Correndo atrás! escrita por Mel


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Voltei gente!!!! Desculpem a demora, sério!! Bom, esse é o penúltimo capítulo e eu vou fazer de tudo para trazer o último o mais rápido possível.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514362/chapter/16

 

 


— Pepper!— me ajoelho diante dela que tenta falar algo, mas não consegue e pisca lentamente pra mim.- Shii, não fala nada, querida. EU PRECISO DE AJUDA!— eu grito e puxo-a para que fique sobre minhas pernas.- Por favor, meu amor, não me deixa.— peço acariciando seu rosto que está ficando cada vez mais pálido pelo o sangue que se esvai a cada segundo.
Tony...— ela me chama, mas ela não consegue falar mais nada só luta para manter os olhos abertos
Tô aqui, amor. A ajuda tá vindo, Pep.— ela puxa o ar com dificuldade e seus olhos marejados focam nos meus.
Minha famí...
Sua família está bem, Pepper, agora por favor pare de falar, tá bem?— eu peço desesperado enquanto pressiono seus ferimentos.
Não... quero ir.
Você não vai, eu não vou deixar você ir.— eu digo e a beijo na esperança de que assim ela tenha mais tempo.
Obrigado.
Pelo quê?— pergunto sentindo um medo que nunca senti antes me dominar.
Por tudo.— ela me responde e mais uma vez puxa o ar, tento fazer com o que ela se cale pedindo mais uma vez para que ela não fale, mas ela reluta o meu pedido de silêncio com um lento aceno negativo.- Amo você e os nossos filhos.— seus olhos tremulam e mesmo tendo o que se parece ser um sorriso em seus lábios vejo uma lágrima cair e aos poucos seus olhos fecharem.
Não, não, não, não. Pepper, você não pode fazer isso comigo.— eu digo desesperado e a sacolejando um pouco.- Por favor, amor, você precisa lutar, as crianças precisam de você, eu preciso de você, por favor não nos deixe.— imploro vendo-a ir em meus braços.

Pessoas chegam perto de nós e a tiram do meu colo ao mesmo tempo que me puxam, me dou conta de que é Sebastian que só me solta para que eu possa entrar na ambulância.

A ambulância em que estamos para, as portas são abertas e os paramédicos e enfermeiros a tiram, a colocam em uma maca e eu agarro sua mão que fica mais gelada a cada segundo, eu acompanho os passos apertados das pessoas que empurram a maca e tento passar pela a porta dupla daquele extenso corredor, mas sou impedido por uma enfermeira.

O senhor não pode passar.— disse ela pondo as mãos em meu peito.
O quê? Eu não vou deixá-la sozinha!
Eu sei que não quer, mas precisa. Senhor, a sua...— ela se interrompe.
Namorada, ela é minha namorada.
Sua namorada está em boas mãos e eles irão fazer de tudo para salvá-la.— ela atravessa a porta dupla e eu soco a parede.
Tony.— Sebastian põe a mão sobre meu ombro e o aperta.
Eu deveria ter trancado aquela torre e não ter deixado ninguém entrar ou sair.
Conhecendo a morango como eu conheço ela iria dar um jeito de sair.
Os pais dela...
Eles estão vindo. É melhor você ir no banheiro se limpar um pouco enquanto eu vou preencher a ficha dela.
Sabe dizer onde fica o banheiro?
Voltando pelo o corredor, segunda porta a esquerda.— nós voltamos pelo o corredor, mas seguimos caminhos diferentes enquanto eu caminhava encontrei com algumas pessoas e elas sempre ficavam me olhando, entrei no banheiro e vi no espelho todo o sangue que estava na minha camisa e nas minha mãos e braços, me limpei, joguei água no meu rosto, na minha cabeça e depois saí, voltei ao corredor e ao invés de sentar na cadeira eu preferi me encostar na parede e me agachar, apoiei minhas mãos em minha cabeça e revivi mentalmente tudo o que aconteceu várias e várias vezes.
Não pensei que passaria por isso de novo.— a voz de Sebastian me faz levantar a cabeça e eu o vejo passando as costas de suas mãos em seus olhos.
Essa não vai ter o mesmo fim.— digo tentando ter toda a convicção do mundo.
Não, não vai.
Anthony!— a mãe dela me chama e eu me levanto em um sobressalto, a família dela olha pra mim e depois focam na minha camisa que justo hoje era branca.- Oh, meu Deus!— os pais dela se abraçam e os irmãos permanecem me olhando.
Tony.— Rhodes é quem me chama agora e eu desvio o olhar da família de Pepper para ele.- Como ela está?
Eu não sei, levaram ela lá pra dentro e não me deixaram entrar. As crianças, onde estão?
Ficaram na torre com a mulher do Ethan.— nós ouvimos passos duros no corredor e vemos alguns homens que nunca vi andarem juntamente com o prefeito.
Exigi que todos os policiais de Chicago esquecessem do seus antigos afazeres e fossem atrás desses bandidos, seja lá onde estiverem vão ser encontrados!— disse o prefeito após o longo abraço que deu nos pais dela.
Eu tenho que fazer alguma coisa, Rhodes, não posso ficar aqui parado.
Tudo o que pode ser feito já está sendo feito, Tony.— Sebastian responde.
Não por mim.
Então tome.— ele diz jogando a chave para mim.- Sua carona foi uma ambulância e o seu... ham... veículo ficou no tribunal.
Qualquer notícia...
Pode deixar, eu aviso.— ele completa e eu lhes dou as costas para ir embora.

