Can You Protect Me? escrita por Niickyta


Capítulo 5
V. Deveria entender?


Notas iniciais do capítulo

EEEEEIIII GENTEEEE!!! Demorei 3 meses maaaas os testes me matam ... ( Nyah apagou todo o resto) Boa leitura ;3



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As noites de Dezembro eram, com certeza, uma das mais frias daquela vila. Realmente, andar na rua pela noite exigia estar-se bem agasalhado. Mas para alguém como Ulquiorra, andar na rua de noite não tinha muita ciência. Preferia usar as suas roupas normais, sem se importar se estava frio ou não mas, protegendo o seu pescoço com um quente cachecol. Viver um pouco acima do mercado tinha as suas vantagens como, puder admirar as luzes que se viam do lado de baixo da nobre casa dos Inoue. As suas mãos encontram os bolsos e, do lado direito, a sua mão vasculha o mesmo. Por fim, sai um papel pequeno onde ele olha atentamente. Os seus olhos pareciam distantes. Parecia se lembrar de algo passado. Por uns segundos, parecia se perder naquela imagem mas guarda o papel depois de breves momentos pondo-o no fundo do bolso ficando a contemplar as luzes da cidade. Orihime, por sua vez permanecia em casa, olhando-o pela janela. Observando cada passo e cada gesto. Se perguntava o porquê de ser tão frio daquela forma.

“Porque não sorrir como Kurosaki?” Pensa. “ É um tolo, mas acho que ficaria mais bonito se sorrisse.”

Mas, na verdade, Orihime nem sabia se, mesmo que ele sorrisse, isso mudaria o seu comportamento e depois do sucedido horas antes, ainda tinha as suas dúvidas. Recusava-se a querer falar ou o ouvir. Se fosse para o ver, olharia de longe como estava a fazer no momento. Dizer que as palavras dele não a incomodaram era o mesmo que mentir para si mesma. Não só a incomodaram como a fizeram refletir. Ichigo sempre fora muito calmo, simpático, admirado… E se ele realmente tivesse estado com prostitutas e achado uma moça? Ele era nobre e rico. O seu pai não iria querer esperar uma da classe média não era? Todavia, refletir sobre isso a fazia se sentir estúpida e irritada por pensar que as palavras de Ulquiorra realmente a fizeram mudar a sua opinião. Agora, estava insegura. Assim como um clique isso a fez questionar sobre a idade do homem do lado de fora da casa. Aparentava ter vinte e cinco anos. Menos que isso, era impossível.

Fecha a cortina e se levanta, cobrindo-se com a mantinha que tinha por cima de si e senta-se sobre o tapete castanho velho levantando as suas mãos em direção à lareira a única iluminação da casa. Ulquiorra por sua vez, já estava cansado do ar de fora e vê-se a entrar para a habitação e contemplar Orihime que tinha um olhar e sorriso pacífico. Isso o fazia pensar em milhares de coisas, os seus olhos pareciam estar longe da realidade, parecia que se afogara nos próprios pensamentos. Orihime percebe estar a ser observada e olha para o maior em frente da porta.

Sem perder tempo a menina se levanta e cobre-se com frio, andando com passos apressados até ao seu quarto deixando o maior sozinho naquela sala escura e fria.

~*X*X*~

Era um novo dia e, há poucas horas o sol acabara de nascer. Orihime estava acordada muito antes de o sol nascer na sua cama pensando nas habituais preocupações do momento. Estava com frio e tremia um pouco. Claro… aquela roupa não favorecia nada. O seu quarto não mudara desde que sempre dormia lá. A cama começava a parecer-lhe pequena e estreita.

Faz uma careta e tira os panos de cima de si e, sem se importar com o tamanho das roupas, pega em um vestuário quente e lá se prepara para sair do quarto frio. A lareira era o seu abrigo nesses tempos gélidos. Lembrava-se perfeitamente de como eram os Invernos com Sora antes de adoecer. Eram sempre com ambos aconchegados em frente da lareira quente. Mas isso era algo que poderia vir demorar muito a acontecer ou talvez… nunca mais voltar a acontecer.

Após chegar à grande sala olha para Ulquiorra que via algumas cartas que tinha recebido. Rapidamente Orihime vasculha no molho de cartas se tinha algo de sua mãe. O olhar de Ulquiorra para a menor era de evidente seriedade e, a sua mão agarra o pulso da menina com força a fazendo olhar para ele com rancor e soltar a mesma com força acariciando o seu pulso.

