O piano era a única coisa que se via no salão branco. Era de um material especial, dono da mais bela melodia que podia haver no mundo. As teclas fracamente acinzentadas reluziam com a luz que parecia brotar do local. Era a única coisa de cor razoavelmente diferente, pois tudo a sua volta e até o próprio instrumento tinha a tonalidade de uma alma pura.

As primeiras notas que suavizavam o silencioso lugar tomavam uma melodia triste e relaxante como se fosse uma doce despedida. O mais belo e triste adeus.

O jovem que tocava não tinha expressão alguma como se não houve uma vida ali, apenas um corpo a tocar. Usava as sombras da sua franja dos cabelos da tonalidade da neve para esconder seus olhos. Seu casaco estava com rasgos em seu terminal, revelando resultados de uma grande batalha. O rapaz tocava com perfeição a música de “Deus”.

A melodia de adeus era ainda mais bela a voz de um anjo.

Uma distante canção... O complemento de partida era a voz mais doce de mulher ao vento. Alguém cantava do mesmo modo que a tonalidade da música tomava aquele pequeno salão.

O rapaz pressionava seus dentes à medida que a voz ficava mais alta e serena. Seu maxilar “gritava” em dor pela força que exercia. A linda voz era o cantar da noite ou dos mortos? O rapaz não sabia ao certo, mas desejava quase em prantos quietação da misteriosa voz. Suas preces não eram de todo o coração.

A música era tão sentimental que cada nota e palavra despedaçavam com dor o resto de coração do lindo rapaz. A melodia era o sofrimento e a cação o adeus. Era inevitável aquele sentimento. A tristeza reinava no recinto assim como as silenciosas lágrimas do rapaz. A canção iria desaparecer em breve no final das contas. O medo de perdê-la era terrível.Elatambém iria embora e nunca mais voltaria.

A sensação de um abraço foi o mais doloroso. Era o consentimento. E como último ato de partida, o beijo do sentimento.

Silêncio. A esperança de ouvir a canção mesmo depois do fim era cortante e fora despedaçada de dó ou piedade. Desespero era a palavra que tomou o jovem em seu momento de horror. O grito.Elahavia partido assim como a música daquele pobre músico, e diferente desta,elanão havia como voltar.

Esse foi o fim doMusician...