Eu sabia que seria um pouco complicado investigar tudo isso se eu fosse esperar pelos métodos normais, por isso todas as informações que Jarvis e eu conseguíamos repassávamos ao Hank e a polícia de Chicago, nós descobrimos que o telefone do escritório da promotoria estava grampeado e que foi graças a isso que eles ficaram sabendo que eu ia voltar para LA e por isso o ataque a casa dela, mas o que eles não esperavam era que eu tivesse mudado de ideia no último segundo e ficado.

Uma das coisas mais sábias que fiz foi tê-lo hackeado, depois que eu vazei todos aqueles arquivos que uma pessoa esperta não a manteria em um computador e zerei algumas de suas contas tudo ficou mais fácil, não tinha gente importante de Chicago que pudesse acobertá-lo agora que tudo estava sob domínio público e em pouco tempo ficou comprovado a participação desse cara no atentado contra todos os Potts, porém, o atentado que levou Pepper ao hospital foi orquestrado pela gangue do filho bastardo dele que queria provar seu valor.

Você vai voltar pra lá?— me perguntou Michelle quando me viu chegar na sala.
Vou.
Papai, tão falando que a mamãe tá dodói.— Alie disse olhando pra mim e Nick chegou junto dela com aquela cara de que iria me encher de perguntas.
Às vezes a tevê mente, coelhinha, a mamãe tá bem e trabalhando.— menti idealizando o que eu queria.- O papai também precisa trabalhar e eu preciso que vocês fiquem com a tia Michele e o primo Connor, tá bem?— eles assentiram.- A obedeçam.— ordeno e eles me abraçam.
Papai, traz sorvete.— Nick pede e eu rio.
Trago.
Um pote bem grandão?
Um pote bem grandão.— eu reforço e ele sorri amplamente, dou um beijo em cada um e prometendo a Michele que daria notícia parti de volta ao hospital.

A entrada no hospital foi conturbada devido aos repórteres que ali estavam, quando cheguei onde a família dela estava todos olharam para mim, mas nenhum de nós foi capaz de dizer nada um para o outro Rhodes foi quem chegou junto e me deu um abraço e eu me juntei numa espera que já durava muita horas, depois de sei lá quanto tempo o médico aparece ainda trajando sua roupa do centro cirúrgico e nós todos nos aproximamos tensos.

A cirurgia correu bem.— ele falou e todos nós respiramos aliviados.- Mas, infelizmente...— aquelas palavras fizeram o meu coração acelerar e quando eu ouvi sua explicação e ele finalizar dizendo "ela nos deixou" senti ele quase saltar do meu peito, em um segundo eu vi tudo o que vivi com ela e sumir da minha frente como uma miragem, não, eu não podia ter perdido ela, não podia ter perdido a minha Pepper.


...