– Irei impor novas regras aqui. – Afirma Ulquiorra lendo as suas cartas.

– Regras? – Arqueia a sua sobrancelha.

Orihime queria zombar de tal frase. Porque, ela não queria obedecer a nada que vinha dele. E se o fizesse, odiá-lo-ia até o fim da sua vida. Palavras e pensamentos muito semelhantes ao que acontece depois de uma desavença com os nossos pais ou familiares e instalarmo-nos no quarto e dizer “ Nunca mais vou sair daqui!” e fazermos uma greve de dez a trinta minutos dentro dos nossos aposentos e sair para comer alguma coisa ou quando a raiva nos passa.

– E uma delas será que vós me servireis da forma que eu quiser. – Pousa as cartas que tinha na mão e fita-a da mesma forma monótona que já cansara a Orihime faz um bom tempo. – E começareis agora, fazendo-me um chá.

– Eu não disse que aceitaria! – Orihime mostra-se indignada, batendo as suas delicadas mãos sobre a mesa.

– Não tendes outra opção. – Agrupa o molho de cartas e levanta-se do seu assento.

Orihime sentia o seu coração a mil e, chateada, corre para ele agarrando-o pela gola. Ela, tão baixa, querendo confrontar Ulquiorra, homem alto e claramente mais forte que ela. Não era mentira que a donzela agia na maior parte das situações sem pensar duas vezes e isso era a forma mais comum de se comportar, embora não conseguisse sempre dizer aquilo que pensava. A forma como agia era, de certa forma, diferente.

– Que dizes?- Amassa o tecido da camisa de Ulquiorra com a maior arrogância e ódio.

– Não sabeis do paradeiro da tua família. Não sabeis se estão bem. – Aquele tom de superioridade irritou Orihime todavia, ao mesmo tempo, a fez ficar vulnerável e sem argumentos às ordens do Shiffer. – E não sabeis o que fazer para que eles voltem. Por isso, melhor será obedeceres-me até ao fim e, talvez, voltarão.

A mais nova ficara fraca e com os olhos arregalados. A garganta seca e o seu coração, ai o seu coração, esse Batia de forma acelerada e, ao mesmo tempo, desesperada. Sentia-se ameaçada e em perigo. Aquele homem à sua frente poderia ser capaz de alguma coisa no momento se ela não obedecesse, entretanto a ansiedade que ela tinha de querer ver a família novamente era muito grande.

– Sois um monstro. – A voz saíra-lhe seca e baixa, quase que inaudível enquanto as suas mãos sobre a gola nobre do maior se tornavam mais fracas e incapazes de mostrar tanta força a qual era capaz.

O homem pálido de olhos esmeraldinos, libertou as mãos de Orihime sobre a sua gola olhando severo.

– Quero um chá pronto assim que chegar. – Sai de ao lado da ruiva se tornando mais apresentável assim que endireita a sua gola e, por conseguinte, a sua camisa.

Orihime não tinha outra alternativa que não ser servir o bendito chá. Aproveitaria para comer também. Ela nunca fora bom com trabalhos domésticos. Raramente fazia as coisas bem. Geralmente, apenas quando tinha um enorme apreço por algo ou alguém que a fizesse dar o passo principal. O pão estava fresco sobre a mesa e Orihime sentia vontade de o comer assim, sem algo por dentro. Enquanto Shiffer saía de casa, Orihime aquecia na chaleira de prata a água antes de colocar algumas ervas que deveria ter na dispensa.

Ervas a despertavam interesse e a fascinavam. Gostaria de inventar milhões de coisas com ervas. Desde pequena, tinha um sonho enorme de ser médica e cuidar das pessoas com folhas, ervas e coisas da terra mas, nunca teve coragem de dizer isso a alguém. Mesmo que fosse um familiar.

O som estridente da chaleira fez com que a donzela desligasse o fogo do fogãozinho da cozinha e pegasse com um pano cuidadosamente a pega da chaleira para servir num bule de porcelana com adornos num azul-bebé e gravuras de flores e linhas curvas. Os seus dedos não se encontravam numa boa posição e acaba por se queimar depois de perceber que o pano era de um tecido fino demais pelo que o calor passou rapidamente para ele soltando a chaleira abruptamente sobre a bancada fazendo salpicar agua bastante quente para a sua pele. Abre a torneira e coloca o seu braço e dedos com água fria fazendo caretas enquanto praguejava.

