Meu Melhor Amigo escrita por Jake J


Capítulo 13
Por quanto tempo eu vou te amar?


Notas iniciais do capítulo

Olá, people. Eu voltei, rsrs E acho que agora para ficar. Não sei quem ainda está acompanhando essa história, ma aos meus antigos leitores, espero que voltem. O capítulo não ficou do tamanho que eu queria, mas tive que cortar no meio para ficar o suspense no final rsrs Espero que gostem,



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Minhas mãos tremem e meus pés não conseguem ficar parados. Tento me acalmar assim que o ônibus se aproxima do meu ponto de destino, mas não consigo. Ao levantar, minhas pernas fraquejam e quase caio, mas consigo me segurar. Saio do ônibus e vou aos tropeços até o hospital.

Cada passo parece fazer meu coração acelerar e eu tinha sensação de nem estar saindo do lugar. O fato de eu saber da morte de Lucas tão repentinamente só fez com que a notícia me consumisse lentamente, eu ainda tentava acreditar nas palavras do meu pai. Pensava que poderia chegar até o quarto dele e vê-lo sorrir assim como ele fazia sempre que me via, iria abrir e vê-lo fazendo uma piada sem graça que somente ele entendia. Eduardo poderia estar pensando o mesmo.

Chego à sala onde meu pai e Eduardo se encontram sentados. Meu pai está com o braço envolto em Eduardo que está abaixado com o rosto nas mãos. Eu me aproximo e ponho minha mão sobre as costas dele. Ele levanta o rosto. Seus olhos verdes estavam agora rodeados de pontos vermelhos e seu nariz estava corado; ele levanta e fica de frente para mim, por um momento apenas me observando. Então ele me abraça. Nunca o vi tão triste, ele me abraça com toda a força e eu o seguro, acariciando sua nuca com a mão.

–Ele disse uma coisa para você antes de... –ele fala se afastando um pouco, mas apenas o suficiente para que pudéssemos nos olhar.

–O quê?-pergunto enquanto sua mão passa pela minha bochecha. Seus dedos macios e longos passam pelo meu cabelo e ele sorri apesar de tudo.

–Ele disse: “Luke... O Luke está aí? Eu só queria falar para ele que... Ele não pode deixar de te amar. Porque eu não vou mais estar aqui, então ele é o encarregado de você, não deixe ele te deixar, nunca. Eu fui um idiota em não aceitar o namoro de vocês. E fale que eu o amo, ele era como um irmão para mim também.”. –eu sorrio, mas era apenas para conter um pouco as lágrimas que caiam rapidamente pelo meu rosto.

Eu trago Eduardo mais para perto e deito minha cabeça em seu ombro. Nós ficamos assim por um tempo, apenas tendo um ao outro. Eu finalmente lembro que o ocasionador de tudo isso poderia estar chegando a qualquer momento e fingindo que tudo aquilo era importante para ele. Se Wayne realmente tivesse feito tudo aquilo ele merecia pagar, e eu faria isso acontecer.

***

O velório de Lucas fora triste e melancólico, assim como um velório deveria ser, eu penso. Toda a noite passou e eu fiquei ao lado de Eduardo por todo o tempo. Wayne e a mulher estavam lá, como deveriam, mas somente a Sra. Collins chorava e parecia desamparada com a perda. Quando a manhã chega e já é a hora do enterro tenho de me separar de Eduardo e sigo com o meu pai até o cemitério. O caminho é longo e silencioso, ninguém ousa falar algo.

Ao chegarmos, ficamos todos ao redor do buraco onde Lucas seria enterrado. Um acúmulo de nuvens se encontra acima de nós e eu temo que vá chover. Eduardo está abraçado com a mãe agora, enquanto põem o caixão em seu lugar. Flores são arremessadas e lágrimas derramadas até que começam a jogar a terra.

Após tudo terminar, todos vão embora, mas eu continuo ali na frente de onde, alguns momentos atrás, havia um buraco imenso. Eduardo diz para seus pais lhe esperarem no carro, assim como eu, e ele se põe ao meu lado. Nós dois vestimos terno preto e gravata preta também, ele fica realmente muito elegante com essa roupa. Eu sinto um pingo atingir meu nariz e quando olho para cima as gotas passam a cair continuamente.

–Eu te amo. –Eduardo fala, mas não para mim, e sim para Lucas.

Ele segura a minha mão e já encontramo-nos totalmente molhados. Eu olho para o lado e enxergo alguém vindo em nossa direção. À medida que a chuva fica mais forte, eu já não consigo ver quem é, mas quando percebo quem é meu coração acelera tão rapidamente que aperto a mão de Eduardo forte demais.

