila gigante, mas, com sua atenção voltada ao capuz possuído pelas vozes, o tão temido lorde Kaos, citado em escritos antigos de Primal como semeador da desordem, a caçadora, realçando seu poder, fizera girar entre os seus dedos suas esmeraldinas adagas de poder e em um certeiro ataque, lançou-as dentro do capuz. Aí atingindo o inimigo, algo estranho aconteceu...

De algum alto-falante, a banda One Ok Rock esgoelava o seu hit do momento “The Beginning”. E esquivando-se dos carros que buzinavam sem saber o que estava acontecendo e de onde haviam saído aquelas criaturas em batalha, a caçadora continuava o seu ataque. Lançando suas adagas em direção ao oponente.

Em fusão com a energia emanada das adagas psíquicas (poder mental fluído em abundância de Edna), lorde Kaos tocara, pela primeira vez, com seus pés asquerosos, o solo terrestre. Edna expressara no canto dos lábios carnudos um minúsculo sorrido e, ainda mais motivada, com coragem redobrada, continuara a atacá-lo. Percebera que o adversário não era imortal e que se pusesse uma boa tática em prática, colocaria seu inimigo no chão. Agora, já começava a decifrar o enigma que a levara até aquele mundo desconhecido: estava ali como um gladiador a testar sua vida em uma arena.

— Veja o que você fez, hipérbole! — Dissera lorde Kaos com ódio. Seu capuz, pela força dos ventos e espíritos que giravam ao seu redor num turbilhão de sombras em meio a estrada, defronte a praia de Ipanema, próximo ao Posto 9, se arriara e no lugar de um rosto, Edna enxergara, com algum susto, três cabeças de serpente. Era horrendo o que via. E essas serpentes, cada uma delas, falava, portando-se racionalmente como um deus caído. Em posição de batalha a caçadora se mantivera, seu corpo começava a acender-se, num tom de luminosidade exótico, intenso, um grau de poder a que poucos caçadores de Primal tinham a capacidade de chegar.

Um terremoto sacudira a cidade. Edna perdida entre tantos pensamentos. As nuvens se moviam no alto do céu escuro e só havia uma única lua, a caçadora achara tudo muito absurdo, enquanto que em Primal, as noites eram ornadas por três belas luas azuladas, belas, como as águas celestes do Mar Leste.

A caçadora astuta não tinha exatidão quanto ao que via em plena noite do Rio de Janeiro, mas, dos pés do lorde, heras parasitas cresciam sobre as paredes dos edifícios e sobre os automóveis tomando para suas garras vegetais tudo o que podiam dominar. Logo, toda aquela parte da cidade se afundara em treva verde, como um vale que se afunda aos pés de altas montanhas.

“Um dom incomum.”, pensou Edna enquanto observava o progresso do inimigo.

THE STONE JUNGLE

Em curto tempo, Ipanema havia se transformado em uma selva como nunca havia se visto antes. E famosas empresas televisivas por ali se movimentavam, entre cipós e troncos de árvores imensos, grama alta e flores silvestres que engoliam automóveis. Edna saltava entre a grama alta e se esquivava agora das vegetais crias parasitárias do oponente: enormes borboletas carnívoras, besouros com carapaças de ferro, vermes rastejantes que cuspiam secreções ácidas.

Saltara para trás a fim de se esquivar, protegendo-se das raízes grosseiras e cipós que iam se enroscando a tudo o mais. Árvores monstruosas que devastavam a cidade e faziam rachar o asfalto.

Civis corriam em desespero de um lado ao outro, não conseguindo encontrar abrigo, alguns eram feridos e desmaiavam em meio ao campo de batalha. Tudo parecia perdido, até que, inconformada, a caçadora explodira como um vulcão em fúria e todo o seu corpo se apossou de um grau poderoso de energia psíquica.

Em um salto transversal, se aproximou do inimigo.

Enquanto caminhava sobre vergalhões retorcidos, ia dizendo:

— Nesse mundo, não há lugar para sua crueldade, monstro!