– Parece que vim em má altura. – Kurosaki ri-se da janela olhando para ela.

~*X*X*~

O vento se encontrava com a face de Rukia enquanto a mesma olhava para o jardim do castelo, em frente dos grandes portões do forte de Soul Society – Seireitei. Seireitei era como uma fortaleza para guardas, esquadrões e divisões e, por ter um grande muro circular por volta do perímetro era como se fosse uma cidade dentro de uma cidade. Os habitantes que moravam fora de Seireitei chamavam ao local de “Cidade dos Nobres”.

A jovem menina de cabelos negros como a noite estava encostada ao pilar lateral da vasta e bem adornada varanda real, em frente ao quarto onde por vezes dormia. Tinha o seu olhar longínquo enquanto esperava Kurosaki impacientemente pois não gostava de o ter longe dela.

– Querida, que fazeis aqui? – Yamamoto se aproxima da menina com um sorriso paciente e doce.

– Oh… Bom dia avó. – Faz uma pequena reverência para ele.

Yamamoto não era avó dela, muito menos um familiar, mas ela o chamava assim. Desde pequena sempre teve uma forte ligação com o rei por ele cuidar dela quando seu irmão não podia. De todos os nobres, a família Kuchiki tinha uma ligação muito mais forte. Um laço de longos anos de história.

– Espero Kurosaki. – Os seus olhos apenas olhavam para o portão principal do castelo e não saiam de lá.

– Ah, Ichigo. – Ri-se se aproximando de Rukia.— Ele não disse que iria para a vila por uns minutos?

– Sim, por isso é que espero até ele voltar.

– Ichigo sabe o que faz, não deveis ter tanta preocupação com ele.

Rukia sorri olhando para Yamamoto com um olhar reluzente e brilhante abraçando-o com carinho. Esse ri divertido acariciando a cabeça da pequena, de seguida, os grandes portões abrem deixando passar um cavalo preto. Isso chamou a atenção da pequena nobre donzela, pensando ser Kurosaki mas, infelizmente, o seu coração batera em vão pois quem acabara de entrar pelos grandes portões era, ninguém mais ninguém menos que Ulquiorra Shiffer.

Puxa as rédeas parando o cavalo e descendo dele de seguida deixando-se acompanhar por guardas reais para dentro do castelo.

– Conhece-o? – Rukia mostrava-se intrigada com a situação.

– Não creio. – Passa os seus dedos pela enorme barba que tinha enquanto abandonava os aposentos de Rukia. A mais nova sabia ser curiosa o suficiente para seguir Yamamoto intrigada por saber quem era o sujeito que entrara no castelo, já que nunca o tinha visto.

Assim que entram na sala real, Ulquiorra olha para Yamamoto e dispõe uma simples reverência com a cabeça. Rukia tentava perceber quem ele realmente era mas as suas conclusões foram tiradas, ela realmente nunca o tinha visto na vida.

– Aceitai meus humildes comprimentos, rei Yamamoto. Sou Ulquiorra Shiffer, habitante de Las Noches.

Yamamoto olhou para ele de forma severa.

– Não esperava receber alguém de outra ilha. – Junta as mãos sobre a sua bengala. -- Sois um mensageiro?

– Não. – Pega na sua mala tirando de lá papeis e entregando para um dos guardas. Esse, entrega os papéis para o rei.

Os olhos de Yamamoto liam cautelosamente alguns parágrafos de cada folha e ficou assim por alguns momentos, talvez minutos e via-se pela sua cara estar chocado com alguma coisa. Como se não acreditasse que aquilo era real.

– Isto… Isto é sério? Inoue Ao escreveu isto? – O rei admira-se ao perceber do que aqueles papéis se tratavam.

Ulquiorra assente com a cabeça e o rei fica calado, pensando um pouco andando de um lado para o outro.

– Quem irá tratar dos prados de cultivo?

– A sua filha mais nova, Inoue Orihime.

– Espero que saiba de uma coisa – Yamamoto faz um ar mais severo, parando de andar e se aproximando dele. Queria o intimidar ou o pressionar para que não estivesse a armar nenhuma cilada ou a tentá-lo enganar. –, Se isto for mentira… Seireitei tomará providências por ser um crime com pena de morte.

