Meu Melhor Amigo escrita por Jake J


Capítulo 11
Não tinha escolha a ser feita


Notas iniciais do capítulo

Voltei *o* Desculpa por ter demorado um pouquinho, eu queria postar hoje. Porque faz um mês que a fic foi publicada e eu estou tipo: "Já? *o*" kk Mas enfim, tretas de pai e filho se resolvendo (de outros pai e filho não k), beijo Duke, Dale, Victoria, Lilly e suas falas divinas... Vão encontrar de tudo nesse capítulo k Espero que gostem.



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Algumas nuvens de tempestade se formam no horizonte e parece que já se passaram horas desde que eu cheguei na frente da casa. Eduardo e Dale não deram nem sinal de vida e já estava ficando apreensivo. Algumas pessoas já haviam ido embora, mas outras ainda se acumulavam atrás da fita amarela que rodeava a casa.

Vejo um cabelo cacheado brilhando à luz do sol e reconheço os cachos ruivos. Vou até ela e cutuco o seu ombro. Victoria vira e sorri quando me vê.

–Oi. –ela diz e me abraça.

–Oi.

–O que aconteceu aqui?-ela pergunta.

–Lucas foi baleado e está entre a vida e a morte no hospital. –respondo e ela se apoia no ombro, como se tivesse ficado tonta.

–Como? Quem?-ela pergunta desesperadamente.

–Eu não sei. Meu pai está investigando e estou esperando o Eduardo chegar para dar a notícia. –falo.

–Espero que ele fique bem. –ela fala e andamos juntos ao redor da cama.

–Eu também espero. –digo.

Atrás da casa um muro se estende e ao observá-lo, vejo marcas de sangue.

–Ele fugiu por aqui. –Victoria diz entrando na área de investigação.

–Nós não... –eu tento, mas ela já está encostando na parede.

–Isso é um pé sendo arrastado. Ele pulou o muro para descer. –ela fala como se fosse uma perita no assunto.

–Sim. Mas não podemos ficar. Se eles tirarem impressões digitais, nós podemos...

–Luke?-alguém pergunta e vejo Eduardo logo atrás da fita. –O que está acontecendo aqui?

–É o Lucas... –eu tento dizer, mas não sei como continuar.

–O Lucas o quê?-ele pergunta passando por debaixo da fita.

–Ele foi... Ele foi baleado. –falo finalmente e ele fica mais branco de uma hora para outra. Ele rapidamente chega mais perto de mim e aperta meus braços a ponto de doer.

–Ele está bem? Onde ele está?-ele pergunta.

–Ele não está muito bem, mas está no hospital, sendo tratado. –respondo e ele afrouxa um pouco as mãos dos meus braços.

–Vai ficar tudo bem. –fala Victoria saindo aos poucos. -Tenho que ir agora, mas me deem notícias assim que possível.

–Tchau. –eu falo e Eduardo continua do mesmo jeito, de frente para mim e com as mãos apertando meus braços. –Vamos sair daqui.

Eu o levo para fora da área de investigação e vamos novamente para frente da casa. Todos foram embora, só vejo alguns policiais rondando a casa para procurar algo. Eu me alegro um pouco quando vejo Dale de longe.

Ele está mais bonito do que nunca. Seu cabelo forma um topete inclinado meio sensual e seus músculos se destacam com a camisa um pouco apertada. Ele parece sério, mas, se tratando dele, tenho certeza que ele vai dar um jeito de sorrir.

–Oi. –ele fala e sorri pela primeira vez. –O que aconteceu?

–Lucas foi baleado. Nós ainda não sabemos se foi um assalto ou algo do tipo. –falo e Eduardo olha sem focar em um lugar, ele parece perdido. Não podia falar da minha suposição na frente dele.

–Eduardo, você pode entra e pedir um copo de água para o meu pai. Tenho certeza que ele vai te ajudar. Eu já vou lá com você. –digo e dou um rápido beijo nos lábios dele. Dale parece se incomodar um pouco e fica um pouco cabisbaixo, mas nesse momento, Eduardo precisa de mim mais do que nunca.

–Tudo bem. –ele fala quase sussurrando.

–Então, vocês estão juntos? –ele pergunta meio de lado para mim, sem olhar diretamente.

–Sim. –respondo meio envergonhado. –Me desculpa.

