Freezing Passion escrita por MrOrion


Capítulo 7
Capítulo 7 - The Touch




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514131/chapter/7

Ao adentrar ao enorme salão, Jack sentiu-se um tanto deslocado. Todos se vestiam como autênticos nobres, e a decoração era de tirar o fôlego. Muito brilho para todos os cantos e um grande lustre de cristal que iluminava todo o recinto. A tapeçaria que cobria o piso era de um grosso tecido, que era até mesmo macio ao pisar. As mesas repletas de pratos ricamente preparados, e para fechar com chave de ouro, uma grande escultura de gelo, retratando ambos os Guardiões, feitas pelas “mãos” da própria rainha, segundo os boatos.

Uau... – Escapou entre os lábios de Jack.

Jack, ainda bem que chegou! Não te vejo faz um tempinho. – A voz estridente da Fada chamou sua atenção, fazendo cessar seu estado de êxtase. – Eu consegui, sim achar a garotinha. Pelos Céus, pobre garotinha...até sua fala se tornou prejudicada, pobrezinha. A Princesa Anna topou me acompanhar na próxima visita ao vilarejo, não é empolgante? – Jack conseguirá captar algumas palavras como “fala” ou “Princesa Anna”, mas ainda observava o local, bastante atônito.

O sorriso belo e as belas vestimentas não poderiam deixar de provocar-lhe um animação bônus. A Fada finalmente parara de falar, ao perceber seu sorriso bobo, e afastou-se parecendo um pouco magoada com tudo aquilo. Jack sentiu-se mal por um instante, mas logo seu olhar voltou aos belos cabelos presos em um coque alto, assim como na coroa que resplandecia a luz do grande lustre. Elsa não deixou de notar o olhar do Guardião sobre si. Normalmente isso não costumava ocorrer, mas suas bochechas pálidas assumiram um tom de corado no mesmo instante. Não pôde deixar de sorrir. Ela estava...espetacular.

Não aguentando mais somente ficar olhando-o, não podendo mais apenas observar seus olhinhos brilhantes, seu sorriso perfeito e seus mãos que mexiam-se de modo insano, deixando seu nervosismo explícito, Elsa se levantou. Seu vestido de cauda longa, mas bem colado ao corpo, de um azul anil tão impressionante e claro que Jack sentia uma súbita vontade de deslizar sobre ele e sentir o vento batendo em sua face. Luvas brancas cobriam seus antebraços. Seu caminhar era sutil, elegante e tentador sobre os altos saltos. Frost engoliu em seco, assim que monarca aproximou-se o suficiente.

Jack. – Saudou-o com um aceno de cabeça. Seu desejo mais íntimo era atirar-se contra os braços de Jack Frost e implorá-lo para jamais a largasse. Gostaria de deitar-se sobre seu peito e sentir seu aroma.

Elsa, vocês está d-deslumbrante. – Inclinou a cabeça para trás e suspirou, buscando a sensatez que havia-lhe fugido. Se sentia realmente um grande cafajeste. Acabara de mergulhar em luxúrias com uma criada e não conseguia se render ao charme da rainha. Nunca, jamais havia lhe acontecido tal episódio. Mas, não sabia bem o que tinha acontecido. Em um momento, se sentia cauteloso em não fazer o que certamente não deveria, mas no outro já se via atracado contra a moça ruiva. Isso jamais havia ocorrido-lhe antes. Ela, por uma fração de segundos, parecia-lhe inevitável, tentadora demais. Como se estivesse...enfeitiçado. – Eu pareço medíocre demais? – Perguntou à Elsa, que lhe retribuiu com um sorriso. Não era preciso uma resposta em si, compreendeu pelo modo em que se movia, e pelo sorriso astuto. Com Elsa era certamente um fervor divergente. Seus olhos que fitavam o contorno de seus braços timidamente, seu modo de se mover, como uma felina em um modo protetor! Seus cabelos tão, tão claros quanto o raiar do dia. Era ainda mais excitante, ainda mais ameaçador e mais belo. Como se fosse mais real.

Não se acanhe com preocupações tolas, Frost. Está realmente muito belo em suas vestes de gala, caiu-lhe perfeitamente. – Certamente esse era seu modo de dizer-lhe que era um baita gato, como dirias as adolescentes da América. Jack corou, olhou para os próprios pés e ergueu a cabeça novamente, revelando seu grande sorriso.