A criatura, com seus olhos a zelar por almas aflitas as quais o davam força, voltara-se contra a caçadora e, ao abrir da boca monstruosa, proferira encantamentos.

— Gnar Hatischrahr Gwadhur Trshrar Wasgyr Schravakh!

Edna não o conseguia compreender. A criatura falava em um idioma arcaico, esquecido pelas sociedades atuais de Primal, apesar de um mundo ainda em evolução em sentidos múltiplos.

Um gigantesco besouro pousou ao lado do vilão e, montando sobre o mesmo, lorde Kaos se distanciava da adversária. Parecia interessado em algo que a mulher não conseguia definir. Levantando vôo em sua montaria, se direcionou ao Cristo Redentor, mas, saltando entre troncos e correndo sobre cipós estendidos como fios de aço, a caçadora logo alcançou seu oponente.

Ela trazia em mãos sua lança de poder e, manipulando-a de forma hábil, a fez atravessar uma das faces horrendas da criatura que gritou em manifesto de dor, como um deus caído que, semi-humanizado, passa a desfrutar das mesmas agonias que os mortais. A cidade estava em polvorosa. O que fariam as defesas do Brasil? Não haveria saída? Toda forma de defesa das tropas de elite pareciam estratégias fúteis perante o fantástico acontecimento presente!

Levantando-se sobre o besouro ainda em vôo, lorde Kaos se voltou à caçadora e, saltando em sua direção, dizia:

— Parece que não me ouve! Agora é tarde... Eu já decidi o seu fim!

Manejando sua lança como uma verdadeira amazona, a caçadora disse:

— Só acaba... Quando eu disser que acabou!

E em um pulo dotado de pura habilidade, se unira em face com o inimigo, as armas se esbarrando a faiscar. Os olhos voltados uns aos outros.

— A sua morte será o meu triunfo! — Manifestou-se o lorde com um sorriso duplo, já que agora, somente possuía duas cabeças.

Lançando-o para trás, por impor sua força, a caçadora disse mais:

— NÃO HAVERÁ MAIS MORTES AQUI!

O inimigo, embevecido por violência e ódio, corria sobre os automóveis tomados pelo musgo e fungos avermelhados. A população de civis a acompanhar aquela batalha entre árvores e arbustos. Todos os efeitos de um evento que os jornalistas, com seus microfones e câmeras em punho, julgavam, televisivamente, a matéria do ano. E tudo estava sendo transmitido mundialmente.

Enquanto disputavam pela vida, edifícios se inclinavam em queda sobre a força emanada dos intrusos naquela realidade, “Seres super-poderosos vindos de onde?”, perguntavam-se os repórteres.

O Rio de Janeiro estava um verdadeiro cenário de guerra, com seus edifícios danificados, estradas interditadas pela natureza viva que se contorcia em raízes e criaturas rastejantes como diabólicas serpentes gigantes e outras criaturas.

A cada contínuo golpe em ataques sem fim, a caçadora, com bravura bafejava sua gloria e fazia o vilão recuar. Ela vencia no momento, mas até quando suportaria o peso daquela batalha?

— Volte para o abismo de onde saiu, Leviatã! — Gritava a caçadora.

Ia saltando e colocava sua lança psíquica em riste, vez e outra, se apoiando nela. Sua energia estava no ápice e Edna sabia manipulá-la com a elegância de uma deusa que rege os elementos do céu.

Lorde Kaos defendia-se de cada consecutivo ataque da adversária que parecia possuída por alguma força ancestral. Talvez, guerreiros antigos de sua tribo. Não havia muitos pensamentos em sua mente, ela estava enormemente concentrada. De seus olhos os raios esverdeados já começavam a assumir cores entre o laranja e o vermelho.

Defendendo-se com sua enorme foice óssea, o lorde a girava no ar, como um espadachim que se defende das rajadas de flechas ou balas de um revólver cuja mira é altamente precisa.