Ainda não é a hora, Ginny.- essa fala me fez acordar em um sobressalto, olhei em volta e vi Tony aqui do meu lado deitado de bruços na cama e eu respirei fundo, foi só um sonho, repito pra mim e saio da cama, vou ao banheiro e lavo o rosto inúmeras vezes na tentativa de, sei lá, tirar isso da minha mente, não é a primeira vez que sonho com a esposa do Hank me dizendo que não é a hora, no entanto, eu nunca contei a ninguém assim como também nunca contei que enquanto estava inconsciente eu realmente vi a minha vida diante dos meus olhos, não acho que vão acreditar em mim penso até que vão me achar meio louca por isso guardei essa "experiência" só para mim.

Eu saí do quarto silenciosamente e levando comigo apenas um cobertor, eu desci para a sala da casa do Tony... da nossa casa, mas não fiquei lá por muito tempo, vaguei pela casa pensando em tantas coisas e terminei indo parar na varanda, o dia já estava chegando, ainda estava um pouco escuro, mas a claridade começava a predominar, fechei os olhos e respirei fundo, é, mais um dia de vida, mais um dia da minha nova vida.

Um beijo pelos seus pensamentos.— Tony me diz e eu abro os olhos e sorrio, ele se posiciona do meu lado com cara de sono e todo encolhido por conta do frio, eu estendo um dos meus braços pra que se esquente comigo no cobertor, mas ele fecha meu braço vem pra trás de mim e se enfia no cobertor, no meio do caminho ele ainda da uma mordida no meu bumbum, mas vai subindo e me abraça, cheguei a pensar que nunca mais sentiria o abraço dele e nem de mais ninguém.
Por que se levantou tão cedo?
Você roubou minha pergunta, mas te respondendo foi por que eu levantei pra ir ao banheiro e quando me deitei de novo não te encontrei na cama e você?
Acordei e perdi o sono.
Vamos saudar ao sol?
Tô pensando.— eu retruco e ele ri, nós ficamos em silêncio aos poucos os primeiros raios de sol nos atinge e eu fecho os olhos para sentir a brisa que vinha do mar e aquele calor aconchegante que eu estava recebendo.
Quer bater palmas?— ele pergunta e minha resposta é um sorriso, eu não quero falar eu só quero aproveitar o momento e por isso me envolvo ainda mais nos braços que me rodeia.- Que foi, Pepper?
Nada.
Mais uma vez, o que foi, Pepper?
Eu tava pensando.
Pensando em quê?
Hoje faz um ano, Tony, e eu me peguei pensando em como as coisas estariam se eu tivesse morrido.
Não tem pra quê pensar nisso, Pepper.
Foi inevitável.— eu me justifico e ele não me diz nada.- Acho que quem menos ia sentir era você.
Como assim?— ele pergunta tirando seus braços de meu corpo e me virando para olhar pra ele.- Por que você acha que eu seria o que menos ia sentir?
Ah, Tony, por que você é você.
E o que isso quer dizer?
Nada, deixa.
Não, eu quero saber. O que quer dizer eu ser eu?
Você não é homem de se importar com muitas coisas, Tony, e se importar com algo assim não faz muito seu feitio, se eu tivesse morrido talvez você tivesse ficado triste por um dia ou uma semana, mas logo estaria bem por que você é Tony Stark e não ia deixar de estar curtindo festas com as mais belas mulheres pra tá chorando por mim, fora que eu tenho certeza que você nem iria lembrar da data da minha morte, quer dizer, você sempre foi péssimo com datas ainda mais com aquelas que não tinham relevância então se você esquecia meu aniversário quando eu tava viva não seria do meu aniversário de morte que você ia lembrar... Eu só ia ser mais uma lembrança que só ia aparecer na sua cabeça quando você visse o Nick ou a Alie.— eu digo fingindo não me importar e sorrio.
É isso o que você pensa? É nisso que você acha que se resume pra mim?— ele me pergunta sério.- Eu venho pensando na data de hoje desde quando esse mês começou, eu queria fazer qualquer coisa para que você não lembrasse desse dia por que eu consequentemente também não queria lembrar, eu não queria ter de reviver você morrendo nos meus braços e a sua tentativa de despedida, eu não queria ter de reviver todo o medo de te perder, mas eu revivi, desde o começo do mês que eu venho revivendo e então me dei conta de que aquele seu temor de que algo semelhante ao que aconteceu a família do Hank acontecesse com as crianças e o resto da sua família se tornou o meu temor para com você e as crianças, meu maior medo é perder vocês.
Tony...
Sabe por que eu acordei, de verdade? Foi por que eu sonhei que você tinha morrido e se no sonho eu não estava feliz acho que na vida real eu também não estaria, mas eu acho que é melhor eu voltar pra cama e ir dormir talvez assim eu consiga sonhar de novo e dessa vez estar em Ibiza, aproveitando uma festa e tendo comigo as mais belas mulheres para me satisfazer.— ele rebate e volta pra dentro de casa, eu quis segui-lo, mas tudo que fiz foi ficar parada tentando entender o que houve, eu sempre tive comigo que ele se orgulhava desse lado dele que não liga pra nada e nem pra ninguém e foi justamente por isso que falei sem medir palavras, não demorou para que eu ouvisse o som da sua armadura e visse o rastro que ela deixou no céu, se aquilo não fosse um chamado para alguma missão e seria muita coincidência se fosse, ele saiu por que se chateou, eu ainda tentei contato com ele através de Jarvis, mas ele mandou dizer que estava ocupado em uma missão e por isso eu não insisti, pouco a pouco o tempo foi passando, as crianças se acordaram tão elétricas como de costume, tomamos café da manhã juntos, as banhei, brincamos, fiz questão de mantê-los perto de mim o tempo todo e pouco antes da hora do almoço chegar minha família apareceu, ganhei de todos um forte abraço até do pequeno Connor ganhei um abraço e isso despertou o ciúme do Nick que correu para mim, é, tá aí mais uma coisa em que ele e Tony são iguais.
