Um conjunto de nuvens negras instalara-se por cima de Zona Obscura e ameaçava chuva a qualquer momento.

Após a visita do Supremo às vilas as mortes misteriosas cessaram, como tal os habitantes andavam mais tranquilos e despreocupados. Mas nem todos.

Era domingo, e mesmo com medo da chuva, as pessoas saíam à rua para ir passear e fazer compras.

Na escola Okane o tédio reinava. Com a proibição das saídas os fins-de-semana eram passados nos quartos ou nas salas de convívio.

Hinaichigo descia as escadas dos dormitórios até à sala de convívio. Hatanne encontrava-se sentado num sofá a ouvir música com o seu MP3.

– Hatanne!!!

O rapaz retira o auricular e olha na direção da amiga:

– O que se passa?

– O meu pai ligou.

– Mesmo? O que ele disse?

– Que vem ver-nos para falar connosco.

– Que estranho.... Pode ser só impressão minha mas tenho um mau pressentimento.

***

O conhecido bar neutro estava cheio. Não havia mãos a medir para servir os clientes e Sam e Kenji eram os únicos a trabalhar.

O sol já se punha quando o último cliente se retirou.

Completamente estafados, a Informadora e o barman sentam-se pesadamente, aliviados.

Uma batida na porta interrompe o descanso dos trabalhadores.

Contrafeitos eles levantam-se e vão até lá fora.

– Boa tarde Informadora. - Cumprimenta um homem.

– O que é que se passa? - Pergunta Sam encarando os seis homens à sua frente.

– Nós somos os encarregados das encomendas...

– Eu sei quem são. O que querem? - Interrompe a Informadora cruzando os braços.

– Recebemos uma encomenda para si esta manhã. - O homem faz sinal aos companheiros e eles trazem um caixão que pousam em frente a Sam.

– Que brincadeira é esta?

– Desculpe, nós também achamos estranho mas está aqui escrito. - O nome "INFORMADORA" estava talhado na madeira da tampa.

Desconfiada e com uma sensação nada positiva Sam dá espaço a Kenji. Ele aproxima-se e abre a tranca que selava o caixão. Entre o choque, a tristeza e a raiva, uma lágrima desce pela face da Informadora.

O corpo de Kadam jazia tranquilo e sorridente no acolchoado caixão. A única coisa que contrariava a ideia de que estava apenas a dormir era o corte ensanguentado que ia do ombro direito até ao inicio da anca esquerda.

Kenji retira um envelope destinado a Sam de cima do corpo e entrega-lho.

Uma fagulha de raiva atravessa o olhar dela ao deparar-se com o selo de cera que lacrava o envelope.

Os homens das encomendas estavam em choque. Kenji pede-lhes que levem o corpo ao Incubo sem causar alarme.

A Informadora amassa o papel na mão. Os nós dos dedos estavam brancos da força que fazia. Numa explosão de raiva ela dá um murro na parede.

A mão fica enterrada no buraco. O sangue escorria pela parede como se a pedra chorasse as lágrimas que Sam guardava para si.

– Kenji, vai buscar o Sakai Ryu e o Damon. Encontramos-nos na mansão.