O Diário de Wakai escrita por Elvis


Capítulo 2
Dia vinte e cinco de fevereiro do ano 2000




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Hoje eu estou pensativo, acordei novamente com o Poyo pulando em cima de mim, o céu estava normal e parecia um dia de verão real, isto é, era quente, estava amanhecendo, tudo como manda o figurino. Não briguei com a cama e levantei rápido, tomei meu café e o Poyo ficou no meu ombro. Já desisti de pedir para ele não me seguir até a escola, então resolvi deixa-lo em meu ombro, se a professora reclamasse eu daria um jeito.

Durante a aula de Geografia estávamos ouvindo a professora falar que os acontecimentos recentes eram derivados de problemas no eixo gravitacional da terra e dos campos magnéticos, e que por isso os aparelhos eletrônicos eram amplamente afetados, então melhor eu ficar ligado por que pode cair na prova isso.

No intervalo o André não prava de encher, o desgraçado sempre tira com meu olho, não tenho nome? por que é sempre olhinho? por acaso me chamo japa? não sei Karate mas tenho vontade de aprender pra poder dar umas boas bifas nesse infeliz, pelo visto o poyo não gostou dele também.

O fato do dia está na volta da escola, foi algo estranho pra caramba, primeiro tinha uma aurora boreal no céu, eu estava caminhando olhando pra ela e tropecei em uma pedra, ia cair de cara no chão, então meu celular que não é celular começou a brilhar e o poyo cresceu do nada ficou com 4 patas meio rosa e com um orelhão, quando eu ia bater a cabeça ele jogou uma bolha e ela estourou perto da minha cabeça, evitando a pancada forte. então ele FALOU (sim, falou):

– Doeu wakai?

nem tinha me dado conta, eu simplesmente disse que estava tudo bem, não tinha nenhum problema, ai parei e meu cérebro fez tic tac, olhei pra ele e disse:

– VOCÊ FALA!? Como você faz isso?

Ele disse:

– Não sei, eu sempre vi você falando então falei também, só isso.

Ele voltou pra meu ombro e falou pra irmos para casa por que tinha fome, chegamos e ele comeu pra caramba, a mãe me olhava e olhava pra ele, e me olhava de novo, até que virou os olhos e desistiu de falar seja la o que ia dizer.

Ao entrar em meu quarto resolvi falar com o Poyo, mas antes eu averiguei o meu celular, eu tinha um 2280 quase novo que por alguma razão virou uma espécie de cronometro maluco de formato em cruz sem fundamento nenhum, só quero ver quando minha mãe descobrir que meu celular virou isso.

Voltando a conversa com o Poyo, lhe perguntei o que aconteceu, mas ele me disse que não entendia também, que ele simplesmente havia digivolvido. Eu não sabia o que era essa palavra então perguntei de novo:

– Certo Poyo, mas o que é digivolver?

No que ele me disse:

– Nem eu sei direito, só sei que quando um digimon muda de forma ele digivolve, e eu precisava te proteger, ai eu digivolvi graças a você.

Eu fiquei meio cabreiro então mostrei meu "celular" pra ele, e disse:

– Poyo, você sabe o que é isso?

e novamente me respondeu:

–Isso é seu digivice, se não fosse por ele eu não teria digivolvido, mas agora eu to com sono Wakai, eu vou dormir.

Poyo tinha se enrolado nos cobertores da minha cama, mas eu não podia ficar parado, queria descobrir o que era um "Digimon", de onde ele vem e tudo mais, liguei meu computador e comecei a pesquisar, EU FIQUEI APAVORADO, tinha muita gente que perguntava a mesma coisa, várias fotos postadas em fóruns com criaturas estranhas, tinha 2 parecidas com o poyo agora, todos diziam que eles se denominavam Digimon e que celulares ou relógios tinha virado digivices.

Fiquei aliviado pois não era somente eu que estava com esse problema, mas também preocupado pois todas as pessoas que postavam coisas não entendiam nada, o mais incrível é que pesquisei em inglês e espanhol e não era só no Brasil, em todas as partes do mundo isso acontecia com algumas crianças, tinha até gente mais velha de 20 e 30 anos que postava coisas sobre o assunto, quando deu 4h da tarde o poyo acordou, eu dei um pouco de bolo de cenoura que a mãe fez pra ele.

Saímos para caminhar, era de tarde mas estava ficando escuro, e eu vi um bicho que batia com a descrição de um cara do fórum, era verde, tipo uma gosma meio lesma, o cara tinha dito que essa criatura perturbava ele todo o dia, eu olhei pra o Poyo no meu ombro e disse "PEGA POYO".

Ele foi rápido, muito rápido, a gosma verde nem viu direito o poyo e levou uma bolha na fuça, então me aproximei e tentei falar com a coisa dizendo "ei digimon, de onde você veio?" novamente fui salvo pelo poyo pois um tolete de coco veio voando pro meu lado e ele acertou uma bolha no tolete desviando da minha cara.

A gosma verde fugiu rápido, pulou pra um boeiro e desapareceu. Poyo voltou para meu ombro e demos mais uma volta na pela rua, comprei um churros pra mim e outro pra ele, e fomos pra casa comendo, chegamos as 6 horas. Liguei o computador e acessei o fórum quando vi um relato impressionante.

Li em voz alta para o poyo, o relato contava sobre um cactus gigante com vida no meio de uma cidade, acho que no Goias, ele estava destruindo tudo, e o relator tinha um digimon que se auto denominava Elecmon, ele disse que o digivice dele tinha brilhado e o Elecmon virou um homem leão que parou o cactus, nisso uma espécie de luz surgiu do céu e o cactus simplesmente desapareceu, o Elecmon voltou a ser o que era e ele estava até agora sem entender nada.

Poyo me falou que o Elecmon digivolveu para Leomon, e que o nome do Cactus era Togemon, ele deveria estar com fome e saiu destruindo tudo, se não fosse pelo digivice o Elecmon não teria digivolvido para ajudar seu amigo. Eu perguntei pra Poyo se ele tinha um nome desses também, ele respondeu que o seu nome era Tokomon mas que antes era Poyomon. Ainda assim vou continuar a chamar ele de poyo.

Depois de tudo isso agora é hora de dormir, quero só ver o que vai acontecer amanhã, continuo pensativo pra caramba, o que será que o Poyo vai virar? Sera que vai virar um leão gigante também? O negócio é dormir e esperar.


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