Como é que você está, minha filha?
Tô bem, mãe.
Estamos sentindo saudades de vocês.
Nós também, eles vivem pedindo pra ir pra casa do vovô e da vovó, vocês deveriam vir pra cá.
Nós vamos.
Sério?— pergunto animada e eles confirmam com um aceno e os abraço.
Acho que Chicago já nos deu o que tinha de dar.— meu pai diz.- Até relutei junto com sua mãe pra continuar lá, mas seus irmãos nos convenceram que era hora de mudar de ares.
A demora será só o seu pai ajeitar as coisas na empresa.
Acho que dentro de 3 meses nós estamos vindo morar em Los Angeles.
Vovô, brincar.
Vocês querem brincar?— eles assentiram alegremente e papai se levantou.- Então vamos lá fora brincar.— meu pai saiu animado e carregando do jeito que deu os três netos e sendo seguido por Ethan.
Cadê o egocêntrico de cavanhaque que você chama de marido?— Cassie questiona em tom brincalhão fazendo a minha mãe sorrir com a definição, mas o que eu penso mesmo é na palavra marido, nem no mais fantasioso pensamento eu imaginei que me casaria com Tony, quando ele me pediu em casamento eu não hesitei em aceitar, eu não queria saber de pensar e de tentar prevê o que aconteceria no futuro por isso entrei de vez nessa nova etapa da nossa relação, nós casamos no civil em uma cerimônia realizada na casa dos meus pais foi algo bem simples, mas não menos especial.
É, mesmo, cadê o Tony?— Ash pergunta e eu desperto das minhas lembranças no exato momento em que estava visualizando Nick e Alie trazendo as alianças para nós.
Está em missão.— eu respondo e sem querer entrego na expressão que algo aconteceu entre nós.
O que aconteceu?
Tiveram uma DR?
Sei lá.— eu falei bufando.- Acho que ele se chateou por conta de uma coisa que eu falei.
E o que você disse pra deixá-lo chateado?— mamãe questiona.
Antes de contar deixe eu elencar que vocês estão avançando no relacionamento já que geralmente é o contrário.
Já acabou sua observação, Ash?— ela assente animadamente e Cassie revira os olhos. Eu lhes contei tudo o que disse a ele sem mudar uma virgula e o que me surpreendeu foi minha mãe sair em defesa dele.- Eu não acredito que ouvi a senhora o defendendo.
Dai a César o que é de César, Virginia. Eu ainda tenho os meus receios a respeito desse relacionamento de vocês, mas minha filha você precisava ter visto ele quando...— minha mãe engoliu as palavras e me olhou emocionada.- Foi o pior momento da minha vida e vi nos olhos dele que foi um dos piores pra ele também, certamente em um momento da vida ele seguiria em frente, mas não trataria com tão pouco caso a sua... sua morte.
Eu não sei por que, mas eu não consigo imaginar ele chorando por mim, não seria o Tony que todo mundo conhece.
Nem sempre o que a gente mostra na rua é o que somos em casa, meu bem. Você conhece ele melhor que qualquer um aqui até mesmo que o Jim e sabe das artimanhas que o Anthony tem pra se blindar, é, e tá certo eu até reconheço que você pode ter razão, que ele reagiria dessa forma para que os outros vissem que ele não se abala com qualquer coisa que seja, mas pensando nesse Tony, nesse que fica na sua frente sem literalmente armadura alguma, em casa, sozinho, como é que ele ficaria?
Arrasado.— a palavra sai e fico fitando o chão da sala.
Eu sei que eu sou ''nova" na família, mas se nota de longe o que ele sente por você.— Michele diz e eu fico pensando no que disse mais cedo.
Nunca pensei que daria o braço a torcer, mas Jim tem razão ele realmente se importa com você mais do que com ele mesmo.
E nós tivemos a certeza disso no dia em que atentaram contra as nossas vidas e ele brigou com você pra que você não fosse naquele tribunal.— me arrependo até hoje pela decisão que tomei, não por mim, mas por eles eu não queria que minha família tivesse passado por um tormento desse.
Me desculpem.
Pelo quê, filha?
Por ter feito vocês passarem por isso só por que eu queria me mostrar forte e destemida.— minha mãe se levanta e me abraça e depois as minhas irmãs fazem o mesmo também.- Me desculpem.
Já passou, meu bem, apesar do medo você está aqui e isso é o que importa.— ela diz beijando o topo da minha cabeça.- Que tal irmos lá pra fora? Acredito que aquelas três pecinhas estejam acabando com seu pai e seu irmão.— nós rimos e fomos lá pra fora só pra ver que mamãe tinha razão papai e Ethan não estavam conseguindo acompanhar o pique das crianças principalmente de Nick e Alie que fizeram meu irmão entrar na piscina só pra ficar com eles.