IN THE END

— Não pode impedir-me mulher, seu destino já foi traçado pela Grande Mente que nos trouxe até este mundo decadente, de fáceis almas corruptíveis! — Dizia o lorde sorrindo com escárnio como se a batalha já estivesse ganha, enquanto, empregando grande força, empunhava sua assustadora foice.

— Eu faço meu destino, monstro! — Gritara a caçadora.

— E eu proclamarei a sua morte! — Respondera o lorde erguendo a lâmina curva de sua foice pronto a decapitar a mulher que se movia com bravura.

A foice passou rasgando o traje da caçadora bem rente a perna e um fio de sangue escorreu até seu tornozelo. Ia pingando enquanto ela se movia com destreza; sua habilidade em mover-se era assustadora. Uma verdadeira felina em seus golpes e estratégias. Não era a toa que se destacava na arte da caça em Primal, seu mundo de origem, juntamente de lorde Kaos.

Com gritos recorrentes, como uma adepta de Baco que faz emanar das cordas vocais seu poderoso evoé, a guerreira se adaptava ao inimigo, com enorme precisão estudava seus ataques e os repelia para ódio do adversário.

A multidão de civis gritava, amedrontados com o que tinham diante de seus olhos, não era um fato a que pudessem crer com facilidade! Logo, relacionaram a mulher com a heroína salvadora, o Jesus Cristo encarnado em pele feminina, vinda dos céus a salvar a humanidade do ataque inesperado da criatura horrenda a qual, biblicamente, compararam com os flagelos e suas descrições apavorantes, Apocalipse e outros simbolismos do cristianismo.

Ao erguer de uma das mãos, como evocando a terra e seus enigmas milenares, lorde Kaos trouxe à tona uma legião de cipós espinhosos, cuja vida própria era racional, porém, não falavam, mas, o raciocínio com o qual se moviam sobre todas as coisas e o intento que era a caçadora, os fazia superiores em meio à selva brotada sobre a cidade e sua exuberância que vinha sendo abafada por cada centímetro de musgo crescente.

Entre a multidão de civis a correr desesperados, Edna, em uma breve observação, enxergou dois outros homens com dons nada comuns. Não pareciam deuses, mas também não eram mortais. Eles se teletransportavam naquilo que parecia um suposto confronto. Foi então, que pensou: “Não estou sozinha neste plano! Há outros em batalha contra distintos opressores!”.

Voltando àquela realidade, defendendo-se e atacando lorde Kaos ao passo que as plantas inteligentes se arrastavam em sua direção ao destruir tudo por onde passavam, desde carros, edifícios, estabelecimentos, enquanto decepavam seres humanos ao meio sem poupar crianças ou idosos, a caçadora dera-se com grande telão televisivo suspenso no alto de um prédio e nele, a reportagem sobre vampiros em um lugar daquele mundo chamado Acre.

A caçadora, entre um relâmpago e outro de sua mente, pensava:

“Nós, os achados “heróis”, por esta gente com idioma estranho, somos muitos neste mundo, mas... Que criatura maligna nos trouxe para cá, nos testando, como insetos presos em uma caixa?”.

As forças armadas não conseguiam causar efeitos com suas bombas, pois alguma força maior, além daqueles estranhos e poderosos guerreiros intrusos naquela nação, talvez saltados de mundos desconhecidos, os privava de ataques, os envolvendo por algum campo de força muito poderoso que atuava ao redor e era invisível.

— Deve desistir agora mulher irracional. — Disse o inimigo, seus olhos brilhavam como dois faróis do demônio.

— Uma filha da fé jamais pensa em desistência! — Defendera-se Edna.

— Então creio já estar morta, como seu Deus miserável! — Lorde Kaos esquivara-se dos contínuos ataques da feroz caçadora que esbravejava ao passo que mais e mais ia avançando a fazer o vilão aproximar-se daquilo que seria uma queda livre.

Quando estava encurralado entre a caçadora feroz e a beira do caminho bem no alto de um edifício, uma gigantesca flor carnívora o amparara e a heroína, se vendo distanciada saltara sobre mesma flor, a dar continuidade à batalha. Íngreme, o piso forrado por pólen era instável, e como podia, a mulher se mantinha de pé.