Ulquiorra faz outra reverência e sai daquela sala real deixando Yamamoto entre os seus pensamentos lendo os papéis e abandonando o local. Rukia olhava para Ulquiorra ir meio confusa e decide ir atrás dele o alcançando quando o mesmo subia o seu cavalo negro.

– Esperai!

Os olhares se encontram enquanto a brisa passa por eles fazendo o cabelo de ambos dançar ao vento. Os olhos esmeraldinos e intimidadores de Ulquiorra olhavam para os púrpura de Rukia. Era um ambiente pesado e Rukia não dizia nada. O facto de ele não a olhar como os outros a deixava um pouco chateada. Ulquiorra, não queria perder mais tempo e teria que voltar para casa por isso puxa as rédeas do cavalo o mandando avançar. Regra bem compreendida pelo cavalo que avança a toda a velocidade deixando Rukia sozinha nos portões do castelo.

~*X*X*~

Orihime e Ichigo riam, brincavam e conversavam felizes em frente de casa e apanhando sombra da árvore. Um perfeito local para ver a vila. Orihime adorava lá estar e mais ainda ao lado de quem amava. Ela olhava para a mão de Ichigo e sentia vontade de a agarrar, sentia vontade de o abraçar e beijar. Queria o dizer Eu te amo, Kurosaki Ichigo. Mas ela sabia que era errado ela fazer… Ela não era capaz de tal coisa.

– Obrigada por me ter ajudado com a mão. – Sorri olhando agora para ele, envolta em uma ligadura.

– Ah, não foi nada. – Sorri pegando na mão dela e a acariciando.

Orihime sorri para ele corada e olha para o cavalo de Ulquiorra se aproximando e arregala os olhos ficando meio que desesperada. Eram as ordens e o homem não a queria ver com Kurosaki Ichigo ao seu lado ou perto da casa.

– Vai! Vai agora! – Ordena se levantando.

– P-porquê?

– Porque ele vem aí e se vos vê ficaremos os dois com problemas. – O puxa com força para o seu cavalo. – Nos vemos outro dia.

– Mas Orihime eu não sei se n-

– Por favor, faz isso por mim. – Implora olhando nos olhos dele.

Ichigo suspira pesadamente e sobe para o cavalo indo-se embora rapidamente não olhando para trás. A Orihime custava ter que o deixar partir e não ficar um pouco mais com ele. Tudo aquilo a custava, toda aquela realidade maldosa e insignificante. O seu peito doía e ela sentia-se triste, sentia vontade de gritar e abraçar a sua mãe, ouvi-la dizer “ Está tudo bem minha princesa”.

Ulquiorra após sair do seu cavalo e o amarrar com uma corda em uma árvore vai ter com Orihime que vira-se pouco tempo depois de ele chegar ao seu lado. Ela não o olha nos olhos e desvia o caminho. Perspicazmente, o mais velho desvia o seu olhar para a mão de Orihime a pegando delicadamente sobre a queimadura ainda dolorida e esta faz uma careta olhando para ele.

– O que aconteceu com a vossa mão? — Indaga com uma certa preocupação.

– Queimei-me, preparando o chá. – O seu tom foi baixo, quase que como se tivesse vergonha daquilo.

– E porque tendes uma ligadura? – Retira a mesma com cuidado para não a magoar. – Quando sofreis uma queimadura nunca a tapeis. Piorará o estado e poderá deixar marcas profundas.

Orihime admira-se por ele mostrar alguma preocupação, fazer as coisas delicadamente ou mesmo explicar o que fazer. Desde que ele chegara o que fizera foi a ameaçar e deixar incomodada com a sua presença.

– Não sou boa a tratar das coisas domésticas.— Fica envergonhada e Ulquiorra a leva para casa.— Nem com medicina, logo julguei ser melhor colocar uma ligadura.

– Vamos cuidar da vossa mão primeiro, depois vemos o resto.

Orihime entra em casa com ele olhando uma última vez para trás se sentindo mais calma mas, agora, tinha a sua mão dada com Ulquiorra e, estranhamente se admirava com a forma como ele estava a agir. Estava a gostar, talvez estaria na altura de pensar um pouco mais sobre ele e o perceber.

Aliás… altura de repensar…


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Notas finais do capítulo

E é isso xeirosos e xeirosas ... Até mais! o/