–Você não tem do que se desculpar. Não tinha escolha a ser feita, você mal me conhece. –ele diz. E agora olha diretamente nos meus olhos. Seus olhos azuis são penetrantes, como se fossem me perfurar. -Mas por que me chamou?

–Eu acho que quem tentou matar o Lucas foi o pai dele. –falo simplesmente e ele tosse, como se tivesse se engasgado.

–Mas eles são pai e filho! Não pode ser... –ele fala e parece pensar um pouco no assunto. Sua cara de horror vem assim que ele percebe que a informação não é nem de longe difícil. –Com que monstro estamos lidando?

–Eu não sei. Mas, agora, eu sei que temos que cuidar disso com cuidado. –falo.

–Eu disse, desde o início. Mas vou tentar investigar um pouco mais. –ele diz.

–Eu tenho que ir. Ele precisa de mim. –digo e ficamos em um momento constrangedor, sem saber como se cumprimentar. Ele acaba me abraçando e seus braços fortes são calorosos. Eu não sei se quero que ele vá, mas depois de bastante tempo para um abraço, ele se afasta. Não sei o que fazer, sinto meu rosto quente.

–Estou indo. –ele fala e seu rosto está vermelho.

Tento responder, mas as palavras não saem. Então, só fico vendo ele se distanciar. Dirijo-me até casa. Eu não queria voltar a ter esses momentos com Dale. Pensei que agora, que estou realmente com Eduardo, os sentimentos que eu sentia por Dale fossem ofuscados, mas não foram. Esses sentimentos continuam aqui e parecem mais fortes, avisando que estava perdendo algo precioso. Porém não importa quem eu deixasse, eu sairia perdendo. E sei que posso ser feliz com Eduardo, mas Dale sempre vai está lá, me lembrando do que eu poderia ter. Essa minha indecisão não podia continuar, eu tinha que estar seguro, pelo Eduardo.

–Está melhor? –pergunto sentando no sofá ao lado do Eduardo. Ele ainda parece distante, mas não perdido, apenas pensativo.

–Sim. –ele fala, mas acaba chorando. Suas lágrimas doem em mim e eu o abraço, o mais forte que eu posso. –Por quê? Por quê? Por quê?

–Eduardo, para. –falo, segurando seu rosto com as duas mãos, para ele olhar só para mim. –Olha para mim, somente para mim. Lucas vai precisar de você, quando ele acordar. E você terá que está forte, por ele. Você pode ser forte?

–Ele vai precisar de mim?-ele pergunta e eu enxugo as lágrimas nas suas bochechas. –Ele me odeia.

–É claro que ele vai precisar. Mais do que nunca ele vai precisar de você e dos seus pais. E ele não te odeia. Eu tenho certeza que ele ama muito você, assim como você o ama. –digo. Sinto-me um mentiroso ao falar do pai dele, mas não posso falar para ele. Não agora.

Ele deita no meu colo e passo a acariciar seu cabelo, que desliza macio entre os meus dedos. Seu cabelo é macio e dá uma sensação agradável na minha pele. Ele fecha os olhos. Fico observando-o por um tempo, ele me dá uma sensação de paz, como se estivesse dormindo. Mas sei que não está, não tem como ele dormir em um momento desses.

Eu ouço passos e vejo meu pai entra na sala. Ele não esboça nenhuma emoção ao nos ver e se aproxima. Quando está perto o suficiente, ele sorri e dá um beijo na minha cabeça. Ele faz um sinal de que tem que trabalhar e eu só assinto com a cabeça. Parece que meu pai realmente estava bem com o que eu era, e eu o amava ainda mais por isso.

A respiração do Eduardo é lenta, mas irregular, como se ele ainda estivesse tentando se acalmar. Passo a mão no ombro dele e beijo o seu rosto. Não quero vê-lo triste, mas sei que ninguém está preparado para perder alguém. Não sei se Lucas realmente vai morrer, mas sei que sua sobrevivência é essencial para eu descobrir quem o pai dele realmente era. Eu não precisava mais descobrir quem esse homem realmente era para ficar perto do Eduardo, eu precisava descobrir para protegê-lo.

–Você acha que ele vai sobreviver?-ele pergunta, mas ainda está de olhos fechados. Sua respiração já está constante, acho que ele finalmente se acalmou.

–Eu não sei. Você acha que está preparado para a resposta se ela for negativa?-pergunto e ele não se altera.

