Accepting Love escrita por Natalie


Capítulo 6
Alliance formed.


Notas iniciais do capítulo

"...Ele senta em sua cela
E deita em sua cama
Cobre a cabeça e fecha os olhos
Ele vê uma arma quente
E o covarde sai correndo
E em seus braços, está o sangramento
O amor de sua vida..." - Kiss It All Better, He Is We.



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Daryl e Rick seguem caminho até o ambiente em que viram os presidiários pela última vez.

Ao caminharem, o xerife mantém a expressão severa e decidida.

— O que diremos a eles? — Daryl diz, finalmente.

O xerife pensa por alguns instantes, e depois responde inseguro:

— Eles não parecem estar a par da situação do mundo. Não viu como estranhou quando dissemos que Hershel foi mordido? — O caipira confirma com a cabeça. — Diremos que estão livres, e podem sair por aqueles portões e nunca mais voltar.

— Eles não vão aceitar isso tão fácil. — Daryl responde.

— Eu sei. — Rick suspira, cansado.

#

Os presidiários de uniforme azul cochichavam entre si;

Quando viram Daryl e Rick cruzarem a porta, pararam imediatamente com a discussão silenciosa.

Com a crossbow e a Colt Python em mãos, o xerife e o caipira não desviavam o olhar dos quatro homens.

— O que querem com a gente? — O homem das tatuagens diz, rompendo o silêncio.

— Queremos que dêem o fora daqui. — Daryl responde, em seu tom mais frio.

— Ah, é? E se nos recusarmos? — O outro homem pergunta, em tom de desafio.

— É o dia de sorte de vocês, pessoal. Foram perdoados pelo estado da Geórgia. Estão livres pra ir. — Rick diz, pela primeira vez.

— O que fizeram com o velho? — O homem negro mais baixo diz, pela primeira vez.

— Não é problema seu. — Daryl segura a crossbow com mais força agora.

— Não me diga o que não é problema meu! — O homem negro diz, se aproximando do caipira.

— Calma, cara! A perna do velho está fodida, temos permissão para sair, o que ainda estamos fazendo aqui? — Diz o homem loiro, entrando na discussão.

— Ele tem razão. — Rick afirma, olhando a todos com atenção.

— Por que vocês estão aqui? Por que escolheram vir pra cá? Estou começando a achar que não há lugar para irmos. — O homem das tatuagens caminha devagar ao redor de Daryl e Rick, esperando para dar o bote.

— Acho melhor vocês irem ver por si próprios. — Daryl diz, acompanhando os passos do homem que parecia ser o líder do bando.

— Seria melhor vocês irem, rapazes. — Rick diz, agora não mais uma afirmação, agora, uma ordem.

— O lugar é meu, minhas regras, eu vou aonde eu quiser! — O negro baixo grita, de repente partindo para cima de Rick, acompanhado do homem das tatuagens.

— Ei, ei, ei! — Daryl tenta inutilmente mirar a crossbow nos homens, sendo perigoso acertar Rick. O caipira então larga a arma e parte para a briga corpo a corpo, espancando os dois presidiários.

Os outros dois homens de uniforme azul — O loiro e o negro alto — observam a cena com horror, e não se manifestam para evitar nada.

Daryl consegue abater um deles, derrubando-o no chão, lhe aplicando uma série de socos no rosto, enquanto que Rick tenta alcançar inutilmente seu revólver, que fora jogado para longe.

Quando o homem das tatuagens perde a consciência, Daryl atira em sua cabeça com a crossbow. Depois, vai em auxílio de Rick, conseguindo abater também o segundo homem, e com a ajuda do xerife, realizando o mesmo procedimento com as flechas.

— Não estávamos com este propósito quando chegamos aqui. — Rick diz aos outros dois homens, que o tempo todo só observaram o massacre.

Seu nariz sangrava, e uma dor lancinante em seu olho esquerdo o deixava cambaleante.

— Não somos como eles. — O loiro sussurrou, com medo do que viria a seguir.

Daryl e Rick ouviram, e o grupo de homens ficou preso em um clima pesado e desagradável. O xerife e o caipira trocaram um olhar significativo.

— Vocês precisam ver uma coisa. Venham. — Rick disse, após um longo tempo. Ele seguiu pela porta a qual entrara, sendo acompanhado por Daryl, que não virara as costas para os homens de uniforme até então.

Os quatro homens chegaram ao campo aberto da prisão, onde era possível ver as grades que a cercavam. Muitos corpos preenchiam o chão, em um raio de cinquenta metros.

— Minha nossa! — O loiro falou mais uma vez.

A visão deveria ser bastante assustadora para quem testemunhasse o horror dos novos tempos pela primeira vez.

Aparentemente chocados, os dois homens observaram a vastidão de corpos mortos por muito tempo.

— Não sabemos se podemos confiar em vocês. — Rick diz, interrompendo o silêncio.

— O quê nos impede de matá-los agora mesmo? — Daryl diz, sem pensar.

Os homens de uniforme se entreolham; O loiro parecia preocupado, o negro mais alto e corpulento, permanecia com a expressão neutra.

— Ouçam. Não queremos causar mal a ninguém. Não nos matem, por favor. — O loiro diz, agora transpirando de nervosismo.

Daryl resmunga algo e então olha para o homem calado.

— E você? Não tem nada a dizer, seu merda?

— Eu nunca implorei pela minha vida, e não será agora que irei implorar. — Ele diz, sem olhar para o caipira.

— Conquistamos esse lugar, matamos todos estes cadáveres ambulantes, a prisão é nossa. Se não quiserem ser mortos, vão embora para sempre. — Rick diz, com a arma em mãos.

