No avião eles serviram aquelas barrinhas light que tinham um gosto terrível. Depois de mais ou menos três horas dentro do avião, chegamos no Hartsfield Jackson Atlanta International Airport, nome meio comprido...

Descemos do avião, pegamos nossa bagagem e eu ainda estava com os fones no ouvido quando alguém toca no meu ombro e pergunta:

–Ei, você que é Amelie Bittencourt?-me virei e vi a cabeleira loira de minha tia Christie.

–Oi, sou sim tia.- dei um sorrisinho sem graça.

–Tudo bem? Nossa, como você cresceu, esta uma moça!

–Estou ótima. Deve ser a puberdade.- e deve ser também por que você não me vê a oito anos, completei em pensamento.

Rimos e fomos em direção ao carro que estava estacionado na frente do aeroporto.

A casa ficava muito longe do aeroporto, e do centro, ou seja, estávamos morando no meio do nada, quer dizer, haviam coisas perto, como shoppings, escola, hospital, mercado, mas era tudo tão espaçoso, eu estou acostumada com a aglomeração de pessoas no centro de NY, mas aqui, aqui é tudo vazio, tudo tão quieto...

Quando chegamos na casa e percebi o quão linda ela era. Ela era de tijolos bege, a porta era azul e as janelas brancas com detalhes azuis. Havia até uma cesta de basquete na entrada!

A casa era pequena quando olhada de fora, comparando que ali dentro viviam dois adultos, dois adolescentes, um bebê, e agora eu, ou seja deveria ter pelo menos cinco quartos naquela casa, mais banheiro, cozinha, sala...

Pela janela consegui ver minha prima Mindy olhando para o carro e acenando como se fosse uma criancinha de cinco aninhos.

Mindy, 14 anos, loira, olhos azuis e ela dança pra caramba, ela faz parte de uma companhia de dança aqui de Atlanta que eu não consigo me lembrar nome.

Christie estacionou o carro e nós duas fomos em direção a porta. Meu tio, Julius estava na porta de braços abertos, como se estivesse me convidando para um abraço. Eu não quero começar com o pé esquerdo com os meus tios, então o abracei, mesmo que contra vontade, não gosto de abraços, beijos, ou carinho em excesso, acho que já mencionei isso, não?

–Olha que tá aqui! Se não é a pequena, agora não tão pequena, mel!

–Oi tio!- disse com falso entusiasmo.

–Você deve estar cansada não é? Venha, eu vou te mostrar a casa e depois você pode descansar a vontade.

Assenti com a cabeça, mas por que eu iria querer descansar? Eu passei todo esse tempo sentada ou dormindo. Eu quero é conhecer a cidade!

Julius estava me mostrando a sala quando Mindy chega com todo o seu carisma e toda a sua educação.

–Olá, você deve ser a Amelie, eu conheci você quando éramos pequenas, mas eu sinceramente não lembro de você.- ela falou envergonhada.

–Você esta dizendo que eu sou esquecível?- disse brincando.

–Na-não foi isso que eu quis dizer, eu...- ela enrubesceu e mexia a cabeça freneticamente dizendo que não.

–Eu estou brincando! Bom eu sinceramente não lembro de você também, então vamos recomeçar. Oi, prazer, meu nome é Amelie e eu sou a sua prima que vai morar com vocês a partir de hoje.- dei um sorriso simpático.

–Olá, prazer, meu nome é Mindy e eu sou sua prima que mora nesta casa e que vai ser sua amiga a partir de hoje.- sorriu simpática também.

Rimos e Julius a encarregou de mostrar a casa para mim.