No alto do Corcovado, ouvia-se, ainda que ao longe, pessoas gritando, estavam presas no local por uma grande rocha que se deslocara para o caminho, única via existida. Edna agora sabendo não mais só como benfeitora naquele mundo tinha esperanças em salvar quantas vidas inocentes pudesse, mas, seu foco atual era tão poderoso que, se se deslocasse dali, poderia mesmo ter o fim que ansiava o inimigo.

A flor gigante se deslocava pelo alto da cidade, arrastada pelo fluxo de cipós enlouquecidos, furiosos, como coisas simbióticas que assumem caótica vontade própria a germinar, em disparo para todos os lados.

A visão da caçadora era como a de uma águia.

Enquanto defendia-se e atacava, ia traçando estratégias ao longo do caminho. E tudo, todo objeto, poderia ser convertido em uma suposta fuga, meio de defesa ou arma de combate. Suas adagas psíquicas, em alta freqüência com o seu espírito, disparavam rajadas sônicas ao redor do vilão, o que o fazia não mais duvidar das capacidades de sua oponente. Agora, convencido de que tinha uma adversária a sua altura, partira para cima da mesma, com sua foice a cortar o vento, vezes ou outra, passando bem próxima do ventre da mulher. Aquela foice fedia a morte!

De repente, uma queda inesperada!

E ambos foram arremessados de onde estavam diretamente para o chão, antes, amortecidos por troncos sólidos, folhas espaçosas e cipós que moviam-se desordenados em todos os lados, dentro e fora das lojas de grife, bares, restaurantes, bancos, postos de gasolina, causando aqui e ali explosões irreparáveis no momento.

Vendo-se com sorte, enquanto ainda em queda vinha saltando com maestria sobre os troncos das árvores à direção do lorde que caía, a caçadora alcançara primeiro o chão e fazendo crescer psiquicamente suas adagas, as transformou em um grande porrete e, levando-o para trás ainda que em punhos, rebatera, como se faz com uma bola de basebol, o inimigo em direção à incontrolável explosão de gás que entre o azul e o laranja, se espalhava pelo posto de gasolina a explodir mais e mais.

Não havendo como se defender, o lorde apenas gritara em manifesto, como um demônio que não deseja retornar ao inferno e lá permanecer por mais mil anos de dor, se contorcendo em fogo e nas ações de sua maldade fluida de desejos incontroláveis.

Caída, esgotada, sobre o asfalto cheio de erosões, rachado, manchado de sangue inocente e cadáveres sem fim, uma legião de membros decepados, a heroína se encontrava, de joelhos, os cabelos azulados a tapar o rosto que chorava. Lágrimas escorriam de seus olhos verdes por onde o poder começava a se extinguir. Chamas que iam se apagando, e então, seu maior presente:

A caçadora, levantando-se, deu-se com uma legião de humanos ao seu redor, pessoas emocionadas que a aplaudiam, ovacionando-a com gritos de “Viva a redentora!”, e frases semelhantes. Um sorriso, apesar de não compreender o idioma que a saudava, brotou em seu rosto exausto e ferido pela batalha. Sim, o inimigo havia sido derrotado. Uma grande batalha chegou ao seu fim e ali estava a caçadora, como sempre esteve, de pé! Seu corpo tomado por suor, banhado pela bravura, era a prova viva de seu triunfo e antes que fosse teletransportada de volta para o seu mundo de origem, por um mesmo portal que se abrira idêntico ao primeiro, dissera ela em seu idioma, com um grito que fez despertar na legião de humanos à sua volta, ainda mais euforia e esperança:

— Wahathaar!* (Ela gritava: Liberdade!).

Com o abatimento do inimigo, a selva crescida sobre a cidade rapidamente murchara e desapareceu tão rápido quanto o momento que surgira. Logo, o portal a levara de volta para Primal, onde, deslocando-a do acontecimento anterior quando a levara para o planeta Terra, deixara-a próxima dos seus, bem à entrada de sua tribo.


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Notas finais do capítulo

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