Uma sensação de desespero é bem visível na expressão de ambos os homens agora.

— Ah, qual é. Uma parte, mesmo que seja pequena, tem que ser nossa. Não nos mande para longe. — Com certo esforço, o negro continua. — Por favor.

Daryl balança a cabeça negativamente para o xerife.

— Chame Glenn e Maggie, Daryl. — Rick sussurra apenas para Daryl ouvir.

O caipira revira os olhos, e segue rumo ao bloco D.

— Como se chamam? — O xerife pergunta aos homens, na ausência de Daryl.

— Axel. — O louro diz, hesitante.

— Oscar. — O negro responde.

— Certo. — Rick assente com a cabeça.

#

Enquanto Maggie, Glenn e Daryl caminham em direção a Rick e aos demais presidiários, a conversa segue um rumo de discussões.

— Não quero essa gente vivendo aqui. — Daryl diz, rabugento.

— Eu concordo. Como poderíamos confiar que não nos matariam à noite ou fariam alguma maldade? — Maggie diz. — Não podemos aceitá-los.

— Você nos aceitou. — Glenn diz, muito baixo.

— Estavam com uma criança ferida nos braços. — Maggie rebate.

#

— Vocês, fiquem aqui. Se tentarem algo, não pensem nem por um segundo que eu hesitaria em explodir suas cabeças. — Daryl diz, enquanto isolava Axel e Oscar em uma sala afastada.

Após garantir que a tranca do ambiente estava muito bem trancada, o caipira segue à direita pelo corredor, onde Glenn, Maggie e Rick discutem o futuro dos homens.

— Eles poderiam viver em um dos blocos... — Glenn argumenta.

— Glenn, de jeito nenhum, eles não são boas pessoas. Eram presidiários! — Maggie o repreende.

— Vocês já sabem o que eu acho. — Daryl resmunga, rabugento, ao entrar pela porta.

— Deveríamos dar uma chance. — A voz de Rick se destaca, mais alto que as outras. — Eles podem viver em um bloco afastado. Nem precisaríamos vê-los.

— Não sei... — Maggie começa.

— Mandá-los lá para fora seria suicídio. — Glenn interrompe.

— Tem razão. — Rick diz, pondo fim à conversa, se dirigindo para longe. — Eles merecem uma chance. Daryl?

O caipira não responde.

— Daryl, por favor. — Rick pede.

O caçador levanta-se, coloca a crossbow nas costas e com um suspiro, segue o xerife, relutante.

#

— O quê? Você está dizendo que eles vão dividir o mesmo teto que todos nós? Querido... — Lori diz, após Rick lhe explicar tudo.

— Eles ficarão em outro bloco. Não precisaremos nem vê-los! — Rick tenta argumentar com a esposa insegura,

A mulher suspira e resmunga um — “Faça o que você quiser,” — antes de sair com Carl pelo corredor de celas limpas.

A reação de Carol e Beth também não foi muito diferente. A insegurança as dominava. Mas no fim das contas, tinham certa razão: Dividindo um lar com presidiários?

Rick achou que afinal, os dois homens mereciam uma chance. Daria a eles um terço da comida que havia da despensa — uma verdadeira mina de ouro, junto com a enfermaria que Daryl encontrou livre de errantes à leste da prisão, perto da guarita maior — e deixaria bem claro que se os visse rondando os campos abertos da grama do lado de fora da prisão, seriam expulsos.

A ideia não fora cem por cento aceita pelo grupo.

Lori, Carol, Beth, Maggie, Daryl e até mesmo Carl não apoiavam bem a decisão tomada pelo xerife, mas o mesmo não deu muitas chances para que pudessem argumentar, logo depois.

#

Com o passar dos dias, a atmosfera entre as pessoas que agora eram uma família, melhorou bastante;

Lori, Rick e Carl mantinham sua recém melhorada relação, Maggie e Glenn estavam com seu romance a todo vapor, Beth ajudava como podia sempre que precisavam, e Hershel começava a dar os primeiros indícios de melhora total. Um par de muletas o ajudavam a se locomover pelos blocos. O grupo levava uma alegria que pensavam ter perdido a muito tempo.

Daryl e Carol haviam se aproximado ainda mais;
Todas as noites, sempre que possível, a mulher caminhava em direção a cela que Daryl havia escolhido, e conversavam horas a fio.

A cadeira que ficava próxima à cama do caipira, era constantemente ocupada por Carol, e por Carol somente;

De vez em quando, a mulher lhe lançava seus constrangedores flertes, deixando o caçador confuso e ruborizado.

Para ele, era sempre agradável a companhia dela.

Depois de tanto tempo na solidão, ele queria que alguém cuidasse dele, uma pessoa que se preocupasse de verdade para com ele.

Quase sempre que estava perto de Carol, Daryl se atrapalhava e quase esquecia de tudo ao redor. Ignorava os grunhidos da morte que vinham dos errantes atrás das cercas, esquecia que o mundo que ele conhecia fora virado de cabeça para baixo.

Em algumas vezes, até alucinava ou sonhava que Carol vinha até ele e se declarava, o beijava.

Mas sempre havia algo que o fazia despertar do estupor, e lembrar que aquela doce mulher não pertencia a ele.


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Notas finais do capítulo

Meus amoooooooooooores ♥ Me perdoem pela grande demora! De verdade! Ocorreram problemas horríveis com meu amado computador. Tenho o notebook da minha amiga, mas não tá fácil não. Nunca mais atrasarei novamente. Me perdoem. ♥ Espero que gostem do capítulo! ♥