Uma música pôs-se à tocar. Uma melodia suave, mas que contagiava seus membros que a muito tempo não mexia-se ao ritmo de uma canção.

Concede-me essa dança, Senhorita? – Jack mesurou-a com uma reverência, estava ficando realmente bom nessas coisas da nobreza, mesmo que sem o intuito, acabara observando os nobres de Arandelle, apenas para obter conceitos básicos de etiqueta.

Oh, sim, cavalheiro. – Elsa zombou de seu modo formal, com um risinho brincalhão.

Ambos embalaram à melodia. Seus membros moviam-se em uníssono, a medida que deslizavam pelo salão. As mãos geladas ,pelo nervosismo, de Jack seguras aos contornos da cintura da bela dama, que estendera suas mãos enluvadas até os ombros do garoto. Jack podia sentir o toque de seus dedos em sua nuca nua, e arrepiava-se vez ou outra. O restante dos convidados também dançavam, mas abriram um grande círculo ao centro da pista para que Jack e a Rainha tornarem-se o centro das atenções. Tanto Jack quanto Elsa não pareciam ter gostado do gesto, mas não deixaram evidente, pois permaneceram em sua dança em sintonia.

Acho que todos estão olhado para a gente. – Jack sussurrou ao ouvido da governante. Seu hálito era tão gelado quanto seu toque. Podia sentir o ar que saía de suas narinas ao respirar, era como se ele fosse uma nevasca humana.

Sim, creio que sim. – Elsa sorriu. – Desse modo, não podemos fazer feio, não é mesmo? – Jack concordou, acenando positivamente. Mesmo que ambos evitassem, seus olhares se cruzavam todo o tempo. Elsa adorava a coloração de seus olhos, e modo como eles se moviam quando o Guardião sorria. Jack sentia seu olhar atraído ao olhos claros da moça, que, aliás, possuíam praticamente o mesmo tom de azul. Gostava de como ela umedecia os lábios, gostava de observar sua língua movimentar-se sobre os lábios. Uma atração deveras estranha, mas que o deixava confuso em demasia.

Felizmente dançaram perfeitamente. Exceto por algumas vezes em que perderam a sintonia dos movimentos, mas nada relevante. Todos aplaudiram quando finalmente a música cessou, e outra começou a tocar em sequência . Jack Frost e Elsa Arandelle deixaram a pista, e caminharam pelo salão de braços dados. Frost não conseguia fazer sua consciência tornar-se mais leve. Mesmo que tivesse a plena consciência de que ele e Elsa não possuíam qualquer ligação oficial, se sentia um traidor, uma espécie de idiota, egocêntrico, traíra de uma figa. Um narcisista imbecil, prestes à magoar um coração. Mas faria o possível para que isso não ofuscasse o que, aparentemente sentia. Poxa vida, estava tão confuso! Isso não dizia respeito à Margareth, pois por ela não sentia nada além de atração, mas se sentia deslocado pelos seus sentimentos pela rainha. Tentava se decidir sobre sua visão de Elsa.

Enquanto caminhavam pelas mesas, acabou por mudar o rumo de seus pensamentos por algum espaço de tempo, provavelmente apenas o suficiente para que matasse a sua fome que lhe castigava. Havia de tudo: Canapés, Tortas, Carnes, Massas. Em outras era servidas vinho aquecido, champanhe, cerveja em grosseiros cornos, poupa de frutas, etc. Elsa apontou para uma das mesas, a mesa principal, em um ponto mais elevado, onde a Princesa Anna se acomodava à companhia de seu conjugue, Principe Kristof, Fada do Dente, que brincava com um pedaço de torta e Olaf, que observava tudo com um largo sorriso nos “lábios”. A rainha sentou-se em uma das cadeiras, e ao seu lado outra encontrava-se inutilizada, certamente um lugar reservado para Jack.

Frost carregou um prato com tudo aquilo que desejava. Desde canapés à pratos de massa, na outra mão levava uma taça de vinho aromático, que aquecia o peito. Caminhou cautelosamente, buscando não derrubar nenhum resquício de comida, e se acomodou ao lado da Rainha, que sorria em uma conversa animada com seus convidados.