Minha família ficou conosco até o fim da tarde, com beijos e mais abraços apertados nós nos despedimos e eu voltei a ficar só com os meus pequenos que a todo momento me perguntavam pelo pai, eu os enrolei como pude e pouco tempo depois deles pegarem no sono Tony chegou, porém, não da mesma forma como saiu, quando Jarvis me avisou que ele tinha chego eu rapidamente desci para oficina e quando ele saiu de seu traje que estava um pouco avariado vi em seu rosto algumas escoriações.

A missão se complicou?— pergunto na esperança que ele me responda e pelo jeito que me olhou não parece mais estar chateado.
Saiu um pouco do meu controle, mas logo estabilizei as coisas.
Passou o dia todo nessa missão?
Não, Pep, me envolvi em outras também. E as crianças?
Estão dormindo. Vem, eu vou limpar isso.— falo estendendo a mão pra ele que a pega, nós subimos de mãos dada o sentei na cama e como disse limpei seus ferimentos, ele reclamou um pouco aqui e ali, mas assim que terminei ele foi tomar banho e eu fiquei a sua espera só que Tony tem um problema pra ele banho é um dia no clube, ou seja, demora, assim como fiz de manhã também perambulei, mas dessa vez pelo quarto e parei de frente ao espelho, respirei fundo, abri os botões da camisa dele que eu estava usando e pela primeira vez me detive a olhar as marcas que ficaram e que eu tanto lutava para ignorá-las, 2 tiros foi isso que recebi, um em meu peito centímetros acima do meu coração e outro um pouco abaixo do estreito vão entre meus seios, 2 tiros que quando penso ainda me fazem sentir as balas rasgando e queimando a minha pele e a dor.
Pepper!— a mão dele sobre meu ombro me faz despertar e estremecer, através do reflexo acompanho seu olhar que está vidrado nas marcas que eu estava olhando segundos atrás, vejo ele se perder e assumir um semblante infeliz e por isso me viro e o beijo.
Não duvido da importância que eu tenho pra você, Tony, só pensei daquela forma por que acho que na minha cabeça seria melhor pra mim saber que você não ia sofrer e se um dia acontecer eu não quero que você sofra, mas enquanto estou aqui só quero que não me deixe ir.
Nunca.— ele responde me tomando em um beijo avassalador.