–Não. Nunca estarei preparado. Mas a morte não é algo que podemos controlar. –ele fala.

–Sim, realmente não podemos controlar. –digo.

–Eu quero ir ver o Lucas. Quem está lá com ele? Meus pais já sabem?-ele pergunta apressado.

–Seus pais foram avisados. E há essa hora, já devem estar lá. –respondo. A mãe dele havia sido avisada, mas, se eu estivesse certo, tenho certeza que o pai também.

–Você pode falar com o meu pai e ele arranja alguém para levar você. Quer que eu vá com você? –pergunto.

–Eu prefiro ficar um pouco sozinho. Tem algum problema?-ele pergunta.

–Nenhum. Eu te entendo. Vou para casa. –falo e nós vamos juntos até o meu pai.

Meu pai parece concentrado no trabalho. Ele fala com um dos seus colegas na sala do computador que Dale hackeou no outro dia. Ele parece bastante profissional com um casaco preto e um distintivo no peito. Meu pai é detetive, mas nunca o vi em trabalho, não parecia ser ele. Meu pai é todo atrapalhado e engraçado; vendo-o sério e liderando uma investigação, fazia com que eu o admirasse.

–Pai?-pergunto e ele vira para nós. Fala algo para o colega e se aproxima.

–O que, filho?-ele pergunta educadamente, como se calculasse cada palavra. Acho que ele estava com medo de falar algo que possa me ofender.

–Eduardo queria ir até o hospital ficar com o irmão dele. Tem como levá-lo até lá?-pergunto.

–Claro. Eu peço para o Fabrício levá-lo. Ele está ali na frente, pode falar que eu pedi. –meu pai diz para Eduardo e sorri.

–Obrigado. –Eduardo fala e aperta a mão do meu pai.

–De nada.

Eduardo me abraça para se despedir e sai da casa.

–Você vai para casa. –meu pai pergunta.

–Sim.

–Fala para a sua mãe que eu vou para a delegacia depois daqui e vou passar a noite lá. Preciso descobrir o mais rápido possível o que aconteceu aqui. –ele fala.

–Alguma descoberta?-pergunto meio apreensivo. Não poderia mostrar que estava muito interessado na investigação.

–Desculpa, mas ainda não posso falar nada. Mas se ajuda, ainda não fazemos ideia de um suspeito. -ele responde e parece frustrado ao olhar ao redor.

–Você vai conseguir. Sempre consegue. –eu digo e o abraço. -Tchau.

–Te vejo logo.

***

Minha mãe já havia se acalmado com toda a história do dia e acabara de ir para cama. Eu estava com Lilly na varanda, onde eu adoro passar o tempo.

–Quais são as novidades?-ela pergunta depois de um tempo de silêncio.

–Além, de tudo isso de tiros e hospital... Eu estou namorando. –falo e ela praticamente pula (dá melhor maneira que dá para fazer isso sentado).

–Sério? Com o Eduardo?-ela pergunta esboçando um sorriso.

–Sim. –respondo, mas acho que não pareço tão feliz com isso como deveria.

–Por que você não está feliz?-ela pergunta.

–Eu estou feliz, muito feliz. Mas é porque, mesmo depois de escolher Eduardo, Dale não sai da minha cabeça, como se eu estivesse realmente perdendo-o. –eu falo. Eu não queria perder Dale, eu queria ser amigo dele apesar de tudo.

–Você gosta dos dois. –ela fala, como se fosse a coisa mais simples a se dizer. Cada vez mais, eu me surpreendia com a maturidade dela. –É como ter dois pais ou duas mães. Você ama os dois, mas não pode escolher um para ser melhor, parece errado.

–Eu não sei por que ainda me surpreendo com o que você fala. –digo e ela sorri.

–Você só tem que saber, que para escolher um pai ou mãe, não escolhemos quem amamos mais, e sim com quem nos sentimos mais amados. Não é questão de você gostar mais de um ou de outro. É questão de saber o quanto eles te amam. –ela diz e levanta para sair. Eu só percebo que ela está falando muito em amor, quando ela já havia ido embora. Mas nunca havia dito essa palavra para descrever meus sentimentos. Acho que é por que eu ainda não sei seu real significado.


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Notas finais do capítulo

E aí? Não revisei, me desculpem, não deu. Mas ajeitarei os erros assim que possível. Espero comentários e opiniões.