Ah, olá, Jack! – A Princesa Anna o saudou. – Estávamos te esperando...belo pé de valsa você se revelou, não?

Princesa Anna. Faço o possível para não passar vexame, devo ressaltar. – Riu, animado.

Senhor Frost, vejo que acatou às minhas medíocres dicas de moda! – Kristof se prontificou. – Não sou nenhum expert, mas vejo que acertei dessa vez. – Anna gargalhou.

Agradeço-lhe imensamente, Alteza. Sem suas dicas, não sei o que seria de mim. Ainda penso em como me sentiria em dar as caras por aqui em meu moletom encardido! – Foi a vez de Kristof gargalhar.

Jack Frost, amigão! – Olaf se dirigiu ao Guardião. – Estava falando com a nossa prezada Fada do Dente, como não vos reconheci na noite do banquete? As lendas sobre vocês são inúmeras por aqui. Desculpe-me pela minha cabeça de vento. – Ele sorriu. A cenoura que substituía seu nariz caiu, e ele recuperou-a velozmente. A fina garoa de neve ainda caía sobre sua cabeça pela nuvem estática que flutuava logo acima. Provavelmente um feito de Elsa.

[...]

Assim que todos saciados, puseram-se à novamente conversar. Sobre assuntos diversos. Entretanto, Elsa se mostrava excepcionalmente calada. Jack, por algum motivo, quis conversar com a rainha, o que não seria propício em um momento como aquele, onde se encontravam cercados de pessoas por todos os lados, como uma ilha isolada no Oceano.

Hãn...Elsa, o que acha de tomar um ar comigo na sacada? Acho que esse vinho me deu um pouco de calor. – Nem mesmo sabia se realmente havia uma sacada por ali, mas é típico de lugares como aqueles, possuírem uma. Elsa concordou, e levantaram-se. Jack podia sentir os olhos da Fada às suas costas. Pobre Fada do Dente.

Driblaram as mesas menores por entre o salão, e chegaram até uma grande porta de vidro, onde novamente dois guardas trazendo lanças em punho guardavam-na. Elsa deu a ordem para que abrissem a porta, o que foi um erro, pois o vento incrivelmente gelado invadiu o local, o que provocou arrepios aos convidados, mas não parecia incomodar Elsa ou Jack.

Em passos curtos, os dois forame m direção ao exterior. Não tardou para que a porta se fechasse às suas costas. Eles se entreolharam.

Parecia extremamente calada lá dentro. – Jack escorou seus cotovelos ao parapeito.

Eu só estava pensando...ando meio confusa por esses dias. Perdão. – Talvez tivessem motivos idênticos.

Não há com o que se desculpar, Elsa. Eu...só queria saber se seus motivos eram os mesmos que os meus. Quero dizer, não me reservei...mas porque não pretendo que todos notem ou me façam perguntas, perguntas do modo como estou lhe fazendo agora. Por quê isso me soa tão hipócrita?– Elsa ergueu as sobrancelhas e assentiu.

Jack, eu...não ligo que me faça perguntas. Não sou nenhuma tola apaixonada e inexperiente para não notar o que está acontecendo. Eu não me importo que me faça perguntas, não me importo porque são vindas de você, compreende? Sei que, não pretendo ser intransigente, que aparentemente está passando pelo mesmo que eu...Só quero que tudo dê certo. Fui precipitada? – Jack a admirou fervorosamente assim que cessou suas palavras.

Você foi astuta e agiu corretamente, simplesmente. Enquanto eu permaneço em meus jogos apaixonados e...nessa confusão toda. No meu caso, me sinto ainda mais estranho. Essa tarde fiz algo que sem sombra de dúvida deveria ter evitado. Fiz algo que notei deveria ter impedido antes de dar-se início. Mas tudo leva ao mesmo motivo, à mesma dúvida, à mesma confusão. Você é minha confusão, é você o motivo para que eu me flagre tão pensativo e indiferente...é por você que me sinto tentado à me flagelar pelas minhas atitudes idiotas. – A rainha suspirou. Ela não estava errada. Mas estava curiosa para saber, enfim, o que o Guardião havia feito de tão grave.

Entendo perfeitamente se não quiser dividir o motivo pelo qual se sente tão mal. Não forçarei você à me contar absolutamente nada...mas gostaria realmente de saber, gostaria de te auxiliar, se possível, Jack.