Eu o tenho sobre mim igualmente ofegante e com o coração acelerado, nossos corpos já tinham dado suas respostas por nossos atos e agora ele estava com a testa sobre meu peito exalando sua respiração quente sobre minha pele me fazendo arrepiar, ele deslizou ponta de seu nariz para baixo, beijou uma das minhas marcas e o apertei ainda mais no abraço que lhe dava.

Uma marca tão pequena pode causar tanto estrago, não é? Por anos eu construí armas e nem me importei em como elas eram usadas, tudo o que eu queria era mostrar o meu poder bélico e ter o meu lucro, eu não fazia ideia do quanto eu ia me arrepender por isso depois.— ele diz com a voz um pouco abafada por ainda estar com a cabeça sobre meu peito e eu fico confusa.
O que isso tem a ver a gente, amor?— eu pergunto e ele levanta a cabeça.
A arma do atirador era minha.— ele me diz levantando-se de cima de mim e se sentando ao meu lado que estava um pouco atônita com a informação.- Eu não sei se ele a usou por que quis, por que sabia que eu ia saber ou se foi uma ironia da vida, mas ela era minha. Imagina o meu terror quando eu soube que a arma usada era minha e qual era.
O que essa arma tem demais?— eu pergunto subindo o corpo para também me sentar.
Não é ela em si e sim a capacidade da bala que pode ser usada nela, se ele tivesse usado as balas que eu projetei você não ia sobreviver.— ele me diz com um tom melancólico e eu prontamente rolo, passo a perna por cima dele e me sento em seu colo.- E você morreu, Pepper, por pouco tempo, mas morreu.
O quê?!— pergunto espantada.
Nós não quisemos lhe dizer pra que você não ficasse pensando nisso, mas depois que a cirurgia acabou você apresentou uma complicação e mesmo com todas as tentativas de ressuscitação você não voltou e declararam a sua morte, quando o médico falou que você tinha ido eu só consegui pensar que não podia ter te perdido, eu não podia.— ele diz socando a cama e a única coisa que eu sabia fazer era piscar os olhos repetidamente.- Eu perdi a noção de tudo não aceitando que tinha te perdido e saí dali, na minha cabeça se passou a ideia de que se eu saísse isso não teria acontecido e eu estava andando por algum corredor quando topei com Hank que me falou sobre a arma, até hoje eu não sei o que eu senti quando eu ouvi aquilo, mas foi ali que eu desabei, eu chorei ao ponto de soluçar, você havia morrido por uma arma que eu havia criado, nenhum castigo poderia se igualar a esse.
Como você descobriu que eu voltei?
Asheley me encontrou e me contou, mais uma vez eu não soube o que pensar a única coisa que eu fiz foi correr para a sala que há pouco eu tinha abandonado.
E como eu voltei?
Os médicos disseram que você teve a síndrome de Lázaro.
Lázaro, como Lázaro da bíblia?— ele assentiu.
Eles nos disseram que essa é uma síndrome não muito explicada e que existem várias teorias para que a aconteça, mas que nunca haviam presenciado uma, depois que você de fato se estabilizou nossa preocupação passou a ser se você teria sequelas quando acordasse, mas logo que eu te vi abrir os olhos eu percebi que você seria como sempre foi. Fui do céu ao inferno e ao céu de novo em minutos, Pepper, e eu não quero nunca mais passar por isso.— eu o abracei apertado e ele me apertou de volta, eu não o faria passar por isso, eu não faria minha família passar por isso outra vez, nós voltamos a nos deitar e permaneci abraçada ao corpo dele e pouco antes de dormir agradeci.
Obrigada por me acordar, jujuba.— murmurei baixinho e me deixei entregar ao sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Correndo atrás!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.