–Oi. –Dale fala para Eduardo. Ele também veste um terno que o deixa ainda mais bonito. Eu não gostava da ideia de ter os dois juntos, mas já não havia mais nada que eu poderia fazer. –Meus pêsames pelo seu irmão.

–Olá de novo, Dale. –Eduardo fala e eles balançam a mão um do outro.

–O que você faz aqui?-pergunto e só depois percebo que foi um pouco indelicado.

–Eu preciso falar com o Eduardo. Mas não se preocupe, eu vou embora depois disso. –ele fala meio angustiado. –Com licença, por favor.

–Tudo bem. Desculpa. –eu falo e me afasto um pouco deles.

Toda a pressão da conversa deles estava me matando por dentro. Eu queria saber o que eles estavam falando. A chuva também não ajudava, então fico parado olhando para os túmulos no horizonte. Eu não sabia o que fazer ou o que falar depois que eles chegam, mas acho que não era necessário fazer nada.

–Eu estou indo. Até qualquer dia. –Dale fala e vejo-o andando até ele sumir no meio da minha limitada visão pela chuva.

Eduardo se posiciona ao meu lado e apoia sua cabeça no meu ombro. E vejo novamente os incontáveis mortos que havia naquele lugar e penso que poderia ser qualquer um, inclusive eu, que estivesse morto agora. Eduardo deve pensar o mesmo, pois pergunta:

–Por quanto tempo eu vou te amar? –ele pergunta e não sei se queria uma resposta, mas mesmo assim sinto que devo falar algo.

–Enquanto eu respirar, eu te amarei, Eduardo. E sinto que você também me amará. Enquanto nós pudermos ter um ao outro, seja aqui ou depois dessa vida, se houver algo após, eu estarei com você. Esse é o tempo em que eu vou te amar. Você aceita esse tempo?-eu pergunto.

–Aceito. –ele diz e coloca sua mão na minha bochecha para virar meu rosto. Ele chora, não consigo saber se é pelo o que havíamos acabado de dizer ou pelo seu irmão, mas após ver seu rosto exalando essa aura triste, eu o beijo.

As gotas da chuva caem sem parar e escorrem pelos nossos rostos, enquanto meus lábios estão selados nos dele. Nem tudo parecia real naquele momento. O tempo se estendia sem ser percebido, poderíamos ter passado horas ali e para mim nunca seria o suficiente. O fato de estarmos em um lugar de morte não afetou em nada o meu espírito de amor por ele e ao que parece o amor tem mais a ver com a morte do que eu posso imaginar.

–Eu tenho que ir. –ele fala e se afasta. –Meu pai deve estar furioso. Até qualquer hora.

–Até. –eu digo. –Fique bem.

Eu o observo partindo e fico à frente da cripta do Lucas por mais alguns momentos. Várias flores se encontravam ao redor da foto dele, seu sorriso mais do que brilhante se destaca na foto, ele está tão alegre que parecia surreal a ideia de que ele se fora.

–A morte nunca é fácil, mas quando se trata de um jovem sempre é pior. –alguém fala atrás de mim e me viro para ver quem é.

Ele tem olhos cor de mel, cabelo castanho escuro que fazia uma onda para a esquerda, mas que com a chuva se abaixara um pouco, ele também usava roupas sociais, terno e calça, sua pele era branca e sua estatura era maior do que 1,80m. Ele parecia ter dezessete anos.

–Quem é você?-pergunto.

–Meu nome é Connor Keating. Eu sou um universitário de engenharia química e estou me formando para ser perito criminal também. Por isso, estou aqui. –ele fala e fico surpreso, ele era muito novo para estar se formando.

–Quantos anos você tem?-pergunto.

–Dezoito. Mas estou bastante adiantado em meus estudos, me formei no ensino médio com catorze anos. –ele fala como se fosse algo comum. –E estou investigando o caso do seu amigo como um trabalho.

–Isso é bom. –falo. –Porque não acho que foi apenas um caso de latrocínio comum.

–Eu nunca pensei que fosse. –ele diz. –Porque quem matou Lucas foi a mãe dele.


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Notas finais do capítulo

huehue Sinceras desculpas pela pausa de meses, eu acho, mas já passei de ano então acho que posso escrever mais agora. Até o próximo capítulo.
P.s: Quem já assistiu Mockingjay - Part 1? Gente, que filme foi aquele? Estou ouvindo The Hanging Tree até agora kk
P.s.s: Mudei a capa, mas não são apenas imagens aleatórias, pretendo mudar um pouco a história após esse primeiro "arco", que no caso é a a descoberta do amor entre eles e o mistério da família Collins.