Não sei se seria possível.

Eu entendo, mas não quer provar? – Jack se sentiria ainda pior contando-lhe suas mágoas. Se sentiria ainda pior se sua reação fosse aquela que menos esperava.

Elsa, eu dormi com uma criada nessa tarde. Eu dormi com uma das criadas do seu castelo, em seu reino. E apesar de tudo isso, não consigo fazer com que meu coração pare de se acelerar ao receber sua atenção. – Ele passou as mãos pelos cabelos, que agitaram-se com o vento. Não tinha a coragem de fitá-la nos olhos. Observava as silhuetas das colinas, obscurecidas pela escuridão da noite. – eu não deveria...sei que não deveria. Eu fiz tudo isso logo após do nosso passeio, um momento onde eu me senti tão próximo. Onde senti uma imensa empatia...não deveria, sei que não deveria. Mas...foi impossível. Foi como se estivesse à mercê de um feitiço, como se a moça fosse uma espécie de imã, e eu apenas um pedaço idiota de metal. Elsa, meus sentimentos estão confusos e eu posso ter usado a serva como um modo de me ver livre deles, mas essa é uma desculpa tão esfarrapada que nem ao menos ouso usá-la explicitamente. Eu realmente não sei o que houve comigo, geralmente sou bastante controlado, mas foi inevitável...consegue me entender? – Elsa cruzou os braços. Será que estaria zangada?

Francamente, Jack! Como você ousa fazer tanto drama por um motivo desses? Essas servas não vêem um homem bonito como você há tanto tempo que nem mesmo me surpreendo. Estou em fase de raciocínio, pois não compreendo o porquê disso tudo. Meu querido, não temos absolutamente nada. Tudo bem que esse momento é uma espécie de declaração, por assim dizer, mas, Jack, não somos comprometidos um com o outro ou nada disso. Vê se se toca! – Ela riu por alguns minutos. Jack a fitava com os olhos arregalados. – O que foi? Esses seus olhos arregalados! Deixe disso! Acha que jamais tive minhas aventuras? Certa vez um dos criados, filho do sapateiro, veio servir-me uma sopa nos aposentos reais e eu...

Tudo bem, não preciso saber de suas intimidades com seus servos... – Ele estava aliviado, mas ainda um tanto quanto surpreso. – Quer dizer que nada disso te incomoda? O fato de eu ter feito amor com a empregada?

Frost, obviamente eu me sinto incomodada. Eu estou explicitamente caidinha por você! Mas não te culpo, não encaro como uma traição. Não me leve à mal, mas parece que não vê belas garotas ultimamente... – Elsa reprimiu um sorriso.

Você est-tá caidinha por mim...? – Elsa corou. – Eu-eu também estou meio que apaixonado por você. – Jack corou.

Que bom saber disso...eu fico bem feliz que não seja um amor incompreendido ou essas coisas de livros...romance de ficção, sabe? – Ele assentiu. Jack permaneceu imóvel. Um pouco travado. Seus músculos rígidos e as mãos presas ao parapeito da sacada. O forte vento chacoalhava os cabelos de Elsa, desmanchando seu penteado. Seus cabelos claros caiam-lhe pela face. – Bom...acho que deveria me beijar agora.

Jack mal podia esperar. O modo como isso ia finalmente acontecer era tão cômico que não conseguiu evitar uma risada. Uma risada contagiante que envolveu ambos. O Guardião se aproximava ao meio à sorrisos e olhares. Era possível sentir seu cheiro, era possível ouvir sua respiração. Suas mãos envolveram a cintura fina da dama, que entrelaçou seus dedos à nuca do rapaz. Cauteloso, Jack levou seus lábios aos delas, que se tocaram logo em seguida. Sentiam um misto de sensações enquanto suas línguas se acariciavam. Ela se sentia feliz, feliz como nunca antes. Ele compartilhava da sensação da garota, porém um pouco mais acentuada. Seus corpos estavam mais próximos do que nunca e seus sorrisos não sumiram dos rostos nem mesmo para se beijarem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse contato todo entre os dois u.u As pessoas estavam me apedrejando pelo incidente do cap. 6 'u' Espero ter me redimido! No próximo capítulo, que tal aprofundarmos mais um pouquinho na caverna pútrida de Amelie?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Freezing Passion" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.