Zona Obscura escrita por Katyah


Capítulo 52
51º - Vemo-nos No Céu


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo triste para balancear as coisas T^T
Boa leitura!



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Uma racha. Uma rachadura podia ser tudo o que era preciso para acabar com a guerra com uma derrota. Não seria assim tão simples mas se aquela máscara caísse assinariam o próprio fim.

Sendo assim proteger a máscara, e consequentemente o homem por trás dela, era crucial. Tarefa que ficara a cargo dos dois homens mais competentes da cidade, Damon e Dan.

Não podiam negar que a situação estava difícil. Afinal tudo o que o inimigo queria era fazer check-mate e para isso precisavam eliminar o rei. Como tal eram como abelhas em volta do mel e isso incluía deixar os três homens sem sequer um minuto de descanso.

– Realmente isto faz-me lembrar dos meus tempos de juventude. – Comenta Dan juntando-se novamente ao Supremo depois de mais um ataque.

– Pareces um velho a falar. Foram só cinco anos.

– Cinco anos na tua companhia já me fizeram muitos cabelos brancos.

Damon apenas ouvia a conversa entre os dois. Mesmo querendo não podia participar e gostava de se lembrar do passado. Naquele caso recordava-se bem de quando conhecera Dan. Tempos difíceis…

*Cinco anos atrás*

Acabara de receber alta do hospital. Segundo os médicos fôra um milagre ter sobrevivido de tamanho golpe.

As suas cordas vocais cortadas, sem poder falar, Zona Obscura quase destruída, o Supremo morto e a sua irmãzinha Letty a chorar no seu colo. Para Damon aquilo não era milagre nenhum, era o Inferno.

Mesmo assim não podia desistir. Como braço direito do Supremo era obrigação dele abrir o testamento do próprio e eleger o próximo chefe absoluto. As vilas que haviam perdido os seus lideres também já deviam estar a organizar a escolha dos sucessores para o mais depressa possível.

Estava desamparado. Achar o pretendente designado pelo último desejo do Supremo fora fácil, o problema é que teria de encontrar alguém que ocupasse o seu lugar. Agora sem voz era inútil.

Na verdade ele já tinha conversado sobre o assunto e agora que se lembrava recordava-se do nome que o seu chefe tinha sugerido.

Não era difícil encontrá-lo. Toda a gente sabia onde ele se escondia mas ninguém se aventurava a lá ir.

Damon entra sem cerimónia nem medo. Pouco se importava se era o serial killer mais perigoso de Black.

O homem também não parecia temê-lo ou incomodar-se com a sua presença. Fumava um cigarro sentado num cadeirão velho e empoeirado. A arma na mão em desafio.

Ninguém falava, um por não poder outro por simples capricho.

Um envelope voa para a mão do serial killer:

– Isto é uma brincadeira? – A pergunta ecoa pelo prédio vazio. – Queres que eu seja o cãozinho do Supremo? Tenho cara de lambe botas por acaso? Sabes quantos otários como tu eu matei? Achas mesmo que vou cair nesta porcaria de acordo?

O monólogo de interrogações continuou perante a inexpressão de Damon. Para ser sincero esperava que ele começasse logo aos tiros por isso até era um bom principio.

– Não brinques comigo! – E pegou na arma…

*Agora*

Um tiro interrompe a linha de lembranças do ex-braço direito.

Uma mancha encarnada ofusca por momentos a sua visão.

O corpo de Dan cravado de balas cai nos braços do Supremo.

Graças a alguns reforços conseguiram uma brecha para levá-lo para um lugar abrigado.

Era impossível estimar quantos órgãos tinham sido atingidos e a quantidade de sangue que forçava a passagem pela sua boca deixava adivinhar que não lhe restava muito tempo.

– Dan, fala comigo. estás a ouvir-me? – O Supremo chamava em beira ao desespero.

Não conseguia acreditar que, mais que colega ou subordinado, o amigo estava a morrer nos seus braços. Por sua culpa.

Com um esforço trazido pelo sopro da morte, Dan levanta um braço e puxa o Supremo para perto de si:

– Fukuwa…

– Não fales!

– P-Preciso de te dizer… Tens de esperar por ela e continuar sem mim. Cuida-te seu idiota.

E os olhos fecharam-se com um sorriso banhado em sangue.


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Notas finais do capítulo

Até à próxima!



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